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Tratamento de

Água e Efluentes
2º. Sem./2010
Eng.Ambiental
Programa

I UNIDADE
• Introdução – Histórico - Panorama
• Caracterização das Águas e Esgotos
• Princípios Químicos, Físicos e Biológicos do TA
• Interpretação de Análises e Elaboração de Laudos
• Considerações Projetos e Técnicas de Tratamento
• Tecnologia para Tratamento de Água
• Parâmetros de controle de qualidade de Água
• Legislação Aplicada e Padrões

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Nesta Aula Veremos ...

 Mini Seminário – ?
 Desinfecção
 Fluoretação
 Controle pH
 Escolha da Tecnologia de Tratamento
Técnicas de
Tratamento

Desinfecção
Fluoretação
Controle pH
Esquema Convencional
Produtos
Aerador Químicos

Rio ou
lago
Sedimentador

Capitação Reator de
mistura Floculador

Químicos controle Lodo


de pH e fluoretação Agente
oxidante
Poço Filtro
areia
Reservatório
Agua Tratada

Câmara desinfecção
Técnicas de Tratamento

Filtração - Efeitos
Parâmetro Processos
Aeração Sedimen- Filtração Coagula- Correção Desinfec-
tação lenta ção e dureza e ção
filtração filtração
rápida rápida
Bactérias 0 ++ ++++ ++++ (7) +++ (9) ++++
Cor 0 0 ++ ++++ ++++ 0 (10)
Turbidez 0 +++ ++++ (6) ++++ +++++ 0
Odor/Sabor ++++ (1) + +++ ++ ++ ++++ (11)(12)
Dureza + 0 0 -- ++++ 0
Corrosão +++ (2) 0 0 - - (8) variável 0
- - - (3)
Fe e Mn +++ (4) + (5) ++++ (5) ++++ (5) ++ 0 (10)
+ Efeito favorável
- Efeito adverso 6
Técnicas de Tratamento

Filtração - Efeitos
Legenda
(1) Exceção para os sabores devido a clorofenóis
(2) Pela remoção de CO2
(3) Com adição de oxigênio
(4) Aeração seguida de uma unidade separadora para deposição
(5) Após a aeração
(6) Sujam-se ou entopem muito depressa
(7) Um pouco irregularmente
(8) A coagulação com sulfato de alumínio libera CO2
(9) Tratamento com cal em excesso
(10) Pode remover Fe e ter efeito sobre a cor
(11) Supercloração seguida de descloração
(12) cloração normal

Adaptado: Richter, Carlos – Tratamento de Água – Tecnologia


Atualizada, Ed. Blücher Ltda 7
Técnicas de Tratamento

Desinfecção
Técnicas de Tratamento

Desinfecção

 Objetivo: Eliminar ou
inativar os microrganismos
patogênicos e os
indicadores presentes na
água e prevenir o
crescimento microbiológico
nas redes de distribuição.
Técnicas de Tratamento

Desinfecção

 Para cloro – P. 518/2004:


 Cloro residual – 0,5 mg/L
(após desinfecção)
 Cloro residual – 0,2 mg/L
(em qualquer ponto da
rede)
Técnicas de Tratamento

Esterilização

 Definição:
Processo de
destruição de
todas as formas de
vida microscópica
Técnicas de Tratamento

Microrganismos Patogênicos

Bacteria Virus Protozoarios


Campylobacter Hepatitis A Giardia
Escherichia coli Reovirus Cryptosporidum
Salmonella Calicivirus Entameoba
Yersinia Enterovirus Microsporidium
Vibrio Coxsackievirus
Legionella Adenovirus
Aeromonas Echovirus
Mycobacterium Poliovirus
Shigella
Pseudomonas
CISTOS DE Giardia muris E OOCYSTOS
DE Cryptosporidium parvum

Giardia (7 - 14 µm )
(infecção intestinal)

Cryptosporidium (3 - 5 µm)
(diaréia)
Técnicas de Tratamento

Desinfecção - Agentes

Agentes Físicos Agentes Químicos

Temperatura Cloro e compostos

Radiação UV Dióxido de cloro

Radiação solar Ozônio

Filtração Peróxido de hidrogênio

Ácido acético
Técnicas de Tratamento

Desinfecção - Agentes
Produto Potencial Reação típica
Desinfetantes Químicos

Oxidação
Ozônio – O3 2,07 O3 + 2H+ + 2e-  O2 + H2O

Dióxido Cloro – 1,91 ClO2 + 5e- + 2H2O  Cl- + 4HO-


ClO2
Cloro – Cl2 1,36 Cl2 + 2e-  2 Cl -

Bromo – Br2 1,09 Br2 + 2e-  2 Br -

Iodo – I2 0,54 I2 + 2e-  2 l -

Adaptado: Libânio, Marcelo – Fundamentos de Qualidade e


Tratamento de Água, Ed. Átomo
Técnicas de Tratamento

Desinfecção - Agentes

 Atividade antimicrobiana
 Solubilidade
 Estabilidade
 Inocuidade para o homem
e animais
 Ausência de combinações
com material orgânico
estranho
Técnicas de Tratamento

Desinfecção - Agentes

 Apresentar toxicidade para


os microrganismos em
temperatura ambiente
 Ausência de poderes
corrosivos e tintoriais
 Disponibilidade
Técnicas de Tratamento

Desinfecção - Ação

 Ruptura da parede celular


(lise)
 Difusão do desinfetante
no interior do
microrganismo
 Interferência na
reprodução celular
(inibição enzimática)
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Eficácia

 Características do
desinfetante
 Qualidade da água
 Tipos de microrganismos a
serem inativados
 Instalação da ETA (tempo
de contato, dosagem e
dispersão)
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Interferentes

 Turbidez, não pode ser >


1,0 uT
 Presença de MO (cor
verdadeira)
 Presença de Fe e Mn
 Temperatura e pH
(principalmente para cloro)
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Eficácia

 Avaliação do Processo
 Monitoramento da
concentração de
microrganismos
patogênicos
 Monitoramento da
concentração de
microrganismos indicadores
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Padrão

Padrão Microbiológico de Potabilidade da Água para Consumo


Humano – Portaria 518/2004 MS
Parâmetro Valor Mais Provável
Água para consumo humano
Coliformes termotolerantes (Escherichia coli) Ausência em 100 ml
Água na saída do tratamento
Coliformes totais Ausência em 100 ml
Água tratada no sistema de distribuição (Reservatórios e Rede)
Coliformes termotolerantes (Escherichia coli) Ausência em 100 ml
40 ou mais amostras por mês:
- Ausência em 100 ml em 95% das amostras
examinadas no mês
Coliformes totais de 40 amostras por mês:
- Apenas uma amostra poderá apresentar
mensalmente resultado positivo em 100 ml
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Micro indicador

 Qual processo adotar ? (Reiff, 1993)


 Máximo desempenho do sistema;
 Atendimento ao padrão de potabilidade vigente e/ou às
condições de segurança sanitária visando minimizar os
riscos de transmissão de doenças;
 Minimização da formação de subprodutos com
possíveis efeitos deletérios à saúde humana;
 Máxima eficiência do desinfetante, considerando-se a
amplitude de variação possível das características da
água e do tempo de contato, este decorrente das
inevitáveis variações de vazão afluente a ETA
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Tipos
• Cloro (mais largamente utilizado):
• Facilmente disponível como gás, líquido ou sólido
• É barato
• É fácil de aplicar devido à sua alta solubilidade
• Deixa um residual em solução, de concentração
facilmente determinável
• É capaz de destruir a maioria dos microrganismos
patogênicos

• Desvantagens:
• O cloro é um gás venenoso e corrosivo
• Pode causar problemas de gosto e odor
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Tipos
• Dióxido de Cloro
• Alto poder desinfetante - Agente oxidante e desinfetante
• Aplicação versátil (oxidação de ferro e manganês e controle de odor e
sabor)
• Apresenta relativa estabilidade, permitindo residuais no SDA
• A eficiência do dióxido de cloro não é afetado pelo pH da fase líquida
• Quando produzido de forma adequada, não apresenta formação de
THM’s
• Desvantagens:
• Alto custo, função principalmente da matéria prima
• A produção do dióxido de cloro deve ser “in loco”
• O controle do processo de geração de dióxido de cloro requer grandes
cuidados operacionais
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Tipos
• Ozônio:
• Oxidação da matéria orgânica, produzindo ozonidas e
CO2
• Alvejamento e melhoria da cor
• Redução dos teores de ferro e manganês
• Remoção de certas substâncias biodegradáveis
• Não é afetado pela presença de amônia como o cloro
• Agente poderoso, de ação rapidíssima
• Mais eficiente que o cloro na remoção de esporos, cistos
de amebas
• Desvantagem:
• Residuais obtidos não são persistentes, desaparecem em
pouco tempo
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Tipos

• Ultravioleta
• Envolve a exposição de um filme de água à luz
ultravioleta produzida por lâmpadas de vapores de
mercúrio com bulbo de quartzo
• As lâmpadas produzem luz ultravioleta com 25-30% de
energia dentro da região espectral de 2537 A (dentro de
zona de ação bactericida)

• Desvantagens:
• Grande custo de operação e manutenção
• Resume-se a pequenas instalações de uso domiciliar ou
comunitário e usos industriais
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Cloro

Aplicações de Cloro no Tratamento de Água

 Tipos
 Cloro gasoso
 Hipoclorito de sódio
(solução líquida)
 Hipoclorito de cálcio
(sólido)
Técnicas de Tratamento

Desinfecção - Cloro

 Cloração : É o processo mais importante do tratamento


para a qualidade da água, sendo o cloro um poderoso
agente oxidante (controle de: odor, sabor, algas, Fe,
Mn, biofilmes, etc);
 A cloração é eficiente, barata, de fácil aplicação cujo
residual de fácil medir;
 Amplo espectro de ação germicida;
 Forma compostos com ação residual ativa
 NaOCl + H2O  HOCl-  OCl- + H+

29
Técnicas de Tratamento

Desinfecção - Cloro

 1) Cloração simples: É a aplicação do cloro até obter-se um


residual desejado. Aplica-se o cloro e após um tempo
verifica-se a quantidade existente e faz ajustes se necessário.
 2) Pré-cloração: É a aplicação do cloro antes de qualquer
tratamento com a finalidade de controlar microrganismos,
melhorar a condição de coagulação e redução do número de
bactérias em águas muito poluídas.
 3) Pós-cloração: Consiste na aplicação do cloro após o
tratamento, antes da correção do pH.
 4) Recloração : É a aplicação de cloro em um ou mais pontos
da rede depois da pós cloração.
30
Técnicas de Tratamento

Desinfecção – Cloro

Aplicações de Cloro e Dosagens Típicas


Aplicação Dosagem típica pH ótimo Tempo de Efetividade
Reação
Oxidação de 0,62 mg/mg Fe 7,0 < 1,0 hora Bom
ferro
Oxidação de 0,77 mg/mg Mn 7,5 a 8,5 1 a 3 horas Razoável,
manganês 9,5 Minutos função do
pH
Controle de 1 a 2 mg/l 6,0 a 8,0 Não Bom
biofilmes Disponível
Controle de Variável 6,0 a 8,0 Variável Variável
gosto e odor
Remoção de cor Variável 4,0 a 7,0 Minutos Bom
Técnicas de Tratamento

Cloro em meio Aquoso

Cloro gasoso
Cl2  H 2O  Cl   HOCl  H 
Formação do íon

Hipoclorito
hipocloroso

NaOCl  H 2O  HOCl  Na   OH 
de sódio
Hipoclorito
Ca (OCl ) 2  2 H 2O  2 HOCl  Ca 2  2OH 
de cálcio

 
HOCl  OCl  H
Atenção: Depende do pH
Técnicas de Tratamento

Cloro em meio Aquoso

• Somatória das
concentrações de
HOCl e OCl- =
cloro residual livre
• Ácido hipocloroso
é um desinfetante
muito mais
eficiente
• P. 518/MS
recomenda pH < 8

HOCl  H   OCl 
Técnicas de Tratamento

Cloro em meio Aquoso

 Concentração mínima de cloro


residual livre após a desinfecção:
Eficiência
0,5 mg/l
 Concentração mínima de cloro
residual livre na rede de
distribuição: 0,2 mg/l
Tempo de
contato
 Concentração máxima de cloro
30 min residual livre na rede de
distribuição: 2,0 mg/l
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

 Ao realizar a desinfecção com cloro uma das


premissas iniciais consiste em atender à “demanda
de cloro”
 O que è “demanda de cloro” ?
 Como a capacidade de oxidação do cloro não é
seletiva, isto é, ele oxida não apenas os
microrganismos como também diversas substâncias,
tais como amônia, Fe, Mn, Sulfato e matéria
orgânica, como consequência haverá uma redução
da ação desinfetante para com os microrganismos
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

 Como é calculada a “demanda de cloro” ?


 Demanda = dosagem aplicada – concentração
residual (saída tanque de contato)
 Qual a importância da concentração residual cloro ?
 A concentração residual assegura que a demanda de
cloro foi satisfeita no sistema
 Como saber a dosagem ideal para atender a
demanda necessária de cloro ?
 Usualmente através de modelos matemáticos que
levam em consideração a qualidade da água
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

 N   kd .C0n .t
   e
 N0 
• No, N – número de organismos viáveis no inicio e no tempo t
• Co – concentração do desinfetante (mg/L)
• n – coeficiente de diluição, adimensional, relacionado à dispersão do
desinfetante na massa líquida
• t – tempo de exposição (min)
• Kd – constante de inativação dependente do tipo de microrganismo
(min-1)
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”
Demanda
imediata
Formação das Após oxidação Cloro
cloraminas cloraminas livre
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

 O ácido hipocloroso pode combinar com amônia e outros


compostos amoniacais para a formação de cloraminas,
através da amônia presente nas águas, resultante da
decomposição de compostos nitrogenados
 Reações com nitrogênio amoniacal (Fase 1):

NH 4  HOCl  NH 2Cl  H 2O  H  • cloro combinado


NH2Cl  HOCl  NHCl2  H 2O • pH 7,5 reação
ocorre em 1 min
NHCl2  HOCl  NCl3  H 2O
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

Nitrogênio amoniacal

Monocloramina

NH 4  HOCl  NH 2Cl  H 2O  H 
Cloro aplicado
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

Nitrogênio amoniacal

Monocloramina

NH 4  HOCl  NH 2Cl  H 2O  H 
Cloro aplicado
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

Nitrogênio amoniacal

Monocloramina

Cloro aplicado NH 4  HOCl  NH 2Cl  H 2O  H 


Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

Nitrogênio amoniacal

Monocloramina

Cloro aplicado NH 4  HOCl  NH 2Cl  H 2O  H 


Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

Dicloramina
Monocloramina

NH 4  HOCl  NH 2Cl  H 2O  H 
Cloro aplicado
NH 2Cl  HOCl  NHCl2  H 2O
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

 As monocloraminas (NH2Cl). Dicloraminas (NHCl2) e


tricloraminas (NCl3), contribuem para a concentração de
“cloro residual combinado” (Fase 2)
 Assim o cloro total disponível constitui-se no somatório entre
o cloro livre (HOCl + OCl-) e o combinado
 Na desinfecção, satisfeita a demanda de cloro, o
prosseguimento do processo de cloração acarreta a
oxidação das cloraminas já formadas, produzindo
compostos como óxidos de nitrogênio, HCl, N2, entre outros
(Fase 3):
 2 NH2Cl + HOCl  N2 + 3 H+ + 3 Cl - + H2O
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

 Após a oxidação total das cloraminas, o cloro adicionado


converte-se em cloro livre, processo denominado de
cloração ao “breakpoint”.

2 NH 4  3HOCl  N 2  5H   3Cl   3H 2O
   
• cloro livre
NH  4 HOCl  NO  6 H  4Cl  H 2O
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Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”
Demanda
imediata
Formação das Após oxidação Cloro
cloraminas cloraminas livre
DIAGRAMA DE FORMAÇÃO DE ESPÉCIES
CLORAMINADAS EM FUNÇÃO DO pH
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

 Pós-desinfecção (cloraminação): Este tratamento, ao nível


do cloro combinado, é útil em pós-desinfecção (ex.: após à
ozonização) para manter condições pouco favoráveis ao
desenvolvimento de microrganismos e algas.
 Durante o tratamento e na rede distribuição (cloro
residual livre)
– Facilita a remoção de redutores (H2S, Mn2+, Fe2+).
– Impede desenvolvimento de microrganismos e algas nos
filtros e nos tanques de sedimentação.
Técnicas de Tratamento

Desinfecção - subprodutos

• THM’s : 100 µg/l (80 µg/l – EUA)


• Ácidos haloacéticos: (60 µg/l – EUA)
• Bromato : 25 µg/l (10 µg/l – EUA)
• Clorito : 0,2 mg/l (1,0 mg/l – EUA)
• Cloro livre : 4,0 mg/l (EUA)
• Dióxido de cloro : 0,8 mg ClO2/l (EUA)
Técnicas de Tratamento

Cloração ao “breakpoint”

• Normas ABNT relacionadas ao hipoclorito


Técnicas de Tratamento

Fluoretação

 Objetivo: garantir uma


concentração mínima e máxima
de íon fluoreto em águas de
abastecimento a fim de que seja
possível a manutenção da saúde
dental da população.

Para cada $ 1,0 gasto em processos de


fluoretação, são economizados
Benefícios
potencialmente $ 80,0 em custos
odontológicos (AWWA, 1999)
Técnicas de Tratamento

Fluoretação

Concentração de Uso
TEMPERATURA MÉDIA LIMITES
ANUAL RECOMENDADOS DE FLUORETO (mg/l)
DAS MÁXIMAS DIÁRIAS
(C) INFERIOR ÓTIMO SUPERIOR
10 - 12,1 0,9 1,2 1,7
12,2 - 14,6 0,8 1,1 1,5
14,7 - 17,7 0,8 1,0 1,3
17,8 - 21,4 0,7 0,9 1,2
21,5 - 26,3 0,7 0,8 1,0
26,4 - 32,5 0,6 0,7 0,8
Técnicas de Tratamento

Fluoretação

Aplicação em Água de Abastecimento


 Fluoreto de Sódio
(NaF)
 Fluoreto de Cálcio
(CaF2)
 Fluossilicato de sódio
(Na2SiF6)
 Ácido Fluossilícico
(H2SiF6)
Técnicas de Tratamento

Fluoretação
Compostos  Fluossilicato Fluoreto de Fluoreto de Ácido
de Sódio Sódio (NaF) Cálcio (CaF2) Fluossilícico
Características  (Na2SiF6) H2SiF6
Forma pó pó pó líquido
Peso Molecular (g) 188,05 42,00 78,08 144,08
% Pureza (comercial) 98,5 90-98 85-98 22-30
% Fluoreto (composto 60,7 45,25 48,8 79,02
100% puro)
Densidade (Kg/m3) 881-1153 1041-1442 1618 1,25(Kg/L)
Solubilidade a 25C 0,762 4,05 0,0016 infinita
(g/100gH2O)
pH solução saturada 3,5 7,6 6,7 1,2 (sol. 1%)
Técnicas de Tratamento

Dimensionamento Sistema
Técnicas de Tratamento

Dimensionamento Sistema

 Definição da geometria do tanque de contato


40,0 m

3,25 m
3,25 m

13,0 m
Técnicas de Tratamento

Dimensionamento Sistema

Canal de água filtrada

F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 F8

CASA DE
QUÍMICA

Canal de água coagulada


Técnicas de Tratamento

Correção pH

 É um método preventivo da corrosão dos


encanamentos (rede).
 Consiste na alcalinização da água para remover o
gás carbônico e formar uma película de carbonato
na superfície das tubulações.
 A agressividade da água depende do pH, da
alcalinidade e gás carbônico.

59
Técnicas de Tratamento

Correção pH

 A correção é feita geralmente em dois pontos:


 Mistura rápida (calha Parshall): para gerar um
pH ótimo para floculação – 5,0 a 8,0.
 Após a cloração: pH ótimo entre 7,0 e 7,2.
 através do “índice de Langelier” (IL), podemos
identificar se a água é incrustante ou corrosiva.
Relação do pH da água com o pH de saturação.

60
Técnicas de Tratamento

Correção pH
 Cálculo do índice de Langelier (I.L.)
 I.L. = pH – pHs
 pHs = pCa + pAlcalinidade + C
 pCa = -log[Ca]
 pAlcalinidade = -log[Alcalinidade]
 C = const. que depende da concentração de sais
dissolvidos presentes na água.
 I.L. ≤ 0  Água corrosiva (indesejável)
 I.L. > 0  Água incrustante (ideal – fina
camada de protetora de carbonato de cálcio)
61
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

 Depende principalmente da qualidade da água


a ser tratada (água bruta) e/ou da possibilidade
de alteração de suas características.

62
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

• CONAMA 357/2005
• Dispõe sobre a classificação das águas
doces, salinas e salobras do Território
Nacional e estabelece os padrões máximos
de lançamento corpos receptores
Parágrafo único: As águas de melhor
qualidade podem ser aproveitadas em uso
menos exigente, desde que este não
prejudique a qualidade da água.
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

Classificação das Águas Doces -


CONAMA 357/2005
 Classe Especial – Desinfecção
 Classe 1 - Tratamento Simplificado
 Classe 2 - Tratamento Convencional
 Classe 3 - Tratamento Convencional ou
Avançado

64
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

Classe Especial
Destinação principal:
• abastecimento doméstico sem prévia ou
com simples desinfecção
Limites ou condições:
• para o uso como água de abastecimento
sem prévia desinfecção os coliformes totais
deverão estar ausentes em qualquer
amostra.
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

Classe 1
Destinação principal:
• abastecimento doméstico após tratamento
simplificado
Limites ou condições:
• Presença de coliformes fecais não deverá exceder
um limite de 200 NMP/100 mL em 80% ou mais de,
pelo menos, 6 amostras mensais coletadas em
qualquer mês
• OD ≥ 6 mg/L O2
• DBO ≥ 3 mg/L O2
Técnicas de Tratamento

Principais Tecnologias
Qualidade da Água do Manancial
Floto- Filtração Dupla Filtração
Completo
Filtração direta filtração lenta

Filtração
Coagulação Coagulação Coagulação Coagulação
lenta

Filtração Desinfecção
Floculação Floculação Floculação
ascendente Fluoretação
Correção pH
Flotação Filtração Filtração
Decantação Filtração descendente descendente
descendente
Filtração Desinfecção Desinfecção
descendente Desinfecção
Fluoretação Fluoretação
Fluoretação
Correção pH Correção pH
Desinfecção Correção pH
Fluoretação
Correção pH
67
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

Filtração
Ciclo Dupla Filtração
Direta
Completo Filtração Lenta
(in-line)
Turbidez
< 5000 < 50 < 10 <5
(uT)
Cor Aparente
< 3000 < 50 < 20 < 15
(uC)
Coliform Fecais
< 10 5 < 10 3 < 1000 < 100
(n/100 ml)
Algas
< 10 5 < 5000 < 250 < 100
(UPA/ml)
Fonte: Kawamura (2000)
68
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

Fonte: IBGE (2000)

69
Técnicas de Tratamento

O processo da filtração lenta consiste, basicamente,


na passagem da água através de um meio granular,
constituído por uma camada suporte e areia.
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

Finalidades
 Remoção de impurezas físicas, químicas e
biológicas da água;
 Abastecimento de água potável para a
comunidade;
 Atendimento da portaria nº 518/2004 MS;
 Promoção de melhorias na qualidade de
vida da comunidade .
Técnicas de Tratamento

Filtro Lento - Estrutura Filtro Lento – Camada


Suporte

Filtro Lento – Sistema de


Drenagem
Técnicas de Tratamento

Escolha da Tecnologia

Vantagens x Desvantagens
VANTAGENS DESVANTAGENS

Sistema simplificado Utilização limitada pela qualidade da


água bruta afluente ao filtro
Não requer uso de produtos A água bruta não deve apresentar
químicos valores para Cor maiores que 5 uC
Facilidade na operação e A água bruta não deve apresentar
manutenção valores para Turbidez maiores que
10 UNT

Não necessita acompanhamento Demanda de grande área para


técnico diário implantação
Onde Estudar a Aula de Hoje

Nos Livros
• Azevedo Netto, José & Richter, Carlos –
Tratamento de Água – Tecnologia Atualizada – Ed.
Blücher ( Cap. 12 a 18)
• Libânio, Marcelo – Fundamentos de Qualidade e
Tratamento de Água – Ed. Átomo (Cap. 9 a 12)
Contato

75

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