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QUALIDADE DA ÁGUA EM AQUACULTURA

FÍSICAS QUÍMICAS

Temperatura pH e alcalinidade
Salinidade Gases dissolvidos
Sólidos em suspensão
Cor da água Nutrientes
Transparência Compostos orgânicos
Luz (qualidade e quantidade) Compostos inorgânicos
Poluentes

BIOLÓGICAS TECNOLÓGICAS

Bactérias Densidade
Fungos Taxa de renovação
Protozoários Biomassa
Fitoplâncton Carga
Flora e fauna Alimentação

Conjunto de variáveis físicas, químicas, biológicas e


tecnológicas que determinam a produtividade em aquacultura.
A qualidade da água em aquacultura pode ser determinada por
uma grande variedade de métodos, dentre os quais destacam-se
as análises químicas laboratoriais e os aparelhos eletrônicos
portáteis.
Parâmetro Método
Temperatura (oC) Termómetro
Oxigênio (mgL-1) Oxímetro
pH pHmetro
Salinidade (‰) Salinómetro
Transparência (cm) Disco de Secchi
Amônia (mgL-1) Método Berthelot ou do Indophenol
Nitrito (mgL-1) Reação de Griess ou da Sulfanilamida
Nitrato (mgL-1) Redução do Cádmio
Fosfato (mgL-1) Aminot e Chaussepied (983) ou Murphy; Riley (1962)
Alcalinidade (mgL-1) Titulação com Ácido Clorídrico
Dureza (mgL-1) Titulação com EDTA
SST, SSV e SSF (mgL-1) Gravimétrico APHA
DIA DIA
ENCOBERTO NOITE

RADIAÇÃO
SOLAR CHUVA

VENTO

Ração
CO32- Fitoplâncton O2
Água HCO3-
H2CO3
Zooplâncton CO2
Ração SAIDAS
[H+] + [OH-]
Energia NH3  NO2-  NO3-
TERMOCLINA

H2S PO42+ CH4


Ca2+
Sedimentos
anaerobios
Produtividade
(sistema aberto ou fechado)

Ambiente Organismo

-Ambiente -Espécie
-Densidade -Tamanho
-Alimento -Hábito alimentar
-Manejo -Rusticidade
-Subsídios -Saúde
-Prejuízos -Genética
-Crescimento

QUALIDADE
DA ÁGUA
Qualidade de água
Prejuízos
Melhoram a qualidade Diminuem a qualidade
da água do cultivo da água do cultivo
Falta de oxigênio
Entrada de oxigênio Abundancia de NH3, NO2-
Ausência ou baixos e H2S
níveis de NH3, NO2-, H2S Muita matéria orgânica
Pouca matéria orgânica pH longe da neutralidade
pH próximo da neutralidade Muita poluição
Pouca poluição Condições ecológicas
Condições ecológicas desfavoráveis.
favoráveis.

Subsídios
OXIGÊNIO

AMÔNIA
MATERIA
1 o ORGÁNICA

4 o
5 o
Oxigênio Dissolvido

Oxigênio
atmosférico

(+) Difusão (-)

Fotossíntese Respiração da água


(+) Oxigênio
Plantas (-) Plantas
dissolvido
Bactérias
Zooplâncton
Peixes
CO2 + H2O (-) (-)
Oxidação química

Oxidação química Bactérias e bentos

Respiração do sedimento
OBA!
RAÇÃO

FITOPLÂNCTON
OXIGÊNIO
FOTOSÍNT

SEDIMENTO

AI, AI!

RAÇÃO

FITOPLÂNCTON
OXIGÊNIO

SEDIMENTO
Saturação do
oxigênio (%)

200

100

Noite Dia Noite Dia Noite

Pouco oxigênio Nem muito nem pouco oxigênio Muito oxigênio


(subsaturado) (equilíbrio de saturação) (supersaturado)
Salinidade (‰)
Solubilidade do oxigênio Temp. ------------------------------------------------------------------
(mg/L) em função da (oC) 0 05 10 15 20 25 30 35 40
temperatura e da
salinidade (Boyd, 1989). 21 8,9 8,6 8,3 8,1 7,9 7,6 7,4 7,2 7,0
22 8,7 8,4 8,2 8,0 7,7 7,5 7,3 7,1 6,9
23 8,5 8,3 8,0 7,8 7,6 7,4 7,2 6,9 6,7
O2 medido x 100 24 8,4 8,1 7,9 7,7 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6
% = ----------------------- 25 8,2 8,0 7,7 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 6,5
O2 tabelado 26 8,0 7,8 7,6 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 6,4
27 7,9 7,7 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 6,5 6,3
28 7,8 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 6,6 6,4 6,2
29 7,6 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 6,5 6,3 6,1
30 7,5 7,3 7,1 6,9 6,7 6,5 6,3 6,2 6,0
31 7,4 7,2 7,0 6,8 6,6 6,4 6,2 6,1 5,9
32 7,2 7,0 6,9 6,7 6,5 6,3 6,1 6,0 5,8
33 7,1 6,9 6,7 6,6 6,4 6,2 6,1 5,9 5,7
34 7,0 6,8 6,6 6,5 6,3 6,1 6,0 5,8 5,6
35 6,9 6,7 6,5 6,4 6,2 6,0 5,9 5,7 5,6
36 6,8 6,6 6,4 6,3 6,1 5,9 5,8 5,6 5,5
37 6,7 6,5 6,3 6,2 6,0 5,8 5,7 5,5 5,4
38 6,6 6,4 6,2 6,1 5,9 5,8 5,6 5,5 5,3
39 6,5 6,3 6,1 6,0 5,8 5,7 5,5 5,4 5,3
40 6,4 6,2 6,0 5,9 5,7 5,6 5,5 5,3 5,2
Pouco oxigênio Nem muito nem pouco oxigênio Muito oxigênio
(subsaturado) (equilíbrio de saturação) (supersaturado)

Uma forma de verificar se está faltando (subsaturação) ou sobrando


(supersaturação) oxigênio na nossa água é verificando a solubilidade
do oxigênio presente na água.
Exemplo: Calcula a saturação de O2 em um viveiro cuja a [O2 ] é de 3,5
mgL-1 a uma temperatura de 25oC e salinidade 30‰.
% = 3,5*100/6,9= 51
Isto significa que a água está 49% abaixo de 100 (subsaturada).
A água tem praticamente a metade do oxigênio que deveria ter
normalmente. Este resultado sugere que há necessidade de trocar a
água do viveiro, fertilizar para aumentar o fitoplâncton, ligar os
aeradores, se for o caso e, se necessário, diminuir o fornecimento de
ração.

O2 do viveiro = 9,5 mgL-1


% = 9,5*100/6,9= 137
Isto significa que a água está 37% acima de 100 (supersaturado).

A sobressaturação deve-se ao excesso de fitoplâncton na água, o qual


acaba produzindo oxigênio de mais durante o dia.
Quando o fitoplâncton se encontra muito concentrado, corre-se o
risco de, durante a noite, o oxigênio ficar completamente esgotado
devido à respiração das microalgas.
Incorporação de oxigênio em ambientes aquáticos de cultivo
(aeração – oxigenação)

Vantagens:

Troca de água - Aumenta o oxigênio dissolvido


Oxigênio puro - Evita a estratificação térmica (*)
Aeração mecânica: - Distribui o plâncton e as partículas
Aeração suspensas
- Gravidade (cascatas) - Volatiliza o CO2 e a NH3
- Superfície (paddle-wheel) - Ajuda a diminuir a sedimentação da
- Difusores (blowers) matéria orgânica no fundo (*).
- Turbinas (bomba aspirante)
(*) Somente se houver circulação
AERADORES MECÂNICOS
Transparência da água
A transparência está relacionada com o material em suspensão,
tanto mineral como orgânico. É um indicador de nutrientes e de
sólidos (argila) em suspensão.

A transparência do disco de Secchi não pode ser superior à 40-


50 cm nem inferior à 25-30 cm.

Valores acima de 50 cm geram eventos de subsaturação de


oxigênio e, níveis abaixo de 30 cm, ao contrário, provocarão
eventos de supersaturação.
LUZ

Reflexão

Refração
Dispersão
Atenuação
Absorção

Atenuação (K)
devido à turbidez
da água
100%
Epilimnio:
-mais luz
-mais quente
-menos densa Epilimnio
-mais oxigênio
Zona
O2 eufótica

1%
Hipolimnio:
Ponto de
-menos luz Hipolimnio CO2 compensação
-mais fria
-mais densa
-menos
oxigênio
20 cm 30 cm

15 cm 35 cm
Bloom de microalgas
15 cm
Transparência de
disco de Secchi (cm)
TDS

Ponto de
compensação
Melhor ter transparências maiores
do que menores, pois a baixa
transparência da água impede a
luz solar atingir o fundo do
ambiente de cultivo.

Quando apenas a camada


superior de água é iluminada,
surge o fenômeno físico
conhecido como estratificação
térmica, onde a água da
superfície é sempre mais quente
do que a água do fundo.

Além desta gradiente de


temperaturas, o oxigênio da
camada iluminada será sempre
maior do que a camada escura.
COMPOSTOS NITROGENADOS

Oxidação
NH3 + H+ ↔ NH4+
Redução

Fixação NO2-
Morte e industrial
decomposição

N2 atmosférico Redução Oxidação


Excreção,
morte e
decomposição Assimilação
Fixação
metereologica NO3-
N2 em animais
Fixação
biológica
Assimilação
Alimentação N2 em plantas
Aproveitamento
(25%)

Fração sólida (13%)


Fração solúvel (62%)

Alimento

Alimento não consumido,


fezes, excreta, mudas,
(78% N e 86% P)

Aproveitamento
(22% N e 14% P)
Amônia

pH
Ácido Neutro Básico

NH4+ NH3

amônia ionizada amônia não ionizada

Nitrificação

Nitrosomonas: NH4+ + 1 ½O2 = NO2- + 2H+ + H2O


Nitrobacter : NO2- + ½O2 = NO3-
Amônia (NH3)
Ração

Proteínas

Aminoácidos

NH2
CH3-CH Desaminação
COOH (Camarão)

NH2
CH3-CH NH4+ (NH2)2CO
NH3
COOH Amonificação
(Bactérias)
pH
2NH3
CO2
Porcentagem de amônia não ionizada em água doce a diferentes valores de pH e temperatura
pH
Temperatura ---------------------------------------------------------------------------------------------------------
(oC) 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
0 0,0083 0,0261 0,0826 0,261 0,820 2,55 7,64 20,7 45,3
1 0,0089 0,0284 0,0898 0,284 0,891 2,77 8,25 22,1 47,3
2 0,0097 0,0309 0,0977 0,308 0,968 3,00 8,90 23,6 49,4
3 0,0106 0,0336 0,106 0,335 1,05 3,25 9,60 25,1 51,5
4 0,0115 0,0364 0,115 0,363 1,14 3,25 10,3 26,7 53,5
5 0,0125 0,0395 0,125 0,394 1,23 3,80 11,1 28,3 55,6
6 0,0136 0,0429 0,135 0,427 1,34 4,11 11,9 30,0 57,6
7 0,0147 0,0464 0,147 0,462 1,45 4,44 12,8 31,7 59,5
8 0,0159 0,0503 0,159 0,501 1,57 4,79 13,7 33,5 61,4
9 0,0172 0,0544 0,172 0,542 1,69 5,16 14,7 35,3 63,3
10 0,0186 0,0589 0,186 0,586 1,83 5,56 15,7 37,1 65,1
11 0,0201 0,0637 0,201 0,633 1,97 5,99 16,8 38,9 66,8
12 0,0218 0,0688 0,217 0,684 2,13 6,44 17,9 40,8 68,5
13 0,0235 0,0743 0,235 0,738 2,30 6,92 19,0 42,6 70,2
14 0,0254 0,0802 0,253 0,796 2,48 7,43 20,2 44,5 71,7
15 0,0274 0,0865 0,273 0,859 2,67 7,97 21,5 46,4 73,3
16 0,0295 0,0933 0,294 0,925 2,87 8,54 22,8 48,3 74,7
17 0,0318 0,101 0,317 0,996 3,08 9,14 24,1 50,2 76,1
18 0,0343 0,108 0,342 1,07 3,31 9,78 25,5 52,0 77,4
19 0,0369 0,117 0,368 1,15 3,56 10,5 27,0 53,9 78,7
20 0,0397 0,125 0,396 1,24 3,82 11,2 28,4 55,7 79,9
21 0,0427 0,135 0,425 1,33 4,10 11,9 29,9 57,5 81,0
22 0,0459 0,145 0,457 1,43 4,39 12,7 31,5 59,2 82,1
23 0,0493 0,156 0,491 1,54 4,70 13,5 33,0 60,9 83,2
24 0,0530 0,167 0,527 1,65 5,03 14,4 34,6 62,6 84,1
25 0,0569 0,180 0,566 1,77 5,38 15,3 36,3 64,3 85,1
26 0,0610 0,193 0,607 1,89 5,75 16,2 37,9 65,9 85,9
27 0,0654 0,207 0,651 2,03 6,15 17,2 39,6 67,4 86,8
28 0,0701 0,221 0,697 2,17 6,56 18,2 41,2 68,9 87,5
29 0,0752 0,237 0,747 2,32 7,00 19,2 42,9 70,4 88,3
30 0,0805 0,254 0,799 2,48 7,46 20,3 44,6 71,8 89,0
Exemplo
Se a 20 oC e a um pH de 8,5 temos 3,5 mgL-1 de
amônia total, qual será a concentração da amônia
não ionizada?

A % de NH3 correspondente é de 11,2%, ou seja


3,5 x 0,112 = 0,39 mg/l de amônia não ionizada.
pH

O pH (potencial de íons de hidrogênio) é uma medida que serve


para indicar o quão ácida ou básica é um líquido.

A escala de pH varia de 0 a 14, e varia em função de numerosos


fatores químicos e biológicos.

O pH varia de acordo com as horas do dia, influenciado pelas


reações químicas que naturalmente ocorrem no viveiro
BÁSICO (OH-)
pH
Soda cáustica 14

13
Amoníaco
12

11 pH letal

10 Pouco crescimento

8 Faixa ótima de pH
Água pura produção
7

6 Diminuição do 3,7 5,9


Cerveja crescimento
5 (LC50) (Crescimento 5% menos)
Pára a reprodução
Suco de laranja 4 pH letal Effects of pH and salinity on survival, growth and
osmoregulation in Penaeus monodon Fabricius
Refrigerante 3
G. Allan e G. Maguire
Suco gástrico 2 Aquaculture, 170 (1992): 33-47
Ácido muriático
1

ÁCIDO (H+)
Matéria Orgânica

Fonte Descrição

Externa
In puts naturais
Vento Pó, polem, folhas.
Escoamento Pedregulhos, areia, silte, barro, partículas orgânicas, remanescentes
de animais e plantas.
In puts próprios do manejo Adubo animal e vegetal, alimento não consumido e sólidos
suspensos adicionados.
Interna
Turbulência natural e ondas Suspensão e re-deposição de partículas do solo, erosão do tanque e
dos taludes.
Atividade biológica Produção de matéria orgânica morta no tanque, fezes, erosão e re-
deposição de partículas do solo pelos animais de cultivo e outros
organismos.
Manejo Re-deposição de partículas do solo suspensas pela aeração mecânica,
circulação de água induzida, drenagem e operações de manutenção.
Chuva Erosão dos taludes e das beiradas de tanques vazios com re-
deposição de material nas áreas profundas.
Ração de baixa
qualidade + Desperdícios

Alta produção
de fezes e
matéria org.

Pouco Putrefação Alta


crescimento mortalidade

Queda do oxigênio

Estresse
Bactérias aeróbias versus anaeróbias

• Trabalham bem em presença de O2 e


pH perto da neutralidade
• Decompõem a matéria orgânica
rapidamente
• Principal produto de excreção CO2
• Deixam o solo de cor marrom e sem
cheiro • Trabalham bem em ausência de O2 e
pH mais ácido
• Decompõem a matéria orgânica
muito lentamente
• Principal produto de excreção CO2
NH3, H2S e CH4
• Deixam o solo preto e com forte
cheiro de ovo podre.
Solo oxidado com
baixa concentração
de matéria orgânica
Solo reduzido com
alta concentração
de matéria orgânica
Solo de fundo de viveiro de
camarão com 8 a 12% de
matéria orgânica
40±5% 40±5%
ERRADO
Arar o solo e manter a humidade em pelo
CERTO menos 10% para manter vivas as bactérias
que irão decompor a matéria orgânica
ALCALINIDADE

A alcalinidade de um líquido corresponde ao somatório das


bases tituláveis presentes, capazes de neutralizar os cátions
de hidrogênio.

A alcalinidade total de um determinado líquido depende da


presença de bicarbonatos (HCO3-), carbonatos (CO3-2),
amoníaco (NH4), hidroxilas (OH-), fosfatos e silicatos. Porém,
na maioria dos casos os carbonatos e bicarbonatos são os
responsáveis pela alcalinidade da água.

Os níveis de alcalinidade variam de 5 a 500 mg/l de CaCO3


A alcalinidade de um líquido determina seu poder “buffer”.
DUREZA

A dureza de um líquido refere-se à quantidade presente


de carbonato de cálcio (CaCO3) e de magnésio (MgCO3).

Para os camarões, uma dureza de pelo menos 80 mg/L


é necessária para realizar a muda e endurecer
rapidamente a casca.

Quanto mais rápido o camarão chegar à fase de inter-


muda, melhor a sua capacidade imunológica.
Correção do pH do solo e da
dureza e alcalinidade da água
Ácidos, bases e reações de neutralização

Ácido: substância que libera íons hidrônio (H+)


Base: substancia que libera íons hidroxila (OH-)

Neutralização: As bases neutralizam ácidos e vice-versa,


produzindo água e sal.

HCl + NaOH → NaCl + H2O

Água e solo ácidos CaCO3 Água e solo neutros


Aplicação de cal (Calagem)

-Incrementa o pH da água e do solo


-Aumenta a alcalinidade e a dureza da água
-Melhora o poder tampão da água
-Favorece a degradação da matéria orgânica
-Fonte de Ca++ para o alimento vivo
-Clarificador de águas turvas
-Desinfetante [CaO e Ca(OH)2]

Calcário agrícola (CaCO3 + MgCO3)


Correção do pH, alcalinidade
Dolomita [CaMg(CO3)2]
e dureza.
Cal virgem (CaO)
Desinfecção de viveiros
Cal hidratada [Ca(OH)2]
Reações de neutralização de ácidos
CaCO3 + 2H+ = Ca2+ + CO2 + H2O

CaO + 2H+ = Ca2+ + H2O

Ca(OH)2 + 2H+ = Ca2+ + H2O

Reações de tamponamento (alcalinidade)


CaCO3 + CO2 + H2O = Ca2+ + 2HCO3-

CaO* + 2CO2 + H2O = Ca2+ + 2HCO3-

Ca(OH)2* + 2CO2 = Ca2+ + 2HCO3-


(*) Elevam muito o pH
Qual e quanto?
Qualidade Quantidade

?
Qualidade do Calcário

Tamanho de Partícula Poder Neutralizante

Alcalinidade (mg/l) Tamanho de Partícula


60

50 0,24 – 0,15 mm
40

30
0,84 – 0,25 mm

20
1,69 – 0,85 mm
10
> 1,70 mm
0 Sem cal
0 20 40 60 Dias
Tamanho de Partícula = Taxa de Finura = Reatividade (RE)

Exemplo: Estimar a reatividade (RE) de um tipo de calcário que possui os


seguintes tamanhos de partícula: 8% (> 2,0 mm), 14% (2,0-0,85 mm), 24%
(0,84-0,30 mm) e 54% (< 0,30 mm).

Reatividade (%) de diferentes tamanhos de partícula de cal


Tamanho (mm) Reatividade (%)
> 2,00 0,0
2,00 – 0,85 20,0
0,84 – 0,30 60,0
< 0,30 100

Solução
8% (> 2,0) 8 x 0,00 = 0,0%
14% (2,00 -0,85 mm) 14 x 0,20 = 2,8%
24% (0,84 – 0,30 mm) 24 x 0,60 = 14,4%
54% (< 0,30 mm) 54 x 1,00 = 54,0%

Total = 71,2%
Poder Neutralizante (PN)

Capacidade que um calcário tem de neutralizar ácidos em


relação ao carbonato de cálcio puro (CaCO3). Esta capacidade
varia de acordo com o tipo de composto.

Composto Fórmula Peso Poder Neutralizante


Molecular (g) (%)*
Carbonato de cálcio CaCO3 100 100
Dolomita CaCO3.MgCO3 184,31 109
Óxido de cálcio CaO 56 179
Óxido de cálcio e magnésio CaO.MgO 96,31 203
Hidróxido de cálcio Ca(OH)2 74 135
Hidróxido de cálcio e magnésio Ca(OH)2.Mg(OH)2 132,31 151
Carbonato de sódio Na2CO3 106 94
Bicarbonato de sódio NaHCO3 84 59
Silicato de sódio CaSiO3 116 86
Fosfato de cálcio Ca(PO)2 310 65
(*) Para compostos 100% puros
Já que quase todo calcário tem impurezas, se faz necessário analisá-lo
quimicamente para determinar seu verdadeiro poder neutralizante.

500 mg de cal + 25 ml HCl 1,0 N

Agitar, aquecer até quase ferver e esperar


que a reação se complete.

Adicionar 100 ml de água destilada e ferver


de um a dois minutos.

Quando esfriar, colocar 3 gotas de fenolftaleína e titular


com NaOH 1,0 N até que a solução fique de cor rosa.
Anotar o volume de NaOH consumido.
Erlenmayer
de 250 ml
Exemplo: uma amostra de 0,5 g de calcário reage com 25 ml de HCl 1,0 N.
A titulação consome 16 ml de NaOH 1,0 N. Calcular o poder neutralizante do
cal que está sendo analisado.

Onde:

(V – T) (N) (5000) V = volume de HCl (ml)


Poder neutralizante - PN (%) = ------------------------ T = volume de NaOH (ml)
S N = normalidade do ácido
e da base (1,0 N)
S = peso do calcário (mg)

Então:
(25 - 16) (1) (5000)
PN (%) = -------------------------- = 90%
500
Dose recomendada (kg/ha)
Dose = ---------------------------------------
(PN/100) x (RE/100)

PRNT
(Poder relativo de neutralização total)

PN = poder neutralizante (%)


RE = reatividade (%)

P. ex.
Conclusão
Dose recomendada = 1.500 kg/ha
não escolher somente o
PN = 95%
RE = 75% calcário
mais barato, mas sim o que
1,500 tem altos valores de PN e RE.
Dose real = --------------------------
(95/100) x (75/100)

Dose real = 2.105 kg/ha


PN RE
100
95
75
48
62
21 100
93
80
90
43
22 20.000 kg

3846 kg

2325 kg

1666 kg
1130 kg
1000 kg
QUANTO?
A quantidade de calcário a ser aplicado em cada viveiro depende de vários
fatores físicos e químicos presentes na água e no solo

pH
Intercâmbio catiónico
Acidez intercambiável
Exigências de calcário (kg) para diferentes tipos de solo e de pH (Schaeperclaus, 1933).

pH do solo Turfa ou barro Areia ou Areia


puro barro
<4.0 14.320 7.160 4.475
4,0 – 4,5 10.740 5.370 4.475
4,6 – 5,0 8.950 4.475 3.580
5,1 – 5,5 5.370 3.580 1.790
5,6 – 6,0 3.580 1.790 895
6,1 – 6,5 1.790 1.790 0
> 6,5 0 0 0
Troca Catiónica
K+ Mg2+
Ca2+
Al3+
K+
Carga Na+
Mg2+ negativa K+
Na+
Ca2+ 3+
Na+ Al

Equilibrio Cátions
intercambiáveis

K+ Mg2+
Ca2+ Al3+
Mg2+ +
K
Na+ Al3+ Al3+
Ca2+ Na+
K+

Os cátions trivalentes trocam-se mais facilmente que os monovalentes


Capacidade de Troca de Cátions (CTC)

CTC = miliequivalentes de cátions por 100 g de solo seco (meq/100g)

Solos arenosos = baixa CTC

Solos lodosos = alta CTC

Os principais cátions intercambiáveis são: Ca2+, Mg2+, K+, Na+ e Al3+


A soma destes cinco geralmente equivale à CTC
Acidez intercambiável

A acidez do solo depende, além do pH da água que rodeia suas partículas,


da presença de cátions de reação ácida, tais como Al3+, Fe3+ e H+.
Porém, o cátion ácido que mais abunda na água intersticial é o Al3+.

Al - lodo + 3H2O → Al(OH)3↓ + 3H+

A fração da CTC devida aos cátions ácidos denomina-se


BASE INSATURADA (BU).
AGORA SIM: QUANTO?

Métodos para calcular a quantidade de cal a


ser adicionada no viveiro (água e solo)

Desinfecção (fundo)

Eliminação de fitoplâncton (água)

Buffer (pH do solo)


Desinfecção do Fundo

CaO Matam micróbios pela


elevação brusca do pH
Ca(OH)2 e da temperatura

Para incrementar o pH do solo, o CaO é mais eficiente


por unidade de peso que o Ca(OH)2

Pelo geral, para elevar o pH acima de 10, precisa-se de 1 ton/ha de


CaO e 1,32 ton/ha de Ca(OH)2

Entretanto, a elevação do pH devido à aplicação destes


compostos dura poucos dias
Eliminação do Fitoplâncton

50 a 100 kg Ca(OH)2

Renovação do fundo
Método Buffer (pH do solo)

A variação de pH provocado pela adição de uma quantidade conhecida de solo


em uma solução buffer serve para estimar a acidez intercambiável de um solo.

Cada variação de 0,1 de pH em 40 ml de solução buffer corresponde


à 0,16 meq de acidez (H+)

Solução Buffer
10 g p-nitrofenol
7,5 g ácido bórico pH = 8,0 ± 0,1
37 g cloreto de potássio
5,25 g de hidróxido de K

1000 ml água
destilada
Pesar e peneirar 20 g de solo seco. Adicionar 40 ml de buffer num
béquer de 100 ml

Medir o pH

1 hora

Exemplo: o pH do lodo em solução buffer foi 7,6


7,6
Método simples:

Quantidade de CaCO3 (kg/ha) = [8,0 – (pH do solo em buffer) x 6.000

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