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O tratamento biológico pode ser subdividido em dois grandes grupos, processos aeróbios e
anaeróbios. Observou-se uma tendência histórica em se comparar tais modalidades, enfatizando-se as
vantagens e as desvantagens de cada grupo. Entretanto, hoje é consenso o interesse na associação dos
processos, obtendo-se com isso importantes vantagens técnicas e econômicas.
Os processos biológicos podem ser classificados também em função do tipo de reator, que pode
ser de crescimento em suspensão na massa líquida ou de biomassa aderida. Nos reatores de
crescimento em suspensão, não há suporte inerte para a aderência dos microrganismos, que crescem
geralmente floculados e em suspensão na massa líquida. No caso dos reatores aeróbios, o próprio
sistema de aeração acumula a função complementar de manter os sólidos biológicos em suspensão.
Nos reatores de biomassa aderida, há introdução de material de enchimento como areia, pedras ou
plástico, dentre outros, que podem se manter fixos ou móveis no reator, garantindo a aderência da
biomassa que cresce sob a forma de biofilme aderido ao meio inerte.
Os processos biológicos podem ser classificados ainda em função da retenção ou não de
biomassa. Entendendo-se por biomassa os microrganismos responsáveis pela degradação de matéria
orgânica dos esgotos. Nos processos em que não se pratica retenção de biomassa, o tempo de detenção
hidráulica, que é o tempo de passagem do esgoto pelo sistema, é equivalente ao tempo médio de
residência celular, também conhecido por idade do lodo, que representa o tempo de permanência dos
microrganismos no sistema. Assim, se é desejado que os microrganismos permaneçam durante
determinado período no reator, os esgotos deverão ser retidos pelo mesmo período, o que torna as
dimensões do sistema relativamente elevadas. É o caso, por exemplo, das lagoas aeradas
mecanicamente de mistura completa. Nos sistemas com retenção de biomassa, este mecanismo deverá
ser produzido de alguma forma. Quando se empregam reatores de crescimento em suspensão na massa
líquida, como são os tanques de aeração dos processos de lodos ativados, a retenção de biomassa é
feita recirculando o lodo sedimentado nos decantadores posicionados à jusante do reator biológico. Já
nos reatores de biomassa aderida, sejam de leito fixo ou móvel, a retenção de biomassa é garantida
pela própria aderência dos microrganismos ao meio suporte formando os biofilmes. Os reatores com
retenção de biomassa compõem os chamados sistemas de tratamento compactos que, por permitirem
maior concentração de microrganismos ativos, possuem maior capacidade de recebimento de carga de
esgotos quando comparado ao mesmo volume de reator onde não se procede a retenção do lodo.
O processo de lodos ativados pode ser enquadrado como tratamento aeróbio, de crescimento
em suspensão na massa líquida e com retenção de biomassa. A introdução de oxigênio pode ser feita
através de diferentes formas, como por meio de aeradores superficiais, sistemas com difusores, até
mesmo oxigênio puro pode ser introduzido diretamente nos tanques. Os sólidos biológicos crescem na
forma de flocos e são mantidos em suspensão pelo equipamento de aeração, não há meio suporte de
biomassa. A retenção de biomassa é feita através de recirculação do lodo separado nos decantadores
secundários.
O resultado da interação entre microrganismos e matéria orgânica nos tanques de aeração é a
formação de flocos. Polímeros extracelulares produzidos pelos microrganismos são os principais
agentes.
Para a ocorrência de flocos densos é necessário que determinadas condições ambientais dentro
dos reatores estejam controladas. As principais condições são descritas a seguir:
• Neutralidade do meio: Fora da faixa neutra, o número de grupos de microrganismos
que se desenvolvem é menor, dando maio r oportunidade para desequilíbrios e
predominância de microrganismos maus formadores de flocos.
• Nutrientes: A presença dos principais nutrientes, sobretudo compostos de nitrogênio e
fósforo, deve ser bem administrada. A deficiência no meio dos principais nutrientes
proporciona a prevalência indesejável de certos grupos de microrganismos.
• Oxigênio: O oxigênio deve ser adicionado em quantidade suficiente para garantir o
processo metabólico dos microrganismos que se desenvolvem no tanque reator e
manter um pequeno saldo, que é a segurança contra a ocorrência de anaerobiose.
• Substâncias Tóxicas: É necessário o controle de substâncias tóxicas ou potencialmente
inibidoras, que podem ser descarregadas pelos efluentes industriais. Alguns problemas
em tratamentos biológicos são causados pela presença em quantidade excessiva de
compostos fenólicos ou de óleos e graxas, por exemplo.
O lodo do processo de Lodos Ativados é constituído por flocos. Estes flocos são formados por
fragmentos orgânicos não digeridos, por uma fração inorgânica (por exemplo grãos de areia), por
células mortas e, principalmente, uma grande variedade de bactérias dos gêneros: Pseudomonas,
Achromobacter, Flavobacterium, Citromonas, Zooglea, além de bactérias filamentosas.
Um verdadeiro ecossistema é formado no tanque de aeração de um sistema de lodos ativados.
As bactérias são os principais decompositores de matéria orgânica dos esgotos por assumirem grandes
massas em intervalos de tempo mais reduzidos do que os outros microrganismos heterotróficos.
Quando as condições ambientais são adequadas, surgem as zoogleas, flavobactérias, aerobacter,
pseudomonas e alcalígenes, responsáveis por boa biofloculação. Quando isto não ocorre, podem
predominar excessivamente bactérias filamentosas e outras bactérias responsáveis pelo
intumescimento filamentoso do lodo, que leva à sua flutuação nos decantadores.
Além das bactérias, protozoários são importantes organismos em sistemas de lodos ativados
pois, além de consumirem matéria orgânica, consomem bactérias mal floculadas, dando polimento ao
efluente tratado. Aparecem mais rapidamente protozoários fixos e, sucessivamente os ciliados cuja
presença indica boas condições do lodo biológico. De fato, a presença de protozoários é determinante
para o bom andamento do processo, que evolui em direção ao aparecimento de micrometazoários
como os rotíferos, cuja presença excessiva pode indicar lodo com idade demasiadamente elevada.
Bactérias:
Bactérias não filamentosas: os principais gêneros de bactérias não filamentosas são: Bacillus,
Aerobacter, Pseudomonas, Achromobacter, Flavobacterium, Alcaligenes, Arthrobacter, Citromonas e
Zooglea.
A Zooglea ramigera tem especial importância devido à formação de uma cápsula amorfa de
muco que envolve as sua células. O crescimento excessivo desta bactéria leva à formação de flocos
volumosos e de consistência gelatinosa que sedimentam mal. Esse fenômeno é conhecido como
intumescimento não filamentoso ou bulking zoogleal.
Bactérias filamentosas: as bactérias filamentosas estão presentes no processo de lodos
ativados no interior dos flocos formando a macroestrutura. Sua presença contribui para uma boa
eficiência do processo, já que possuem alta capacidade de consumir matéria orgânica e,
conseqüentemente produzem um efluente final de boa qualidade.
Enquanto o número de bactérias filamentosas permanecer constante sem prejudicar a
sedimentação do lodo, normalmente não haverá problema. O crescimento em abundância dos
organismos filamentosos, como efeito de algum desequilíbrio operacional do sistema, forma uma
macroestrutura semelhante a uma rede, que interfere na sedimentação e compactação do floco
bacteriano, além da competição com as demais espécies bacterianas pelo substrato orgânico.
Fungos: os fungos não são habitantes freqüentes em lodos ativados. Seu desenvolvimento
pode ser estimulado quando prevalecem condições, tais como: pH baixo (5,0), presença de grande
quantidade de carboidratos e deficiência de nutrientes. Os fungos são tão eficazes quanto às
bactérias na estabilização da matéria orgânica mas, por serem filamentosos, podem levar ao
sistema ao bulking quando presentes em grande número.
Algas: embora não seja o ambiente propício para o crescimento devido a ausência de luz
provocada pela turbidez do meio, algumas algas podem estar presentes.
Outro: Nos reatores biológicos aeróbios são também encontrados protozoários e
micrometazoários, indicados como clarificadores do meio. As bactérias constituem a base
nutricional dos protozoários, e estes, em conjunto com as próprias bactérias, são consumidos pelos
micrometazoários. Os protozoários podem ser subdivididos em grupos de acordo com o tipo de
organela utilizada para a locomoção e captura de alimentos: ciliados, flagelados, amebas,
micrometazoários.
De modo geral, o sistema de lodo ativado é composto de um tanque de aeração, com sistema
de aeração específico seguido de um decantador secundário, podendo apresentar alguma modificação
segundo a variação desejada.
Tanque de Aeração
Também chamado de reator biológico, o tanque de aeração é o local onde ocorrerá a depuração
“otimizada” do afluente. O reator biológico possui um volume reduzido e alta concentração de
microrganismos, chamados de “Lodos Ativados” que realizam a depuração.
O processo de degradação da matéria orgânica consome oxigênio. Portanto, o reator biológico
deverá ser integrado por um equipamento de aeração, que forneça o oxigênio necessário ao reator. Este
equipamento deverá ser capaz de transferir a quantidade de oxigênio necessário à sobrevivência e ao
crescimento da microbiota presente no reator.
Agitadores Mecânicos
Neste sistema o oxigênio é introduzido no tanque de aeração graças à ação de agitadores
mecânicos que por forte agitação expõem à atmosfera pequenas partículas e filmes delgados do líquido
permitindo a transferência do oxigênio e a dispersão e incorporação do ar no meio líquido. Este
sistema apresenta as seguintes vantagens em relação aos difusores:
não existem partes submersas;
não apresenta risco de entupimento;
imprime maior turbulência ao meio líquido
são de fácil instalação.
Apresentam as seguintes desvantagens:
menor flexibilidade em relação ao controle de oxigênio dissolvido no tanque;
possibilidade de maior formação de aerossóis;
manutenção preventiva de grande número de unidades (estações de grande porte);
problemas de ruído.
Os sistemas de aeração por ar difuso podem ser classificados segundo a porosidade do difusor,
e, portanto, segundo o tamanho da bolha produzida:
• difusor poroso (bolhas finas e médias): prato, disco, domo e tubo;
• difusor não poroso (bolhas grossas): tubos perfurados ou com ranhuras;
• outros sistemas: aeração por jatos, aeração por aspiração, tubo em U.
Geralmente os difusores porosos são feitos de materiais cerâmicos, plásticos e membranas
flexíveis. O tipo cerâmico é mais antigo, sendo que, atualmente o material utilizado é à base de óxido
de alumínio ou grãos de sílica vitrificados ou resinados. Os difusores de plástico foram recentemente
desenvolvidos, tendo vantagens através da redução do peso e baixo custo, embora possam ser menos
resistentes. Já os difusores de membranas são bastante antigos, sendo representado por uma membrana
que, ao receber o ar, infla-se, permitindo o alargamento de minúsculas aberturas. Quando o ar é
desligado, a membrana encolhe-se, fechando os orifícios. Os aeradores por aspiração possuem uma
hélice na extremidade inferior (imersa no líquido), a qual, ao girar, cria uma subpressão, succionando
o ar atmosférico de uma ranhura situada na parte superior (fora do líquido). O ar é difundido no meio
líquido na forma de pequenas bolhas, responsáveis pela oxigenação e mistura da massa líquida.
Os aeradores por aspiração são apresentados em alguns textos como aeradores por ar difuso,
por gerarem bolhas de ar no meio líquido.
Segundo a ABNT,1989, os diâmetros das bolhas considerados na caracterização do tipo de
aeração por ar difuso são:
bolha fina: diâmetro inferior a 3 mm
bolha média: diâmetro entre 3 e 6 mm
bolha grossa: diâmetro superior a 6 mm.
Decantadores Secundários
Onde:
th = tempo de detenção hidráulica (h)
V = volume do reator (m3 )
Q = vazão (m3 h-1 );
th= V/Q
Valores usuais de tempo de detenção hidráulica (TDH
ou Th )
Sistema TDH
Conve ncional 1,8 – 8,0
Mistura completa 3,0 – 5,0
Estabilização por contato 1,5 – 3,0
Lodos Ativados
Aeração Prolongada 18 – 36
Aeração escalonada 3,0 – 5,0
Oxigênio Puro 1,0 – 3,0
Caso a biomassa permaneça no sistema por um período mais longo, da ordem de 18 a 30 dias
(daí o nome aeração prolongada), recebendo a mesma carga de DBO do esgoto bruto que o sistema
convencional, haverá menor disponibilidade de alimento para as bactérias (relação F/M de apenas 0,07
a 0,15 kg DBO/kg SSVTA.dia). A quantidade de biomassa (kg SSVTA) é maior que no sistema de
lodos ativados convencionais, o volume do reator aeróbio também maior, e o tempo de detenção do
líquido é em torno de 16 a 24 horas. Portanto, há menos matéria orgânica por unidade de volume do
tanque de aeração e também por unidade de biomassa do reator. Em decorrência, as bactérias, para
sobreviver, passam a utilizar nos seus processos metabólicos a própria matéria orgânica biodegradável
componente das suas células. Esta matéria orgânica celular é convertida em gás carbônico e água, por
meio da respiração. Isto corresponde a uma estabilização da biomassa, ocorrendo no próprio tanque de
aeração.
Enquanto no sistema convencional a estabilização do lodo é feita em separado (na etapa de
tratamento de lodo), usualmente em ambiente anaeróbio, na aeração prolongada ela é feita
conjuntamente, no próprio reator. O consumo adicional de oxigênio para a estabilização de lodo
(respiração endógena) é significativo e inclusive pode ser maior que o consumo para metabolizar o
material orgânico do afluente (respiração exógena).
Já que não há necessidade de se estabilizar o lodo biológico excedente, procura-se evitar
também, no sistema de aeração prolongada, a geração de alguma outra forma de lodo, que venha a
requerer posterior estabilização. Deste modo, os sistemas de aeração prolongada usualmente não
possuem decantadores primários, para evitar a necessidade de se estabilizar o lodo primário. Com isto,
obtém-se uma grande simplificação no fluxograma do processo: não há decantadores primários nem
unidades de digestão de lodo (ver figura abaixo).
A conseqüência desta simplificação do sistema é o gasto com energia para aeração, já que o
lodo é estabilizado aerobiamente no tanque de aeração. Por outro lado, a reduzida disponibilidade de
alimento e a sua praticamente total assimilação fazem com que a aeração prolongada seja a variante do
processo de lodos ativados mais eficiente na remoção de DBO.
Deve-se destacar, no entanto, que a eficiência de qualquer variante do processo de lodos
ativados está intimamente associada ao desempenho do decantador secundário. Caso haja perda de
sólidos no efluente final, haverá uma grande deterioração na qualidade do efluente,
independentemente do bom desempenho do tanque de aeração na remoção da DBO.
Na Tabela 1 constam as principais diferenças entre estes dois métodos de lodo ativados e na
Tabela 2 as principais características dos sistemas com idade do lodo convencional e aeração
prolongada.
Tabela 1. Variantes dos processos de tratame nto biológico por lodos ativados.
Tabela 2. Valores de comparação em termos de eficiência, requisitos e custos nas duas principais
variáveis de sistema de lodos ativados (convencional e aeração prolongada).
Item Geral Item específico Idade do Lodo
Convencional Aeração Prolongada
Eficiência DBO (%) 85 – 93 93 – 98
Nitrogênio (%) 30 – 40 15 – 30
Fósforo (%) 30 – 45 10 – 20
Coliformes (%) 60 – 90 65 – 90
Requisitos Área (m2 /hab) 0,2 – 0,3 0,25 – 0,35
Potência (W/hab) 1,5 – 2,8 2,5 – 4,0
Quantidade de lodo a tratar Volume (m3 /hab.a) 1,1 – 1,5 0,7 – 1,2
Custos Implantação (US$/hab) 60 – 120 40 – 80
Fonte: VON SPERLING, 1996
A duração de cada ciclo pode ser alterada em função das variações da vazão afluente,
necessidades de tratamento e características do efluente e da biomassa do sistema.
Há algumas modificações nos sistemas de fluxo intermitente, relacionadas, tanto à forma de
operação, quanto à seqüência e duração dos ciclos associados a cada fase do processo. Estas variações
permitem simplificações no processo ou remoção biológica dos nutrientes.
Esquema de sistema de lodos ativados com operação intermitente
Ø Lodos ativados como pós-tratamento de reatores anaeróbios
Uma alternativa, que vem sendo adotada recentemente, é a utilização de um sistema de lodos
ativados convencionais, como pós-tratamento de efluentes de Reatores Anaeróbios tipo UASB. Neste
caso ao invés do decantador primário tem-se o reator UASB.
Fluxograma de um sistema composto por reator UASB seguido por lodos ativados.
As principais vantagens desta configuração são:
redução na produção de lodo (≤ 50%);
redução do consumo de energia (~ 70% da DBO 5 é retirada no reator UASB);
redução no consumo de produtos químicos para desidratação;
menor número de unidades diferentes a serem implementadas;
menor necessidade de equipamentos;
maior simplicidade operacional.
O efluente a ser tratado e o lodo recirculado entra na cabeça do tanque de aeração e é misturado por ar
difuso ou aeração mecânica. A aplicação do ar geralmente é uniforme por todo o comprimento do
tanque. Durante o período de aeração ocorre adsorção, floculação e oxidação da MO. Os sólidos são
separados no decantador secundário.
afluente
decantado
CONTROLE DE PROCESSO
O controle de processos de lodos ativados é importante para manter os níveis de tratamento sob
uma faixa variável de condições de operação. Os principais fatores usados em controle de processo
são:
manutenção dos níveis de Oxigênio Dissolvido (OD) nos tanques de aeração;
regulagem da quantidade do retorno de lodo (RAS – return activated sludge);
controle da quantidade de lodo descartado (WAS – waste activated sludge).
Os parâmetros mais comuns para controlar o processo de lodo ativado são: a razão F/M
(relação alimento:microrganismo) e a θ c (idade de lodo). A concentração do SSV, no reator, também é
usada como um parâmetro de controle. O retorno de lodo é utilizado para manter esta concentração, e
o WAS é importante para controlar o θc. O uso da taxa de aplicação de oxigênio ou taxa de oxigenação
(OUR – Oxigen uptake rates) também tem sido reconhecida como meio de monitoramento e controle
do processo de lodo ativado.
CONSIDERAÇÕES DE PROJETO
2 - Critérios de carga
F Q.S0 S0
= F =
M V. X v ou M th X v
onde,
S0 = concentração de DBO ou DQO afluente, mg L-1 ;
th = tempo de detenção hidráulica no tanque de aeração h-1 ;
V = volume do tanque de aeração (m3 );
Q = vazão afluente, m3 d-1 ;
Xv = concentração de SS voláteis no tanque de aeração, mg L-1 .
No caso do cálculo, baseando-se no volume do reator, assume-se que toda conversão ocorre
no reator.
f = Q.S o
V.Xt
d) Relação entre o tempo de detenção celular e F/M
1 F E
=Y − Kd
θc M 100
onde:
E = eficiência do processo, %
Y = coeficiente de produção celular, mg de microorganismos produzidos por mg de matéria orgânica
removida, mg SSV/mg DBO 5
Kd = coeficiente de decaimento de microorganismos, d-1
3) Produção de lodo
Vantagens do tratamento por lodos ativados:
maior eficiência de tratamento;
maior flexibilidade de operação;
menor área ocupada em relação ã filtração biológica.
Desvantagem
operação mais delicada;
necessidade de completo controle de laboratório;
custo maior de operação em relação ã filtração biológica.
O teor de lodo é o volume de lodo que sedimenta num cone ou cilindro de 1 litro após meia
hora.
Qr
TL = x1000
Q + Qr
O teor de lodo é muitas vezes referido como resíduo seco em peso. O lodo de boa qualidade
contém da ordem de 98,5% de água e 1,5% de sólidos.
Alguns índices são considerados como controladores do processo de formação e
sedimentabilidade do lodo. O mais empregado é o índice volumétrico de lodo (IVL), que por
definição representa o volume em mililitros ocupado por um grama de lodo, após sua sedimentação de
30 minutos.
TL
IVL = x1000
conc.lodo sec o
Os valores de IVL entre 40 e 150 indicam uma boa qualidade do lodo formado; valores acima
de 200 são normalmente indicativos de um lodo de qualidade inferior.
4) Consumo de oxigênio
massa.total massa.M .O
kgO2 / d = kg / d − 1,42 kg / d
DBOu utilizada descartada
Q (S 0 − S )
Matematicamente: kgO2 / d = − 1, 42P( x )
f . 103
Quando a nitrificação deve ser considerada, os requisitos totais de oxigênio podem ser
calculados como se segue:
Q( S0 − S ) 4,57 Q(N 0 − N )
kgO2 / d = − 1,42 P(x ) +
f .10 3 10 3
b) Controle de OD
A quantidade de O2 transferida aos tanques de aeração é teoricamente igual à quantidade de
oxigênio requerida pelos microorganismos no sistema de lodos ativados para oxidar o material
orgânico e para manter o nível desejado de OD residual. Quando o oxigênio é fator limitante para
crescimento de microorganismos, há a predominância de organismos filamentosos. Na prática, a
concentração de OD deve ser mantida de 1,5 a 4,0 mg L-1 no reator; 2 mg L-1 é um valor usual.
Valores acima de 4 mg L-1 não melhora o sistema significativamente, mas aumenta consideravelmente
os custos de aeração.
CONTROLE E PERTURBAÇÕES
Idade do lodo
Idade do Faixa da idade Carga de Denominação
lodo do lodo DBO usual
Reduzidíssima < 3 dias Altíssima Aeração modificada
Reduzida 4 a 10 dias Alta Lodos ativados convencional
Intermediária 11 a 17 dias Intermediária -
Elevada 18 a 30 dias Baixa Aeração prolongada
2) Problemas com formação de escuma : A presença de escuma dentro do tanque é normal dentro de
condições padrão, o normal é ter de 10 a 25% de cobertura da área superficial com espessura reduzida,
em torno de 5 a 8 cm..
§ Escuma branca: é usual no início de operação do tanque de aeração,
Causa: indica SSV baixo ou alta relação F/M.
Solução: Deve-se aumentar a concentração de SSV, aumentar o retorno ou a idade do lodo.
Reduzir ou suspender o descarte de lodo em excesso;
§ Escuma marrom-castanho:
Causa: de forma excessiva tanto em quantidade quanto em espessura indica lodo com
elevada idade ou presença de organismos filamentosos.
Solução: Como correção deve-se diminuir a idade do lodo, corrigir os descartes, diminuir
SSV;
§ Escuma marrom-escura ou negra
Causa: indício de má distribuição ou insuficiência de OD
Solução: fazer as devidas correções.