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CURSO PARA OPERADORES DE

ESTAÇÕES DE TRATAMENTO
DE EFLUENTES INDUSTRIAIS

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
PREFÁCIO

O presente curso tem como objetivo repassar conceitos básicos de


tratamento e as informações práticas para possibilitar a operação de sistemas de
tratamento de efluentes tendo como foco principal o tratamento físico-químico por
batelada.

Ministrantes:
Elizabeth Montemezzo – Química Industrial
Fernanda Mengatto – Engenheira Química
Ibanês Oliveira – Químico Industrial

O presente trabalho tem apoio das seguintes empresas:

Caxias do Sul, Março de 2008

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Aula Conteúdo programático Período
1ª 1. Noções Básicas de Química
1.1 Ácidos e Bases 18:00 – 20:00
1.2 pH (formas e equipamentos de medição)
2. Fontes de Geração de Efluentes
2.1 Efluente sanitários – Normas e tratamentos preliminares 20:15 – 22:15
2.2 Efluentes industriais – fontes orgânicas e inorgânicas – Formas e
possibilidades de tratamento disponíveis
2.3 Segregação de Efluentes Líquidos
a) segurança
b) tratamento específico de algum contaminante
c)separação visando facilitar manuseio/disposição final dos
resíduos sólidos gerados
d) Separação para garantir diluição e pré-tratamento.
2.4 Considerações Gerais
2.5 Amostragem de efluentes
2ª 3. Teoria básica do tratamento físico-químico
3.1 Tipos de tratamento – contínuo e batelada
3.2 Pré-tratamentos
3.3 Ajuste de pH 18:00 – 22:15
3.4 Coagulação
3.5 Floculação
3.6 Decantação
3.7 Tratamentos específicos de alguns contaminantes
3.7.1 Tratamento de cromo
3.7.2 Tratamento de cianetos
3.7.3 Precipitação de metais
3.7.4 Redução de nitrogênio
3.7.5 Redução de fósforo
3.8 Secagem do lodo
3ª 4. Equipamentos utilizados nas estações de tratamento de efluentes
4.1Tanques de homogeneização e acumulação
4.2Decantadores 18:00 - 19:45
4.3Tanques de lodo 20:15 – 21:00
4.4Tanques de armazenagem de soluções
4.5Sistemas de agitação
4.6Secagem de lodo
4.6.1 Filtros de areia
4.6.2 Filtros de Bidin
4.6.3 Filtros-prensa
4.7 Outros equipamentos (filtração com carvão, troca iônica,
evaporadores, eletrodiálise)
5. Procedimentos de Segurança 21:00 – 22:15
4ª 6. Destinação dos resíduos gerados no tratamento de efluentes
6.1 Classificação dos resíduos – NBR 10004 18:00 – 20:00
6.2 Formas de destinação
7. Legislação ambiental 20:15 – 22:15
8. Parâmetros analíticos de controle
9. Padrões de emissão
5ª 10. Aula prática 18:00 – 22:15
Total 20 horas

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1. NOÇÕES BÁSICAS DE QUÍMICA
Fenômeno Físico e fenômeno químico
Fenômeno físico é aquele que não altera as propriedades fundamentais da
matéria, sendo reversíveis.
Ex: gelo derretendo, pedra sendo quebrada, filtração da água
Fenômeno químico é aquele que altera as propriedades fundamentais da
matéria, sendo geralmente irrevesíveis.
Ex: queima da madeira, oxidação de cianetos, etc..
Misturas
As misturas de duas ou mais substâncias podem ser homogêneas ou
heterogêneas. As misturas homogêneas podem se classificar em três tipos
diferentes:
-Suspensões: partículas maiores que 1.000 Angstrons
-Dispersões: partículas maiores que 10 e menores que 1.000 Angstrons
-Soluções: partículas dispersas menores que 10 Angstrons
Nos efluentes estarão presentes os três tipos de misturas, sendo um dos
objetivos do tratamento a separação de alguns dos componentes destas
misturas.
Solubilidade
No caso das soluções, temos o solvente (maior quantidade) e o soluto
(menor quantidade). Alguns solutos tem solubilidade infinita em certos
solventes (ex: água em álcool) e outros são praticamente insolúveis (ex:
carbonato de cálcio em água). A maioria possui solubilidade relativa,
dissolvendo apenas uma certa quantidade; se for adicionado em excesso,
não se dissolve, formando um precipitado.
A temperatura influi na solubilidade das substâncias, aumentando com a
sua elevação.
Cinética Química
É o ramo da química que estuda a velocidade das reações químicas. A
velocidade das reações químicas é influenciada por vários fatores, tais
como:

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-pH
-temperatura
-concentração e natureza dos reagentes
-pressão
-superfície de contato entre os reagentes
-luz
-eletricidade
-estado físico dos reagentes
-presença de catalisadores e/ou inibidores

Hidrólise
É a reação química reversível de dissociação de uma substância em
partículas menores eletricamente carregadas, chamadas de cátions
(positivas) e ânios (negativas). A hidrólise mais importante á a hidrólise da
água:

H2O -------------- H+ + OH-


cátion ânion
Além da água muitas substâncias sofrem hidrólise, tais como sais, bases e
ácidos.

1.1 ÁCIDOS E BASES


Ácido, de acordo com Arrhenius, é toda substância que, em solução
aquosa, se hidrolisa e libera única e exclusivamente os íons H+.
Um exemplo é o ácido sulfúrico, de fórmula H2SO4, que é o acido mais
utilizado em tratamento de efluentes e cuja compra é controlada pela
Polícia Federal.
H2SO4 -------- 2H+ + SO4–2
Quanto maior a quantidade de íons H+ liberados por um ácido, maior será a
sua força

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O conceito de ácido é o contraposto ao de base. Para medir a acidez de um
meio se utiliza o conceito de pH .

Base (também chamada de álcali) é qualquer substância que ao se


hidrolisar, liberta única e exclusivamente o ânion OH– (íons hidroxila ou
oxidrila ) em solução aquosa. As bases possuem pH entre 7,1 a 14 (a
25ºC). Em sua escala, caso o número indicado for próximo ao 7,1 é
considerado base fraca. Dessa forma, a base será forte quando a base
estiver próximo do 14 da escala do pH. Possuem sabor adstringente (ou
popularmente, cica) e são empregadas como produtos de limpeza,
medicamentos (antiácidos) entre outros.
Muitas bases, como o hidróxido de magnésio (leite de magnésia) são
fracas e não trazem danos.
Outras como o hidróxido de sódio (NaOH ou soda cáustica ) são corrosivas
e sua manipulação deve ser feita com cuidado.
Os alcalinizantes mais utilizados, além da soda, são a cal e o carbonato de
sódio.

1. 2 pH
pH é o símbolo para a grandeza físico-química 'potencial hidrogeniônico'.
Essa grandeza (potencial hidrogeniônico) é um índice que indica o grau de
acidez,neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer.
Quanto maior for a quantidade de íons H+ presentes numa solução, menor
será seu pH
pH ou Potencial de Hidrogênio Iônico é um parâmetro de medida da acidez,
neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer.
Sabemos que molécula de água H2O é formada por átomos, que estão
transitando, denominados íons livres.
Existem íons positivos H (hidrogênio) e os íons negativos OH (íons
hidróxidos).
Se a quantidade de íons positivos e negativos for a mesma, dizemos que o
pH é neutro (7,0).

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No caso de termos mais íons positivos, dizemos que o pH é ácido (< 7,0)
No caso de termos mais íons negativos, dizemos que o pH é básico (>7,0)
Medição do pH
Para determinação do valor de pH do efluente, podemos lançar mão de dois
tipos de medição: por meio de papel indicador ou pH-metro (medida
eletroquímica)
O papel indicador de pH apresenta a característica de determinação rápida
do valor de pH, boa confiabilidade e reprodutibilidade. Suas limitações são
em efluentes muito coloridos ou com grande concentração de oxidantes que
causam descoloração, além do custo em si do papel indicador.
O pH-metro oferece uma medição com bastante sensibilidade, podendo ser
usado em soluções muito coloridas ou oxidantes. Necessita ser calibrado
frequentemente e compensar as diferenças de temperatura do meio.

pH metro e papel pH

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2. FONTES DE GERAÇÃO DE EFLUENTES

2.1 EFLUENTES SANITÁRIOS

O esgoto sanitário é composto por elementos físicos, químicos e


biológicos, constituído de uma mistura de substâncias orgânicas e
inorgânicas, suspensas ou dissolvidas na água.
De maneira geral, os esgotos sanitários apresentam mais de 98 %
de sua composição constituída de água. Porém, existem contaminantes
entre os quais destacam-se: sólidos suspensos, compostos orgânicos
(proteínas com 40-50%), carboidratos (25-30%), óleos e graxas com 10 %,
nutrientes como nitrogênio e fósforo, metais, sólidos dissolvidos
inorgânicos, sólidos inertes, sólidos grosseiros, compostos biodegradáveis
e patogênicos.

2.2 EFLUENTES INDUSTRIAIS

De onde vem os efluentes ?


 Águas de lavagem sujas
 Banhos esgotados ou contaminados
 Vazamentos nos tanques e tubulações e águas de piso
 Descarte de fluidos de usinagem

Devido a dificuldade de se obter informações reais, sobre todos os


processos existentes dentro de empresas que trabalham com tratamento de
superfície, o primeiro passo para se definir qualquer tipo de processo de controle
ambiental é a caracterização dos resíduos, bem como sua composição química e
estado físico.
A caracterização dos efluentes líquidos, nos dá um bom perfil do potencial
poluente da empresa, identificando assim a presença dos elementos mais
prováveis desta tipologia.

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6+ 3+ -
Em galvanização: Cr , Cr , CN , Fe, Zn, Cu, Ni, Sn;
3+
Em fosfatização: fosfatos, Fe, Zn, CN; Cr
Em anodização: Al, Sn, Ni, F;
Incluir na análise: DBO5, DQO, OD, pH, cor, turbidez, sólidos
sedimentáveis, óleos e graxas.

PRINCIPAIS TIPOS DE POLUENTES x DIVERSOS TIPOS DE ATIVIDADES

Cromo decorativo
Cromo duro
Crômicos
Passivadores
cromatizantes
Cobre e zinco alcalinos
Prata
Cianídricos
Ouro
Desengraxante c/cianeto
Cobre e níquel químicos
Quelatizados
Passivadores para Fe e Al

Óleo solúvel e não Usinagem de metais


solúvel Retífica de metais

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Cobre e zinco ácidos
Zinco alcalino s/cianeto
Níquel eletrolítico
Anodização
Decapantes ácidos

Gerais inorgânicos Desengraxantes s/cianeto


Soluções ácidos ou alcalinas
Estanho
Chumbo
Usinagem de metais
Tratamento térmico, siderúrgicas e metalúrgicas
primárias em geral

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2.3 SEGREGAÇÃO DOS EFLUENTES LÍQUIDOS

A separação dos despejos em correntes reunindo efluentes de acordo com


suas características é geralmente feita pelos motivos a seguir:
 Segurança;
 separação por motivos de algum pré-tratamento específico
 separação visando facilitar manuseio/disposição final dos resíduos sólidos
gerados;
 separação para garantir diluição pré-tratamento;
 economia de produtos químicos.

a) Segurança
O exemplo principal de separação por motivos de segurança é a
segregação dos efluentes alcalinos que contêm cianeto em uma corrente e
efluentes ácidos em outra para evitar o desprendimento de HCN (gás cianídrico).
HCN em condições normais de temperatura e pressão é um gás e sendo
um ácido fraco, sua dissociação é reprimida em meio ácido o que pode resultar no
seu desprendimento.
- +
CN + H → HCN ↑

b) separação por motivos de algum pré-tratamento específico


Um exemplo clássico deste aspecto é a redução do Cromo hexavalente a
cormo trivalente para possibilitar a remoção dos cromatos no processo de
sedimentação.

c) separação visando facilitar manuseio/disposição final dos resíduos


sólidos gerados
Em casos onde existem duas linhas que, em seu tratamento geram
resíduos de classes diferenciadas, é importante a separação destes pois o custo
de destinação pode ser muito diferente para os dois casos.
Ex: Linha de fosfatização: resíduos classe IIA

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Linha de cromagem: resíduos classe I.

d) Separação para garantir diluição e pré-tratamento.


Em alguns casos, para efluentes muito concentrados, é necessária uma
pré-diluição para que a eficiência obtida no tratamento físico-químico seja
suficiente para o enquadramento do efluente tratado nos padrões de emissão.

e) Economia de produtos químicos


Em função do balanço de ácidos e alcalinos, pode ser conveniente
separar um ácido ou alcalino não contaminado com cromo ou cianeto,
respectivamente, para suprimir parte das necessidades de reagentes na etapa de
neutralização. Cuidado deve ser tomado com banhos de desengraxante na hora
de escolher um como fonte de alcalinizante para a neutralização final para
assegurar que não contenha cianeto (desengraxante eletrolítico).
Ex: Não há razão para misturar um efluente contendo cromo hexa, que
normalmente já está em pH baixo, com um desengraxante (PH alcalino) quando
sabe-se que a reação de redução se dará em um meio extremamente ácido
(PH=2), Se isto ocorrer, haverá um gasto desnecessário de acidificante para
retornar a mistura ao pH ideal.

2.4 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os resíduos líquidos provenientes dos processos de tratamento de


superfície de metais, podem ser agrupados basicamente em dois grupos
principais: os concentrados e os diluídos. Os concentrados são descartados
periodicamente e os diluídos são descartados, geralmente de forma contínua, pois
provêm das águas de lavagem das peças, águas de lavagem de equipamentos e
do piso e de purgas de equipamentos, como por exemplo dos lavadores de gases.
Os resíduos líquidos provenientes dos processos industriais deverão ser
segregados de acordo com sua classificação ou características químicas,

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separadamente dos coletores pluviais, através de canaletas e/ou tubulações para
os tanques de acúmulo (concentração).
Convém que os tanques de acúmulo (concentração) sejam dimensionados
com um volume que atenda a vazão diária de descarte de cada efluente, para
garantir a execução de manutenção de equipamentos ou outra eventualidade na
operação da Unidade de Tratamento de Efluente (ETE).
Os pisos dos locais onde são gerados os resíduos líquidos deverão:
• ser impermeáveis, para que não ocorram infiltrações no solo,
• conter bacias de contenção, para que não haja misturas de efluentes com
classes diferentes e com caídas para as canaletas de captação.
• quando não houver inclinação suficiente, para a captação do efluente por
gravidade, construir caixas de transferências e usar bombas químicas de
recalque para cada efluente de classes diferentes.

2.5 AMOSTRAGEM DE EFLUENTES

Para caracterizar a carga poluidora dos efluentes industriais é necessário o


conhecimento prévio do processo industrial para a definição do programa de
amostragem.
As informações importantes a serem obtidas são: Lista de matérias-prima,
principalmente aquelas que de alguma forma possam ser transferidas para os
efluentes; fluxograma do processo industrial indicando os pontos nos quais são
gerados efluentes contínuos ou intermitentes; identificar os pontos de lançamento
de efluentes; definir o sistema de medição de efluentes e instalá-lo.
O ritmo produtivo também deve ser conhecido, não só os horários dos
turnos de trabalho, como também o das operações de limpeza, manutenção, ou
por processos industriais sazonais (indústrias de frutas, produtos têxteis
relacionados).

A amostragem pode ser realizada de duas formas:


A Amostra Simples representa o que está ocorrendo naquele momento.
Se o manancial não varia muito, ela pode ser representativa.
A Amostra Composta é formada por várias e pequenas alíquotas
coletadas ao longo do tempo. À cada turno (8 horas, 24 horas), coletam-se
alíquotas que formam as amostras compostas.

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A amostra composta pode ser obtida por:
• alíquotas pré-estabelecidas ou volume pré-estabelecido.
• alíquotas variáveis, que são aquelas nas quais o volume varia de acordo com, a
vazão (neste caso são amostras de alíquotas proporcionais à vazão), é por isto
que em medições de água e esgoto, tem que se ter um vertedor perto do ponto de
coleta da amostra.

Dispositivos de Medição de Vazão

Os medidores de vazão tradicionais são os vertedores triangulares, para


baixas vazões, e as calhas parshall, para vazões maiores.

Calha parshall Medidor de vazão triangular


Q > 50 m3/h Q < 50 m3/h

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Existem dispositivos simples: para pequenas vazões, como por exemplo,
cubagem. Anota-se o tempo que a água leva para encher um recipiente de volume
conhecido. Como a vazão é o volume em função do tempo, é só dividir o volume
do recipiente pelo tempo que se levou para enchê-lo. Se não se conhece o volume
do recipiente, faz-se uma marca no recipiente, anota-se o tempo e depois vai-se
aferir o volume em outro local.
Existem locais de difícil acesso sendo praticamente impossível instalar um
dispositivo para se medir a vazão, ou nos casos que os custos forem elevados
para se instalar um vertedor só para se coletar uma amostra, pode-se adotar o
seguinte procedimento:
fecha-se a entrada do reservatório, mede-se a altura (h) e o tempo (T) que leva
para se ter um desnível (_h). Isto deve ser feito sem que se prejudique o processo
de fabricação.

Em indústrias modernas há hidrômetros em cada seção para se controlar o


consumo de cada seção da indústria ou etapa do processo. Aproveitam-se as
medições parciais obtidas por estes hidrômetros em cada ramal ou seção para se
chegar à vazão total.

3. TEORIA BÁSICA DO TRATAMENTO FÍSICO-QUÍMICO

3.1 TIPOS DE TRATAMENTO

A) Tratamento contínuo
Este tratamento é normalmente utilizado para empresas que geram
grandes vazões de efluentes, geradas de forma contínua.

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A maior vantagem deste tipo de tratamento é o menor espaço físico
utilizado para uma grande vazão gerada.
As desvantagens são:
 Alto custo de instalação devido á necessidade de muitos equipamentos de
controle automatizados.
 Flexibilidade reduzida para lidar com efluentes brutos fora dos padrões do
projeto;
 Dependência excessiva de instrumentação analítica do processo com os
riscos associados;
 Consumo de produtos químicos. O excesso de consumo de reagentes é
menos controlável do que em sistemas de batelada;
 A manutenção é crítica. Teoricamente, a disponibilidade do sistema de
tratamento determina se a galvanoplastia pode ou não funcionar.

B)Tratamento em batelada

A grande vantagem do sistema de tratamento em regime de batelada é


sua flexibilidade. Se bem projetado, é praticamente impossível lançar efluentes
fora do padrão de emissão estabelecido.
Embora possam ser totalmente instrumentados e automatizados, tal qual o
sistema contínuo, a eficiência de tratamento não depende tanto do bom
funcionamento dos mesmos, porque todos os parâmetros principais (pH, cianeto e
cromo) podem ser verificados antes de proceder ao descarte do efluente.
Os custos de manutenção costumam ser menor que no tratamento
contínuo.
Este sistema é mais Flexível para lidar com variações nas composições das
correntes. Por esta razão é o sistema mais indicado para o tratamento de altas
concentrações como o caso de galvânicas.

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No sistema de bateladas as reações têm mais tempo para serem
concluídas, o que diminui o excesso de reagentes, gerando uma economia de
produtos químicos.

3.2 PRÉ-TRATAMENTOS

Remove apenas sólidos muito grosseiros, flutuantes e matéria


mineral sedimentável. Os processos de tratamento preliminar são os
seguintes:

3.2.1 PENEIRAMENTO

Tem como principal finalidade remover sólidos grosseiros


suspensos, com granulometria superior a 0,25 mm. A superfície peneirante
pode ser constituída por uma tela metálica de seda ou plástico, por uma
chapa perfurada, por uma rede de barras ou por barramento com seção
triangular.
Os tipos de peneiras são: rotativas e estáticas.

Peneira estática

As peneiras podem ser instaladas recebendo o efluente por


recalque ou por gravidade, situando-se antes ou depois do tanque de
equalização e, preferencialmente. Deve ser evitado o uso de peneiras
estáticas, como também rotativas, em águas residuárias, contendo
gorduras (curtumes, por exemplo), recomendando-se, neste caso, o uso
de peneiras autolimpantes.

3.2.2 GRADEAMENTO

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A remoção dos sólidos grosseiros é obtida através da
colocação de uma grade pela qual passa o efluente (uma espécie de
“coador”). O líquido e os sólidos de menores dimensões atravessam a grade,
ficando retidos apenas os sólidos maiores (SANTOS, 1999).

Grade
As grades singelas, de limpeza manual, são empregadas em
instalações pequenas e com aberturas relativamente grandes. São
instaladas à montante das grades comuns mecanizadas, bombas de
grande capacidade, turbinas, etc.
As grades mecanizadas exigem cuidadosa manutenção, e por
isso, somente são adotadas nas instalações cujas características justificam
seu emprego.

3.2.3 RETENÇÃO DE GORDURA

As caixas de retenção de gordura são unidades destinadas a reter


a gordura e materiais que flotam naturalmente. São utilizadas no
tratamento preliminar de águas residuárias de frigoríficos, curtumes,
laticínios, matadouros, etc. O princípio de separação se dá pela diferença
de densidade entre as águas e as gorduras.
A caixa deve ser construída de forma que o líquido tenha
permanência tranqüila durante o tempo em que as partículas a serem
removidas percorram desde o fundo até a superfície líquida. O tempo de
detenção deverá situar-se entre 3 e 5 minutos, se a temperatura do líquido

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se encontrar abaixo de 25°C. Acima desta temperatura, o tempo de
detenção poderá ser maior, até 30 minutos.
O formato da caixa deverá ser retangular, possuindo duas
ou mais cortinas, uma próxima à entrada para evitar a turbulência do
líquido e a outra próxima à saída. Em um dos lados da caixa, deverá
haver uma calha para a remoção de gordura.

Caixa de gordura

3.2.4 RETENÇÃO DE ÓLEO

As caixas retentoras de óleo, ou caixas de separação água/óleo, se


destinam a remover o óleo das águas residuárias provenientes de
postos de lavagem e lubrificação de veículos, oficinas mecânicas, etc. O
princípio de separação é similar às caixas retentoras de gordura porque,
como o óleo é menos denso que a água, tende a flotar, permanecendo
na superfície líquida.
Uma vez que as águas residuárias, provenientes de lavagem de
veículos, arrastam grande quantidade de areia e outros materiais inertes, é
conveniente que as caixas de retenção de gordura sejam precedidas de
unidades de desarenação.
Para as águas residuárias provenientes de atividades industriais,
como por exemplo da indústria petroquímica, onde as vazões são muito
consideráveis e as concentrações de óleo elevadas, recomenda-se a
adoção de separadores API ou tanques de flotação.
Como nas caixas de gordura, o líquido deverá ter permanência
tranqüila e mesmo tempo de detenção.

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O formato da caixa deverá ser retangular, possuindo duas cortinas,
uma próxima à entrada para evitar turbulência do líquido, e a outra
próxima à saída, imersa até perto do fundo, para que os sólidos
sedimentáveis sejam arrastados com o efluente. A forte inclinação do
fundo em direção à saída evita o acúmulo de sólidos grosseiros
sedimentáveis.
Existem ainda óleos solúveis e insolúveis em água. Os solúveis
são os mais difíceis de serem removidos, enquanto os solúveis são mais
fáceis, permanecendo e sendo removidos na superfície. As atividades
industriais que mais geram afluentes oleosos são as indústrias mecânica
e automobilística, refinarias, poços de perfuração, etc.
No caso de remoção do óleo insolúvel mais leve que a água, podem
ser utilizados os sistemas citados, enquanto que para remover óleos
solúveis é necessário diminuir a solubilidade.
Os meios fortemente ácidos ou fortemente alcalinos diminuem a
solubilidade, sendo neste caso utilizados ácidos ou álcalis e também
dispersante. Coagulantes são também utilizados para separação de óleos
solúveis juntamente com o lodo, enquanto o óleo insolúvel é removido
pela superfície.

3.2.5 QUEBRA DA EMULSÃO ÓLEO-ÁGUA

Ë a quebra da mistura entre óleo emulsionado e a água. Após a


quebra, haverá a coalescência das gotas de óleo, podendo assim ser
separados através de processos de gravidade diferencial. É importante
coletarmos as águas oleosas antes de seu despejo geral.
Este tipo de efluente também pode ser tratado através de processos
de evaporação, onde a água é removida do sistema e não o contrário. O óleo
residual pode ser reciclado posteriormente.

3.2.6 EQUALIZAÇÃO

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Em sistemas de tratamento contínuo é praticamente impossível operar
a estação de tratamento sem ter a vazão regularizada, pois as variações
bruscas impossibilitam o funcionamento de tanques de correção de pH,
floculadores e decantadores, provocando também cargas de choques em
tanques de aeração de lodos ativados.
Além de regular vazões, o tanque de equalização tem finalidade de
homogenizar o efluente, tornando uniformes: pH, temperatura, turbidez,
sólidos, DBO, DQO, cor , etc.

3.3 AJUSTE DE PH

A necessidade de correção de pH do efluente decorre do fato de


a coagulação exigir valor ótimo, quando ocorre a formação dos flocos. Por
isso é importante ensaios de floculação, visando determinar este valor.
A correção do pH é uma solução técnica e econômica pois,
além dos coagulantes serem mais caros que os ácidos, são necessárias
dosagens menores de corretivos: 1ppm de ácido sulfúrico equivale a 2,5
ppm de sulfato de alumínio.
O ácido sulfúrico é um acidificante muito utilizado, porém seu
manuseio merece cuidados: os recipientes e equipamentos devem ser
resistentes à corrosão e recomenda-se só utilizá-lo diluído. Para maior
segurança operacional, a diluição deverá ser feita levando-se ácido à água
e nunca ao contrário porque, caso ocorram respingos, estes poderão
atingir o operador.
Por outro lado, se o efluente for ácido, a correção poderá ser feita
com alcanizantes: soda cáustica, carbonato de sódio, amoníaco ou cal −
que é o produto mais utilizado. No caso de águas residuárias muito
ácidas (pH abaixo de 3,0), é recomendada a correção com cal em duas
ou mais etapas.

3.4 COAGULAÇÃO
A coagulação é o processo de agregação de partículas devido a
desestabilização de partículas coloidais.
Os coagulantes dividem-se em duas categorias:

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Sais inorgânicos tais como o sulfato de alumínio Al2(SO4 )3, ou o cloreto
férrico FeCl3 que, quando dosados em concentração alta o suficiente para exceder
o limite de solubilidade do hidróxido metálico correspondente, formam um
precipitado com superfície extremamente ativas.
Polímeros inorgânicos, tais como silicato, ou sintéticos adicionados ao
meio. Quando sintéticos, podem ter caráter não-iônico ou caráter iônico definido:
aniônico ou catiônico, estes, sendo conhecido como polieletrólitos. Embora,
polieletrólitos possam, teoricamente, causar coagulação por neutralização de
cargas, o mecanismo principal parece ser a formação de pontes entre partículas.

3.5 FLOCULAÇÃO

Após haver a coagulação, o efluente passará para a subseqüente mistura


lenta, objetivando fazer com que os coágulos, que são pequenas partículas, se
transformem em partículas maiores, denominadas flocos. A formação de flocos se
dá à medida que há colisões entre as partículas ocorrem.
Além disso é importante salientar que, para haver formação de flocos
perfeitamente grandes e com densidade suficiente para boa sedimentação, o
tempo de agitação deverá ficar em torno de 30 minutos.
A formação de bons flocos ocorre quando se emprega dosagem de
coagulante adequada. Pequenas dosagens não chegam a atingir o ponto
isoelétrico, enquanto altas dosagens podem reverter o sinal das cargas,
reestabilizando-as. O ponto ótimo de floculação deve ser sempre pesquisado por
meio de Ensaio de Floculação ou Jar-Test.
Os polieletrólitos são chamados comercialmente de “polímeros” e existem
em dois estados: sólidos ou líquidos. Podem ser de quatro grupos funcionais
diferentes: catiônicos, aniônicos, não-iônicos e anfóteros, sendo todos solúveis em
água.
Quimicamente, a maioria é formada por moléculas de poliacrilamidas com
alto peso molecular e uma profusão de cargas elétricas ao longo da molécula.

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Os benefícios e vantagens de seu uso são:
 aumento da eficiência global da ETE
 melhora acentuada na turbidez da água tratada
 maior facilidade na remoção de cor orgânica
 redução no volume de uso de produtos químicos
 redução no tempo de decantação
 melhor compactação do lodo
 melhor filtrabilidade do lodo

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Tanque de Floculação
3.6 DECANTAÇÃO

A nucleação das partículas (compostas por hidróxidos, carbonatos ou


sulfetos) na coagulação e floculação, permite que em poucos minutos, forme-se
um precipitado e um sobrenadante. O sobrenadante é chamado de efluente
clarificado e o precipitado de lodo.
Este processo, onde ocorre a sedimentação do lodo é chamado de
decantação.
O tempo de decantação geralmente se situa entre 0,5 a 3 horas, quando a
formação dos flocos é adequada.
O lodo, após ser recolhido no fundo do decantador, é direcionado para
algum sistema de desidratação (secagem) visando seu adensamento e redução
de volume, podendo ser em leitos de secagem, centrífugas ou filtros-prensa.

3.7 TRATAMENTOS ESPECÍFICOS DE ALGUNS CONTAMINANTES

3.7.1 REDUÇÃO DE CROMO HEXAVALENTE


Águas contendo cromo hexavalente (Cr+6) são muito tóxicas
Dose máxima sem efeito tóxico ao homem é de 0,5 mg, sendo um
composto conhecidamente cancerígeno.
Cromo hexavalente só existe na água como consequência de poluição
causada pelo homem

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O Cromo hexavalente é facilmente reduzido para a forma trivalente
mediante a dosagem de dióxido de enxofre (SO2), metabisulfito de sódio ou sulfato
ferroso, este último, praticamente, não mais usado devido ás quantidades de lodo
gerado. Somente na forma trivalente o cromo pode ser removido do efluente. Na
forma hexavalente, ele permanece solubilizado.
O reagente mais encontrado em uso hoje é o metabisulfito de sódio –
Na2S2O5 – que em água forma bisulfito de sódio:
Na2S2O5 + H2O → 2 NaHSO3 (a)
A reação de redução dá-se em meio ácido, onde o bisulfito de sódio
converte-se em ácido sulfuroso e bisulfato de sódio:
NaHSO3 + H2SO4 → + H2SO3 + NaHSO4 (b)
A redução de cromo hexavalente é rápida abaixo de pH 3,0:
-2 -
2 H2CrO4 + 3 H2SO3 → Cr2(SO4)3 + 5 H2O (c)
O fim da reação pode ser detectado visualmente pela coloração final verde
garrafa, característica de cromo lll.
Pelas equações acima, 1,5 mols de Na2S2O5 reagem com 2 mols de
VI
H2CrO4, ou seja, são necessários 2,74 kg de Na2S2O5 para reduzir 1 kg de Cr .
Na prática, recomenda-se dosar um excesso de metabisulfito de ordem de
10 %.

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3.7.2 OXIDAÇÃO DE CIANETOS
Cianetos são substâncias extremamente tóxicas, com dose letal
instantânea para o homem na ordem de 1mg/kg de peso. No adulto, acima de 18
mg já causa efeitos deletérios. Quando em solução aquosa, abaixo de pH 8,
libera HCN, um gás mortal.
A ação tóxica do cianeto se dá por asfixia (impede o oxigênio de chegar às
células do corpo).
Certos metais, como o níquel, podem reagir com cianeto, formando
complexos de muito difícil destruição
Os reagentes normalmente utilizados, por motivos de custo, são gás cloro
e hipoclorito de sódio. Oxidação com cloro é preferida em grandes instalações
porque o custo menor do cloro compensa o investimento inicial maior
representado pelo dosador, ejetor e sistema de recirculação, sala de cilindros e
equipamentos de segurança associados (lavador de gases, detectores de cloro e
sistema de exaustão).
Na maioria dos casos, o reagente utilizado é hipoclorito de sódio que
contém de 10 a 13 % de cloro livre.
Em instalações pequenas que empregam oxidação em batelada é cada
vez maior o uso de hipoclorito sólido (hipoclorito de cálcio - Ca(OCI)2) que tem as
vantagens adicionais de não perder cloro (desvantagem do hipoclorito de sódio) e
com o mesmo poder oxidante ocupa bem menos espaço que no caso de
hipoclorito de sódio.
Independente da forma em que é usada a reação de oxidação é igual:
- - - -
CN + OCl → CNO + Cl (a)
A reação acima ocorre em meio alcalino porém, abaixo de pH 10,0 a
reação é lenta. Ao mesmo tempo, o pH deve ser mantido superior a 10,5,
particularmente, em se tratando soluções concentradas de cianeto (> 500 mg/l,
para minimizar o risco de desprendimento de cloreto de cianogênio CNCI).
- - - -
CN + HOCl → ClCN ↑ + OH (b)
Pelo mesmo motivo, agitação vigorosa é necessária.
Normalmente, a conservação de cianeto em cianato satisfaz a legislação
ambiental e o cianato é convertido em CO2 e N2 por microorganismos presentes
em rios e estações de tratamento biológico. No entanto, o cianato pode ser
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oxidado completamente a CO2 e N2 por dosagem de cloro ou hipoclorito adicional
porém, numa faixa baixa de pH 7,5 a 9,0.
- - - -
2 CNO + 3 OCl + H2O → N2 + 2 HCO3 + Cl (c)

Em pHs relativamente baixos (< 2,5), o cianato sofre hidrólise formando


sulfato de amônia. Se a concentração de cianetos for alta, amônia poderá ser
liberada.
2 NaCNO + H2SO4 + 4 H2O → (NH4)SO4 + 2 NaHCO3 (d)

Com a exceção de cianetos de níquel que requerem até uma hora para a
oxidação completar-se, os cianetos normalmente encontrados em efluentes de
galvanoplastia são rapidamente convertidos em cianato pela reação a). Entretanto,
se a fonte de cianeto for um processo de tratamento térmico empregando sais de
4-
cianeto fundidos, o efluentes conterá os complexos de ferro ferrocianeto [FeCN6]
3-
e ferricianeto [FeCN6] . Ferrocianeto é oxidado por hipoclorito a ferrocianeto o
qual é extremamente resistente a oxidação. Entretanto, o ferrocianeto pode ser
precipitado como o sal férrico dosando-se um excesso de FeCI3 (cloreto férrico)
em meio alcalino.
Na reação a) acima 2,73 kg de cloro, ou 22,75 kg de hipoclorito de sódio a
12 % são consumidos na oxidação de 1 kg de cianeto a cianato.
Entretanto, um ligeiro excesso de reagente (5 a 10 %) é necessário para
forçar a reação a conclusão. No caso da oxidação de cianetos de níquel, um
excesso maior (20 %) deve ser utilizado para acelerar a reação.

Reações químicas com peróxido:

NaCN + H2O2 + H2O → NaCNO + 2H2O

2NaCNO + H2O2 → 2CO2 + 2NaOH + N2

O uso de peróxido leva a oxidação de complexos cianídricos pelo seu caráter mais
enérgico sendo que o pH do tratamento deve ser maior que 10 e menor que 12. O
tempo de reação pode ser diminuido pela adição de íons cobre (catalisador) na
faixa de 1 mg/l.

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São necessários 2,6 a 7,8 Kg de peróxido 200 vol. para oxidar 1kg de
cianeto a cianato . Peróxido é um oxidante enérgico e não seletivo. Cuidados no
manuseio!

3.7.3 PRECIPITAÇÃO DE METAIS


As correntes de efluentes pré-tratadas são unidas para a próxima etapa no
processo de tratamento que, normalmente, é denominada “neutralização”.
Dependendo do balanço de ácidos e alcalinos da instalação de
galvanoplastia, será necessário dosar um ácido ou um reagente alcalino para
alcançar o pH ótimo para a precipitação dos metais pesados presentes.
Com a segregação e volumes de estocagem adequada pode-se projetar a
etapa de neutralização com equipamentos de dosagem para apenas o
componente deficitário no balanço de ácidos e alcalinos.

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
Constatamos em projetos com alguma deficiência no conceito de
segregação, ou com volumes de equalização inadequados, que é, difícil obter uma
faixa estreita de controle de pH, com dosagem de ácido e alcalinizante num único
tanque de neutralização. Qualquer desvio maior na corrente de chegada é capaz
de iniciar uma guerra entre os “set-point” que controlam a dosagem de ácido e de
alcalinizante.
Na etapa de precipitação de metais, é ajustado o pH para uma faixa de
valor (normalmente, de 8,0 a 9,0) em que as concentrações de metais em solução
atendem o padrão de emissão pré-determinado.
O termo de neutralização, então, é somente parcialmente válido para este
processo. Neutro significa pH 7,0 ou alguma faixa de valor cuja média é 7,0
(exemplo: 7,0 ± 0,5). Os metais podem ser precipitados na forma de hidróxidos,
sulfetos ou complexos orgânicos.
Para a maior parte da base técnica em que um projetista se apóia para
definir a etapa de precipitação de metais, recorre-se á química analítica ou, mais
especificamente, aos fundamentos de análise gravimétrica. Em comum com
gravimetria, curvas de solubilidade em função de pH, ou em função de
concentração relativa de algum íon comum são elaboradas e o valor de pH de
precipitação quantitativa determinado. Entretanto, devido ao fundo iônico variável
com que nos deparamos nos efluentes de galvanoplastia (que podem ser grandes
mesmo dentro de uma única instalação) os resultados obtidos não são referências
imutáveis.
Adicionalmente, em vários trabalhos publicados, específicos ao tratamento
de efluentes de galvanoplastia, encontram-se valores de solubilidade mínima, e
pH correspondente para diversos metais e as formas em que são precipitados.
Estes valores são uma base importante para o projetista na hora de definir esta
etapa do processo. Entretanto o pH e dosagens de produtos químicos
coadjuvantes (coagulantes, floculantes etc.) têm as suas faixas de variação
estabelecida durante a partida da unidade.
Na figura abaixo, podemos observar de forma gráfica os problemas
associados com a definição do valor de ajuste de pH da etapa de
neutralização/precipitação de metais:
a) As solubilidades mínimas teóricas ocorrem em valores diferentes de pH

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b) Para cada mistura de íons metálicos, a faixa de pH de ajuste adotada deve
proporcionar concentrações aceitavelmente baixas embora, provavelmente; não
sejam as solubilidades mínimas para estes metais.

c) Chama a atenção o comportamento anfotérico de cromo e zinco; na medida em


que o pH sobe, suas solubilidades começam a aumentar devido a resolubilização
do precipitado.
d) Fica evidenciada a importância da calibração e funcionamento correto do
controlador de pH. Ao mesmo tempo, para sistemas contínuos, o projeto, em
termos de equipamentos de dosagem e seu dimensionamento, eficiência de
agitação, projeto do próprio tanque (para evitar curto circuito hidráulico) e a
filosofia de controle adotado, tem um papel fundamental em obter, na prática, uma
estreita faixa de controle de pH.
e) As curvas foram preparadas com amostras contendo misturas de íons
metálicos. Entretanto, como mencionado anteriormente, complexantes, certos

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ânions e amônia podem ter um efeito desfavorável dificultando a remoção de
alguns metais na forma de seus hidróxidos.
f) Escolha de alcalinizantes. Quimicamente, cal - Ca(OH)2, e soda cáustica –
NaOH, proporcionam o mesmo resultado: a formação do hidróxido metálico que se
deseja remover da solução. Porém, normalmente, cal proporcionam melhores
resultados pelos seguintes motivos:
• sulfato de cálcio tem solubilidade reduzida (precipita sulfato);
• reage com carbonatos presentes na água para formar um precipitado
muito ativo em agregar outras partículas. Este efeito pode ser aumentado
dosando-se, também, carbonato de sódio. Entretanto, os reagentes tem que ser
dosados separadamente e a presença de sódio não ajudará na precipitação de
sulfato.
• a presença de um cátion bivalente mais solúvel tende a favorecer a
precipitação de outros cátions polivalentes menos solúveis (ou seja, os metais
pesados que desejamos remover da solução).

Faixas de pH para Precipitação de Metais (hidróxidos ou óxidos)

Metal PH ideal Metal PH ideal


Ag+1 9 Al+3 7-8
Au+3 8 Cd+2 8
Cr+3 8 Cu+1 e Cu+2 10
Ni+2 10 Fé+2 e Fé+3 8
Pb+2 8 Zn+2 8-9

3.7.4 REDUÇÃO DE NITROGÊNIO

O nitrogênio, assim como o fósforo, é um nutriente proveniente, em grande


parte, dos esgotos ou de processos industriais que contenham produtos
nitrogenados, tais como amônia e nitritos. O incremento destes nutrientes nos
ecossitemas aquáticos causam a eutrofização, que é o resultado de um acentuado
crescimento de algas além de problemas de transparência, gosto e odor,
dificultando o tratamento das águas.

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A remoção deste nutriente é normalmente realizada através de sistemas de
tratamento biológico, tais como lodo ativados ou lagoas de estabilização ou por
processo químicos, que normalmente consomem um alto volume de reagentes.
Os tratamento químicos mais utilizados são:
 cloração ao breakpoint: oxidação da Amônia pelo cloro, produzindo
gás nitrogênio;
 stripping: esgotamento do nitrogênio através da volatilização da
Amônia em pH elevado associado a aeração;
 troca iônica: combinação de cloração com adsorção de cloraminas
em colunas de carvão ativado;
 separação por membranas seletivas.

3.7.5 REDUÇÃO DE FÓSFORO

O fósforo pode ser eliminado do efluente através de processos biológicos


ou físico-químicos. Dos processos físico-químicos os mais utilizados são a
precipitação química, a osmose reversa e a eletrodiálise.
Na precipitação de fósforo, utilizamos o sulfato de alumínio ou cloreto
férrico ou cal, mas o que dá melhor resultado é uma combinação de cloreto férrico
e cal, podendo obter-se eficiência da ordem de 95%. As dosagens dependem das
características dos efluentes e devem ser obtidas experimentalmente.

Reações:
Fe+3 + PO4-3 ---------------- FePO4↓
Ca+2 + PO4-3 ---------------- Ca3(PO4)2↓

Os processos biológicos de tratamento reproduzem em escala de tempo e


área aos fenômenos de autodepuração que ocorrem na natureza.
Os tratamentos biológicos de esgotos e efluentes industriais têm como
objetivo remover a matéria orgânica dissolvida e em suspensão, através da
transformação desta em sólidos sedimentáveis (flocos biológicos), ou gases.

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
Os produtos formados devem ser mais estáveis, tendo os esgotos ou
efluentes industriais tratados um aspecto mais claro, e significativa redução da
presença de microorganismos e menor concentração de matéria orgânica.
Os processos de tratamento biológicos têm como princípio utilizar a matéria
orgânica dissolvida ou em suspensão como substrato para microorganismos tais
como bactérias, fungos e protozoários, que a transformam em gases, água e
novos microorganismos.

3.8 SECAGEM DO LODO

O lodo de uma estação de tratamento de efluentes deve ser disposto em


lugar apropriado, um aterro industrial ou aterro sanitário (lodo biológico),
dependendo da classificação do resíduo, incineração, co- processamento, etc.
Antes da disposição existe a necessidade de condicionar o lodo para o
transporte e disposição, principalmente com relação ao teor de umidade. Para isso
são geralmente utilizados filtros de areia, filtros de bidin, filtros-prensa,
adensadores de lodo, entre outros equipamentos, geralmente dependentes do
tamanho da empresa e quantidade de efluentes a ser tratado. A redução da
umidade tem um impacto direto no custo de disposição do resíduo, pois
geralmente paga-se por quilo de lodo a ser depositado nos aterros. Este lodo
deverá ser acondicionado em saco plástico e lacrado em tambor de aço.
A destinação final dos resíduos pressupõe a secagem prévia devido à
segurança ambiental para armazenamento, transporte e destino final, bem como
em relação aos custos de destinação.
A legislação ambiental e as empresas administradoras de aterros de
resíduos perigosos não recebem lodos com água livre e ou que apresentem
umidade superior a 70%.

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Na ausência de espaço físico na empresa, para a instalação de tanques
para adensamento de lodo, há a necessidade de utilização de filtros prensa e
unidades mais compactas.

Abaixo, observa-se a forma de montagem de um filtro de areia.


0,75 m

0,4 5 m

0,80 m

Areia
(10 cm ) Tijolos
Brita (21 furos)
(15 cm)

Para poder dar a devida destinação final a qualquer resíduo industrial,


aconselha-se seguir a seguinte seqüência:
1) Caracterização e identificação do resíduo: Consiste na visualização
física do resíduo, conhecimento aprofundado do processo gerador e a
subseqüente classificação do resíduo conforme a NBR 10.004.
2) Avaliação do resíduo em função de sua viabilidade financeira e
disponibilidade tecnológica: Avaliar se o resíduo é reciclável ou não. Deve-se
verificar se o resíduo ainda possui componentes de valor financeiro e, em caso
afirmativo, se existe uma tecnologia capaz de recuperar este componente.

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4. EQUIPAMENTOS MAIS UTILIZADOS NAS ETES

4.1Tanques de homogeneização e acumulação


4.2 Decantadores
4.3 Tanques de lodo
4.4 Tanques de armazenagem de soluções

4.5 Sistemas de agitação

Os sistemas de agitação podem ser mecânicos ou por ar comprimido.


Principalmente quando há sobra de ar comprimido na empresa, este
sistema é amplamente utilizado por seu baixo custo de instalação, pois pode ser
construído com uma simples tubulação de PVC perfurada.

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Outra vantagem deste sistema é que a potência de agitação pode
facilmente ser regulada com a maior ou menor vazão de ar.
No entanto, existem sistemas mais elaborados que fazem uso de
distribuidores de ar como o mostrado na figura abaixo:

Sistema de agitação por ar comprimido

Os sistemas de agitação mecânica também são amplamente utilizados mas a


variação da potência de agitação deve ser dada através de um redutor de
velocidade ou através de um variador de freqüência acoplado ao motor.

37
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4.6 Secagem de lodo

FILTROS DE AREIA

FILTRO-PRENSA

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4.4 Outros equipamentos (filtração com carvão, troca iônica, evaporadores,
eletrodiálise)

ADSORÇÃO EM CARVÃO ATIVADO


Existem substâncias que agem como adsorventes , fixando em sua
superfície outras substâncias que produzem gosto, cor e matéria orgânica
dissolvida que causa DQO. Entre estas substâncias, figura em primeiro lugar o
carvão ativado, substância adsorvente que possui uma elevada área superficial
muito porosa, com a vantagem de possibilidade de reter inúmeras substâncias,
tais como fenol, fosfatos, nitratos, sólidos suspensos, matéria orgânica, óleos,
detergentes, etc..

O tempo de contato no leito de carvão varia entre 15 a 40 minutos. O leito


deve ser periodicamente lavado para desobstrução.

ELETRODIÁLISE
A eletrodiálise é um processo de separação em que a solução é submetida
a um potencialelétrico por dois eletrodos, ocasionando uma corrente elétrica de
cátions para o eletrodo negativo (catodo) e de ânions para o eletrodo positivo
(anodo). No interior da célula de eletrodiálise, há membranas seletivas de um só
tipo de íons, existindo membranas permeáveis a cátions e permeáveis a ânions
somente.

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
As membranas mão deixam atravessar os íons de sinais iguais aos delas e
a eficiência de remoção de sais dissolvidos aumenta com o número de
membranas instaladas e células em série.
A eletrodiálise é usada na dessalinização e desmineralização de águas,
sendo um método prometedor na remoção de fósforo e nitrogênio.
Para evitar problemas de obstrução é necessário que o efluente esteja
perfeitamente clarificado e periodicamente é necessário efetuar limpeza das
membranas.

OSMOSE REVERSA

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Consiste em aplicar uma pressão muito superior á pressão osmótica de
uma solução, no compartimento de uma solução concentrada. Ocorre assim
inversão de fluxo devido à pressão exercida, forçando a passagem de solvente e
retendo soluto.
É utilizada na desmineralização e dessalinização de águas, sendo ainda
pouco comum no tratamento de efluentes devido ao seu alto custo.

TROCA IÔNICA
O processo consiste na fixação, em uma superfície sólida (fase
estacionária), de íons da solução(fase móvel), que se trocam pelos íons da fase
estacionária. Atualmente são usadas resinas sintéticas, existindo de dois tipos:
-catiônicas: são capazes de reter cátions da solução, trocando-os por cátions
sódio ou hidrogênio
-aniônicas: são capazes de reter ânions, trocando-os por ânions hidroxila.

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Estas resinas, quando esgotam sua capacidade de troca, podem ser
“regeneradas” . Do processo de regeneração, se gera um pequeno volume de
líquido com alta concentração de contaminantes que pode ser recuperada. Caso
não seja possível sua recuperação, o mesmo deverá ser disposto adequadamente
como resíduo perigoso. Nos processos galvânicos a troca iônica poderá ser
empregada com vantagem econômica, quando existe a recuperação e reuso de
metais.

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
5.SEGURANÇA

No tratamento de efluentes são empregadas substâncias irritantes e tóxicas


que podem causar queimaduras, irritações, intoxicações e morte.
• A exposição contínua e prolongada sem a devida proteção, a essas
substâncias pode provocar laringites, bronquites agudas e crônicas,
hemotises, anemias, leucemias, pneumonias, gangrena pulmonar,
tuberculose, alergias e muitas outras doenças.
• Como proteção, a indústria deve possuir equipamentos captadores que
dificultem a emanação de vapores e gases para o ambiente, e todos os
trabalhadores devem usar EPIs adequados.
• Conhecer o produto químico usado por seu nome usual e nome oficial
• Ler os rótulos das embalagens antes de usar
• Observar atentamente a simbologia dos produtos químicos perigosos

Classificação das substâncias


• 1 - Explosividade
• 2 - Gases sob pressão ou com reação química;
• 3- Inflamabilidade de líquidos (vapores) e gases ou líquido sujeito a auto-
aquecimento;
• 4 - Inflamabilidade de sólidos ou sólidos sujeitos a auto-aquecimento;
• 5 - Efeito oxidante (favorece incêndio);
• 6 - Toxicidade ou risco de infecção;
• 7 - Radioatividade;
• 8 - Corrosividade;
• 9 - Risco de violenta reação espontânea;
• X - A substância reage perigosamente com água (utilizado como prefixo do
Código Numérico).

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EXEMPLOS

COMBUSTÃO
EXPONTÂNEA

VIAS DE CONTAMINAÇÃO

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• INALAÇÃO:
Gases, vapores e poeiras. É a principal via de contaminação, pois os alvéolos
pulmonares apresentam uma superfície de 80 a 90 m² no homem adulto. Após
serem absorvidas pelos alvéolos pulmonares, as substâncias passam ao sangue e
são então disseminadas pelo organismo.

• INGESTÃO:
• Pode ser considerada uma via secundária, pois ninguém em sã consciência
ingere agentes químicos nocivos. Porém, caso ocorra, causa intoxicações
muito sérias com graves seqüelas que podem causar a morte.
• ABSORÇÃO:
• Ocorre quando a substância química entra em contato com a pele e pode
ocorrer:
• Pequena irritação na superfície
• Combinação da substância com as proteínas da pele provocando
sensibilização
• Penetração pela pele, atingindo o sangue.

Toxicidade das substâncias

• As Substâncias Irritantes podem agir sobre o sistema digestivo provocando


dores intestinais, náuseas, vômitos e diarréias, além de provocar ardor nos
olhos e no aparelho respiratório.
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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
• As Substâncias Hipnóticas causam uma tendência à sonolência com efeitos
mais ou menos deletérios, dependendo do produto e do indivíduo. Como
exemplo, temos os solventes clorados, dos quais destacamos o
percloroetileno.
• As Substâncias Deletérias provocam, inicialmente, um estado de delírio,
progredindo até o estado de coma. Como exemplo, citamos os solventes
aromáticos como o tolueno (contida na cola de sapateiro).
• As Substâncias Convulsivas são as que provocam convulsões seguidas por
colapso e são geralmente fatais. Como exemplo, citamos os cianetos.

• ÁCIDO SULFÚRICO (H2SO4):


Substância que em contato com a pele e olhos ocasiona queimaduras graves,
dermatoses, ulcerações, destruição dos tecidos, conjuntivites, lesões na córnea e
cegueira. Deve-se tomar cuidado nas diluições: adicionar sempre ácido na água e
nunca o contrário.
O contato de ácido sulfúrico concentrado com soda cáustica pode provocar
explosões!

• ÁCIDO MURIÁTICO (HCl):


Substância que em contato com a pele e olhos ocasiona queimaduras graves e
possível perda de visão. Os vapores do ácido produzem efeito irritante nas vias
respiratórias. Este ácido não deve ser armazenado próximo a substâncias
inflamáveis ou oxidantes, como, por exemplo ácido nítrico e nem próximo de
metais (risco de emanação de hidrogênio inflamável)

• ÁCIDO CRÔMICO (CrO3)


Pode causar intoxicações agudas ou crônicas. No primeiro caso os sintomas
serão gastrite e nefrite agudas. No caso crônico, produz ulceras gástricas,
bronquites e perfuração do septo nasal. Casos mais críticos podem levar ao
câncer de fígado e /ou leucemia

• SODA CÁUSTICA (NaOH):


Tanto no estado sólido com em solução líquida, produz poeiras e vapores com
ação fortemente corrosiva sobre todos os tecido do organismo. Pode causar
queimaduras e ulcerações profundas.

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
• CAL (CaO):
É bem menos corrosivo que a soda cáustica, porém forma uma poeira muito fina
que causa irritação nas vias respiratórias e nos olhos. Em contato prolongado com
a pele causa ressecamento e queimaduras leves.

• HIPOCLORITO DE SÓDIO (NaOCl):


Substância perigosa que em contato com a pele e olhos causa queimaduras. Em
contato com ácidos libera vapores de cloro extremamente tóxicos e sufocantes,
podendo matar por sufocamento.

• METABISSULFITO DE SÓDIO (Na2S2O5)


Ao ser dissolvida em água e em contato com ácidos libera dióxido de enxofre, gás
muito irritante, lacrimejante e sufocante.

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
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PRIMEIROS SOCORROS

• No caso de intoxicação por cianetos a rapidez pode significar a diferença


entre a vida e a morte.
• Retirar a vítima do local do acidente e levá-la para ar livre e fresco. Aplicar
respiração artificial se necessário. Se possível ministrar oxigênio.
• Provocar vômito. Um bom emético é água morna salgada.
• O antídoto consiste me injeções endovenosas de nitrito de sódio a 3%
seguidas de tiossulfato de sódio a 50% aplicadas exclusivamente por um
médico.

• Nas queimaduras com ácidos , lavar o local atingido com água em


abundância e passar uma solução de bicarbonato de sódio a 5%. Aplicar
uma boa pomada para queimaduras.
• Nas queimaduras com soda, lavar o local atingido com água em
abundância e passar uma solução de vinagre a 50%. Aplicar uma boa
pomada para queimaduras.

No caso de queimadura nos olhos, a primeira ação é lavá-los com água em


abundância. Se a queimadura foi com ácidos, lavar os olhos com uma solução de
bicarbonato de sódio a 5%. Caso seja produto alcalino (soda), lavar com água
boricada e em qualquer caso, encaminhar imediatamente a um médico

• Caso ocorreu envenenamento por ácidos ou soda, jamais provocar vômito.


Caso a pessoa esteja consciente, ministrar um suavizante para diminuir os
danos aos órgãos internos. O suavizante mais fácil é o leite.

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LEMBRETE:

• TODO PRODUTO QUÍMICO MERECE RESPEITO!!!


• NADA SUBSTITUI PARTES DE SEU CORPO!!!!

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6. DESTINAÇÃO FINAL ADEQUADA AO RESÍDUO

6.1 Classificação dos resíduos – NBR 10004

Resíduos sólidos - são resíduos sólidos ou semi-sólidos resultantes de


atividade industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição em geral.

Periculosidade de um resíduo:
Característica apresentadas por um resíduo que, em função de suas
propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas pode apresentar:
- Riscos à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças
ou acentuando seus índices.
- Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma
inadequada.

6.1.1 RESÍDUOS CLASSE I


O resíduo Classe I - é aquele que possui pelo menos uma das
características abaixo:
- Inflamabilidade: líquidos com ponto de fulgor menor que 60 °C. não-líquidos
que à 25 °C e 1 atm queimem vigorosamente e persistentemente quando
inflamados.
- Característica Oxidante: resíduos que liberam oxigênio, estimulando
incêndios.
- Corrosividade: materiais aquosos com pH < 2 ou pH >12,5 ou materiais que
corroem o aço (SAE 1020) mais do que 6,35 mm ao ano à 55 °C.
- Reatividade: reagir violentamente com água. Ser instável e reagir
violentamente de forma espontânea. Possuir cianetos ou sulfetos.
- Toxicidade: possuir D50 oral < 50 mg/kg ou DL50 dermal < 200 mg/kg. Lixiviado
possuir concentração de substância superior ao especificado no Anexo G da

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3+ 6+
NBR 10.004. Possuir substância específica da listagem 4 (Pb, Cr , Cr , Be,
-
Cd, Cn , Ar, Se). Ser restos de embalagens de substância especificadas na
listagem 5 .
- Patogenicidade: possuir microorganismos patogênicos ou suas toxinas.
6.1.2 RESÍDUOS CLASSE II

Os Resíduos Classe II subdividem-se em dois tipos:


Classe II A – Resíduos não inertes
Classe II B – Resíduos inertes

Classe II A – Não inertes são os que não se enquadram nas


classificações de resíduos classe I - perigosos ou classe II B – inertes. O resíduos
classe II A – não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade,
combustibilidade ou solubilidade em água. São aqueles resíduos que nos testes
de solubilização e lixiviação, realizados conforme as orientações da NBR 10004,
tornam a água não potável.

Classe II B – resíduos que não sofrem transformações físicas, químicas


ou biológicas significativas a ponto de acarretar risco à saúde e ao meio ambiente
(restos construção, vidros, certos plásticos e borrachas de difícil decomposição).

Também podemos definir como os resíduos que após os testes de


solubilização e lixiviação, realizados conforme as orientações da NBR 10004, com
água destilada, continuam deixando a água potável.

6.2 Formas de destinação

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Antes de realizar a destinação final de um resíduo, deve-se avaliar as
possibilidades de reutilização, redução e reciclagem, que são preferenciais aos
outros tipos de destinação.
Para os não recicláveis existem três principais destinações.
 Aterro Industrial;
 Incineração convencional – realizada em incineradores, propriamente
ditos;
 Co-processamento – incineração realizada em fornos de cimenteiras.
 Land-farming
Aterro Industrial: Consiste na disposição dos resíduos em valas
construídas especificamente para este fim, prevendo-se o isolamento destes em
relação ao solo. O resíduo, preferencialmente deve conter baixo teor de matéria
orgânica, pois esta poderá em função do tempo se decompor e gerar gases dentro
do aterro o que pode comprometer a estrutura física do aterro.
O resíduo tem que ser sólido ou de estrutura consistente, com um teor
máximo de 70% de umidade. Caso o seja, ao amontoar no aterro, este material
não irá sustentar outro que o sobrepuser.
Um aterro industrial deve conter os seguintes controles:

 Drenagem de águas pluviais;


 Sistema de impermeabilização;
 Sistema de detecção de vazamentos;
 Drenagem e tratamento de líquidos percolados;
 Drenagem de gases;
 Cobertura final;
 Poços de monitoramento do lençol freático.

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Incineração: Processo de decomposição através da oxidação térmica à
alta temperatura, superior a 1.200°C, objetivando destruir a fração orgânica do
resíduo e reduzir seu volume.

Co-processamento: Incineração em fornos de cimento: o resíduo deverá


possuir poder calorífico adequado (superior a 2000 kcal/kg). O resíduo não deve
possuir cloro em sua composição, pois, nestes casos, pode durante a incineração
provocar a formação de dioxinas e furanos, compostos altamente tóxicos para a
saúde do homem e dos animais.
O limite de metais presentes também deve ser controlado, já que a
legislação de emissões atmosférica é extremamente restritiva quanto às
concentrações finais de metais volatilizados.

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Landfarming: é um processo de degradação do material por
microorganismos em um terreno por escarificação contínua do resíduo com a
terra. É como se a terra fosse arada continuamente e misturada com o resíduo.
Este resíduo deverá estar isento de metais ou materiais orgânicos tóxicos.

Abaixo apresentamos uma sugestão para destinação final de


determinados resíduos industriais, em função de sua composição ou
características típicas:
 Incineração em fornos de cimento: restos de tintas, óleos usados, resíduos
de varrição de fábrica, etc.
 Aterro químico: resíduos sólidos contendo metais.
 Incineração: compostos com alto teor de cloro, agrotóxicos, produtos
químicos líquidos.
 Landfarming: resíduos com baixo poder calorífico e composto
essencialmente de matéria orgânica (emulsão de óleos minerais, ou outro
material orgânico emulsionado com água, etc.).

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8.LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

As vantagens de a empresa estar em conformidade com a legislação


ambiental são :
 diminuição de riscos pela prevenção;

 redução de gastos com multas, indenizações e medidas compensatórias;

 melhor colocação do produto no mercado pelo marketing ambiental;

 exigência do consumidor por produtos mais limpos;

 imagem da empresa.

PRINCIPAIS LEIS AMBIENTAIS

 Constituição Federal de 1988 – Artigo 225


 Lei federal 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente
 Lei federal 9.605/98 – Lei dos crimes Ambientais
 Decreto federal 9.985/00 – Especifica as sanções às condutas lesivas ao
meio ambiente
 Lei Estadual do RS 11.520/00 - Código Estadual do Meio Ambiente
 Lei 9921/93 – Dispõe sobre a gestão de resíduos sólidos no RS
 Resolução CONAMA nº 06/88 – Dispõe sobre controle de resíduos
industriais
 Resolução CONAMA nº 09/93 – Dispõe sobre destino de óleo lubrificante
usado ou contaminado
 Resolução CONAMA nº 237/97 – Licenciamento Ambiental
 Resolução CONAMA nº 357/05 – Classificação das águas e emissão de
efluentes líquidos
 Resolução CONSEMA N º 128/2006
 Resolução CONSEMA N º 129/2006
 Lei federal Nº 10.165/00 - institui a Taxa de Controle e Fiscalização
Ambiental

Cabe lembrar que cada Estado e/ou Município possui legislação própria a
respeito, que pode ser mais restritiva que a legislação Federal.

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Abaixo, apresentam-se alguns itens importantes das legislações acima citadas:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 225 - TODOS têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
BEM DE USO COMUM DO POVO e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao PODER PÚBLICO E À COLETIVIDADE o dever de defendê-lo
e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA


Lei Federal 6.938/81 - PNMA
Art. 14
§ 1º sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o
poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou
reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade...

PORQUE DEVO LICENCIAR MINHA EMPRESA?


Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob
qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio
licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional
do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de
outras licenças exigíveis.

ETAPAS DE LICENCIAMENTO
LICENÇA PRÉVIA (LP) - Base preliminar do planejamento da implantação,
alteração ou ampliação do empreendimento. Aprova a viabilidade ambiental do
empreendimento.
LICENÇA DE INSTALAÇÃO (LI) - Instalação do empreendimento ou atividade,
ela autoriza o início da obra/empreendimento.
LICENÇA DE OPERAÇÃO (LO) – Autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das
licenças anteriores.

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COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS AMBIENTAIS

IBAMA - Órgão Ambiental Federal


Atividade - Brasil e em país limítrofe;
Atividade - em dois ou mais Estados;
Atividade - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites
territoriais do País ou de um ou mais Estados.

FEPAM - Órgão Ambiental Estadual


Atividade - mais de um município ou em unidades de conservação de
domínio estadual;
Atividade - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites
territoriais de um ou mais municípios.

MUNICÍPIO – Secretarias de Meio Ambiente


Atividade - for de impacto local;
Atividade - for delegado pelo Estado;

LEI FEDERAL Nº 10.165/00


Art. 17-B. Fica instituída a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental - TCFA,
cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama
para controle e fiscalização das atividades potencialmente poluidoras e
utilizadoras de recursos naturais.
Art. 17-D. A TCFA é devida por estabelecimento e os seus valores são os
fixados no Anexo IX desta Lei.
§ 2º O potencial de poluição (PP) e o grau de utilização (GU) de recursos
naturais de cada uma das atividades sujeitas à fiscalização encontram-se
definidos no Anexo VIII desta Lei.

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8.PADRÕES ANALÍTICOS

Parâmetros analíticos
São os indicadores utilizados para o dimensionamento e o controle da
poluição
por efluentes industriais.
Após a utilização das águas pelas indústrias, os diversos resíduos e ou
energias são incorporados alterando-lhes as suas características físicas, químicas
e sensoriais, gerando assim os efluentes líquidos. Para a avaliação da carga
poluidora dos efluentes industriais e esgotos sanitários são necessárias as
medições de vazão in loco e a coleta de amostras para análise de diversos
parâmetros sanitários que representam a carga orgânica e a carga tóxica dos
efluentes. Os parâmetros utilizados são conjugados de forma que melhor
signifiquem e descrevam as características de cada efluente.

Características dos poluentes


Nas indústrias as águas podem ser utilizadas de diversas formas, tais
como: incorporação aos produtos; limpezas de pisos, tubulações e equipamentos;
resfriamento; aspersão sobre pilhas de minérios,etc. ; para evitar o arraste de finos
e sobre áreas de tráfego para evitar poeiras; irrigação; lavagens de veículos;
oficinas de manutenção; consumo humano e usos sanitários.
Além da utilização industrial da água, esta também é utilizada para fins
sanitários, sendo gerados os esgotos que na maior parte das vezes são tratados
internamente pela indústria, separados em tratamentos específicos ou tratados até
conjuntamente nas etapas biológicas dos tratamentos de efluentes industriais. As
águas residuárias, neste caso os esgotos sanitários, contêm excrementos
humanos líquidos e sólidos, produtos diversos de limpezas, resíduos alimentícios,
produtos desinfetantes e pesticidas. Principalmente dos excrementos humanos,
originam-se os microorganismos presentes nos esgotos. Os esgotos sanitários
são compostos de matéria orgânica e inorgânica. Os principais constituintes
orgânicos são: proteínas, açúcares, óleos e gorduras, microorganismos, sais
orgânicos e componentes dos produtos saneantes. Os principais constituintes
inorgânicos são sais formados de ânions (cloretos, sulfatos, nitratos, fosfatos) e
cátions (sódio, cálcio, potássio, ferro e magnésio) (VON SPERLING, 1996).
As características dos efluentes industriais são inerentes à composição das
matérias primas, das águas de abastecimento e do processo industrial. A
concentração dos poluentes nos efluentes é função das perdas no processo ou
pelo consumo de água.

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Poluição térmica, devido às perdas de energia calorífica nos processos de
resfriamento ou devido às reações exotérmicas no processo industrial, também é
importante fonte de poluição dos corpos hídricos. Neste caso o parâmetro de
controle é a temperatura do efluente.
Características sensoriais dos efluentes notadamente o odor e a cor
aparente são muito importantes, pois despertam as atenções inclusive dos leigos
podendo ser objeto de atenção das autoridades.
O odor nos efluentes industriais pode ser devido à exalação de substâncias
orgânicas ou inorgânicas devidas a: reações de fermentação decorrentes da
mistura com o esgoto (ácidos voláteis e gás sulfídrico); aromas (indústrias
farmacêuticas, essências e fragrâncias); solventes (indústrias de tintas, refinarias
de petróleo e pólos petroquímicos); amônia do chorume.
A cor dos efluentes é outra característica confusamente controlada pela
legislação. O lançamento de efluentes coloridos atrai a atenção de quem
estiver observando um corpo hídrico. A cor no ambiente é a cor aparente,
composta de substâncias dissolvidas (corantes naturais ou artificiais) e coloidais
(turbidez).
As características físico-químicas são definidas por parâmetros sanitários
que quantificam os sólidos, a matéria orgânica e alguns de seus componentes
orgânicos ou inorgânicos. Os compostos com pontos de ebulição superiores ao da
água serão sempre caracterizados como componentes dos sólidos.
Os sólidos são compostos por substâncias dissolvidas e em suspensão, de
composição orgânica e ou inorgânica. Analiticamente são considerados como
sólidos dissolvidos àquelas substâncias ou partículas com diâmetros inferiores a
1,2 µm e como sólidos em suspensão as que possuírem diâmetros superiores.
Os sólidos em suspensão são subdivididos em sólidos coloidais e
sedimentáveis/ flutuantes. Os sólidos coloidais são aqueles mantidos em
suspensão devido ao pequeno diâmetro e pela ação da camada de solvatação
que impede o crescimento dessas partículas. É importante ressaltar que partículas
com diâmetro entre 0,001 e 1,2 µm são coloidais (suspensão), mas pela
metodologia analítica padronizada são quantificadas como sólidos dissolvidos. Os
sólidos sedimentáveis e os flutuantes são aqueles que se separam da fase líquida
por diferença de densidade.
Além do aspecto relativo a solubilidade, os sólidos são analisados conforme
a sua composição, sendo classificados como fixos e voláteis. Os primeiros de
composição inorgânica e os últimos com a composição orgânica. A seguir pode-se
observar um esquema de composição de sólidos:

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Pelo exposto é importante ressaltar que as análises dos sólidos não
distinguem se estamos tratando de substâncias com composição química definida
e conhecida, ou se materiais oriundos do processo industrial, produtos do
metabolismo dos microrganismos ou se os próprios flocos biológicos.
Na figura a seguir observa-se a mais provável composição dos sólidos nos
esgotos sanitários. Para efluentes industriais esta composição varia conforme
cada indústria, devendo ser obtida em cada caso.

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
A matéria orgânica
A matéria orgânica está contida na fração de sólidos voláteis, mas
normalmente é medida de forma indireta pelas demanda bioquímica de oxigênio
(DBO) e demanda química de oxigênio (DQO). A DBO mede a quantidade de
oxigênio necessária para que os microorganismos biodegradem a matéria rgânica.
A DQO é a medida da quantidade de oxigênio necessária para oxidar
quimicamente a matéria orgânica. A matéria orgânica ao ser biodegradada nos
corpos receptores causa um decréscimo da concentração de oxigênio dissolvido
(OD) no meio hídrico, deteriorando a qualidade ou inviabilizando a vida aquática.
Outros componentes orgânicos tais como os detergentes, os fenóis e os
óleos e graxas podem ser analisados diretamente.
Os detergentes são industrialmente utilizados em limpezas de
equipamentos, pisos, tubulações e no uso sanitário. Podem ser utilizados também
como lubrificantes. Existem os detergentes catiônicos e os aniônicos, mas
somente os últimos são controlados pela legislação.
Os fenóis podem originar-se em composições desinfetantes, em resinas
fenólicas e outras matérias primas.
Os óleos e graxas estão comumente presentes nos efluentes tendo as
mais diversas origens. É muito comum a origem nos restaurantes industriais. As
oficinas mecânicas, casa de caldeiras, equipamentos que utilizem óleo hidráulico
além de matérias primas com composição oleosa (gordura de origem vegetal,
animal e óleos minerais).

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O potencial hidrogeniônico (pH), indica o caráter ácido ou básico dos
efluentes .Nos tratamentos de efluentes o pH é um parâmetro fundamental para o
controle do processo.
A matéria inorgânica é toda àquela composta por átomos que não sejam
de carbono (exceto no caso do ácido carbônico e seus sais). Os poluentes
inorgânicos são os sais, óxidos, hidróxidos e os ácidos.
O nitrogênio e o fósforo são elementos presentes nos esgotos sanitários e
nos efluentes industriais e são essenciais às diversas formas de vida, causando
problemas devido à proliferação de plantas aquáticas nos corpos receptores. Nos
esgotos sanitários são provenientes dos próprios excrementos humanos, mas
atualmente têm fontes importantes nos produtos de limpeza domésticos e ou
industriais tais como detergentes e amaciantes de roupas. Nos efluentes
industriais podem ser originados em proteínas, aminoácidos, ácidos fosfóricos e
seus derivados.
Os metais são analisados de forma elementar. Os que apresentam
toxicidade são os seguintes: alumínio; cobre; cromo; chumbo; estanho; níquel;
mercúrio; vanádio; zinco. A toxicidade dos metais é função também de seus
números de oxidação (cromo trivalente e hexavalente, etc). Outros metais tais
como o sódio, cálcio,magnésio, e potássio são analisados principalmente em
casos de reuso de águas ou em casos nos quais a salinidade do efluente
influencie significativamente em processos de corrosão, incrustação e osmose.
Os principais anions são: amônio; cianeto; carbonato, bicarbonato;
hidróxido; nitrato; nitrito; fosfato; sulfato; sulfito; sulfeto.
Os contaminantes biológicos são diversos agentes patogênicos ou não.
As características bacteriológicas dos esgotos referem-se à presença de diversos
microorganismos tais como bactérias inclusive do grupo coliforme, vírus e vermes.
No caso das indústrias, as que operam com o abate de animais também são
grandes emissoras de microorganismos, bem como muitas produtoras de
alimentos.
Os microorganismos presentes contaminam o solo, inclusive os lençóis
subterrâneos e as águas superficiais, sendo responsáveis pelas doenças de
veiculação hídrica.

Tabelas de classificação dos parâmetros

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dos parâmetros unidades uso ou significado sanitário
Características químicas inorgânicas

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N
omes dos parâmetros unidades uso ou significado sanitário

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Características químicas orgânicas

Nomes dos parâmetros unidades uso ou significado sanitário


Características biológicas

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9. PADRÕES DE EMISSÃO

De acordo com a Resolução Consema 128/2006 os padrões de emissões


dos efluentes no estado do Rio Grande do Sul são os seguintes:

§ 2º Para os corpos hídricos receptores já enquadrados pelo respectivo Comitê de


Bacia no âmbito do seu plano de recursos hídricos, a relação entre a vazão de
referência do corpo hídrico receptor (Qchr) e a vazão do efluente (Qe) é no
mínimo o maior valor resultante das razões entre o valor do padrão estabelecido
nesta Resolução para cada parâmetro contido no efluente e o valor do padrão do
respectivo parâmetro estabelecido para a Classe na qual o corpo hídrico receptor
se enquadra, assim:

§ 3º Caso a relação entre as vazões seja inferior (menor) que a relação entre a
concentração padrão de emissão da norma e a de qualidade ambiental, para o
parâmetro de razão mais elevada , o valor do padrão estabelecido pela presente
Norma Técnica, para cada um dos parâmetros avaliados, não se aplica, devendo
ser calculado um novo valor pelo órgão ambiental competente.
§ 4º Caso o corpo hídrico receptor não apresente o enquadramento pelo
respectivo Comitê de Bacia no âmbito do seu plano de recursos hídricos, a
concentração na classe a ser considerada na equação acima será Classe 2.

Art. 8 O ponto de lançamento de efluentes industriais em corpos hídricos


receptores será obrigatoriamente situado à montante do ponto de captação de
água do mesmo corpo hídrico receptor utilizado pelo usuário, ressalvados os
casos de impossibilidade técnica, que devem ser avaliadas pelo órgão ambiental
competente.

Art. 9 Os efluentes líquidos de que trata esta Resolução devem atender aos
padrões de toxicidade estabelecidos em resolução específica sobre a matéria ou
conforme exigências do órgão ambiental competente, definidos caso a caso, até
que a mesma esteja em vigor.

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Art. 10 Os efluentes líquidos de fontes poluidoras somente podem ser
lançados em corpos d’água superficiais, direta ou indiretamente, atendendo aos
seguintes padrões de emissão:

Alumínio Total 10 mg Al/L


Arsênio total 0,1 mg As/L
Bário total 5,0 mg Ba/L
Boro total 5,0 mg B/L
Cádmio total 0,1 mg Cd/L
Cianeto total 0,2mg CN-/L
Cobalto total 0,5 mg Co/L
Cobre Total 0,5mg Cu/L
Cor não deve conferir mudança de coloração ao corpo hídrico
receptor.
Cromo hexavalente 0,1 mg Cr+6/L
Cromo total 0,5 mg Cr/L
Chumbo total 0,2mg Pb/L
Espumas virtualmente ausentes
Estanho total 4,0 mg Sn/L
Fenóis total 0,1 mg/L
Ferro Total 10 mg Fe/L
Fluoreto 10 mg F-/L
Lítio total 10 mg Li/L
Manganês Total 1,0 mg Mn/L
Materiais flutuantes ausentes
Mercúrio total 0,01 mg Hg/L
Molibdênio total 0,5 mg Mo/L
Níquel total 1,0 mg Ni/L
Odor livre de odor desagradável.
Óleos e Graxas: Mineral <10 mg/L
Vegetal ou Animal < 30 mg/L
pH entre 6,0 e 9,0
Prata total 0,1 mg Ag/L
Selênio total 0,05 mg Se/L
Sólidos Sedimentáveis < 1,0 ml/L em teste de 1 (uma) hora em
Cone Imhoff
Substâncias tenso-ativas 2,0 mg MBAS/L

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Sulfeto 0,2 mg S-2/L
Temperatura < 40º C
Vanádio total 1,0 mg V/L
Zinco total 2,0 mg Zn/L

Art. 11 O órgão ambiental competente, mediante parecer técnico


circunstanciado, poderá fixar padrões de emissão para outros parâmetros não
previstos na presente resolução, em função do contínuo desenvolvimento de
novas substâncias tóxicas, bem como a alteração do enquadramento de
substância/elemento tido por não tóxico para tóxico.

Art. 17 Podem ser estabelecidos critérios mais restritivos, pelo órgão


ambiental competente, para fixação dos padrões de emissão constantes nesta
norma em função dos seguintes aspectos do corpo hídrico receptor:
características físicas, químicas e biológicas; características hidrológicas; usos da
água e enquadramento legal, desde que apresentada fundamentação técnica que
os justifique.

Art. 20 Ficam estabelecidos os seguintes padrões de emissão em função


da vazão:
§ 1º Para Efluentes líquidos de fontes poluidoras, exceto efluentes líquidos
domésticos fica estabelecida a variação dos padrões de emissão para DBO5,
DQO e SS, conforme as faixas de vazão abaixo referidas:

I – Pode ser fixado pelo órgão ambiental competente um valor para concentração
a maior dos valores estabelecidos no quadro anterior, uma vez comprovada a
redução de vazão do empreendimento, sendo mantida, no mínimo, a média
histórica da carga lançada.
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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
II – Qualquer alteração de concentração a ser fixada, diferente dos valores
referidos, não pode implicar em carga de choque sobre corpos d’água superficiais,
cabendo esta avaliação ao órgão ambiental competente, dentro de cada processo
de licenciamento ambiental, em função do corpo hídrico receptor dos efluentes a
serem lançados.
III – Fica estabelecida a variação dos padrões de emissão para os parâmetros
Nitrogênio Total Kjeldahl (NTK), Fósforo e Coliformes Termotolerantes ou
Escherichia coli, devendo atender aos valores de concentração estabelecidos ou
operarem com a eficiência mínima fixada em função das faixas de vazão abaixo
referidas:

IV – Para o caso da opção por atendimento à eficiência mínima fixada para


remoção de NitrogênioTotal Kjeldahl , deve ser atendido, concomitantemente, o
limite máximo de 20 mg/L para Nitrogênio Amoniacal, para qualquer vazão de
lançamento.
V – A Escherichia coli poderá ser determinada em substituição ao parâmetro
coliformes termotolerantes e a proporção de correlação entre eles definida pelo
órgão ambiental competente.

A Resolução Consema 129/2006 estabelece os padrões de toxicidade que


deverão ser controlados a partir de 2006 e os prazos que as empresas deverão
observar para atender estes padrões.

A norma define toxidade da seguinte forma:

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Toxicidade: propriedade potencial que uma amostra possui de provocar efeito
adverso em conseqüência de sua interação com o organismo-teste;

Toxicidade aguda: efeito deletério (usualmente letalidade ou alguma outra


manifestação que a anteceda) causado por amostra, simples ou composta, a
organismos-teste em curto período de exposição, em relação ao seu ciclo de vida;

Toxicidade crônica: efeito deletério causado por amostra, simples ou composta,


que afeta uma ou mais funções biológicas dos organismos-teste (como
sobrevivência, crescimento, reprodução ou comportamento), em um período de
exposição que pode abranger todo seu ciclo de vida ou as fases iniciais de seu
desenvolvimento;

Os critérios de aplicação desta resolução serão definidos pelo órgão


ambiental para cada empresa.

Os padrões de emissão de toxicidade para efluentes líquidos de fontes poluidoras


já existentes serão os constantes da tabela abaixo

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CURSO PARA OPERADORES DE ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE EFLUENTES
11.BIBLIOGRAFIA
AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION (APHA), AMERICAN WATER
WORKS ASSOCIATION, WATER ENVIRONMENT FEDERATION. Standard
Methods for the examination of water and wastewater. 20ª ed., WASHINGTON,
D.C.: APHA, AWWA, WEF, 1998, 1157p.
CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre
tecnologia de controle – Abate de bovinos – NT-12. São Paulo, 1986, 19 p.
CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre
tecnologia de controle – Indústria de laticínios – NT-17. São Paulo, 1990, 20 p.
CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre
tecnologia de controle – Indústria Têxtil – NT-22. São Paulo, 1992, 31 p.
CETESB – Cia. de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Nota Técnica sobre
tecnologia de controle – Indústria de pigmentos – NT-32. São Paulo, 1995, 29 p.
ECKENFELDER Jr, W.W., “Water Pollution Control”; Jenkins book publishing co.,
Austin and New York ,1970.
FEEMA – FUNDAÇÃO ESTADUAL DE ENGENHARIA DO MEIO AMBIENTE.
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