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ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES

PROJETO BÁSICO DE UMA ETE PARA A EMPRESA


“TREEKING AMBIENTAL”

Projeto final, apresentado à


Universidade Federal de Viçosa, como
parte das exigências para a obtenção do
título de Engenheira Ambiental.

Orientadora: Ann H. Mounteer

VIÇOSA - MINAS GERAIS


2020
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
2. ASPECTOS LEGAIS ........................................................................................ 3
3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL ..................................................................... 5
4. MEMORIAL DESCRITIVO .............................................................................. 10
4.1. Tipos e vazões de efluentes ................................................................ 10
4.2. Unidades de tratamento ...................................................................... 11
4.2.1. Docas de recepção e grades ................................................................. 12
4.2.2. Tanque de equalização ......................................................................... 14
4.2.3. Separador Água-Óleo ............................................................................ 15
4.2.4. Desarenador .......................................................................................... 16
4.2.5. Flotação por ar dissolvido ...................................................................... 17
4.2.6. Reator UASB ......................................................................................... 18
4.2.7. Lagoa facultativa ................................................................................... 20
4.2.8. Lagoa de maturação .............................................................................. 21
5. BALANCO HÍDRICO E DE MASSA DA ETE ................................................. 23
6. CUSTOS ......................................................................................................... 25
7. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DA ESTAÇÃO .................................... 27
7.1. Sólidos grosseiros e areia ................................................................... 27
7.2. Resíduos oleosos e escuma ............................................................... 27
7.3. Lodo biológico ..................................................................................... 28
8. PROGRAMA DE CONTROLE OPERACIONAL ............................................. 29
8.1. Docas de recepção, caixas gradeadas e tanques de equalização ...... 29
8.2. Desarenador ....................................................................................... 29
8.3. SAO e flotador ..................................................................................... 30
8.4. Reator UASB ....................................................................................... 31
8.5. Leitos de secagem .............................................................................. 31
8.6. Lagoa facultativa e lagoa de maturação.............................................. 32
8.7. Guia de resolução de possíveis problemas ......................................... 33
9. MEMORIAL DE CÁLCULO............................................................................. 38
9.1. Estimativa de vazões, cargas e concentrações .................................. 38
9.1.1. Entrada da ETE ..................................................................................... 38
9.1.2. Vazão mínima de referência (Q7,10) ..................................................... 40
9.2. Docas de recepção ............................................................................. 42
9.3. Tanques de equalização ..................................................................... 44
9.4. Calha Parshall ..................................................................................... 48
9.5. Desarenador ....................................................................................... 50
9.5.1. Produção de areia ................................................................................. 51
9.6. Flotação por Ar Dissolvido (FAD) ........................................................ 52
9.6.1. Reagentes ............................................................................................. 52
9.6.1.1. Cloreto Férrico ...................................................................... 52

9.6.1.2. Polieletrólito .......................................................................... 54

9.7. Reator UASB ....................................................................................... 54


9.7.1. Produção de metano ............................................................................. 60
9.7.2. Abertura (passagem) para o decantador ............................................... 61
9.7.3. Compartimento de Decantação ............................................................. 62
9.7.4. Coletor de Gases ................................................................................... 65
9.7.5. Produção de lodo .................................................................................. 66
9.7.6. Leito de Secagem .................................................................................. 67
9.8. LAGOA FACULTATIVA....................................................................... 68
9.8.1. Remoção de E. coli................................................................................ 72
9.8.2. Dimensões da lagoa .............................................................................. 73
9.8.3. Acumulação de lodo .............................................................................. 74
9.9. LAGOA DE MATURAÇÃO .................................................................. 75
9.10. QUALIDADE FINAL ESPERADA ........................................................ 78
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 80
11. APÊNDICE ...................................................................................................... 83
LISTA DE SIGLAS

ANA – Agência Nacional das Águas


APAC – Agência Pernambucana de Águas e Clima
COMPESA – Companhia Pernambucana de Saneamento
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
CPRH – Agência Estadual do Meio Ambiente
cv - Cavalos
DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio
DQO – Demanda Química de Oxigênio
E. coli – Escherichia coli
ETE – Estação de Tratamento de Efluente
FAD – Flotação por Ar Dissolvido
NMP – Número Mais Provável
NT – Nitrogênio Total
OD – Oxigênio Dissolvido
SAO – Separador Água-Óleo
SNIRH – Sistema Nacional de Informações Sobre Recursos Hídricos
SST – Sólidos Suspensos Totais
TAS – Taxa de Aplicação Superficial
TDH – Tempo de Detenção Hidráulica
UASB – Upflow Anaerobic Sludge Blanket
UP – Unidades de Planejamento
1. INTRODUÇÃO

A demanda por água nos processos de produção e para o abastecimento


humano tem crescido significativamente no Brasil, ao passo que a disponibilidade
deste recurso não tem demonstrado aumento.

O tratamento de esgoto sanitário e industrial, realizado por meio de estações de


tratamento de efluentes, reproduzem em menor espaço e tempo a capacidade de
autodepuração dos cursos d’água. Dessa forma, é possível aumentar a
disponibilidade de recursos hídricos através do reuso de esgoto tratado.

Nesse cenário, a empresa Treeking Ambiental, localizada no município de


Caruaru-PE, atua no mercado oferecendo serviços de limpeza de fossas, aluguel e
manutenção de banheiros químicos, desobstrução de tubulações e transporte de
resíduos de Classe II-A, conforme ABNT Nº 10.004/04. Atualmente, a empresa possui
12 (doze) caminhões equipados com tanques, totalizando uma capacidade de 98 m³
(noventa e oito metros cúbicos).

A empresa não realiza o tratamento do esgoto coletado, transportando-o à


Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), no município de Caruaru, e
a outras empresas privadas devidamente licenciadas para a realização do tratamento
e posterior lançamento no corpo receptor.

O presente trabalho apresenta um projeto básico para uma estação de


tratamento de efluentes (ETE) a ser construída no Sítio Riacho Fundo, localizado no
distrito de Encruzilhada, zona rural do município de Bezerros-PE, cujo terreno
pertence ao proprietário da empresa. O esgoto final deverá satisfazer o padrão de
lançamento da legislação vigente estadual e federal.

A partir da revisão da literatura e visitas técnicas a outras ETEs, optou-se pela


elaboração do projeto envolvendo o dimensionamento das seguintes unidades: docas
de recepção, tanque de equalização, separador água-óleo (SAO), flotador por ar
dissolvido (FAD), reator UASB, lagoa facultativa e lagoa de maturação. O projeto

1
também inclui os programas de monitoramento e operação, de gerenciamento de
resíduos sólidos da estação e estimativa de custos de implantação da ETE.

2
2. ASPECTOS LEGAIS

Condições e limites para o lançamento de esgotos estabelecidos em legislação


federal e do estado de Pernambuco, no que toca aos parâmetros relevantes ao
projeto, encontram-se na Tabela 1.

A resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011, dispõe sobre as condições


e padrões de lançamento de efluentes, e complementa e altera a CONAMA nº
357/2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais
para o seu enquadramento.

O Decreto Estadual nº 11.760, de 27 de agosto de 1986, enquadra os cursos


d’água das bacias hidrográficas dos rios e pequenos rios litorâneos e interioranos. De
acordo com este decreto, o trecho do rio que receberá o efluente tratado da ETE, o
Rio Ipojuca, é enquadrado como rio de Classe 2.

A norma técnica CPRH 2.001, de 21 de fevereiro de 2000, estabelece critérios e


padrões de emissões que resultem na redução da carga orgânica industrial lançada
direta ou indiretamente nos recursos hídricos do estado de Pernambuco.

A norma técnica CPRH 2.002, de 21 de fevereiro de 2000, estabelece os critérios


e padrões de emissões que resultem na redução da carga orgânica não-industrial
lançada nos recursos hídricos do estado de Pernambuco.

A norma técnica CPRH 2.005, de 23 de agosto de 2000, estabelece critérios para


apresentação de projetos de sistemas de tratamento de efluentes líquidos de
empresas poluidoras.

A norma técnica CPRH 2.007, de 7 de agosto de 2001, estabelece o número


mais provável (NPM) máximo de coliformes fecais permitidos para lançamento de
efluentes domésticos ou industriais nos corpos de água receptores. Embora a norma
vigente estadual utilize o termo “coliformes fecais”, este encontra-se em desuso no
Brasil, sendo utilizado o parâmetro Escherichia coli (E. coli) como indicador de
contaminação fecal das águas. Contudo, neste projeto, ambos os parâmetros foram
considerados quantitativamente semelhantes.

3
Tabela 1 – Condições e limites de lançamento para parâmetros relevantes ao projeto
estabelecidos na legislação federal e estadual
Parâmetro CONAMA 430 CPRH 2.001 CPRH 2.002 CPRH 2.007
Remoção Remoção
Remoção mínima mínima de 70% mínima de 80%
DBO de 60% (carga orgânica (6 < carga -
< 100 kgDBO/d) orgânica bruta ≤
50)
Matadouro:
DQO - remoção - -
mínima de 60%
Remoção mínima
SST de 20% após
desarenação - - -
Óleos minerais  20 mg/L - - -
 1,0 x 10⁵
E. coli - - -
NMP/100ml
Nitrogênio 20 mg/L - - -
Total

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3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL

O município de Bezerros está localizado a uma latitude 08º14’00” Sul e longitude


35º47’49” Oeste, a 470 metros de altitude. Pertencente ao estado de Pernambuco, o
município integra a mesorregião do Agreste pernambucano e a microrregião do Vale
do Ipojuca. Possui área territorial total de 492,63 km².

O clima do município é o semiárido com alguns trechos de clima tropical de


altitude. A temperatura média anual em Bezerros é 22,0 ºC e a pluviosidade média
anual é 666 mm. As temperaturas médias variam entre 20,0 ºC, registradas em julho,
e 23,5 ºC em janeiro. As temperaturas mínimas foram registradas em agosto, 16,2 ºC,
e as máximas em janeiro, 28,5 ºC.

O município está inserido na Bacia Hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental, na


sub bacia do Rio Ipojuca (Figura 1), uma das 29 Unidades de Planejamento (UP) da
Divisão Hidrográfica Estadual, estabelecida em 1998 pelo Plano Estadual de
Recursos Hídricos. Com aproximadamente 320 km de extensão, o Rio Ipojuca tem a
nascente localizada no município de Arcoverde e deságua ao sul do Porto de Suape.

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Figura 1 – Bacia do Rio Ipojuca
Fonte: Agência Pernambucana de Água e Clima (APAC)

O terreno disponível para a implantação da ETE tem, aproximadamente, 40


hectares. As coordenadas de um ponto central da propriedade são 8º17’08” S e
35º51’31” (Figura 2). A área em questão se encontra a 1,6 quilômetros da BR – 232,
que é a via de acesso à propriedade (Figura 3).

6
Figura 2 – Terreno pertencente ao proprietário da empresa
Fonte: Google Earth (2020)

Figura 3 – Rota de acesso à propriedade pela BR – 232


Fonte: Google Earth (2020)

7
O local de implantação da ETE, com área igual a 0,2 hectares (Figura 4), foi
sugerido de acordo com a disponibilidade de área do local, analisada após visita
técnica, onde foi possível observar, também, a topografia do local.

Figura 4 – Local sugerido para a implantação da ETE


Fonte: Google Earth (2020)

As coordenadas do ponto no rio onde será lançado o efluente tratado na estação


são 8º16’15” S e 35º51’17” O. A propriedade dista aproximadamente 1,3 quilômetros
deste ponto (Figura 5). De acordo com o Decreto Estadual nº 11.760/86, no trecho em
que estas coordenadas se encontram, o rio Ipojuca é perene e se enquadra na Classe
2. Recomenda-se que sejam realizados mais estudos para definir o melhor trecho para
a tubulação que levará o efluente tratado ao seu ponto de descarte no corpo receptor.

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Figura 5 – Distância entre a propriedade e o ponto de descarte do efluente tratado
no rio Ipojuca
Fonte: Google Earth (2020)

A tubulação que levará o efluente tratado até o ponto de lançamento no rio


Ipojuca passará por outras propriedades. Será necessário realizar estudos adicionais,
bem como avaliar a necessidade de licença para tal e negociar com os demais
proprietários esta ação.

A vazão mínima de referência utilizada no estado de Pernambuco é a média das


vazões mínimas de sete dias consecutivos em dez anos de recorrência (Q7,10) (CPRH
2.001, 2000). Para fins de projeto, foi considerada a Q7,10 fornecida pela estação
fluviométrica denominada “GRAVATÁ” cujo código é 39345000. Como esta vazão foi
estima, é recomendado que sejam realizados mais estudos hidrológicos no ponto de
descarte do efluente tratado na estação.

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4. MEMORIAL DESCRITIVO

4.1. Tipos e vazões de efluentes

As demandas anuais por coleta e transporte de resíduos foram levantadas a


partir de conversas com os proprietários e funcionários da empresa e análise das
ordens de serviço, foi possível observar os contratos já existentes e as demandas por
coleta e transporte de resíduos anual (Quadro 1). Com base nessas informações, foi
possível estimar a vazão diária coletada pela empresa de acordo com o tipo de
efluente. Para fins do projeto, foram classificados como esgotos industriais aqueles
efluentes provenientes de postos de combustíveis que apresentam vestígio de óleos
e graxas, de abatedouros que apresentam vestígio de sangue e salmoura e chorume.
Foram classificados como esgoto doméstico aqueles efluentes provenientes da
limpeza de tanques sépticos, da manutenção de banheiros químicos e de lagoas de
estabilização, onde a empresa faz a limpeza e manutenção destas unidades e que
são alimentadas com esgoto com características tipicamente domésticas.

Quadro 1 – Demandas por serviço


Frequência de viagem Tipologia Vazão anual
Cidade
(m³/ano)
Agrestina 2x / semana Doméstico 10,1
Lajedo 2x / ano Doméstico 40,0
Santa Cruz do Capibaribe 7x / 15 dias Doméstico 360,0
1x / semana Doméstico 28,8
Toritama 2x / ano Doméstico 120,0
Bezerros 2x / ano Doméstico 60,0
Diário Chorume 9.120,0
Caruaru Diário Doméstico 192,0
3x / semana Abatedouro 456,0
São Caetano 6x / semana Doméstico 2.496,0
São Bento do Una Diário Doméstico 3.120,0
Taquaritinga do Norte 3x / semana Doméstico 1.200,0
Brejo da Madre de Deus 2x / mês Doméstico 480,0
Bonito 3x / semana Doméstico 28,8

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Além das demandas apresentadas no Quadro 1, foi observado que surgem
demandas pontuais, porém relevantes para o projeto, durante o ano (Quadro 2).

Quadro 2 – Outras demandas pontuais de serviço


Frequência Tipologia Vazão anual
Demanda
(m³/ano)
Festas (banheiro químico) Semanal Doméstico 1.440,0
Posto de combustível Anual Industrial (vestígio de óleo) 210,0
Festa Junina em Caruaru Anual Doméstico 180,0
Semana Santa Anual Doméstico 30,0
Polo Caruaru Anual Doméstico 230,0

O efluente a ser tratado terá características tanto domésticas quanto industriais.


Portanto, a contribuição de demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda
química de oxigênio (DQO), sólidos suspensos totais (SST), óleos e graxas, E. coli e
nitrogênio total (NT), foram especificados (Tabela 2) com base em informações na
literatura especializada (Caixeta, 2001; Gil, 2010; Maria, 2010; Rosa, 2011; Santos,
2003; Vasconcelos e Gomes, 2009; Vérol, 2005; Vidal, 2018; von Sperling, 1996).

Tabela 2 – Caracterização dos diferentes tipos de efluentes a serem tratados na ETE


Óleos e
Tipo de efluente DBO DQO SST E. coli NT
graxas
Doméstico (A) 350 700 400 110 1,0 x 10⁷ 50
Chorume (B) 760 2.730 750 90 4,9 x 10⁵ 7,2
Abatedouro (C) 7.250 15.680 6.300 580 8,6 x 10³ 270
Posto (D) 160 350 590 30 1,0 x 10⁷ 17
Fontes:
A: Von Sperling (1996);
B: Santos (2003), Maria (2010);
C: Caixeta (2001), Gil (2010) e Vidal (2018);
D: Vérol (2005), Vasconcelos e Gomes (2009) e Rosa (2011).

Com base no valor de DBO na entrada da estação de tratamento, foi possível


calcular o equivalente populacional da ETE, que é de 628 habitantes.

4.2. Unidades de tratamento

A estação de tratamento de esgoto projetada para atender a demanda da


empresa é composta por docas de recepção doméstica e industrial, caixas gradeadas,
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tanques de equalização, separador água-óleo, calha Parshall, desarenador, flotador
por ar dissolvido, reator UASB, lagoa facultativa e lagoa de maturação. A Figura 6
apresenta o fluxograma do processo de tratamento.

Figura 6 – Fluxograma do sistema de tratamento projetado.


Fonte: Autora

As principais dimensões destas unidades são apresentadas a seguir. Os


desenhos das unidades em planta e corte encontram-se no apêndice.

4.2.1. Docas de recepção e grades

O esgoto que abastecerá a ETE será transportado pelos caminhões-tanque da


empresa. Ao chegarem ao local, o descarregamento dos caminhões será realizado
nas docas de recepção, onde o principal objetivo é receber o esgoto e permitir que
este adentre na ETE com mais fluidez. Um exemplo de uma doca de recepção pode
ser observado na Figura 7, onde a seta vermelha destaca o local onde os caminhões
estacionam para o descarregamento.

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Figura 7 – Doca de recepção da empresa “Lógica Ambiental”, localizada em Curado
–PE
Fonte: Autora

As docas de recepção conduzem o esgoto às caixas gradeadas, cujo principal


objetivo é a remoção de sólidos grosseiros.

O projeto em questão contará com quatro docas, sendo duas destinadas a


recepcionar o esgoto doméstico e duas destinadas ao esgoto industrial. Elas deverão
ter inclinação de 12,5% e 12,8%, respectivamente, a fim de facilitar o escoamento
horizontal.

No presente projeto, por se tratar de pequenas vazões, optou-se pelo uso de


caixas gradeadas pré-fabricadas. Serão necessárias duas unidades, uma para o
efluente doméstico e outra para o industrial, tendo sido orçadas pela empresa
“TECHNOFIBER”. O modelo das caixas gradeadas recomendadas para o projeto foi
TF50GR, sendo as duas unidades iguais de 50 litros cada, com grades ultrafinas e
inclinação de 50 º, estando de acordo com a NBR 12.209 (ABNT, 1992) para limpeza
manual.

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A Tabela 3 apresenta de forma resumida as principais dimensões das docas de
recepção e caixas gradeadas.

Tabela 3 – Principais dimensões das docas de recepção e caixa gradeada


Docas de Recepção Caixa gradeada
Largura 3,00 m Volume 50 L
Comprimento 4,60 m Comprimento 0,50 m
Altura útil 1,00 m Largura 0,30 m
Altura 0,35 m
Inclinação 50 º

4.2.2. Tanque de equalização

A vazão de entrada na ETE é variável, a depender dos contratos firmados,


evidenciada pelos dados fornecidos pela empresa (Tabela 4).

Tabela 4 – Vazões mensais coletadas pela empresa nos anos de 2018 e 2019
MÊS 2018 (m³) 2019 (m³)

Janeiro 256 788


Fevereiro 359 325
Março 229 785
Abril 516 305
Maio 544 491
Junho 619 870
Julho 465 875
Agosto 562 1465
Setembro 494 614 (até o dia 22/09)
Outubro 595 -
Novembro 546 -
Dezembro 232 -

O objetivo do tanque de equalização é a homogeneização do esgoto e


neutralização do pH para evitar choques hidráulicos, manter a carga orgânica
constante e garantir a alimentação contínua da ETE durante seu funcionamento
(CIESIELSKI, 2011).

A fim de minimizar os impactos que grandes variações de vazão podem acarretar


em uma estação de tratamento, bem como homogeneizar o efluente, o projeto deverá

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conter dois tanques de equalização quadrados, sendo um para o esgoto doméstico e
o outro para o esgoto industrial. Para manter os sólidos em suspensão, os tanques de
equalização serão equipados com agitadores. Os principais parâmetros e dimensões
dos tanques de equalização doméstico e industrial são apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5 – Principais parâmetros dimensões dos tanques de equalização doméstico


e industrial
Doméstico Industrial
Tempo de funcionamento 10 h 10 h
Altura útil 3,0 m 3,0 m
Vazão de saída 0,67 m³/h 0,93 m³/h
TDH 5,4 h 2,2 h
Comprimento 1,45 m 0,90 m
Potência mínima do agitador 88,5 W 103,7 W

4.2.3. Separador Água-Óleo

Ao sair do tanque de equalização, o esgoto industrial segue para a unidade


separadora de água-óleo, antes de encontrar-se com o esgoto doméstico na unidade
subsequente. O separador de água-óleo tem por objetivo fazer a dissociação da água
e do óleo com a remoção do último, permitindo reduzir a concentração de óleos e
graxas (O&G) no esgoto. O tanque separador água-óleo (SAO) será adquirido pré-
fabricado, tendo sido orçado pela empresa “PETROLÍDER”. O modelo recomendado
é o 1035050, cuja vazão máxima suportada por este é 1.500 L/h, atendendo a
capacidade de projeto para a unidade, que é de 930 L/h. As principais dimensões da
unidade SAO são apresentadas na Tabela 6.

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Tabela 6 – Principais dimensões da caixa SAO
Parâmetro Dimensão
Dispositivo de entrada 5,08 cm (2 pol)
Dispositivo de saída 5,08 cm (2 pol)
Comprimento 0,56 m
Largura 0,85 m
Altura 0,66 m
Peso 17,0 kg
Eficiência esperada de remoção de O&G 60 %

4.2.4. Desarenador

A remoção de areia é feita em unidades denominadas desarenadores. O


mecanismo de remoção é a sedimentação: os grãos de areia, devido às suas maiores
dimensões e densidades, sedimentam, enquanto a matéria orgânica permanece em
suspensão no esgoto, seguindo para as unidades subsequentes (VON SPERLING,
1996).

O desarenador deverá ter 0,40 m de comprimento e 0,15 m de largura, possuindo


assim 0,06 m² de área superficial, o que atende as recomendações para a taxa de
aplicação superficial (TAS) da NBR 12.209 (ABNT, 2011). Serão instaladas duas
unidades do desarenador, visando uma reserva para limpeza. Serão gerados 0,0010
L de areia por dia. Considerando um intervalo de limpeza de 5 anos, haverá uma
produção de 1,8 L de areia por limpeza.

A calha Parshall será localizada após o desarenador e tem como principal função
o controle da vazão horizontal do esgoto no desarenador e também server para medir
a vazão de entrada das demais unidades da ETE. Ela foi selecionada de forma a
atender as vazões mínima e máxima de projeto, tendo sido selecionada a calha de
garganta de 2.54 cm (1 polegada), sendo o rebaixo após a calha de 36 mm.

A Tabela 7 apresenta as principais dimensões do desarenador e da Calha


Parshall.

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Tabela 7 – Principais dimensões do desarenador e da calha Parshall
Desarenador Calha Parshall
Largura 0,15 m Garganta 2,54 cm
Comprimento 0,4 m Rebaixo 36 mm
Área superficial 0,06 m²
TAS 639 m³/m².d

4.2.5. Flotação por ar dissolvido

Nesta unidade, o ar é dissolvido sob pressão no esgoto a tratar em um tanque


de pressurização, sendo liberado em seguida no tanque de flotação à pressão
atmosférica. Finamente dividido, o ar liberado sobe à superfície do tanque, carreando
matéria suspensa que tende a flotar, como material gorduroso (Jordão e Pessôa,
2011). Essa matéria flutuante forma uma camada superior de escuma, que é raspada
por um braço raspador apropriado, e coletado em dispositivos para ser, então,
removida. As microbolhas de ar formadas têm diâmetro na faixa de 10 a 100 mm, o
que facilita a diminuição da densidade dos conjuntos formados de flocos e bolhas em
relação à densidade do líquido.

É usual adicionar agentes floculantes ao esgoto afluente ao sistema de flotação,


de modo a facilitar a adsorção das partículas de ar finamente divididas. Em geral são
compostos químicos inorgânicos ou polímeros (JORDÃO e PESSÔA, 2011).

No projeto em questão, por se tratar de uma vazão de entrada pequena, optou-


se pelo uso de um flotador por ar dissolvido pré-fabricado. Essa unidade foi orçada
pela empresa “WERJEN”, sendo o modelo recomendado WFDC-03, que se trata de
uma unidade compacta, acompanhada de um sistema de correção de pH e de bombas
dosadores de coagulante e floculante. A vazão máxima para este modelo é 5 m³/h,
que atende a capacidade de projeto de 1,6 m³/h.

O sistema de flotação por ar dissolvido terá 2,20 m de comprimento e 1,10 m de


largura, totalizando uma área superficial de 2,42 m².

O agente coagulante utilizado no processo será o cloreto férrico e o coagulante


será um polieletrólito.

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A unidade conta com raspador de superfície para a remoção do lodo flotado e
calha coletora do lodo flotado incorporado à unidade com inclinação no tubo de saída.
Possui, ainda, recirculação ajustável de até 30 % do volume do efluente tratado.

Optou-se pelo acompanhamento do sistema de correção de pH para facilitar a


supervisão deste parâmetro na unidade e, assim, obter maior eficiência no processo.

Os itens inclusos na unidade são: flotador em prolipropileno por ar dissolvido


com raspador de lodo e motoredutor, sistema de microbolhas, misturador hidráulico,
bomba dosadora coagulante; bomba dosadora floculante, tanque de 200 L com
agitador para o preparo de floculantes, quadro de comando, bomba dosadora para
correção de pH automática e sensor de pH.

As eficiências de remoção esperadas, segundo Jordão e Pessôa (2011) e


Odegaard (1979), para a unidade encontram-se na Tabela 8.

Tabela 8 – Eficiências esperadas na unidade de flotação por ar dissolvido


Eficiência esperada %
DBO 40
DQO 40
SST 60

4.2.6. Reator UASB

Após as unidades de tratamento preliminar, o esgoto passará para o tratamento


secundário (biológico), que começará em um reator UASB. Nesse tipo de reator, o
esgoto tem fluxo ascendente, passando através de um leito de lodo denso e de
elevada atividade. Há uma variação no perfil de sólidos no reator, sendo um leito
caracterizado por um lodo muito denso e com partículas granulares de elevada
capacidade de sedimentação próximos ao fundo, até um lodo mais leve e disperso
próximo à parte superior do reator (manta de lodo) (CHERNICHARO, 2011).

O esgoto entra pelo fundo do reator e sai através de um decantador interno


existente na parte superior. A matéria orgânica é estabilizada em todas as zonas de
reação. A mistura do sistema é consequência do fluxo ascensional do esgoto e das
bolhas de gás, principalmente metano e gás carbônico, produzidos pela degradação
anaeróbia da matéria orgânica. Para garantir que as partículas que se desprendem
18
da manta de lodo ao longo do processo sedimentem, há um dispositivo de separação
de gases e sólidos localizados abaixo do decantador. Assim, as partículas retornam
para a câmara de digestão ao invés de serem arrastadas para fora do sistema.

Em se tratando dos aspectos construtivos do reator UASB, os materiais


empregados devem atender a requisitos básicos de resistência à corrosão. Sendo
assim, materiais como o concreto e o aço são adequados para esse sistema, desde
que possuam revestimento interno para proteção (CHERNICHARO, 2011).

Visando uma boa distribuição do esgoto no reator UASB e a fim de garantir um


contato efetivo entre este e a biomassa presente no reator, o efluente chegará ao
UASB por meio de 2 tubos de distribuição igualmente distribuídos a uma distância de
15 cm do fundo do reator.

A tecnologia mais empregada para a desidratação do lodo proveniente dos


reatores UASB em estações de pequeno porte são os leitos de secagem
(CHERNICHARO, 2011) e a ETE terá 2 leitos de secagem.

O reator UASB dimensionado possui base circular e suas principais dimensões


encontram-se na Tabela 9, juntamente com as principais dimensões do leito de
secagem.

Tabela 9 – Principais dimensões do reator UASB e do leito de secagem e eficiências


esperadas para o reator
Reator UASB Leito de secagem
Altura útil 4,50 m Unidades 2
Diâmetro 2,00 m Comprimento 3,50 m
TDH 9h Largura 2,00 m
Produção de lodo 0,14 m³/d Altura 0,21 m
Eficiência de DBO esperada 70 % Ciclo de operação 20 d
Eficiência de DQO esperada 65 %
Eficiência de SST esperada 50 %
Eficiência de E. coli esperada 90 %

19
4.2.7. Lagoa facultativa

Após o reator UASB, o esgoto passará para uma segunda etapa de tratamento
biológico, em uma lagoa facultativa, que é um processo de tratamento biológico
essencialmente natural, não necessitando de nenhum equipamento (von Sperling,
1986). Por esta razão, a estabilização da matéria orgânica ocorre em taxas mais lentas
e a área total requerida é a mais elevada dentre todos os processos de tratamento de
esgoto (exceto disposição no solo).

O esgoto afluente entra em uma extremidade da lagoa e sai na extremidade


oposta. Ao longo desse percurso, que demora vários dias, uma série de mecanismos
contribui para a purificação dos esgotos. A matéria orgânica em suspensão (DBO
particulada) tende a sedimentar, vindo a constituir o lodo de fundo na zona
denominada anaeróbia, onde sofre o processo de decomposição por microrganismos
anaeróbios, sendo convertido lentamente em água, gás carbônico metano, entre
outros. Já a matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel) em conjunto com a DBO
finamente particulada, não sedimenta, permanecendo dispersa na massa líquida. Na
camada mais superficial, tem-se a zona aeróbia, onde a matéria orgânica é oxidada
por meio da respiração aeróbia. A necessidade da presença de oxigênio nesta zona
é suprida pela fotossíntese realizada pelas algas (VON SPERLING, 1986).

O tempo de detecção hidráulica deve ser elevado nessas unidades para garantir
uma eficiência satisfatória na remoção de DBO, DQO, nitrogênio e E. coli, implicando
em grandes requisitos de área. Para o presente projeto, o tempo de detenção será de
15 dias, a área superficial será 254,31 m² com 11,00 m de largura e 23,00 m de
comprimento. A altura útil será de 2,30 m a fim de assegurar que haja a zona
anaeróbia no fundo da lagoa. A área superficial da lagoa, embora elevada, não é um
empecilho para o projeto, uma vez que o terreno é próprio e tem área disponível
suficiente.

Na Tabela 10 encontram-se as principais dimensões da lagoa facultativa.

20
Tabela 10 – Principais dimensões e eficiências esperadas da lagoa facultativa
Parâmetro Valor
Tempo de detenção hidráulica 15 d
Altura útil 2,30 m
Comprimento 23, 00 m
Largura 11,00 m
Eficiência de DBO esperada 61 %
Eficiência de DQO esperada 50 %
Eficiência de SST esperada 54 %
Eficiência de E. coli esperada 74 %
Eficiência de nitrogênio esperada 20 %
Acumulação anual de lodo 6,00 m³/ano

O regime hidráulico considerado para a lagoa facultativa do projeto em questão


foi o de mistura completa de uma única célula, onde a homogeneização ocorre em
todo o tanque, possibilitando uma rápida dispersão do poluente.

O lodo acumulado no fundo da lagoa é resultado dos sólidos em suspensão do


esgoto bruto, incluindo areia, mais microrganismos (bactérias e algas) sedimentados
(von Sperling, 1986).

4.2.8. Lagoa de maturação

O principal objetivo das lagoas de maturação é a remoção de organismos


patogênicos (bactérias, vírus, cistos de protozoários e ovos de helminto), e não a
remoção adicional de DBO. Elas possibilitam um polimento do efluente de qualquer
sistema de tratamento de esgotos. As lagoas de maturação criam um ambiente
inadequado à existência dos organismos patogênicos ao permitir alta penetração da
radiação solar, elevado pH e elevada concentração de oxigênio dissolvido (VON
SPERLING, 1986). De forma a maximizar a eficiência de remoção de patógenos, as
lagoas de maturação são usualmente projetadas em três ou quatro lagoas em série
ou uma única lagoa com chicanas (VON SPERLING, 1986).

No presente projeto, visando alcançar boa eficiência na remoção de organismos


patogênicos, será adotada uma única lagoa com 3 chicanas, que deverá ter 22,00 m
de comprimento externo e 22,00 m de largura externa. Pelo fato da divisão da área

21
interna com 3 chicanas, a lagoa terá 4 trechos, com um comprimento de 22,00 m e
5,50 m de largura.

O regime hidráulico considerado no projeto em questão para a lagoa de


maturação foi o de fluxo disperso.

As principais dimensões da lagoa de maturação encontram-se na Tabela 11.

Tabela 11 – Principais dimensões da lagoa de maturação


Parâmetro Dimensão
Tempo de detenção hidráulica 12 d
Número de chicanas 3
Altura útil 1,00 m
Comprimento externo 22,00 m
Largura externa 22,00 m
Largura interna 5,50 m
Eficiência de E. coli esperada 99 %
Eficiência de nitrogênio esperada 50 %

22
5. BALANCO HÍDRICO E DE MASSA DA ETE

Na Figura 8 está esquematizado o balanço hídrico e de massa da estação de


tratamento de esgoto projetada.

23
Figura 8 – Balanço hídrico e de massa da ETE projetada.
Fonte: Elaboração própria

24
6. CUSTOS

A ETE demandará de pelo menos duas pessoas para operá-la e mantê-la em


condições estáveis de funcionamento. Um funcionário ficará responsável por remover
os sólidos grosseiros que retidos nas grades, realizar a limpeza do desarenador, do
separador água-óleo e do flotador, bem como alocar e higienizar o lodo proveniente
do reator UASB. O outro funcionário deverá ter conhecimento técnico para trabalhar
em laboratório, pois sua função será realizar análise nos efluentes que chegarem à
estação a fim de verificar sua compatibilidade com a ETE, bem como realizar análises
conforme a necessidade nas unidades da estação. Também será sua função receber
a documentação pertinente ao transporte do efluente (MTR, ordens de serviço, etc).

A caixa separadora água-óleo será adquirida pré-fabricada e será instalada no


local. A empresa responsável pela fabricação é a “PETROLÍDER”.

A calha Parshall será adquirida pré-fabricada e será instalada no local. A


empresa responsável pela fabricação é a “ÁGUAS CLARAS ENGENHARIA".

O flotador também será adquirido pré-fabricado. A empresa responsável pela


venda da unidade é a “WERJEN”, sendo esta também responsável pela instalação do
mesmo por técnico habilitado.

As docas de recepção, o desarenador, o reator UASB e os leitos de secagem


serão construídos de forma tradicional, com obras de engenharia e em concreto
armado.

Os tanques de equalização, a lagoa facultativa e a lagoa de maturação também


serão construídas com obras de engenharia, porém em terra com impermeabilização
com geomembranas plásticas. O lodo será retirado das lagoas pelos próprios
caminhões limpa-fossa da empresa quando necessários, sendo depositados nos
leitos de secagem localizados na própria estação de tratamento. Caso haja
necessidade, o mesmo ocorrerá com a escuma dos tanques de equalização.

Ainda contarão como custo a destinação adequada da areia proveniente do


desarenador, sendo esta realizada por empresa devidamente licenciada; a
manutenção do laboratório; e o transporte e destinação final do lodo gerado no reator

25
UASB, lagoa facultativa e lagoa de maturação, bem como do óleo gerado no SAO e
da escuma no flotador. Como a retenção de areia no desarenador e a retenção de
lodo nas lagoas se dará em um longos intervalos de tempo, o principal gasto da ETE
será com a mão de obra utilizada, sendo esta composta por pelo menos duas pessoa.

A estimativa do custo de implantação da ETE com os sistemas de tratamento


escolhidos é apresentada na Tabela 12.

Tabela 12 – Resumo dos custos estimados para os sistemas de tratamento escolhidos


Unidades Custo de instalação (R$) Custo total de
instalação (R$)
Doca de recepção 2 Construção 1.500
1.500
Calha Parshall 1 Preço unitário Transporte Instalação 2.050
500 1.200 350
Grades 2 Preço unitário Transporte Instalação 2.380
280 1.500 600
Tanque de 2 Construção doméstico Construção industrial 11.300
equalização 4.300 7.000
Separador água- 1 Preço unitário Transporte Instalação 2.319
óleo 1.580 239 500
Sistema de FAD e 1 Peço unitário Transporte Instalação 70.577
correção de pH 62.577 3.000 5.000
Reator UASB 1 Construção 57.000
57.000
Lagoa facultativa 1 Construção 7.400
7.400
Lagoa de maturação 1 Construção 8.700
8.700
Leito de secagem 2 Construção 2.000
2.000
Laboratório 1 Metragem Preço por m² 15.000
2,00 m x 3,00 m 2.500

O custo total de implantação da ETE foi estimado em 180.226 reais. Em relação


à operação, o custo estimado foi de 95.000 reais anuais, podendo este oscilar
conforme o trabalho a ser realizado na estação de tratamento.

26
7. GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DA ESTAÇÃO

Os resíduos sólidos gerados durante os processos de tratamento devem ser


tratados, transportados e dispostos de maneira adequada, conforme suas
características. São apresentadas a seguir algumas recomendações para o
gerenciamento dos sólidos grosseiros, areia, escuma, resíduo oleoso e lodo, gerados
na estação de tratamento.

7.1. Sólidos grosseiros e areia

Na estação de tratamento em questão, serão gerados sólidos grosseiros e areia


nas seguintes unidades: docas de recepção, caixa gradeada, tanque de equalização,
SAO, desarenador.

Acoplada à caixa separadora água-óleo, há um sistema de gradeamento que,


eventualmente poderá reter sólidos grosseiros que deverão ser removidos.

Os contribuintes de sólidos grosseiros e areia mais relevantes serão a caixa


gradeada e desarenador. A limpeza das docas de recepção e dos tanques de
equalização será realizada conforme necessidade após o início da operação.

Considerando o intervalo de limpeza do desarenador de 5 anos, haverá uma


produção de 1,8 L de areia por limpeza.

Os materiais removidos nessas unidades serão armazenados em bombonas


alocadas em local impermeabilizado e coberto, até que sejam recolhidos e
direcionados ao aterro sanitário mais próximo.

7.2. Resíduos oleosos e escuma

No presente projeto, haverá geração de resíduos oleosos na caixa separadora


água-óleo e de escuma no flotador e no reator UASB.

Acoplada a caixa separadora água-óleo, existe um reservatório que será


preenchido com o óleo removido na unidade. O operador deverá verificar a limpeza
deste recipiente, inicialmente, uma vez por semana, e armazenar este resíduo em
bombonas alocadas em local impermeabilizado e coberto, até que sejam recolhidos e
27
direcionados ao aterro sanitário. Esta frequência poderá ser reduzida ou ampliada de
forma a obter-se a melhor rotina de descarte, a depender da quantidade retida por dia.

O raspador do flotador encaminhará a escuma gerada durando o processo a um


recipiente na própria unidade. Incialmente, uma vez por semana o operador deverá
fazer a limpeza do recipiente, alocando o resíduo gerado em bombonas que devem
ser armazenadas em local impermeabilizado e coberto, até que sejam recolhidas e
direcionadas ao aterro sanitário mais próximo. Esta frequência de limpeza poderá ser
reduzida ou ampliada de forma a obter-se a melhor rotina de descarte, a depender
das características como quantidade e concentração.

A remoção de escuma no reator UASB deverá ser realizada, inicialmente, com


frequência quinzenal e, dependendo das características, esta frequência poderá ser
reduzida ou ampliada, de forma a obter-se a melhor rotina de descarte. A escuma
deverá ser removida da unidade e armazenada em bombonas alocadas em piso
impermeabilizado e coberto, até que seja recolhida e direcionada ao aterro sanitário.

7.3. Lodo biológico

O lodo produzido no reator UASB, na lagoa facultativa e na lagoa de maturação


não necessita passar por processos de digestão, uma vez que ele já sai destas
unidades estabilizado. Dessa forma, o lodo pode ser encaminhado diretamente para
a etapa de desaguamento, nos leitos de secagem.

O reator UASB produzirá, por ciclo de operação, aproximadamente 120 kg de


lodo, equivalente a 2,90 m³ de lodo. A sugestão é que o lodo proveniente desta
unidade, após a secagem, seja destinado ao aterro sanitário mais próximo. Porém,
recomenda-se que seja realizada uma caracterização do lodo e outras análises após
o início da operação da ETE, bem como maiores estudos da legislação, a fim de
avaliar a viabilidade de utilizá-lo na fertilização de pastagem, uma vez que no próprio
terreno existe essa demanda.

Para o período de projeto de 20 anos, o lodo produzido pela lagoa facultativa


apresentará apenas 44 cm de espessura, correspondendo a uma ocupação de

28
apenas 20 % da altura útil desta. Logo, não há necessidade de limpeza antes do fim
deste período.

O mesmo ocorre para a lagoa de maturação, onde para o período de projeto de


20 anos, a espessura do lodo será de aproximadamente 3 cm, que ocupará
aproximadamente apenas 3 % da altura útil da unidade, não sendo necessário a
limpeza antes do fim deste período.

8. PROGRAMA DE CONTROLE OPERACIONAL

8.1. Docas de recepção, caixas gradeadas e tanques de equalização

A verificação das condições de limpeza das docas de recepção deve ser


realizada após cada descarga de caminhão. Recomenda-se que a remoção de
eventuais sólidos seja feita com ferramentas como pás e vassouras.

A limpeza das caixas gradeadas deve ser realizada, no mínimo, diariamente.


Recomenda-se que a remoção dos sólidos seja feita com um rastelo de tamanho
adequado à unidade.

Quanto aos tanques de equalização, deverá ser observada a necessidade de


manutenção e limpeza, sendo indicado, inicialmente, uma vez a cada cinco anos.
Conforme a necessidade, este intervalo poderá ser reduzido ou ampliado a fim de
obter-se a melhor rotina de limpeza.

Os materiais recolhidos nestas etapas deverão ser armazenados em recipientes


e local adequados até que sejam recolhidos e enviados ao aterro sanitário.

8.2. Desarenador

A remoção de areia no desarenador deve ter uma frequência de uma vez a cada
cinco anos, podendo este intervalo ser alterado em caso de maior ou menor acúmulo
de areia. A limpeza da unidade será realizada por meio de ferramentas com pás e
enxadas.

29
Deve-se atentar para a remoção de possíveis entupimentos que possam
prejudicar a distribuição uniforme do esgoto aos sistemas de tratamento.

A areia removida nesta etapa do tratamento deverá ser armazenada em


recipiente adequado, até que seja recolhida e encaminhada ao aterro sanitário.

8.3. SAO e flotador

Ambas as unidades possuem reservatório acoplado destinado ao


armazenamento temporário dos resíduos gerados no processo.

A limpeza dos reservatórios de óleo no SAO e de escuma no flotador deve ser


realizada, inicialmente, com frequência semanal. Dependendo das características
como quantidade e concentração, esta frequência poderá ser reduzida ou ampliada,
de forma a obter-se a melhor rotina de descarte. Dessa forma, se for observado um
acúmulo de escuma e/ou óleo no reservatório destas unidades, entre o intervalo de
limpeza de sete dias, a frequência de remoção de escuma poderá ser reduzida. Caso
não haja o acúmulo neste período, o intervalo poderá ser ampliado.

O reservatório da caixa separadora água-óleo é removível. Portanto, o operador


deve removê-lo e armazenar o conteúdo deste em local adequado até o descarte no
aterro sanitário.

No flotador, há uma calha coletora que encaminha a escuma produzida na


unidade automaticamente ao reservatório. Portanto, o operador deverá realizar a
limpeza deste reservatório e armazenar seu conteúdo em local adequado até o
descarte no aterro sanitário. Recomenda-se que a limpeza seja realizada com
ferramentas como pás e escumadeiras, a depender da consistência do resíduo. Caso
a escuma se apresente fluidizada (mais diluída), deve-se encaminhá-la aos leitos de
secagem e processá-la junto ao lodo do reator UASB.

30
8.4. Reator UASB

A remoção de escuma deve ser realizada, inicialmente, com frequência


quinzenal. Conforme a necessidade, esse intervalo poderá ser reduzido ou ampliado
a fim de obter-se a melhor rotina de descarte.

O acesso para remoção da escuma se dá através de escotilhas inspecionáveis


localizadas na parte superior do reator. Em se tratando de escuma diluída (mais
fluida), esta poderá ser removida através de calhas coletoras instaladas no interior do
separador trifásico, e transportada para os leitos de secagem, para ser processada
juntamente com o lodo. Caso a escuma se apresente mais solidificada, poderá ser
utilizada uma escumadeira na sua remoção, e, em seguida, deverá ser armazenada
em recipientes adequados até que seja recolhida e encaminhada ao aterro sanitário.

Como forma de monitorar o funcionamento do reator, devem ser realizadas as


análises laboratoriais apresentadas na Tabela 13. Outras análises podem ser
necessárias, a depender da solicitação do órgão ambiental competente.

Tabela 13 – Parâmetros a serem analisados no reator UASB


Parâmetro Unidade Afluente Efluente
pH - semanal semanal
Alcalinidade mg/L mensal mensal
Sólidos mg/L mensal mensal
sedimentáveis
DQO total mg/L mensal mensal
DBO total mg/L trimestral trimestral
Fonte: adaptado de Chernicharo (2011)

8.5. Leitos de secagem

O lodo poderá ser removido do leito de secagem após o período de 20 dias, com
o auxílio de pás e enxadas e, posteriormente, armazenado em bombonas alocadas
em local impermeável e coberto, até que seja recolhido e encaminhado ao aterro
sanitário.

31
8.6. Lagoa facultativa e lagoa de maturação

As lagoas são inerentemente simples, sendo a manutenção praticamente


limitada à conservação das unidades construídas, de modo a evitar que fatores
estranhos interfiram no funcionamento do processo.

As vias de acesso e as demais áreas desmatadas deverão ser conservadas


isentas de vegetação. Os taludes necessitam de vistorias periódicas e cuidadosas.
Eventuais infiltrações deverão ser imediatamente corrigidas, devendo-se atentar à
redução na altura do líquido repentina nessas unidades, que podem ser um indicativo
deste problema.

O operador deverá realizar inspeção diária nas lagoas, percorrendo todo o


perímetro e preenchendo as informações do Quadro 3.

Quadro 3 – Aspectos incluídos na inspeção diária das lagoas


Lagoa Facultativa / de Maturação
Dia:
Condições do tempo:
Parâmetro
Sim Não Comentário
Há levantamento de lodo na lagoa?

Há manchas negras na superfície?

Há manchas de óleo na superfície?

Há vegetais em contato com a água?

Há erosão nos taludes?

Há infiltração visível?

Há presença de insetos?

Há presença de aves?

Fonte: adaptado de Jordão e Pessôa (2011) e von Sperling (1986).

32
Como forma de monitorar o funcionamento da lagoa facultativa, devem ser
realizadas as análises laboratoriais apresentadas na Tabela 14. Outras análises
podem ser necessárias, a depender da solicitação do órgão ambiental competente.

Tabela 14 – Parâmetros a serem analisados na lagoa facultativa e de maturação


Frequência Parâmetro Local da Lagoa Lagoa de
determinação Facultativa Maturação
Diária Temperatura do liquido (ºC) In situ x x
pH In situ x x
Vazão (m³/d) In situ x x
Oxigênio dissolvido (mg/L) In situ x x
Mensal DBO total (mg/L) Lab. Central x x
DQO total (mg/L) Lab. Central x x
SST (mg/L) Lab. Central x x
Fósforo (mg/L) Lab. Central x x
Alcalinidade
Nitrogênio orgânico (mg/L) Lab. Central x x
Nitrogênio amoniacal (mg/L) Lab. Central x x
Eventual Contagem de zooplâncton Lab. Central x x
Contagem de fitoplâncton Lab. Central x x
Principais gêneros de algas Lab. Central x x
OD produzido por fotossíntese In situ x
(mg/L.h)
OD consumido por respiração In situ x
(mg/L.h)
OD horário (mg/L) (24h e h em h) In situ x
Patógenos (E.coli) (NMP/100 ml) Lab. Central x x
Protozoários e Ovos de helmintos Lab. Central x
Fonte: adaptado de Jordão e Pessôa (2011) e von Sperling (1986).

8.7. Guia de resolução de possíveis problemas

No Quadro 4, são apresentadas algumas informações que podem auxiliar na


detecção e correção de possíveis problemas de operação da estação de tratamento
de esgoto.

33
Quadro 4 – Possíveis problemas, causas e medidas de controle da ETE
Vazão e características do afluente
Observação Causa provável Verificar Solução
Infiltração nas Condições das Realizar a manutenção
unidades que unidades que das unidades que
Vazão repentinamente antecedem o medidor antecedem o medidor antecedem o medidor
menor que a esperada Mal funcionamento dos Funcionamento do Realizar manutenção
tanques de tanque de equalização no tanque de
equalização equalização
Pré-tratamento
Observação Causa provável Verificar Solução
Odor ou insetos na Intervalo longo entre Intervalo de limpeza Aumentar a frequência
caixa gradeada/SAO limpezas de limpeza
Desarenador
Observação Causa provável Verificar Solução
Odor de ovo podre na
caixa de areia  Velocidade Sedimentação de Reduzir a área da
Areia retida é cinza, baixa; material orgânico seção transversal da
tem odor e contém  TDH longo unidade
graxa
Diminuição repentina  Velocidade Arraste de areia na Aumentar frequência
da massa de areia alta; unidade de limpeza; aumentar a
retida  TDH curto seção transversal
Flotador
Observação Causa provável Verificar Solução
Coagulação e pH inadequado pH Correção do pH na
floculação ineficientes entrada da unidade
Concentração Concentração dos Realizar estudos
inadequada dos reagentes jartest a fim de avaliar
reagentes a melhor concentração
dos reagentes
Reator UASB
Observação Causa provável Verificar Solução
Distribuição desigual Estrutura de Nível da estrutura de Nivelar a estrutura de
do afluente distribuição distribuição distribuição
desnivelada
Ponto de distribuição Entupimento Tubulação de Desbloquear
não recebe esgoto distribuição

34
Sobrecarga de lodo Estabilidade do lodo Diminuir carga
Produção de lodo aplicada
maior que o normal Sólidos grosseiros e/ou Funcionamento do pré- Reestabelecer
inorgânicos entrando tratamento funcionamento das
no reator unidades de pré-
tratamento
Teor elevado de Carga hidráulica Vazão Diminuir vazão
sólidos sedimentáveis excessiva
no efluente Excesso de sólidos no Massa de lodo Descarga de lodo de
reator excesso
Produção de lodo Retenção de lodo  Separador de Consertar separador
menor que o normal deficiente fases
 Sólidos
sedimentáveis no
efluente
Alta fração de sólidos Baixa velocidade Velocidade Diminuir velocidade
inorgânicos ascensional no reator ascensional no reator
Eficiência da remoção Carga hidráulica Carga hidráulica Diminuir carga
do material orgânico excessiva
reduzida Descarga do afluente Entrada do afluente Consertar falhas
deficiente
Leitos de secagem
Observação Causa provável Verificar Solução
Geração de mau odor Instabilidade do lodo Estabilidade do lodo Ajustar carga orgânica
quando se aplica o (teste)
lodo no leito
Tempo excessivo para  Carga aplicada Carga aplicada  Diminuir carga;
percolação excessiva;  Aprimorar
 Limpeza do manutenção
leito inadequada
Tempo excessivo para  Carga aplicada Carga aplicada  Diminuir carga;
evaporação excessiva;  Cobrir leito
 Intensidade
pluviométrica
elevada, baixa
temperatura,
umidade do ar
elevada

35
Reprodução de Camada de água Sistema de drenagem  Diminuir carga;
mosquitos nos leitos semipermanente  melhorar
permeabilidade
Lagoas
Observação Causa provável Verificar Solução
Superfloração de algas Nata esverdeada na Quebrar a escuma com
superfície jatos d’água ou com
Escuma e flutuantes rastelo, remover a
impedindo a escuma com peneiras
passagem de energia de pano e dar a
luminosa destinação adequada
Pouca circulação e Nata esverdeada na Remover obstáculos
atuação do vento superfície para penetração do
vento
 Má distribuição  Construir
do afluente; novas entradas de
 Zonas mortas; Curto-circuito afluente;
 Presença de hidráulico  Introduzir
vegetais aquáticos aeração para
no interior da lagoa causar pequena
Mau odor mistura
 Remover
vegetais aquáticos
Superfloração de algas Massa de alga Jateamento com
flutuante mangueira d’água.
destruição com rastelo
e remoção com
peneira
Longos períodos com Condições  Diminuir altura
tempo nublado e atmosféricas da lâmina d’água;
temperatura baixa  Instalar
aeradores na
superfície próximo
à entrada do
afluente
Mortandade de algas  Sobrecarga; pH (pH ideal acima de Ver medidas relativas a
verdes  Longos 8) baixo OD ou mau
períodos com odores por sobrecarga

36
condições
atmosféricas
adversas;
 Organismos se
alimentando com
alga
Proliferação de insetos Presença de vegetais Existência de  Verificar
nas margens dos vegetação nos taludes infiltrações no
taludes internos da internos da lagoa talude interno;
lagoa  Colocação de
peixes na lagoa,
como tilápia e
carpas
Entupimento das Tubulação de trada Tubulação de entrada Limpar as tubulações
tubulações de entrada obstruída com vara ou arame de
aço
Fonte: adaptado de Chernicharo (2011).

37
9. MEMORIAL DE CÁLCULO

9.1. Estimativa de vazões, cargas e concentrações

9.1.1. Entrada da ETE

O proprietário relatou a tipologia e a média das vazões de efluente coletadas


pela empresa. Essas informações encontram-se no Quadro 5.

Quadro 5 – Tipologia e vazões médias relatadas pelo proprietário

DOMÉSTICO INDUSTRIAL
(m³/d) (m³/d)

FOSSAS E BANHEIROS CHORUME ABATEDOURO POSTO DE


QUÍMICOS COMBUSTÍVEL

27,44 24,99 1,25 0,56

VAZÃO TOTAL DIÁRIA (m³/d) 54,25

De posse das informações apresentadas no Quadro 5, para fins de cálculo, foi


considerado aumento de 30% para a vazão máxima e redução de 30% para a vazão
mínima, conforme apresentado no Quadro 6.

Quadro 6 – Vazões máximas e mínimas adotadas no projeto

VAZÃO MÁXIMA (m³/d) VAZÃO MÍNIMA (m³/d)

DOMÉSTICA INDUSTRIAL DOMÉSTICA INDUSTRIAL

35,67 34,85 19,21 18,77

TOTAL TOTAL

71,51 38,50

38
A partir da revisão bibliográfica, foi estimada a qualidade do efluente bruto na
entrada da ETE de acordo com a origem da cada efluente, conforme apresentado no
Quadro 7.

Quadro 7 – Estimativa das concentrações afluentes à ETE

DOMÉSTICO (A) CHORUME (B) ABATEDOURO (C) POSTO (D)

DBO5 (mg/L) 350 766 7256 175

DQO (mg/L) 700 2733 15680 350

SST (mg/L) 400 754 6300 594

Óleos e Graxas (mg/L) 110 90 585 31

Nitrogênio Total (mg/L) 50 7 270 17


Fonte:
(A) – von Sperling (1996);
(B) – Santos (2003);
(C) – Vidal (2018), Gil (2010) e Caixeta (2002);
(D) – Rosa et. al (2011), Vasconcelos e Gomes (2009) e Veról et. al (2005).

A qualidade do efluente bruto na entrada da ETE esperada e o equivalente


populacional são apresentados na Tabela 15.

39
Tabela 15 – Estimativa da qualidade do efluente de entrada na ETE e do E.P.

PARÂMETRO VALOR

DBOENTRADA (mg/L) 884

DQOENTRADA (mg/L) 2589

SSTENTRADA (mg/L) 872

Óleos e graxas (COeG após mistura) (mg/L)* 77

Nitrogênio TotalENTRADA (mg/L) 34

E. coli** (NPM/100ml) 1,0 x 10⁷

Equivalente populacional (hab) 628


*Considerando a remoção ocorrida no SAO, ou seja, após a mistura dos dois efluentes.
**Para fins de projeto, considerou-se a contribuição doméstica, por ser mais restritiva.

Os resultados apresentados no presente projeto se encontram de acordo com a


planilha de cálculo, podendo haver alguma discrepância entre os valores
apresentados nas equações e os resultados, devido arredondamentos.

9.1.2. Vazão mínima de referência (Q7,10)

A vazão mínima de referência do rio Ipojuca foi calculada através dos dados
vazão disponibilizados pela ANA, na estação de código 39345000 localizada no
município de Gravatá-PE.

Os dados referentes à estação foram baixados no HidroWeb (Figura 9) e foram


processados pelo software SisCAH 1.0 (disponível gratuitamente em
http://www.gprh.ufv.br/?area=softwares), considerando apenas os anos com falha
inferior a 5 % (Figura 10).

40
Figura 9 – Interface do HidroWeb
Fonte: Sistema Nacional de Informação Sobre Recursos Hídricos (SNIRH, 2020)

Figura 10 – Interface do SisCAH 1.0

De acordo com o software, a distribuição estatística que apresentou melhor


resultado na determinação da Q7,10 foi a Lognormal 2, onde o valor encontrado foi
0,87 m³/s.

41
9.2. Docas de recepção

A partir das estimativas das vazões, foram dimensionadas 4 docas de recepção


para que os caminhões pudessem descarregar o efluente industrial e doméstico
separadamente, sendo duas destinadas ao efluente industrial e duas ao efluente
doméstico.

Portanto, o volume de cada doca será dado pela equação 1.

𝑄
𝑉𝑑𝑜𝑐𝑎 = (1)
2
onde:

V = Volume da doca;

Q = Vazão diária.

Para uma doca doméstica, temos:

27,44 𝑚³⁄𝑑
𝑉𝑑𝑜𝑐𝑎 = = 13,72 𝑚³⁄𝑑
2

Os valores adotados nos cálculos das docas de recepção, Calhas Parshall e


gradeamento encontram-se no Quadro 8.

Quadro 8 – Valores adotados no dimensionamento das docas

DOCA DOMÉSTICA DOCA INDUSTRIAL

Altura útil (hdoca) 1,00 m 1,00 m

Altura total (Hdoca) 1,30 m 1,30 m

Altura inclinação (hi) 0,57 m 0,57 m

Largura (Bdoca) 3,00 m 3,00 m


Fonte: Autora

O comprimento da doca foi calculado a partir da equação 2.

42
𝑉
𝐿𝑑𝑜𝑐𝑎 = (2)
𝐵𝑑𝑜𝑐𝑎 × ℎ𝑑𝑜𝑐𝑎
onde:

Ldoca = comprimento da doca;

Bdoca = largura da doca;

h = altura útil da doca.

Para uma doca doméstica, temos:

13,72 𝑚³
𝐿𝑑𝑜𝑐𝑎 = = 4,60 𝑚
3𝑚×1𝑚

A inclinação da doca é dada pela equação 3.

ℎ𝑖
𝐼= × 100 (3)
𝐿𝑑𝑜𝑐𝑎
onde:

I = inclinação da doca;

hi = altura da inclinação.

Para a docas domésticas, temos:

0,57 𝑚
𝐼= × 100 = 12,5 %
4,60 𝑚

Na Tabela 16 encontram-se os valores encontrados para as docas, Calha


Parshall e gradeamento industriais.

43
Tabela 16 – Dimensões de uma doca, Calha Parshall e gradeamento industriais

DOCA INDUSTRIAL

PARÂMETRO VALOR

Vdoca industrial 13,41 m³

Ldoca 4,50 m

I 12,8 %

9.3. Tanques de equalização

A partir das estimativas de vazão apresentadas no Quadro 5 e no Quadro 6, foi


possível calcular as dimensões dos tanques de equalização, sendo um doméstico e
outro industrial, e as potências dos agitadores que irão compor o sistema.

As considerações feitas no dimensionamento dos tanques de equalização são


apresentadas no Quadro 9.

Quadro 9 – Valores adotados no dimensionamento dos tanques de equalização

TANQUE DOMÉSTICO TANQUE INDUSTRIAL

Altura útil (HT.E.) 3,00 m 3,00 m

Tempo de funcionamento (t) 10 h 10 h

Densidade de potência (Dp) 10 W/m³ 30 W/m³

Eficiência desejada (n) 70 % 70 %


Fonte: Polido (2013).

A vazão de saída do tanque de equalização é dada pela equação 4.

𝑡
𝑄𝑠 = 𝑄𝑚í𝑛 × (4)
12
onde:

Qs = vazão de saída do tanque de equalização;


44
t = tempo de funcionamento da unidade.

Para o tanque doméstico, temos:

10 ℎ
𝑄𝑠 𝑑𝑜𝑚 = 0,80 𝑚³⁄ℎ × = 0,67 𝑚3 /ℎ
12

O volume de equalização é dado pela equação 5.

𝑉𝑒𝑞 = (𝑄𝑚é𝑑 − 𝑄𝑠 ) × 𝑡
(5)
onde:

Veq = volume de equalização.

Para o tanque doméstico, temos:

3
𝑉𝑒𝑞 = (1,14 − 0,67) 𝑚 ⁄ℎ × 10ℎ = 4,76 𝑚3

O volume mínimo de equalização é dado pela equação 6.

𝑉𝑒𝑞 𝑚í𝑛 = 0,3 × 𝑉𝑒𝑞


(6)
onde:

Veq mín = volume mínimo de equalização.

Para o tanque doméstico, temos:

𝑉𝑒𝑞 𝑚í𝑛 = 0,3 × 4,76 𝑚3 = 1,43 𝑚³

O volume total de equalização é dado pela equação 7.

𝑉𝑒𝑞 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉𝑒𝑞 𝑚í𝑛 + 𝑉𝑒𝑞


(7)
onde:

Veq total = volume total de equalização.

Para o tanque doméstico, temos:

45
𝑉𝑒𝑞 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1,43 𝑚3 + 4,76 𝑚3 = 6,19 𝑚³

O tempo de detenção hidráulica no tanque de equalização é dado pela equação


8.

𝑉𝑒𝑞 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑇𝐷𝐻𝑇.𝐸. = (8)
𝑄𝑚é𝑑
onde:

TDHT.E. = tempo de detenção hidráulica no tanque de equalização.

Para o tanque doméstico, temos:

6,19 𝑚³
𝑇𝐷𝐻𝑇.𝐸. = = 5,42 ℎ
1,14 𝑚³⁄ℎ

Considerando o tanque quadrado, o comprimento do tanque de equalização é


dado pela equação 9.

𝑉𝑒𝑞 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (9)


𝐿𝑇.𝐸. = √
𝐻𝑇.𝐸.

onde:

LT.E. = comprimento do tanque de equalização;

HT.E. = altura útil do tanque de equalização.

Para o tanque doméstico, temos:

6,19 𝑚³
𝐿𝑇.𝐸. = √ = 1,44 𝑚
3,00 𝑚

A área útil do tanque de equalização é dada pela equação 10.

𝑉𝑒𝑞 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐴𝑇.𝐸. = (10)
𝐻𝑇.𝐸.
onde:

46
AT.E. = área útil do tanque de equalização.

Para o tanque doméstico, temos:

6,19 𝑚³
𝐴𝑇.𝐸. = = 2,06 𝑚²
3,00 𝑚

A altura mínima do tanque de equalização é dada pela equação 11.

𝑉𝑒𝑞 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝐻𝑚í𝑛 𝑇.𝐸. = (11)
𝐴𝑇.𝐸.
onde:

Hmín T.E. = altura mínima do tanque de equalização.

Para o tanque doméstico, temos:

6,19 𝑚³
𝐻𝑚í𝑛 𝑇.𝐸. = = 0,69 𝑚
2,06 𝑚²

A potência do agitador é dada pela equação 12.

𝐷𝑝 × 𝑉𝑒𝑞 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑃𝑜𝑡 = (12)
745 × 𝑛
onde:

Pot = potência do agitador;

Dp = densidade de potência;

n = eficiência desejada.

Para o tanque doméstico, temos:

10 𝑊⁄ × 6,19 𝑚³
𝑃𝑜𝑡 = 𝑚³ = 0,12 𝐻𝑃
745 × 0,7

Na Tabela 17 encontram-se os valores encontrados para o tanque de


equalização industrial.

47
Tabela 17 – Dimensionamento do tanque de equalização industrial

PARÂMETRO VALOR

Qs ind 0,93 m³/h

Veq 1,86 m³

Veq mín 0,56 m³

Veq total 2,42 m³

TDHT.E. 2,16 h

LT.E. 0,90 m

AT.E. 0,81 m³

Hmín T.E. 0,69

Pot 0,14 cv

9.4. Calha Parshall

Os valores adotados no cálculo da Calha Parshall encontram-se no Quadro 10.

Quadro 10 – Valores adotados no dimensionamento da Calha Parshall

Parâmetro Valor

W 1 pol

K 1,9

N 2,9

As alturas mínima e máxima na Calha Parshall são dadas pela equação 13.
𝑄𝑚í𝑛/𝑚á𝑥 1
𝐻𝑚í𝑛/𝑚á𝑥 = ( )𝑁 (13)
𝐾
onde:

Hmín/máx = Altura mínima ou máxima na Calha Parshall;

48
Qmín/máx = Vazão mínima ou máxima afluente a Calha Parshall;

K = coeficiente inerente à Calha Parshall;

N = coeficiente inerente à Calha Parshall.

Para as docas domésticas, temos:

1
3 2,9
0,00031 𝑚 ⁄𝑠
𝐻𝑚í𝑛 =( ) = 0,049 𝑚
1,9
1
3 2,9
0,00058 𝑚 ⁄𝑠
𝐻𝑚á𝑥 =( ) = 0,061 𝑚
1,9

O rebaixo da calha é calculado a partir da equação 14.

(𝑄𝑚á𝑥 × 𝐻𝑚í𝑛 ) − (𝑄𝑚í𝑛 × 𝐻𝑚á𝑥 )


𝑍= (14)
𝑄𝑚á𝑥 − 𝑄𝑚í𝑛
onde:

Z = rebaixo da calha.

Para o rebaixo da calha à jusante da doca doméstica, temos:

3 3
(0,00058 𝑚 ⁄𝑠 × 0,049 𝑚) − (0,00031 𝑚 ⁄𝑠 × 0,061 𝑚)
𝑍= = 0,036 𝑚
0,00058 𝑚³⁄𝑠 × 0,00031 𝑚³⁄𝑠

As alturas da lâmina antes do rebaixo mínimas e máximas é dada pela equação


15.

ℎ𝑚í𝑛/𝑚á𝑥 = 𝐻𝑚í𝑛/𝑚á𝑥 − 𝑍
(15)
onde:

hmín/máx = altura mínima e máxima da lâmina d’água.

As alturas mínimas e máximas da lâmina antes do rebaixo para a calha à jusante


da doca doméstica, temos:

49
ℎ𝑚í𝑛 = 0,049 − 0,036 = 0,014 𝑚
ℎ𝑚á𝑥 = 0,061 − 0,036 = 0,026 𝑚

9.5. Desarenador

Segundo Jordão e Pessôa (2011), usualmente utiliza-se uma velocidade de


escoamento horizontal em torno de 0,30 m/s. Para a velocidade de sedimentação, os
autores recomendam que seja de 0,02 m/s.

A área e a largura da seção transversal do canal do desarenador são dadas pela


equação 16 e equação 17.

𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 0,00044 𝑚³⁄𝑠


𝐴𝑑𝑒𝑠 = = = 0,0015 𝑚² (16)
𝑣ℎ 0,30 𝑚⁄𝑠

onde:

Ades = área da seção transversal do desarenador;

Qs TOTAL = vazão de saída total dos tanques de equalização;

vh = velocidade horizontal.

𝐴𝑑𝑒𝑠 0,0015 𝑚²
𝐿𝑑𝑒𝑠 = = = 0,05 𝑚 (17)
ℎ𝑚á𝑥 0,03 𝑚

onde:

Ldes = largura da seção transversal do desarenador.

A velocidade horizontal para a vazão máxima deve ser menor que 0,4 m/s e
maior que 0,25 m/s, segundo a NBR 12.209 (ABNT, 2011). A verificação das
velocidades máximas e mínimas é dada pela equação 18, equação 19, equação 20 e
equação 21.

𝐴𝑚á𝑥 = 𝐿 × ℎ𝑚á𝑥 = 0,05 𝑚 × 0,03 𝑚 = 0,0015 𝑚² (18)

𝐴𝑚í𝑛 = 𝐿 × ℎ𝑚í𝑛 = 0,05 𝑚 × 0,016 𝑚 = 0,0008 𝑚² (19)

50
𝑄𝑚á𝑥 0,0058 𝑚⁄𝑠 (20)
𝑣ℎ 𝑚á𝑥 = = = 0,39 𝑚⁄𝑠 (𝑂𝐾!)
𝐴𝑚á𝑥 0,0015 𝑚²

𝑄 𝑚í𝑛 0,00031 𝑚⁄𝑠 (21)


𝑣ℎ 𝑚í𝑛 = = = 0,39 𝑚⁄𝑠 (𝑂𝐾!)
𝐴𝑚í𝑛 0,0008 𝑚²

onde:

vh máx = velocidade de escoamento máxima;

vh mín = velocidade de escoamento mínima.

Para garantir maior facilidade na limpeza da unidade, será adotado comprimento


de 0,30 m e largura da seção transversal do canal do desarenador de 0,20 m, de modo
a atender a recomendação da NBR 12.209 (ABNT, 2011) para a Taxa de Aplicação
Superficial (TAS). A área superficial do desarenador foi calculado pela equação 22.

𝐴𝑠 𝑑𝑒𝑠 = 𝐿𝑑𝑒𝑠 × 𝐶𝑑𝑒𝑠 = 0,20 𝑚 × 0,30 𝑚 = 0,06 𝑚² (22)

onde:

As des = área superficial do desarenador;

Cdes = comprimento do desarenador.

A faixa indicada pela NBR 12.209/11 para a TAS é de 600 a 1.000 m³/m².d. Para
o presente projeto, ela foi calculada pela equação 23.

𝑄𝑠 38,35 𝑚³⁄𝑑 (23)


𝑇𝐴𝑆 = = = 640 𝑚³⁄𝑚2 . 𝑑 (𝑂𝐾!)
𝐴𝑠 𝑑𝑒𝑠 0,06 𝑚²

9.5.1. Produção de areia

Para o cálculo da quantidade de areia acumulada no desarenador e da


frequência de limpeza, adotou-se uma taxa de remoção de 2,5 x 10-⁵ m³ de areia por
m³ de esgoto e um espaço para acúmulo de material sedimentado com profundidade
de 0,03 m.

51
Sendo assim, o volume diário de produção de areia retida no desarenador é dado
pela equação 24.

𝑉𝑑 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = 𝑇𝑅 × 𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 (24)

onde:

Vd areia = volume diário de produção de areia retida no desarenador;

TR = taxa de remoção.

Para o presente projeto, temos:

3
𝑉𝑑 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = 2,5 × 10−5 𝑚 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎⁄𝑚3 𝑒𝑠𝑔𝑜𝑡𝑜 × 38,35 𝑚³⁄𝑑 = 0,0010 𝐿⁄𝑑

A altura de are acumulada é dada pela equação 25.

𝑉𝑑 𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 0,0010 𝐿⁄𝑑 (25)


ℎ𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 = = = 1,6 × 10−5 𝑚⁄𝑑
𝐴𝑠 𝑑𝑒𝑠 0,06 𝑚²

onde:

hareia = altura de areia acumulada.

Assim, têm-se o intervalo de limpeza do desarenador, dado pela equação 26.

𝑍 0,03 𝑚 (26)
𝑡𝑙𝑖𝑚𝑝𝑒𝑧𝑎 = = = 1877 𝑑𝑖𝑎𝑠 = 5 𝑎𝑛𝑜𝑠
ℎ𝑎𝑟𝑒𝑖𝑎 1,6 × 10−5 𝑚⁄𝑑

A limpeza no desarenador será realizada a cada 5 anos, que resultará em uma


produção de 1,8 litros de areia por limpeza.

9.6. Flotação por Ar Dissolvido (FAD)

9.6.1. Reagentes

Para o presente projeto, será considerada a adição de cloreto férrico a 40% no


tanque de mistura rápida e de polieletrólitos no tanque de mistura lenta.

9.6.1.1. Cloreto Férrico


52
No Quadro 11 encontram-se as considerações feitas no cálculo da dosagem do
cloreto férrico.

Quadro 11 – Valores adotados

PARÂMETRO VALOR

Dosagem (DFeCl3) 30 mg/L

Massa específica (ρFeCl3) 1420 kg/m³


Fonte: adaptado de Jordão e Pessôa (2011)

A aplicação máxima do reagente é dada pela equação 27.

𝐷𝐹𝑒𝐶𝑙3 (27)
𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 ×
1000000

onde:

DFeCl3 = dosagem.

Para o presente projeto, temos:

𝑚𝑔
30 ⁄𝐿 𝑘𝑔 𝐹𝑒𝐶𝑙3⁄
𝐿
𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 38349,26 ⁄𝑑 × = 1,15
1000000 𝑑

A vazão a se aplicar do cloreto férrico é demonstrada pela equação 28.

𝑘𝑔 𝐹𝑒𝐶𝑙3⁄ (28)
𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 1,15 𝑑 = 0,034 𝐿⁄
𝑄𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎ã𝑜 𝐹𝑒𝐶𝑙3 = = ℎ
𝜌𝐹𝑒𝐶𝑙3 𝑘𝑔
1420 ⁄
𝑚³

onde:

Q aplicação FeCl3 = vazão a se aplicar do cloreto férrico;

ρFeCl3 = massa específica do cloreto férrico.

53
9.6.1.2. Polieletrólito

No Quadro 12 encontram-se as considerações feitas no cálculo da dosagem do


polieletrólito.

Quadro 12 – Valores adotados

PARÂMETRO VALOR

Dosagem (Dpoli) 0,5 mg/L

Princípio ativo em emulsão (PA) 28%


Fonte: adaptado de Jordão e Pessôa (2011)

A aplicação máxima está demonstrada na equação 27. Para o presente projeto,


temos:

𝑚𝑔
0,5 ⁄𝐿 𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝐿
𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑀á𝑥𝑖𝑚𝑎 = 38349,26 ⁄𝑑 × = 0,02 ⁄𝑑 = 0,001 ⁄ℎ
1000000

A vazão a se aplicar de polieletrólito é demonstrada pela equação 29 abaixo:

𝑘𝑔 (29)
𝐴𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎çã𝑜 𝑚á𝑥𝑖𝑚𝑎 0,001 ⁄ℎ 𝑘𝑔
𝑄𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎ã𝑜 𝑝𝑜𝑙𝑖𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟ó𝑙𝑖𝑡𝑜 = = = 0,003 ⁄ℎ
𝑃𝐴 0,28

onde:

Qaplicação polieletrólito = vazão a se aplicar de polieletrólito;

PA = princípio ativo em emulsão.

9.7. Reator UASB

As considerações feitas no dimensionamento do reator UASB encontram-se no


Quadro 13.

54
Quadro 13 – Valores adotados no dimensionamento do reator UASB

PARÂMETRO VALOR

Temperatura operacional do reator (T) 20ºC

Coeficiente de produção de sólidos (Y) 0,1 kg SST/kg DBOaplicada

Concentração esperada para o lodo de descarte 4%


(Clodo)

Densidade do lodo fresco (ϒ) 1030 kg/m³

TDHUASB 9h

Altura do reator (HUASB) 4,50 m

Área de influência por tudo de distribuição (Ad) 2,00 m²

Eficiência de remoção de DQO (EDQO) 65%

Eficiência de remoção de DBO (EDBO) 70%

Eficiência de remoção de SST (ESST) 50%

Eficiência de remoção de E. coli (EE.c) 90%

Concentração de metano no biogás (CCH4) 65%

Pressão (P) 1 atm

DQO correspondente a 1 mol de CH4 (KDQO) 64 g DQO/mol

Constante dos gases (R) 0,08206 atm.L/mol.K

Largura da abertura simples (ad) 0,25 m

Diâmetro interno do coletor de gases (Di) 0,35 m

Diâmetro externo do coletor de gases (De) 0,36 m

Altura da aba inclinada do compartimento de 1,60 m


decantação (h1)

55
Altura da parede vertical do decantador (h2) 0,40 m

Ciclos de operação do leito de secagem (tc) 20 d

Taxa de aplicação de sólidos no leito (T leito) 10,00 kg SST/m²


Fonte: adaptado de Chernicharo (1997)

O volume do reator UASB é dado pela equação 30.

𝑉𝑈𝐴𝑆𝐵 = 𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 × 𝑇𝐷𝐻𝑈𝐴𝑆𝐵 (30)

onde:

VUASB = volume do reator UASB;

TDHUASB = tempo de detenção hidráulica no reator UASB.

Para o presente projeto, temos:

𝑉𝑈𝐴𝑆𝐵 = 1,60 𝑚³⁄ℎ × 9 ℎ = 14,38 𝑚³

Foi adotada uma unidade de formato circular.

A área do reator é dada pela equação 31.

𝑉𝑈𝐴𝑆𝐵 (31)
𝐴𝑟 =
𝐻𝑈𝐴𝑆𝐵

onde:

Ar = área do reator;

HUASB = altura do reator.

Para o presente projeto, temos:

14,38 𝑚³
𝐴𝑟 = = 3,20 𝑚
4,50 𝑚

O diâmetro do reator é dado pela equação 31.

56
(32)
4 × 𝐴𝑟
2
𝐷𝑟 = √
𝜋

onde:

Dr = diâmetro do reator.

Para o presente projeto, temos:

2 4 × 3,20
𝐷𝑟 = √ = 2,02 𝑚
3,14

Para fins de projeto, têm-se Dr adotado = 2,00 m. Com isso, temos

Ar corrigida = 3,14 m e VUASB corrigido = 14,13 m³.

A carga hidráulica volumétrica, dada pela equação 33, deve ser inferior à 5,0
m³/m³.d.

𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 (33)
𝐶𝐻𝑉 =
𝑉𝑈𝐴𝑆𝐵

onde:

CHV = carga hidráulica volumétrica.

Para o presente projeto, temos:

38,35 𝑚³⁄𝑑
𝐶𝐻𝑉 = = 2,71 𝑚³⁄𝑚3 . 𝑑 > 5,0 𝑚³⁄𝑚3 . 𝑑 (𝑂𝐾!)
14,13 𝑚³

A carga orgânica volumétrica do efluente, dada pela equação 34, por ser de
origem também industrial, deve ser inferior à 15 kg DQO/m³.d.

𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 × 𝐷𝑄𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡 (34)


𝐶𝑂𝑉 =
𝑉𝑈𝐴𝑆𝐵

onde:

57
COV = carga orgânica volumétrica.

Para o presente projeto, temos:

𝑚𝑔
𝑚³ 1553,3 ⁄𝐿
38,35 ⁄𝑑 × 𝑘𝑔 𝐷𝑄𝑂⁄ 𝑘𝑔 𝐷𝑄𝑂⁄
𝐶𝑂𝑉 = 1000 = 4,22 𝑚 3 . 𝑑 < 15 𝑚3 . 𝑑 (𝑂𝐾!)
14,13 𝑚³

A velocidade superficial para a vazão média deve se encontrar na faixa 0,5-0,7


m/h. A verificação desta velocidade para o presente projeto encontra-se na equação
35.

𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 1,60 𝑚³⁄ℎ (35)


𝑣𝑠 = = = 0,51 𝑚⁄ℎ (𝑂𝐾!)
𝐴𝑟 3,14 𝑚²

onde:

vs = velocidade superficial para a vazão média.

O número de tubos de distribuição é calculado de acordo com a equação 36.

𝐴𝑟 (36)
𝑁𝑑 =
𝐴𝑑

onde:

Nd = número de tubos de distribuição;

Ad = área de influência por tubo de distribuição.

Para o presente projeto, temos:

3,14 𝑚²
𝑁𝑑 = = 1,57
2,00 𝑚²

Para fins de projeto, têm-se Nd = 2.

As concentrações de DBO, DQO, SST e E. coli na saída do reator UASB são


dadas pelas equações 37, 38, 39 e 40.

58
𝑚𝑔 (37)
𝐷𝐵𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 = 𝐷𝐵𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡 × (1 − 𝐸𝐷𝐵𝑂 ) = 531 ⁄𝐿 × (1 − 0,7)
𝑚𝑔
= 159 ⁄𝐿

onde:

DBOsaída UASB = concentração de DBO na saída do reator UASB;

EDBO = eficiência de remoção de DBO no reator UASB.

𝐷𝑄𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 = 𝐷𝑄𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟 × (1 − 𝐸𝐷𝑄𝑂 ) (38)


𝑚𝑔 𝑚𝑔
= 1553 ⁄𝐿 × (1 − 0,65) = 544 ⁄𝐿

DQOsaída UASB = concentração de DQO na saída do reator UASB;

EDQO = eficiência de remoção de DQO no reator UASB.

𝑆𝑆𝑇𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 = 𝑆𝑆𝑇𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟 × (1 − 𝐸𝑆𝑆𝑇 ) (39)


𝑚𝑔 𝑚𝑔
= 349 ⁄𝐿 × (1 − 0,50) = 174 ⁄𝐿

onde:

SSTsaída UASB = concentração de SST na saída do reator UASB;

ESST = eficiência de remoção de SST no reator UASB.

𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 = 𝐶. 𝐹𝐸𝑁𝑇𝑅𝐴𝐷𝐴 × 10−𝐸𝐶𝐹 =


(40)
1,0 × 107 𝑁𝑀𝑃⁄100𝑚𝑙 × 10−1 = 1,0 × 106 𝑁𝑀𝑃⁄100𝑚𝑙

onde:

C.F.saída UASB = concentração de E. coli na saída do reator UASB;

C.F.ENTRADA = concentração de E. coli na entrada da ETE;

EC.F. = eficiência de remoção de E. coli no reator UASB.

59
9.7.1. Produção de metano

A produção teórica de metano é dada pela equação 41.

𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 = (𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 × (𝐷𝑄𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟 − 𝐷𝑄𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 )) (41)

− (𝑌 × 𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 × 𝐷𝑄𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟 )

onde:

DQOCH4 = produção teórica de metano;

Y = coeficiente de produção de sóidos.

Para o presente projeto, temos:

𝑚𝑔
3 1553 − 544 ⁄𝐿
𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 = (38 𝑚 ⁄𝑑 × )
1000
𝑚𝑔
𝑘𝑔 𝑆𝑆𝑇 3 1553 ⁄𝐿 𝑘𝑔𝐷𝑄𝑂⁄
− (0,1 𝑚
⁄𝑘𝑔 𝐷𝐵𝑂 × 38 ⁄𝑑 × ) = 33
1000 𝑑

O fator de correção para a temperatura de projeto (média do mês mais frio) é


dado pela equação 42.

𝑔𝐷𝑄𝑂⁄ (42)
𝑃 × 𝐾𝐷𝑄𝑂 1 𝑎𝑡𝑚 × 0,64 𝑚𝑜𝑙
𝑓(𝑇) = =
𝑅 × (273 + 𝑇) 0,08206 𝑎𝑡𝑚. 𝐿⁄𝑚𝑜𝑙. 𝐾 × (273 + 20)
𝑘𝑔 𝐷𝑄𝑂
= 2,66 ⁄
𝑚³

onde:

f(T) = fator de correção para a temperatura de projeto;

P = pressão atmosférica;

KDQO = DQO correspondente a 1 mol de CH4;

R = Constante dos gases;

T = temperatura operacional do reator.


60
A produção volumétrica de metano é dada pela equação 43.

𝐷𝑄𝑂𝐶𝐻4 (43)
𝑄𝐶𝐻4 =
𝑓(𝑇)

QCH4 = produção volumétrica de metano.

Para o presente projeto, temos:

𝑘𝑔𝐷𝑄𝑂⁄
33 𝑑 = 12,31 𝑚³⁄
𝑄𝐶𝐻4 = 𝑑
𝑘𝑔𝐷𝑄𝑂
2,66 ⁄
𝑚³

A produção de biogás é dada pela equação 44.

𝑄𝐶𝐻4 (44)
𝑄𝑏𝑖𝑜𝑔á𝑠 =
𝐶𝐶𝐻4

onde:

Qbiogás = produção de biogás;

CCH4 = concentração de metano no biogás.

Para o presente projeto, temos:

12,31 𝑚³⁄𝑑
𝑄𝑏𝑖𝑜𝑔á𝑠 = = 18,94 𝑚³⁄𝑑
0,65

9.7.2. Abertura (passagem) para o decantador

Foram adotadas duas passagens para o decantador.

A circunferência do reator, que é a mesma do decantador, é dada pela equação


45.
𝐷𝑟 2,00 𝑚 (45)
𝐶𝑟 = 2 × 𝜋 × = 2 × 3,14 × = 6,28 𝑚
2 2

onde:

61
Cr = circunferência do reator.

A área total das aberturas é dada pela equação 46.

𝐴𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 = 𝐶𝑟 × 𝑎𝑑 = 6,28 𝑚 × 0,25 𝑚 = 1,57 𝑚² (46)

onde:

Aabertura = área total das aberturas;

ad = largura das aberturas simples.

A velocidade através das aberturas de passagem para o decantador, dada pela


equação 47, deve ser menor que 2,5 m/h, para vazão média.

𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 (47)
𝑣𝑎 =
𝐴𝑎𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎

va = velocidade através das aberturas de passagem para o decantador.

Para o presente projeto, temos:

1,60 𝑚³⁄ℎ
𝑣𝑎 = = 1,02 𝑚⁄ℎ < 2,5 𝑚⁄ℎ (𝑂𝐾!)
1,57 𝑚²

9.7.3. Compartimento de Decantação

Foi adotado um compartimento de decantação.

O diâmetro útil do decantador é dado pela equação 48.

𝐷𝑢 = 𝐷𝑟 − 𝐷𝑒 = 2,00 𝑚 − 0,36 𝑚 = 1,64 𝑚 (48)

onde:

Du = diâmetro útil do decantador;

De = diâmetro externo do coletor de gases.

A área total do decantador é dada pela equação 49.

62
𝐷𝑒 2 (49)
𝐴𝑇𝐷 = 𝐴𝑟 − (𝜋 × ( ) )
2

onde:

ATD = área total do decantador.

Para o presente projeto, temos:

2
0,36 𝑚 2
𝐴𝑇𝐷 = 3,14 𝑚 − (3,14 × ( ) ) = 3,04 𝑚²
2

A taxa de aplicação superficial no decantador, dada pela equação 50, deve ser
menor ou igual a 0,8 m/h.

𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 1,60 𝑚³⁄ℎ (50)


𝑞𝑠 = = = 0,53 𝑚⁄ℎ ≤ 0,8 𝑚⁄ℎ (𝑂𝐾!)
𝐴𝑇𝐷 3,04 𝑚²

onde:

qs = taxa de aplicação superficial no decentador.

A largura da aba inclinada do compartimento de decantação é dada pela


equação 51.

𝐷𝑟 − 𝐷𝑒 (51)
𝐵𝑎𝑏𝑎 = − 𝑎𝑑
2

onde:

Baba = largura da aba inclinada do compartimento de decantação.

Para o presente projeto, temos:

2,00 𝑚 − 0,36 𝑚
𝐵𝑎𝑏𝑎 = − 0,25 𝑚 = 0,57 𝑚
2

O ângulo de abertura da aba inclinada do compartimento de decantação é dado


pela equação 52.

63
ℎ1 180 (52)
𝛼 = tan−1 ( )×
𝐵𝑎𝑏𝑎 𝜋

onde:

α = ângulo de abertura da aba inclinada do compartimento de decantação;

h1 = altura da aba inclinada do compartimento de decantação.

Para o presente projeto, temos:

1,60 𝑚 180
𝛼 = tan−1 ( )× = 70,39°
0,57 𝑚 3,14

Para facilitar os cálculos, o volume do decantador foi dividido em três partes


(Figura 11), dados pelas equações 53, 54 e 55.

V3 a
aa
V1 V
aaV
V2 1
2 aa
aa
aa

Figura 11 – Partes do compartimento de decantação (seção transversal)

ℎ1 (53)
𝑉𝑑𝑒𝑐1 = (𝜋 × × (0,7452 + 0,1252 + 0,745 × 0,125))
3
− (𝜋 × 0,1252 × ℎ1 ) = 1,03 𝑚³

onde:

Vdec1 = volume da parte 1 do decantador.

𝑉𝑑𝑒𝑐2 = (𝜋 × 𝐷𝑟 × ℎ1 ) − ((ℎ1 × 𝜋 × 2 × 𝐵𝑎𝑏𝑎 ) + 𝐷𝑒 ) = 2,51 𝑚³ (54)

onde:

64
Vdec2 = volume da parte 2 do decantador.

𝑉𝑑𝑒𝑐3 = 𝜋 × ℎ2 × (𝐷𝑟 − 𝐷𝑒 ) = 2,06 𝑚³ (55)

onde:

Vdec3 = volume da parte 3 do decantador.

O volume total do decantador é dado pela equação 56.

𝑉𝑑𝑒𝑐 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑉𝑑𝑒𝑐1 + 𝑉𝑑𝑒𝑐2 + 𝑉𝑑𝑒𝑐3 = 5,61 𝑚³ (56)

onde:

Vdec total = volume total do decantador.

O tempo de detenção hidráulica no decantador, dado pela equação 57, deve ser
maior que 1,5 h.
𝑉𝑑𝑒𝑐 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 (57)
𝑇𝐷𝐻𝑑𝑒𝑐 =
𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿

onde:

TDHdec = tempo de detenção hidráulica no decantador.

Para o presente projeto, temos:

5,61 𝑚³
𝑇𝐷𝐻𝑑𝑒𝑐 = = 3,51 ℎ > 1,5 ℎ
1,60 𝑚³⁄ℎ

9.7.4. Coletor de Gases

Foi adotado um coletor de gases.

A área do coletor na interface líquido-gás é dada pela equação 58.


𝐷𝑖 2
𝐴𝑐𝑔 =𝜋×( ) (58)
2

onde:

65
Acg = área do coletor na interface líquido-gás;

Di = diâmetro interno do coletor de gás.

Para o presente projeto, temos:

0,35 𝑚 2
𝐴𝑐𝑔 = 3,14 × ( ) = 0,10 𝑚²
2

A taxa de liberação de biogás teórica nos coletores é dada pela equação 59.

18,94 𝑚3 /𝑑⁄
𝑄𝑏𝑖𝑜𝑔á𝑠 24 = 8,20 𝑚³⁄ (59)
𝐾𝑔 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = = 𝑚2 . ℎ
𝐴𝑐𝑔 0,10 𝑚²

onde:

Kg teórico = taxa de liberação de biogás teórica nos coletores.

A taxa de liberação de biogás real nos coletores é equivalente a 50% da taxa de


liberação teórica, dada pela equação 60.

𝐾𝑔 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 0,5 × 𝐾𝑔 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 = 0,5 × 8,20 𝑚³⁄𝑚2 . ℎ = 4,10 𝑚³⁄𝑚2 . ℎ (60)

onde:

Kg real = taxa de liberação de biogás real nos coletores.

9.7.5. Produção de lodo

A produção de lodo é dada pela equação 61.

𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 = 𝑌 × 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎𝐷𝑄𝑂 𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟 (61)

onde:

Plodo = produção de lodo.

Para o presente projeto, temos:

66
𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇 𝑘𝑔𝐷𝑄𝑂⁄ 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇⁄
𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 = 0,1 ⁄𝑘𝑔𝐷𝑄𝑂𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 × 59,6 𝑑 = 5,96 𝑑

O volume de lodo produzido diariamente é dado pela equação 62.

𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇⁄
𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 5,96 𝑑 = 0,14 𝑚³⁄
𝑉𝑙𝑜𝑑𝑜 = = (62)
𝑘𝑔
ϒ × 𝐶𝑙𝑜𝑑𝑜 1030 ⁄ × 0,04 𝑑
𝑚³

onde:

Vlodo = volume de lodo produzido diariamente;

ϒ = densidade do lodo fresco.

9.7.6. Leito de Secagem

A massa de lodo retirada por ciclo é dada pela equação 63.

𝑀𝑐 = 𝑃𝑙𝑜𝑑𝑜 × 𝑡𝑐 (63)

onde:

Mc = massa de lodo retirada por ciclo;

tc = ciclos de operação do leito de secagem.

Para o presente projeto, temos:

𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇⁄
𝑀𝑐 = 5,96 𝑑 × 20 𝑑 = 119,14 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇

O volume de lodo retirado por ciclo é dado pela equação 64.

𝑉𝑐 = 𝑉𝑙𝑜𝑑𝑜 × 𝑡𝑐 = 0,14 𝑚³⁄𝑑 × 20 𝑑 = 2,89 𝑚³ (64)

onde:

Vc = volume de lodo retirado por ciclo.

67
A área de leito de secagem é dada pela equação 65.
𝑀𝑐 (65)
𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 =
𝑇𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜

Aleito = área do leito de secagem;

Tleito = taxa de aplicação de sólidos no leito.

Para o presente projeto, temos:

119,14 𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇
𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 = = 12 𝑚²
𝑘𝑔𝑆𝑆𝑇
10,00 ⁄
𝑚²

Foram adotados dois leitos de secagem, cujo as dimensões são 2,00 m x 3,50
m, determinadas a fim de facilitar a construção da unidade. A área do leito corrigida é,
portanto, Aleito corrigida = 14,00 m².

A altura da lâmina de lodo nos leitos é dada pela equação 66.


𝑉𝑐 2,89 𝑚³ (66)
𝐻𝑙𝑜𝑑𝑜 = = = 0,21 𝑚
𝐴𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 14,00 𝑚²

onde:

Hlodo = altura da lâmina de lodo nos leitos.

9.8. LAGOA FACULTATIVA

As considerações feitas no dimensionamento da lagoa facultativa encontram-se


no Quadro 14.

68
Quadro 14 – Valores adotados no dimensionamento da lagoa facultativa

PARÂMETRO VALOR

Taxa de aplicação superficial (Ls LF) 240 kgDBO/ha.d

TDHLF 15 d

Borda livre (hLF) 0,2 m

Coeficiente de remoção de DBO adotando mistura 0,25 d-¹


completa e T=20ºC (KLF)

mgDBO/mgSST 0,35

SSTefluente 80,00 mg/L

Eficiência de remoção de DQO 50%

Eficiência de remoção de nitrogênio total (ENT) 20%

Relação comprimento/largura (L/BLF) 2

Contribuição per capita (DBOper capita) 0,054 kgDBO/hab.d

Contribuição de lodo per capita (Clodo) 0,05 m³/hab


Fonte: adaptado de von Sperling (1986)

A área da lagoa facultativa é dada pela equação 67.

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐷𝐵𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵


𝐴𝐿𝐹 = (67)
𝐿𝑠

onde:

ALF = área da lagoa facultativa;

Ls LF = taxa de aplicação superficial na lagoa facultativa.

Para o presente projeto, temos:

69
𝑘𝑔𝐷𝐵𝑂⁄
6,10 𝑑 × 10000 = 254,31 𝑚²
𝐴𝐿𝐹 =
𝑘𝑔𝐷𝐵𝑂⁄
240 ℎ𝑎. 𝑑

O volume da lagoa facultativa é dado pela equação 68.


𝑉𝐿𝐹 = 𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 × 𝑇𝐷𝐻𝐿𝐹 (68)

onde:

VLF = volume da lagoa facultativa;

TDHLF = tempo de detenção hidráulica na lagoa facultativa.

Para o presente projeto, temos:

𝑉𝐿𝐹 = 38,35 𝑚³⁄𝑑 × 15 𝑑 = 575,24 𝑚³

A altura útil da lagoa facultativa é dada pela equação 69.


𝑉𝐿𝐹 575,24 𝑚³ (69)
𝐻𝐿𝐹 = = = 2,3 𝑚
𝐴𝐿𝐹 254,31 𝑚²

onde:

HLF = altura útil da lagoa facultativa.

A DBO solúvel no efluente é dada pela equação 70.


𝐷𝐵𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 (70)
𝐷𝐵𝑂𝑠𝑜𝑙ú𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑓 =
1 + 𝐾𝐿𝐹 × 𝑇𝐷𝐻𝐿𝐹

DBOsolúvel ef = DBO solúvel no efluente;

K = coeficiente de remoção de DBO adotando mistura completa e T=20ºC.

Para o presente projeto, temos:

𝑚𝑔
159 ⁄𝐿 𝑚𝑔
𝐷𝐵𝑂𝑠𝑜𝑙ú𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑓 = −1
= 34 ⁄𝐿
1 + 0,25 𝑑 × 15 𝑑

A DBO particulada efluente é dada pela equação 71.


70
𝑚𝑔𝐷𝐵𝑂 (71)
𝐷𝐵𝑂𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑓 = ⁄𝑚𝑔𝑆𝑆𝑇 × 𝑆𝑆𝑇𝑒𝑓𝑙𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒

onde:

DBOparticulada ef = DBO particulada efluente;

mgDBO/mgSST = relação entre DBO e SST

SSTefluente = SST efluente.

Para o presente projeto, temos:

𝑚𝑔𝐷𝐵𝑂 𝑚𝑔 𝑚𝑔𝐷𝐵𝑂⁄
𝐷𝐵𝑂𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑓 = 0,35 ⁄𝑚𝑔𝑆𝑆𝑇 × 80 ⁄𝐿 = 28 𝐿

A DBO total efluente é dada pela equação 72.

𝑚𝑔 (72)
𝐷𝐵𝑂𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑓 = 𝐷𝐵𝑂𝑠𝑜𝑙ú𝑣𝑒𝑙 𝑒𝑓 + 𝐷𝐵𝑂𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 𝑒𝑓 = 34 + 28 = 62 ⁄𝐿
onde:

DBOtotal ef = DBO total efluente.

A eficiência de remoção de DBO é dada pela equação 73.

𝐷𝐵𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟 − 𝐷𝐵𝑂𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑓 (73)


𝐸𝐷𝐵𝑂 = × 100
𝐷𝐵𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑓𝑙𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜𝑟
onde:

EDBO = eficiência de remoção de DBO na lagoa facultativa.

Para o presente projeto, temos:

159 − 62
𝐸𝐷𝐵𝑂 = × 100 = 61%
159

A concentração de DQO e de nitrogênio total são dadas pela equação 74 e 75.

71
𝑚𝑔
𝐷𝑄𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐿𝐹 = 𝐷𝑄𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 × (1 − 𝐸𝐷𝑄𝑂 ) = 544 ⁄𝐿 × (1 − 0,50)
(74)
𝑚𝑔
= 272 ⁄𝐿
onde:

DQOsaída LF = DQO na saída da lagoa facultativa;

EDQO = eficiência de remoção de DQO na lagoa facultativa.

𝑚𝑔 (75)
𝑁𝑇𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐿𝐹 = 𝑁𝑇𝐸𝑁𝑇𝑅𝐴𝐷𝐴 × (1 − 𝐸𝑁𝑇 ) = 35 ⁄𝐿 × (1 − 0,20)
𝑚𝑔
= 28 ⁄𝐿
onde:

NTsaída LF = concentração de nitrogênio total na saída da lagoa facultativa;

NTENTRADA = concentração de nitrogênio total na entrada da ETE;

ENT = eficiência de remoção de nitrogênio total na lagoa facultativa.

9.8.1. Remoção de E. coli

O número de dispersão é dado pela equação 76.


1 1 (76)
𝑑= = = 0,5
𝐿⁄ 2
𝐵 𝐿𝐹
onde:

d = número de dispersão;

L/BLF = relação comprimento-largura na lagoa facultativa.

O coeficiente de remoção de E. coli, considerando a temperatura média do mês


mais frio (20°C), é dado pela equação 77.

𝐾𝑏 𝐿𝐹 = 0,542 × 𝐻𝐿𝐹 −1,259 = 0,542 × 2,3−1,259 = 0,19 𝑑 −1 (77)

onde:

Kb LF = coeficiente de remoção de E. coli na lagoa facultativa.

72
Considerando um regime de mistura completa com uma célula na lagoa, a
concentração de E. coli pela equação 78.

𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 (78)


𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐿𝐹 =
1 + (𝐾𝑏 𝐿𝐹 × 𝑇𝐷𝐻𝐿𝐹 )
onde:
C.F.saída LF = concentração de E. coli na saída da lagoa facultativa.
Para o presente projeto, temos:

1,0 × 106 𝑁𝑀𝑃⁄100 𝑚𝑙


𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 = = 2,6 × 105 𝑁𝑀𝑃⁄100 𝑚𝑙
1 + (0,19 𝑑 −1 × 15 𝑑)

A eficiência de remoção de E. coli é dada pela equação 79.

𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 − 𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐿𝐹 (79)


𝐸𝐶𝐹 = × 100
𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵
onde:

ECF = eficiência de remoção de E. coli.

Para o presente projeto, temos:

1,0 × 106 − 2,6 × 105


𝐸𝐶𝐹 = × 100 = 74%
1,0 × 106

9.8.2. Dimensões da lagoa

A largura da lagoa é dada pela equação 80.

2 𝐴𝐿𝐹 2 254,31 𝑚²
(80)
𝐵𝐿𝐹 = √ =√ = 11,3 𝑚
𝐿⁄ 2
𝐵 𝐿𝐹

onde:

BLF = largura da lagoa facultativa.

O comprimento da lagoa é dado pela equação 81.

73
𝐿
𝐿𝐿𝐹 = × 𝐵𝐿𝐹 = 2 × 11,3 𝑚 = 22,6 𝑚 (81)
𝐵 𝐿𝐹
onde:

LLF = comprimento da lagoa facultativa.

9.8.3. Acumulação de lodo

O cálculo do acúmulo de lodo na lagoa facultativa foi realizando a partir do


equivalente populacional da ETE, demonstrado na equação 82.

𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐷𝐵𝑂𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 (82)


𝐸. 𝑃. =
𝐷𝐵𝑂𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎
onde:

E.P. = equivalente populacional;

DBOper capita = contribuição per capita de DBO.

Para o presente projeto, temos:

𝑘𝑔𝐷𝐵𝑂⁄
6,10 𝑑
𝐸. 𝑃. = = 113 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠
𝑘𝑔𝐷𝐵𝑂⁄
0,054 ℎ𝑎𝑏. 𝑑

A acumulação anual de lodo é dada pela equação 83.

𝐴𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 𝐸. 𝑃.× 𝐶𝑙𝑜𝑑𝑜 (83)


onde:

Clodo = contribuição de lodo per capita.

Para o presente projeto, temos:

𝐴𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 = 113 ℎ𝑎𝑏 × 0,05 𝑚³⁄ℎ𝑎𝑏 = 6,0 𝑚³⁄𝑎𝑛𝑜

A espessura da camada de lodo em um ano é dada pela equação 84.

74
𝐴𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 (84)
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 =
𝐴𝐿𝐹

Para o presente projeto, temos:

6,0 𝑚³⁄𝑎𝑛𝑜
𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 = = 0,02 𝑚⁄𝑎𝑛𝑜 = 2 𝑐𝑚⁄𝑎𝑛𝑜
254,31 𝑚²

Em 20 anos, a espessura da camada de lodo será 44 cm, equivalendo à 20% da


profundidade útil da lagoa.

9.9. LAGOA DE MATURAÇÃO

As considerações feitas no dimensionamento da lagoa de maturação do


presente projeto encontram-se no Quadro 15.

Quadro 15 – Valores adotados no dimensionamento das lagoas de maturação

PARÂMETRO VALOR

TDHLM 12 d

Altura (HLM) 1,0 m

Nº de chicanas (N) 3

Eficiência de remoção de NT (ENT) 50%


Fonte: Adaptado de von Sperling (1986)

O volume da lagoa de maturação é dado pela equação 85.

𝑉𝐿𝑀 = 𝑄𝑠 𝑇𝑂𝑇𝐴𝐿 × 𝑇𝐷𝐻𝐿𝑀 = 38,35 𝑚³⁄𝑑 × 12 𝑑 = 460,2 𝑚³


(85)

onde:

VLM = volume da lagoa de maturação;

TDHLM = tempo de detenção hidráulica na lagoa de maturação.

A área superficial da lagoa de maturação é dada pela equação 86.


75
𝑉𝐿𝑀 460,2 𝑚³ (86)
𝐴𝐿𝑀 = = = 460,2 𝑚²
𝐻𝐿𝑀 1,0 𝑚
onde:

ALM = área superficial da lagoa de maturação.

Considerando a lagoa quadrada, temos que as dimensões externas são dadas


pela equação 87.

2
𝐷. 𝐸. = 2√𝐴𝐿𝑀 = √460,2 𝑚² = 21,5 𝑚 (87)

onde:

D.E. = dimensões externas da lagoa de maturação.

A fim de facilitar a construção da unidade, têm-se Lcorrigido = Bcorrigido = 22,0 m.


Portanto, têm-se Acorrigida = 484,0 m² e Vcorrigido = 484,0 m³.

A relação comprimento/largura interna da lagoa é dada pela equação 88.

𝐿⁄ 𝐿𝐿𝑀 (88)
𝐵 𝐿𝑀 = 𝐵𝐿𝑀 × (𝑁 + 1)²
onde:

L/BLM = relação comprimento-largura interna da lagoa;

N = número de chicanas.

Para o presente projeto, temos:

𝐿⁄ 22,0 𝑚 2
𝐵 𝐿𝑀 = 22,0 𝑚 × (3 + 1) = 16

A largura interna, considerando os 4 espaços, é dada pela equação 89.

𝐿 22,0 𝑚 (89)
𝐵𝑖 = = = 5,5 𝑚
𝑁+1 3+1

onde:

Bi = largura interna considerando os 4 espaços.


76
Pelo fato de se dividir a área interna com 3 chicanas, a lagoa terá 4 trechos, cada
um com comprimento de 22 m e uma largura de 5,5 m. A lagoa pode ser considerada
como comportando-se como uma lagoa retangular, com relação L/B = 16,
comprimento total LT = 88 m e largura 5,5 m.

Considerando o regime hidráulico da unidade como fluxo disperso, temos o


decaimento de E. coli para T = 20ºC dado pela equação 77, sendo o cálculo
demonstrado abaixo:

𝐾𝑏 𝐿𝑀 = 0,542 × 1−1,259 = 0,54 𝑑−1

O número de dispersão é dado pela equação 76, sendo o cálculo demonstrado


a seguir:
1
𝑑= = 0,06
16

Considerando o regime hidráulico de fluxo disperso na lagoa de maturação, o


coeficiente a é dado pela equação 90.

2
𝑎 = √1 + (4 × 𝐾𝑏 𝐿𝐹 × 𝑇𝐷𝐻𝐿𝐹 × 𝑑) (90)

onde:

a = coeficiente do fluxo disperso.

Para o presente projeto, temos:

2
𝑎 = √1 + (4 × 0,54 × 12 × 0,06) = 1,62

A concentração de E. coli considerando o regime hidráulico de fluxo disperso é


dada pela equação 91.

1 (91)
4 × 𝑎 × 𝑒 2×𝑑
𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐿𝐹 = 𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑈𝐴𝑆𝐵 × 𝑎 −𝑎
(1 + 𝑎)2 × 𝑒 2×𝑑 − (1 − 𝑎)² × 𝑒 2×𝑑
onde:

C.F.saída LF = concentração de E. coli na saída da lagoa facultativa.

77
Para o presente projeto, temos:

1
4 × 1,62 × 𝑒 2×0,06
𝐶. 𝐹.𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐿𝑀 = (1,6 × 105 ) × 1,62 −1,62
(1 + 1,62)2 × 𝑒 2×0,06 − (1 − 1,62)² × 𝑒 2×0,06

= 1,7 × 103 𝐶𝐹⁄100 𝑚𝑙

A eficiência de remoção de E. coli é dada pela equação 79, sendo o cálculo


demonstrado a seguir:

2,6 × 105 − 1,7 × 103


𝐸𝐶𝐹 = × 100 = 99,3%
2,6 × 105

A concentração de nitrogênio total na saída da lagoa de maturação é dada pela


equação 92.

𝑚𝑔 𝑚𝑔 (92)
𝑁𝑇𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐿𝑀 = 𝑁𝑇𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝐿𝐹 × (1 − 𝐸𝑁𝑇 ) = 28 ⁄𝐿 × (1 − 0,50) = 14 ⁄𝐿

onde:

NTsaída LM = concentração de nitrogênio total na saída da lagoa de maturação;

ENT = eficiência de remoção de nitrogênio total

9.10. QUALIDADE FINAL ESPERADA

A qualidade esperada para o efluente final e as eficiências globais de remoção


encontram-se na Tabela 18.

78
Tabela 18 – Qualidade esperada para o efluente final na saída da ETE e das
eficiências globais de remoção

Parâmetro Concentração na saída da Eficiência global


ETE (mg/L)
(%)

DBO 66 93

DQO 271,84 90

SST 80,00 91

Óleos e graxas 30,9 60

Nitrogênio total 13,8 60

E. coli * 1,7 x 10³ 99,98


*A estimativa é de remoção de 3,77 unidade log.

79
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDREOLI, C. V.; SPERLING, M. V.; FERNANDES, F. Lodo de esgotos: tratamento
e disposição final. Belo Horizonte: [s.n.], 2001.

APAC – AGÊNCIA PERNAMBUCANA DE ÁGUAS E CLIMA. Bacias Hidrográficas:


Rio Ipojuca. Recife, 2020. Disponível em < http://200.238.107.184/bacias-
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2020.

BEZERROS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,


2020. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Bezerros&oldid=58658431>. Acesso em:
24 nov. 2020.

BRASIL. Resolução CONAMA 357 de 17 de março de 2005. Brasília, DF, 2005.

BRASIL. Resolução CONAMA 430 de 13 de maio de 2011. Brasília, DF, 2011.

Brasília: ANA, 2020. Séries Históricas. Disponível em: <


http://www.snirh.gov.br/hidroweb/serieshistoricas >. Acesso em: 25 nov. 2020.

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data.org/america-do-sul/brasil/pernambuco/bezerros-34676/> Acesso em: 24 nov.
2020.

CPRH – 2.001. Norma Técnica. Agência Estadual de Meio Ambiente.

CPRH – 2.002. Norma Técnica. Agência Estadual de Meio Ambiente.

CPRH – 2.005. Norma Técnica. Agência Estadual de Meio Ambiente.

CPRH – 2.007. Norma Técnica. Agência Estadual de Meio Ambiente.


80
GIL, A. S. L. Caracterização do efluente de ETE de abatedouro visando reúso, Passo
Fundo, 2010.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Panorama:


Bezerros - PE. Disponível em:
<https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pe/bezerros/panorama>. Acesso em: 24 nov. 2020.

JORDÃO, E. P.; PESSÔA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos. Rio de


Janeiro: ABES, 2011.

MARIA, M. A. Caracterização de lixiaviados de aterros sanitário e industrial da região


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ODEGAARD, H. Chemical Floc Formation in Wastewater Treatment - An


Introduction. [S.l.]: Pergamon Press, 1979.

PERNAMBUCO. Decreto nº 11.760, de 27 de agosto de 1986. Enquadra, na


classificação de que trata o Decreto nº 7.269 de 05 de junho de 1981, os cursos d’água
das Bacias Hidrográficas dos rios e pequenos rios litorâneos e interioranos que indica,
e dá outras providências. Recife, 27 de agosto de 1986.

PETROLÍDER. Caixa separadora de água e óleo. Disponível em: <


https://www.petrolider.com.br/filtros/caixas-separadoras-de-agua-e-oleo/caixa-
separadora-de-agua-e-oleo-vazao-de-ate-1500-
lhora?parceiro=9597&gclid=CjwKCAiAnvj9BRA4EiwAuUMDf5w2THH52KMyAt63xN
XL4DEcDyTVGdGQiLsNZbGyUeB1DfQSa-kAmhoCOqcQAvD_BwE >. Acesso em:
21 nov. 2020.

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tratamento de esgoto para o campus ecoville da UTFPR, Curitiba, 2013.

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81
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anaeróbia e tratamento em reator UASB do chorume do aterro de Muribeca, Recife,
2003.

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tratamento de esgoto na região sudeste do Brasil, Belo Horizonte, 2018.

SPERLING, M. V. Lagoas de estabilização. Belo Horizonte: [s.n.], 1986.

SPERLING, M. V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos.


Belo Horizonte: [s.n.], 1996.

TECHNO FIBER Soluções. Caixa gradeada. Disponível em: <


https://technofiber.com.br/caixa-de-gordura-e-caixa-gradeada.html >. Acesso em: 21
nov. 2020.

VASCONCELOS, D. V.; GOMES, A. Tratamento de efluente de postos de


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VERÓL, A. P. et al. Procedimentos analíticos e resultados no monitoramento do


tratamento de esgotos. ABES, 2005.

VIDAL, M. C. P. Caracterização do efluente de uma indústria de beneficiamento de


carnes para auxiliar na concepção do sistema de tratamento e disposição final, Natal,
2018.

WERJEN. Estracta. Disponível em: < https://werjen.com.br/estracta/ >. Acesso em: 21


nov. 2020.

82
11. APÊNDICES

11.1. Apêndice A – Unidades pré-fabricadas

Figura 12 – Caixa gradeada.


Fonte: Technofiber soluções

Figura 13 – Caixa separadora de água-óleo


Fonte: Petrolíder
83
Figura 14 – Seção transversal da caixa separadora de água-óleo
Fonte: Petrolíder

Figura 15 – Flotador
Fonte: Werjen
84
11.2. Apêndice B – Plantas baixas e cortes

11.2.1. Docas domésticas

11.2.2. Docas industriais

11.2.3. Tanques de equalização

11.2.4. Desarenador

11.2.5. Calha Parshall

11.2.6. Reator UASB

11.2.7. Leitos de secagem

11.2.8. Lagoa facultativa

11.2.9. Lagoa de maturação

85
4,6

0,15
1
0,57

4,6

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CIV 496

11.2.1. DOCAS DOMÉSTICAS


MATRÍCULA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES 86023
DATA: ESCALA: FOLHA:
07/12/2020 1:50 ÚNICA
4,5

3
0,15
1
0,57

4,5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CIV 496

11.2.2. DOCAS INDUSTRIAIS


MATRÍCULA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES 86023
DATA: ESCALA: FOLHA:
07/12/2020 1:50 ÚNICA
0,5
3 1,45

1,45
1,45

14,530,574,514,634,60,571,451,4531,450,90,90,930,50,50,150,150,030,30,20,30,02450,1680,1670,3560,0760,2030,3630,0934,520,480,350,41,60,150,0750,040,40,250,3670°0,9720,62750,5851,5R1R0,353,520,50,2161117191,150,532,85,6172328311,150,532,85,631193225,5210,55,55,55,52220,036
DATA:

0,5
3 0,9
07/12/2020
0,9
0,9

ESCALA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES
11.2.3. TANQUES DE EQUALIZAÇÃO

86023
CIV 496

FOLHA:
MATRÍCULA:
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

86023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

ÚNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
0,3

0,2
0,3

0,03

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CIV 496

11.2.4. DESARENADOR
MATRÍCULA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES 86023
DATA: ESCALA: FOLHA:
07/12/2020 1:5 ÚNICA
0,168

0,167

0,356
0,363

14,530,574,514,634,60,571,451,4531,450,90,90,930,50,50,150,150,030,30,20,30,02450,1680,1670,3560,0760,2030,3630,0934,520,480,350,41,60,150,0750,040,40,250,3670°0,9720,62750,5851,5R1R0,353,520,50,2161117191,150,532,85,6172328311,150,532,85,631193225,5210,55,55,55,52220,036
0,036

0,0245
0,076

DATA:
0,203

07/12/2020
11.2.5. CALHA PARSHALL

ESCALA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES

1:3
CIV 496

0,093
FOLHA:
MATRÍCULA:
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

86023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

ÚNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
4,5

0,25

0,4
0,97

0,6275
0,15

2
1,5
0,35
0,36

0,585
70
°

0,04

0,075
2 0,48

1,6 0,4

14,530,574,514,634,60,571,451,4531,450,90,90,930,50,50,150,150,030,30,20,30,02450,1680,1670,3560,0760,2030,3630,0934,520,480,350,41,60,150,0750,040,40,250,3670°0,9720,62750,5851,5R1R0,353,520,50,2161117191,150,532,85,6172328311,150,532,85,631193225,5210,55,55,55,52220,036
DATA:
07/12/2020
11.2.6. REATOR UASB

ESCALA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES

1:30
R0,3

R1
5

CIV 496

FOLHA:
MATRÍCULA:
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

86023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

ÚNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
3,5

0,21
0,5

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CIV 496

11.2.7. LEITOS DE SECAGEM


MATRÍCULA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES 86023
DATA: ESCALA: FOLHA:
07/12/2020 1:30 ÚNICA
19

3 31

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CIV 496

11.2.8. LAGOA FACULTATIVA


MATRÍCULA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES 86023
DATA: ESCALA: FOLHA:
07/12/2020 1:200 1/2
5,6
5,6

3
3

2,8 2,8

0,5 0,5

1,15 1,15

14,530,574,514,634,60,571,451,4531,450,90,90,930,50,50,150,150,030,30,20,30,02450,1680,1670,3560,0760,2030,3630,0934,520,480,350,41,60,150,0750,040,40,250,3670°0,9720,62750,5851,5R1R0,353,520,50,2161117191,150,532,85,6172328311,150,532,85,631193225,5210,55,55,55,52220,036
6
19

31

17

DATA:
23
11

07/12/2020
17

28

ESCALA:
11.2.8. LAGOA FACULTATIVA

ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES

1:150
CIV 496

FOLHA:
MATRÍCULA:
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS

2/2
86023
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL


2
22

5,5 5,5 5,5 5,5


0,5
1

2
22

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA


CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
CIV 496

11.2.9. LAGOA DE MATURAÇÃO'


MATRÍCULA:
ÉLIDA MARIA BEZERRA RODRIGUES 86023
DATA: ESCALA: FOLHA:
07/12/2020 1:150 ÚNICA

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