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TRATAMENTO DE ÁGUAS

RESIDUÁRIAS
Parte 2

Tratamento Biológico de Águas Residuárias


Profa. Yovanka Ginoris
TRATAMENTO ÁGUAS
RESIDUÁRIAS
TRATAMENTO BIOLÓGICO
ASPECTOS GERAIS

DISPOSIÇÃO DE SOLO OU CORPO


ESGOTO BRUTO RECEPTOR

TEM CAPACIDADE PARA NATUREZA


TRATAR DETERMINADOS
TIPOS DE EFLUENTES
TRATAMENTO ÁGUAS
RESIDUÀRIAS
Tratamento biológico

Tratamento biológico

O2

Anaeróbio Aeróbio
TRATAMENTO BIOLÓGICO
ASPECTOS GERAIS

TRATAMENTO
OCORRE
BIOLÓGICO DE NATURALMENTE
ESGOTO SOLO OU ÁGUA

Confinamento dos microrganismos que se desenvolvem no solo e na água


de maneira racional e oferecendo condições para alcançar a maior
eficiência possível - redução do tempo de detenção hidráulica
- aumento da eficiência das reações bioquímicas
TRATAMENTO BIOLÓGICO
ASPECTOS GERAIS

REATOR BIOQUÍMICO

AFLUENTE

REAÇÕES
BIOQUÍMICAS

EFLUENTE

MICRORGANISMOS
TRATAMENTO BIOLÓGICO
ASPECTOS GERAIS

Crescimento suspenso

Microrganismos

Biomassa imobilizada
TRATAMENTO BIOLÓGICO
ASPECTOS GERAIS

OBJETIVO PRINCIPAL:
REMOÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA SOLÚVEL OU FINAMENTE PARTICULADA

AERÓBIO ANAERÓBIO

LODOS ATIVADOS REATOR UASB


VALOS DE OXIDAÇÃO FILTRO ANAERÓBIO
LAGOA AERÓBIA LAGOA ANAERÓBIA
ETC

LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO FACULTATIVA


TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS
FUNDAMENTOS DA DIGESTÃO ANAERÓBIA

Quebra e assimilação de
DIGESTÃO alimentos: biopolímeros como
proteínas, polissacarídeos,
lipídeos e ácidos nucléicos

Processo complexo que envolve


DIGESTÃO populações microbianas
diversificadas e que mantém
ANAERÓBIA relações simbióticas entre si

consiste basicamente na degradação biológica de substâncias


complexas na ausência de oxigênio
TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

MATÉRIA ORGÂNICA

Microrganismos anaeróbios

CH4 + CO2
Biogás
Matéria orgânica complexa
Proteína, carboidrato, lipídeos
HIDRÓLISE
(Bactérias fermentativas)

Açúcar, aminoácidos e peptídeos

ACIDOGÊNESE
(Bactérias fermentativas)

Ácidos orgânicos:
acético, propiônico, butírico, etc.
ACETOGÊNESE

H2 + CO2 Acetato
METANOGÊNESE

Metano + CO2

Seqüência metabólica e grupos microbianos envolvidos na digestão anaeróbia


TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS
BACTÉRIAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO

ETAPA HIDROLÍTICA DOS POLÍMEROS ORGÂNICOS

•microrganismos envolvidos: bactérias hidrolíticas


fermentativas

•matéria orgânica complexa é transformada em


determinada forma que possa atravessar a parede celular
→ enzimas hidrolíticas extra celulares

•não ocorre remoção da matéria orgânica


TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

BACTÉRIAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO

ETAPA FERMENTATIVA

•inúmeros compostos são metabolizados a diferentes produtos


intermediários de alta energia e muitos produtos finais

•nas fermentações ocorre uma série de reações de oxiredução


até o produto final.
TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

BACTÉRIAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO

ETAPA ACETOGÊNICA

•microrganismos envolvidos: bactérias acetogênicas

•as acetogênicas produzem ácido acético e hidrogênio a


partir de ácidos voláteis de cadeia maior que o acético.
TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

BACTÉRIAS ENVOLVIDAS NO PROCESSO

ETAPA METANOGÊNICA

•estritamente anaeróbias

•utilizam poucos substratos como fonte de energia na


produção de metano → acetato, hidrogênio e dióxido de
carbono, formiato e metanol e algumas metilaminas

-HIDROGENOTRÓFICAS: UTILIZAM H2 E CO2

-ACETOTRÓFICAS: UTILIZAM ACETATO


TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

BALANÇO DE DQO-PROCESSO ANAERÓBIO

LODO

DQO
TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

REQUISITOS AMBIENTAIS

✓na digestão anaeróbia deve haver um rigoroso


controle das condições ambientais, uma vez que o
processo requer interações das bactérias
fermentativas e metanogênicas

✓condições químicas e físicas proporcionam a


seleção de organismos mais adaptados com o
ambiente, os quais por sua vez podem variar rápida e
frequentemente
TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

REQUISITOS AMBIENTAIS - temperatura

✓A temperatura → importante na seleção das espécies


Três faixas de
- psicrofílica : 0 a 20o C
temperaturas - mesofílica: de 20 a 45 oC
- termofílica: de 45 a 70 oC

Processo mais atrativo → regiões tropicais


TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

REQUISITOS AMBIENTAIS – pH, alcalinidade


✓importantes para o controle e a operação adequada dos
processos anaeróbios

✓bactérias metanogênicas tem crescimento ótimo na faixa


de pH entre 6,6 e 7,4 (6,0 e 8,0 tem metano)

✓bactérias acidogênicas são menos sensíveis ao pH que as


metanogênicas
-podem estar ativas em pH de 4,5
-tem crescimento ótimo na faixa de 5,0 a 6,0
TRATAMENTO ANAERÓBIO DE
ÁGUAS RESIDUÁRIAS

ALCALINIDADE E CAPACIDADE DE TAMPONAMENTO


✓tamponamento: capacidade de uma solução em evitar
mudanças no pH
GERADA NO PROCESSO: através
da decomposição de compostos
durante a digestão

ALCALINIDADE
ADICIONADA NO PROCESSO:
Cal hidratada (Ca (OH)2)
Cal virgem (CaO)
Carbonato de sódio ( Na2CO3)
Bicarbonato de sódio (NaHCO3)
Hidróxido de sódio (NaOH)
Bicarbonato de amònia (NH4HCO3)
TRATAMENTO ANAERÓBIO DE ÁGUAS
RESIDUÁRIAS
TRATAMENTO AERÓBIO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS

Utilização da matéria orgânica carbonácea


Síntese
bactérias aeróbias
Matéria Orgânica + OD Material celular + CO2 + H2O + Energia
Respiração Endógena
Material Celular + OD CO2 + H2O + NH3 + Energia
bactérias aeróbias
Matéria Orgânica + OD CO2 + H2O + NH3 + Energia

Utilização da matéria orgânica nitrogenada (Nitrificação)


nitrosomonas -
NH4 + OD NO2 + H+ + H2O
nitrobacter =
NO2 + OD NO3

Desnitrificação
Ocorre em ausência de oxigênio livre e na presença de nitrato
= bactérias facultativas
NO3 + H+ N2 (gás) + OD + H2O
Comparação Processos Biológicos
MO → CO2 + CH4 + BIOMASSA MO + O2 → CO2 + H2O + BIOMASSA

Biogás
CO2
70-85%
30-50%

DQO Reator DQO


DQO Reator DQO
100% Anaeróbio 10-30%
100% Aeróbio 5-15%

Lodo
Lodo
5-15%
50-70%
- Convencional
- Lodos ativados - Aeração prolongada
- Sequencial de batelada
-Outros
- Meio
- Facultativa
suspenso

Aeróbio
- Sistema Australiano
- Lagoas de - Aerada faculatativa
Estabilização - Aerada de mistura completa +
de decantação
- Maturação ou polimento (*)
TRATAMENTO
BIOLÓGICO -Leito fixo -Filtros biológicos
(biofilme) -Biodiscos
Anaeróbio

- Reator anaeróbio de fluxo ascendente


- Meio
(RAFA ou UASB)
suspenso
-Fossas e tanques sépticos
- Lagoa anaeróbia

-Leito fixo -Filtro anaeróbio


Alternativos

- Disposição no solo
- “Wetlands” naturais ou construídos
- Filtros de areia ou de pedregulho
- outros
Lagoa Facultativa - Funcionamento

Fotossíntese
CO2

Respiração
Energia
luminosa
DBO
solúvel

O2

ventos
O2 CO2

aeróbia
Zona aeróbia
Afluente (DBO) DBO solúvel

Zona facultativa

anaeróbia
DBO
suspensa CO2 CH4 H2S

Dia Noite
Camada de lodo
Tratamento Biológico – Lagoas de Estabilização

Tempo Detenção = 15 a 30 dias Profundidade = 1,30 a 1,70m

L. Anaeróbia L. Facultativa
Tempo Det. = 4 a 5 dias Tempo Det. = 6 a 12dias
Profundidade = 4 a 5m Profundidade = 1,3 a 1,7m
Tratamento Biológico – Lagoas de Estabilização
Sistema Australiano
Lagoas Facultativas (Lagoa anaeróbia + Lagoa Facultativa)

Vantagens Vantagens
◼ Eficiência satisfatória ◼ Eficiência satisfatória
◼ Remoção de Patógenos ◼ Remoção de Patógenos
◼ Construção e operação simples ◼ Construção e operação simples
◼ Baixo custo de implantação ◼ Baixo custo de implantação
◼ Sem equipamentos mecânicos ◼ Sem equipamentos mecânicos
◼ Menor área que a lagoa facultativa
Desvantagens
◼ Muita Área
◼ Padrão de Lançamento Desvantagens
◼ Necessidade de remoção de algas ◼ Muita Área
◼ Efluente varia com condições ◼ Padrão de Lançamento
climáticas ◼ Necessidade de remoção de algas
◼ Possibilidade de crescimento de ◼ Efluente varia com condições climáticas
insetos
◼ Possibilidade de cresc. de insetos
◼ Odores
Tratamento Biológico – Lagoas de Estabilização

ETE Brazlândia

Vazão do projeto: 87 l/s


Vazão média atual: 41 l/s
Área de atendimento: Brazlândia
Tipo de Tratamento: Lagoa
anaeróbia + Lagoa facultativa
Corpo Receptor: Rio Verde, em
Goiás (efluentes são exportados)
Tratamento Biológico – Lagoas de Estabilização

L. Aerada L. Decantação (2 dias)


Tempo Det = 24 a 100 horas Remoção de Lodo = 2 a 4 anos
Profundidade = 2 a 4m Profundidade = 3 a 5m

Vantagens Desvantagens
◼ Eficiência satisfatória ◼ Equipamentos areação
◼ Remoção de Patogênico ◼ Energia elétrica
◼ Construção e operação simples ◼ Sofisticação
◼ Baixo custo de implantação ◼ Lodo de 2 a 5 anos
◼ Sem odor
◼ Remoção do lodo
◼ Menor área que anteriores
Lagoas de Estabilização – Lagoas aeradas

ETE Vale do Amanhecer


Vazão do projeto: 35 l/s
Vazão média atual: 18 l/s
Área de atendimento: Vale do Amanhecer
Tipo de Tratamento: Reator anaeróbio de
fluxo ascendente (RAFA) + Lagoa aerada
facultativa + Lagoa de maturação
Corpo Receptor: Rio São Sebastião
Lagoas de Estabilização – Lagoas aeradas
Lodos Ativados - Aeróbio

Lodos Ativados
função: Remoção Complementar de Matéria Orgânica
Decantador Secundário ( placas paralelas )
função: Separação do Lodo do Efluente Tratado
Sistemas Biológicos de Tratamento
Lodos Ativados Convencional

Lodos Ativados
Tempo Detenção = 4 a 12 horas
Tempo de detenção de sólidos: 4 a 10 dias
Profundidade = 2 a 4m
Lodos Ativados – Floco de lodo ativo
Tratamento Biológico Aeróbio – Meio Suspenso
Tanque de aeração
Tipos de Aeração - Aeração
Superficial
Lodos Ativados

Vantagens Desvantagens

◼ Eficiência elevada DBO ◼ Elevado Custo


◼ Remoção de N e P implantação, operação
e manutenção
◼ Área Pequena
◼ Elevado consumo
◼ Processo confiável
Energia elétrica
◼ Flexibilidade
◼ Sofisticação
operacional
◼ Lodo diário
◼ Sem odor
◼ Transporte lodo
Sistemas Biológicos de Tratamento
Lodos Ativados Aeração Prolongada

Tempo Detenção = 16 a 36 horas


Tempo de detenção de sólidos = 18 a 30 dias
Profundidade = 2 a 4m
Lodos Ativados – Aeração
Prolongada

Vantagens Desvantagens

◼ Eficiência elevada DBO ◼ Elevado Custo


◼ Remoção de N e P implantação, operação
◼ Área Pequena e manutenção
◼ Processo confiável ◼ Elevado consumo
Energia elétrica (
◼ Flexibilidade maior)
operacional
◼ Sofisticação (maior)
◼ Sem odor
◼ Lodo diário
◼ Menos Lodo
◼ Transporte lodo
Sistemas Biológicos de Tratamento
Lodos Ativados – Batelada –Fluxo Intermitente
Sistemas Biológicos de Tratamento
Lodos Ativados – Batelada –Fluxo Intermitente
ETE Riacho Fundo I

Vazão do projeto: 94 l/s


Vazão média atual: 46 l/s
Área de atendimento: Riacho Fundo I
Tipo de Tratamento: Lodos ativados + Remoção biológica de
nutrientes por batelada
Corpo Receptor: Riacho Fundo
GRADEAMENTO E DECANTADOR REATORES DECANTADOR POLIMENTO LAGO
DESARENADOR PRIMÁRIO BIOLÓGICOS SECUNDÁRIO FINAL PARANOÁ

DIGESTOR ADENSADOR ADENSADOR DIGESTOR DESAGUAMENTO


QUEIMA ANAERÓBIO POR GRAVIDADE POR FLOTAÇÃO AERÓBIO MECANIZADO

Esquema de funcionamento da ETE Sul


Sistemas Biológicos de Tratamento
Lodos Ativados – Batelada –Fluxo Intermitente

Fonte: Batista (2015)


Sistemas Biológicos de Tratamento

Fonte: Batista (2015)


Tratamento Biológico Aeróbio – Meio fixo
Tratamento Biológico Aeróbio – Meio fixo
Tratamento Biológico Anaeróbio - Meio Suspenso
Tratamento Biológico Anaeróbio
Tratamento Biológico Anaeróbio - Meio Suspenso
Reator UASB
Sistemas Biológicos de Tratamento

Reator UASB
UNIDADE ANAERÓBIA DE TRATAMENTO

Reator Anaeróbio de Manta de Lodo - UASB


função: Remoção de Matéria Orgânica
Reator Anaeróbio - UASB

Vantagens Desvantagens

◼ Baixo consumo ◼ Longo período de


energia partida
◼ Baixa Produção lodo ◼ Sensibilidade do
◼ Utilização do gás CH4 processo
◼ Pode ser ◼ Possibilidade de mau
interrompido a odor
alimentação
Sistemas Biológicos de Tratamento
Filtro Anaeróbio
Tendência

◼ Processo Anaeróbio + processo


Aeróbio

◼ Processo Anaeróbio + processo


físico-químico

◼ Processo Anaeróbio/Aeróbio +
Disposição no Solo
Tratamento Biológico Anaeróbio - Meio Suspenso
Tratamento Biológico – Aplicação no Solo
irrigação
Tratamento Biológico – Aplicação no Solo
Tratamento Biológico – Aplicação no Solo
Tratamento Biológico – Comparação
Tratamento Biológico – Comparação
Enfim...a realidade.

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