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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E MECÂNICA


EPR 340 - ENGENHARIA DE SEGURANÇA E DO TRABALHO

CONCEITOS DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

Monaliza Pereira – 71740


Élida Maria Bezerra Rodrigues - 86023

Viçosa
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 0

2. CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................... 0

3. OBJETIVOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO ................................................... 1

4. ASPECTOS HISTÓRICOS, ECONÔMICOS, POLÍTICOS E SOCIAIS .................. 1

5. PREVENCIONISMO .............................................................................................. 6

6. ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS ................................................................. 7

7. O PAPEL E AS RESPONSABILIDADES DO ENGENHEIRO NA SEGURANÇA DO


TRABALHO ................................................................................................................... 8

8. ACIDENTES NO TRABALHO................................................................................ 9

9. DOENÇAS OCUPACIONAIS E DOENÇAS PROFISSIONAIS ............................ 11

10. O PAPEL DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO ....................... 12

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 0


1. INTRODUÇÃO

Desde a Antiguidade, os acidentes e doenças de trabalho já estavam presentes


no dia a dia do homem. Hipócrates, conhecido como o pai da Medicina, já relatava casos
de intoxicação por chumbo encontrados em trabalhadores de minas. Apesar disso, a
preocupação com a saúde e segurança do trabalhador nunca havia sido uma prioridade.
O aprofundamento nesta temática ganhou maior ênfase com o advento da
Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do século XVIII, onde o uso crescente
de máquinas, o acúmulo de operários em locais confinados, os altos graus de
insalubridade, as longas jornadas e a utilização de mão de obra infantil foram fatores que
surgiram e contribuíram para o agravamento do número de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho.
Atualmente a preservação da saúde e da segurança no ambiente de trabalho
constituem uma das principais bases para o desenvolvimento adequado da força de
trabalho, sendo indispensável quando se espera ter um ambiente produtivo e de
qualidade. O sucesso na obtenção dos resultados está intimamente relacionado com a
valorização do recurso humano dentro da empresa, como um dos fatores primordiais.

2. CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO

A Segurança do Trabalho pode ser definida como o conjunto de técnicas e


estratégias empregadas por um departamento de uma empresa responsável por
preservar a saúde e bem-estar dos trabalhadores em seu ambiente de trabalho,
minimizando e/ou evitando que sofram acidentes.
Assim, através da Norma Regulamentadora nº 4 (NR-04), torna-se obrigatório que
todas as empresas adotem o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia e em
Medicina do Trabalho), preservando e melhorando a saúde do trabalhador em seu
ambiente de trabalho.
Além da NR-04, a SESMT também é regulamentada em uma portaria do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e em convenções internacionais da
Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificadas pelo Brasil. Segundo a MTE,
todo ambiente de trabalho regulamentado pela Consolidação das Leis Trabalhistas
(CLT), ou seja, empresas públicas e privadas, os poderes Legislativo e Judiciário e os
órgãos públicos da administração direta e indireta, devem conter profissionais
especializados na segurança do trabalho - Médico do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico em Segurança do Trabalho e
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.
O Ministério do Trabalho desenvolveu o Sistema SESMT - portal online do
governo, a fim de facilitar o cumprimento da obrigação prevista na NR-04, agilizar o
contato entre as empresas e o Ministério do Trabalho, tornar mais rápido o processo de
registro dos SESMT, permitindo inclusive atualização dos dados on-line de forma que o
declarado reflita a realidade dos SESMT, e verificar os requisitos da NR-04 antes da
efetiva declaração do SESMT.

3. OBJETIVOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO

O SESMT age com diversas áreas de uma empresa com o objetivo de evitar
doenças ocupacionais e acidentes de trabalho.
Por meio da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), os
representantes da empresa e os representantes dos funcionários elaboram projetos e
fiscalizam os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), solicitando a troca e
manutenção destes, e, portanto, promovendo a melhor segurança no ambiente de
trabalho.
O SESMT, em parceria com o CIPA, realiza um evento para os funcionários que
mostra a importância de prezar pela sua segurança no local onde realizam suas
atividades, utilizando equipamentos de segurança e evitando riscos. Este evento é a
Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT), na qual são realizadas
atividades que objetivem gerar sentimento de bem-estar, segurança e prazer nos
funcionários de uma empresa.
Ao evitar doenças ocupacionais e acidentes, a empresa que adota o SESMT evita
gastos com seus funcionários acidentados e/ou doentes. Além disso, como o ambiente
de trabalho se torna mais seguro e agradável, a produtividade dos empregados se torna
maior, contribuindo para o maior lucro da empresa.

4. ASPECTOS HISTÓRICOS, ECONÔMICOS, POLÍTICOS E SOCIAIS

O trabalho é algo intrínseco ao homem. A sua necessidade de sobrevivência,


associada ao seu instinto de agrupamento e à sua capacidade de raciocínio, fizeram com
que ele criasse uma história rica em avanços tecnológicos e atividades laborais. Com

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isso, diversos avanços tecnológicos possibilitaram sua existência no planeta. A
humanidade nasceu com atividades laborais básicas inerentes à sobrevivência. A caça
foi a primeira, a mais simples e direta. Na sequência, a agricultura e pastoreio foram
descobertos e proporcionaram verdadeiras revoluções, permitindo o estabelecimento em
certas áreas por grupos muito maiores de pessoas. Assim foi se estruturando a
sociedade. O artesanato foi a próxima etapa, que logo foi substituído pela era industrial.
Apesar de um surgimento natural, que veio desde a necessidade de sobrevivência
do primeiro ser humano, as relações entre trabalho e doenças decorrentes dele, e mais
atualmente entre trabalho e acidentes, começaram a ser estudadas há apenas cerca de
300 anos. Os primeiros estudos se tratavam apenas de observações individuais, ainda
muito distantes de comporem um conjunto sólido, conciso e útil de conhecimento
aplicável. Apesar dessa recente estruturação da segurança do trabalho, acredita-se que
Aristóteles - 384 - 322 a.C. - se dedicou a estudar enfermidades de trabalhadores de
minas, mas, principalmente, formas de evitá-las. Hipócrates - 460 - 375 a.C. -
considerado por muitos o pai da Medicina estudou, cerca de quatro séculos antes de
Cristo, a origem das de doenças das comuns a trabalhadores de minas de estanho.
Já na história recente, o marco da segurança do trabalho (na área da medicina do
trabalho) veio com a publicação de uma obra de autoria do médico se deu em 1700, na
Itália, com a publicação da obra do médico Bernardino Ramazzini (1633-1714), intitulada
:“De Morbis Artifi cium Diatriba”- As Doenças dos Trabalhadores. Ramazzini é
considerado, por esse motivo, o “Pai” da Medicina do Trabalho. Tendo em vista o
contexto social, político e econômico da época, além dos conhecimentos disponíveis, a
obra é relativamente ampla e descreve inúmeras doenças, relacionadas a 50 profissões
diferentes. A percepção básica deste médico foi o entendimento de que o trabalho
parecia ser um fator que contribuísse para o processo de adoecimento.
Na sequência, os fatos históricos importantes se destacam na Revolução
Industrial, que durou de 1760 a 1830. A invenção das máquinas a vapor foram o principal
motor de mudanças na sociedade da época, modificando as relações de trabalho e,
portanto, suas condições e consequências. A capacidade produtiva das indústrias tomou
espaço de galpões, estábulos e armazéns. O objetivo era maximizar a produção,
utilizando todo e qualquer espaço para o maior número possível de máquinas de fiação
e tecelagem. Isso modificou completamente a maneira de trabalho das pessoas e os
riscos aos quais elas passaram a se expor. Mas, apesar de mais novos e modernas, as
fábricas tinham ambientes improvisados. O interior, em geral, tinha temperatura elevadas

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em decorrência da falta de controle da produção e ventilação. A umidade não era
adequada e menos ainda a iluminação ou as condições de conforto do ambiente para os
trabalhadores. Além disso, as máquinas eram projetadas apenas para a produção,
oferecendo riscos constantes de acidentes aos trabalhadores.
Todo esse contexto, de condições precárias e extremas, igualando homens,
mulheres e crianças às mesmas tarefas, sem qualquer preocupação quanto às duas
saúdes e integridades físicas foram resultando cada vez mais e doenças, mortes e
prejuízos para toda a sociedade. Nesse contexto, fortaleceram-se as reivindicações
trabalhistas por parte do povo. Órgãos do governo precisaram intervir para que as
fábricas criassem um ambiente de trabalho mais digno às pessoas. Com isso, surge o
primeiro marco legal como base da segurança do trabalho. O Parlamento Britânico
aprovou a lei de proteção dos trabalhadores em 1802: a “Lei de Saúde e Moral dos
Aprendizes”. Com ela, nenhum trabalhador poderia exceder a carga horária diária de 12
horas, além de não poder mais trabalhar durante a noite. Os empregadores passaram a
ser obrigados a lavar e higienizar as paredes das fábricas ao menos duas vezes por ano
e deveriam garantir uma ventilação mínima do ambiente (Tavares, 2017).
O primeiro serviço médico industrial do mundo surgiu em 1830, quando um
proprietário de uma fábrica da Inglaterra procurou o médico Robert Baker para se
aconselhar sobre formas mais adequadas de proteger a saúde dos trabalhadores. O
médico aconselhou a contratação de um médico local que pudesse estudar a relação
entre as instalações fabris e a saúde dos trabalhadores. Recomendou também que os
operários fossem afastados das atividades quando a constatação médica evidenciasse
uma perda na saúde dos mesmos (Tavares, 2017). A produção nas fábricas foi a primeira
atividade a ter seu ambiente de desenvolvimento laboral regulamentado por lei. Parte
desse pioneirismo vem do fato de que há uma exposição dos operários a inúmeras e
diversas situações de riscos, como estresses, fadigas, períodos prolongados de trabalho,
doenças respiratórias ambiente propício à proliferação de doenças contagiosas.
O “Factory Act” – Lei das fábricas (1833), foi considerada a primeira legislação
que obteve eficácia para proteção da saúde e segurança do trabalhador. As empresas
sujeitas à lei foram todas as do setor têxtil, onde a força hidráulica ou a vapor era
necessária, além disso, houve a proibição do trabalho noturno a menores de 18 anos e
restringiu a carga de trabalho destes a 12 horas diárias e 69 semanais. A lei foi além e
criou a obrigatoriedade da presença de escolas nas fábricas, destinadas aos
trabalhadores de 13 anos ou menos. Além disso, a idade mínima para se exercer

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atividades laborais passou a ser de 9 anos, e ficou obrigatório um testamento médico de
que o desenvolvimento físico da criança estava correspondendo à sua idade cronológica.
Já em 1919, com o fim da Primeira Guerra Mundial e a realização da Conferência
da Paz, foi criada a então e atual Organização Internacional do Trabalho (OIT), que se
baseia no princípio fundamental de que “a paz universal e permanente só pode basear-
se na justiça social”. Dentre todas as Agências do Sistema das Nações Unidas, a OIT é
a única que tem uma estrutura que garante os mesmos direitos aos representantes dos
empregadores, dos trabalhadores e do governo.
No Brasil, as leis sobre segurança do trabalho e as condições reais dos
trabalhadores, vieram acompanhando, mesmo que com algum atraso, os movimentos
internacionais. Cabe destacar, conforme pode ser visto na Tabela 1, as primeiras normas
regulamentadoras específicas para a área vieram apenas em 1978, com a criação das
NR’s para o setor urbano e em 1988, com a constituição, criando as NRR’s, para as
zonas rurais.

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Tabela 1: Cronologia da Segurança do Trabalho no Brasil. Fonte:(Tavares, 2017);

Atualmente sabe-se que os danos e custos decorrentes de acidentes de trabalho


e doenças ocupacionais, que podem ser evitados e têm participação tanto das empresas
quanto dos trabalhadores, são prejudiciais para ambos os lados. As indústrias devem
compreender a necessidade de prevenção, e os trabalhadores entenderem que seguir
as normas e regras da segurança do trabalho, preserva suas vidas, saúdes e
integridades físicas. Os governos buscam estabelecer a obrigatoriedade dos serviços
especializados no intuito de propósito de evitar acidentes, que reduzem a capacidade de
produtiva da população economicamente ativa, eleva os custos para as empresas
brasileiras e reduzem a competitividade das mesmas no mercado. Além disso, podem
gerar grandes prejuízos físicos e emocionais aos trabalhadores. Assim, as medidas de
prevenção são aliadas da segurança do trabalho e atuam como mecanismos de controle
dos sistemas. As legislações que se debruçam sobre o tema dos acidentes e as medidas

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de segurança e prevenção estão diretamente associadas e atuam também como
mecanismos de controle social.

5. PREVENCIONISMO

O prevencionismo é, segundo dicionários, “uma teoria que aponta métodos


preventivos para a segurança do trabalho”. Hora, sendo derivado da palavra prevenção,
que significa “dispor com antecipação (algo) de modo que se evite mal ou dano; impedir”,
o prevencionismo é a forma natural de se garantir a segurança do trabalho às pessoas.
Assim, junto ao nascimento das atividades laborais, mesmo que ainda de maneira
primitiva, desde a era pré-histórica os seres humanos buscavam se prevenir de riscos,
acidentes e ataques. Se preocupavam com suas seguranças. A começar pela procura
por um lugar seguro para viver e passando pelos métodos de caça e proteção contra os
ataques de animais. Dados mais atuais, mostram informações históricas sobre a
prevenção em uma abordagem mais técnica da prevenção, pois desde que a capacidade
intelectual humana possibilitou a criação de novas tecnologias, o instinto prevencionista
surgiu como consequência natural também nos ambientes mais complexos da
sociedade.
As informações mais sistematizadas começaram a se concretizar no século XVI,
que surgiram algumas observações esparsas que relacionavam atividades laborais a
algumas doenças. A origem histórica do prevencionismo inicia-se em 1556, com George
Bauer em fábricas de fundição de prata e ouro. Passa por Paracelso, de nome Phillipus
Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, que em 1567 foi capaz de relacionar
o trabalho com substâncias como o mercúrio à intoxicação das pessoas e a problemas
de saúde. Daí em diante, a histórias da segurança do trabalho e prevencionismo foram
se associando cada vez mais.
Ainda há muito o que se evoluir neste campo. Não muito distante dos tempos
atuais, em 1970 o Brasil foi recordista mundial em Acidentes de Trabalho, atingindo um
índice de 13.697 acidentes para cada 100 mil trabalhadores. Desde então, apesar da
necessidade de melhorias ainda mais profundas, esses índices vieram caindo: 5.389 em
1980, 1.999 em 1990, 1.520 em 2000 e voltou a subir levemente em 2010, para 1.537.
As legislações e efetividade das mesmas foi um fator importante que contribuiu para
essas quedas neste histórico (UFTPR, 2017).

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6. ENTIDADES PÚBLICAS E PRIVADAS

Analisando as legislações vigentes sobre saúde e segurança do trabalhador,


todos os cidadãos têm responsabilidades na prevenção de doenças ocupacionais e
acidentes no trabalho. No entanto, algumas entidades cumprem papel importante para
criação, planejamento, execução e fiscalização das legislações e normas relacionadas a
segurança do trabalho.
Dentro do setor público podemos citar algumas entidades:
● Ministério do Trabalho (MTE) - órgão competente para coordenar e supervisionar
a inspeção do trabalho relativa às normas de Saúde e Segurança, conforme
dispõe nos artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT);
● Delegacia Regional do Trabalho (DRT) - segundo a Norma Regulamentadora 1
(NR1) a DRT é descrita como sendo: “ nos limites de sua jurisdição, é o órgão
regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança
e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção dos
Acidentes do Trabalho - CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador -
PAT e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares
sobre segurança e medicina do trabalho” ;
● Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) - segundo a Norma
Regulamentadora 1 (NR1) a SSST é descrita como sendo: “ o órgão de âmbito
nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as
atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a
Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CANPAT, o
Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT e ainda a fiscalização do
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina
do trabalho em todo o território nacional”;
● Ministério da Saúde - tem como competência executar as ações de vigilância
sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador, além de
colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho;
● Previdência Social - órgão do governo que administra a concessão dos benefícios
garantidos aos trabalhadores brasileiros, com o objetivo de assegurar a
subsistência do trabalhador em caso de incapacidade ou aposentadoria. Também
fiscaliza o cumprimento do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), com base

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em laudo técnico de condições ambientais do trabalho (LTCAT), bem como as
penalidades previstas não cumprimento dos mesmos pelas empresas.
● Receita Federal - órgão que atua na administração dos tributos de competência
da União. Na segurança do trabalho, atua como fiscalizador em Segurança e
Medicina Ocupacional, podendo emitir Representação Administrativa ao
Ministério Público do Trabalho e ao Serviço de Segurança e Saúde do Trabalho
da Delegacia Regional do Trabalho do MTE, sempre que ocorrer normas do tema.
Dentro do setor privado, a empresa que executa o serviço ou atividade pode atuar
na aplicação, planejamento e fiscalização das NR’s e legislações vigentes sobre a
segurança e saúde do trabalhador. Entretanto, pode optar por contratar uma empresa
externa para auxiliar no cumprimento dessas legislações e normas. O próprio trabalhador
pode procurar bancos por exemplo, para ter uma previdência privada.
Ao analisar as normas e leis de segurança do trabalho, no que se refere ao setor
privado, elas deixam bem claro que dentro da empresa deve ter comissões e setores
especializados nesse tema. Um exemplo disso é a Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes (CIPA), que na lei obriga todas as empresas a ter essas comissões.
Uma entidade que junta setor público e privado, é a comissão tripartite composta
por representantes do governo, empregadores e empregados. Que tem como objetivo
elaboração e modificação das NR’s.

7. O PAPEL E AS RESPONSABILIDADES DO ENGENHEIRO NA


SEGURANÇA DO TRABALHO

O Engenheiro de Segurança do Trabalho é o profissional responsável por


coordenar e efetuar análise de projetos a serem implantados, em conjunto com as áreas
técnicas, recomendando alterações, visando eliminar ou minimizar riscos de acidentes e
doenças ocupacionais. Asseguram que as empresas atendam aos requisitos de
segurança em trabalhos prestados na empresa.
Suas responsabilidades incluem diversas coisas desde acidentes físicos até
danos psicológicos, entre elas citam-se:
➔ Validar sistemas de combate a incêndios a fim de regularizar autos de vistoria
do corpo de bombeiros;
➔ Analisar escopos técnicos;

➔ Emitir laudos e pareceres;

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➔ Traçar planos contra riscos ambientais;

➔ Coordenar junto as empresas projetistas, de construção e montagem, as


tarefas de segurança no trabalho, garantindo que as mesmas estejam de acordo com as
normas da empresa;
➔ Fornecer subsídios e auxiliar na elaboração de manuais, normas,
procedimentos e programas de treinamento, referentes à segurança e prevenção de
acidentes do trabalho, a fim de padronizar métodos de trabalho;
➔ Participar da especificação e desenvolvimento dos materiais de segurança,
uniformes de trabalho e equipamentos de proteção, a fim de adequá-los às necessidades
e condições de riscos;
➔ Implantar as atividades e rotinas pertinentes as normas aplicáveis
internamente, entre outras responsabilidades.
Vale ressaltar que os engenheiros de segurança trabalham diretamente na
orientação da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da empresa onde é
contratado, ou então de forma autônoma prestando assessorias técnicas, devendo ter
conhecimento da ISO 14000 e ter registro no CREA (Conselho Regional de Engenharia
e Agronomia).

8. ACIDENTES NO TRABALHO

De acordo com a Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, acidente de trabalho é


descrito sendo o que acontece no ambiente de trabalho, na realização do mesmo, à
serviço de uma empresa ou de um empregador, tendo como resultado uma lesão no
corpo ou uma perturbação que leve à morte, ou até na perda ou redução, temporária ou
permanente, da capacidade de trabalho do trabalhador. Sabe-se que as doenças
ocupacionais e/ou profissionais são equivalentes aos acidentes de trabalho.
Tratando-se daquilo que se equipara a acidente de trabalho, o artigo 21 da lei
citada acima, lista os seguintes itens:
“I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa
única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou
perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção
médica para a sua recuperação;
II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho,
em consequência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;

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c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou
decorrentes de força maior;
III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no
exercício de sua atividade;
IV - O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário
de trabalho:
a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade
da empresa;
b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe
evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando
financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-
obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade
do segurado.
§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante
este, o empregado é considerado no exercício do trabalho.
§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do
trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se
superponha às consequências do anterior.”

Como foi exposto anteriormente, as doenças do trabalho podem ser equiparadas


aos acidentes de trabalho. No entanto, existem restrições ao que é designado como
doença de trabalho. Doenças degenerativas, doenças inerentes a grupo etário, que não
produzam incapacidade laborativa e doenças endêmicas adquirida pelo trabalhador
habitante de região em que ela se desenvolva, com devida comprovação de que é
resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho não são
doenças descritas como doenças de trabalho, pois seus surgimentos não estão
associados ao mesmo.
Toda empresa é obrigada a informar à Previdência Social, por meio da
Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), os acidentes de trabalho ocorridos com
seus empregados até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Para o caso de
ocorrência de morte, a comunicação deverá ser imediata. A empresa ou empregador que
não informar o acidente de trabalho dentro do prazo legal estará sujeita à aplicação de
multa.
Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio
acidentado, seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu
ou qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes casos o prazo de apenas um
dia útil. Nesta hipótese, a empresa permanecerá responsável pela falta de cumprimento

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da legislação. Caberá ao setor de benefícios de o INSS comunicar a ocorrência ao setor
de fiscalização, para a aplicação e cobrança da multa devida.
De acordo com dados levantados pela Previdência Social e pelo Ministério do
Trabalho e registrados na Organização Internacional do Trabalho (OIT), no decênio
2007-2017 foram registrados 1.324.752 casos: 703.193 acidentes de trabalho graves,
466.137 por exposição a material biológico e 50.841 intoxicações endógenas.

9. DOENÇAS OCUPACIONAIS E DOENÇAS PROFISSIONAIS

Entende-se como doença ocupacional ou do trabalho a doença adquirida ou


desenvolvida em função das condições especiais do ambiente de trabalho ou da função
que o trabalhador exerce. um profissional que desenvolve uma doença ocupacional
possui, legalmente, os mesmos direitos que o envolvido em acidente de trabalho.
Trabalhadores e empregadores precisam ficar alertas em relação às principais causas
de doenças ocupacionais e a como evitá-las, buscando o constante aprimoramento das
condições de saúde e segurança do ambiente de trabalho. São exemplos de doença
ocupacional:
● LER/DORT (Lesões por esforços repetitivo/Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho);
● Dorsalgias;
● Transtornos mentais;
● Transtornos das articulações;
● Varizes nos membros inferiores;
● Transtornos auditivos;
● Dermatose ocupacional (DO);
● Doenças de visão;
● Antracnose pulmonar e bissinose;
● Asma ocupacional;
● Silicose.
Há uma necessidade das empresas adotarem um rigoroso Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), que, entre outros objetivos, visa a evitar a
ocorrência de tais doenças.
As doenças profissionais são as doenças desencadeadas pelo exercício do
trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada

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pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social. A listagem das doenças profissionais
é feita pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e sempre que há a necessidade,
passa por um processo de revisão. Nesta lista, constam inúmeras doenças, onde são
classificadas de acordo com o sistema ou área do corpo que costumam prejudicar.
Existem 14 grupos de doenças que vão de infecciosas e parasitárias a doenças do
sistema gênito-urinário. São exemplos de doenças profissionais:
● Osteonecrose no “Mal dos Caixões”;
● Artrite Reumatóide associada à Pneumoconiose dos Trabalhadores do Carvão;
● Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS);
● Edema Pulmonar Químico;
● Pneumoconiose associada com Tuberculose (Silicotuberculose);
● Otite Média não-supurativa;
● Agranulocitose;
● Brucelose;
● Paracoccidioidomicose;
● Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão;
● Transtorno Mental Orgânico ou Sintomático não-especificado;

10. O PAPEL DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO


TRABALHO

A Engenharia de Segurança do Trabalho tem como função prevenir os riscos aos


trabalhadores e ao meio ambiente, dentro do ambiente de trabalho, com ênfase no
âmbito fabril. No que se refere ao trabalhador, preocupa-se com a integridade física e
moral do funcionário, já com o meio ambiente preocupa-se em cuidar do mesmo evitando
vazamentos, rompimentos, degradação e outros percalços. (Voitto)
Essa engenharia também compreende a proteção do consumidor, influenciando
na segurança de produtos comercializados, realizando controles nacionais e
internacionais nas áreas de segurança e saúde ocupacionais. (Voitto)

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11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MEDICINA DO TRABALHO. Associação Nacional de


Medicina do Trabalho. Ministério do Trabalho: Como prevenir as doenças
ocupacionais. 2017. Disponível em:
<https://www.anamt.org.br/portal/2017/08/08/ministerio-do-trabalho-como-prevenir-as-
doencas-ocupacionais/>. Acesso em: 28 ago. 2019.

BLOG SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO. Blog Segurança e Saúde no Trabalho.


Quais as 9 doenças ocupacionais mais comuns e como evitá-las? 2016. Disponível
em: <https://blog.sst.com.br/quais-as-5-doencas-ocupacionais-mais-comuns-e-como-
evita-las/>. Acesso em: 28 ago. 2019.

BRASÍLIA. Ministério da Saúde do Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde no


Brasil. Ministério da Saúde do Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil.
Doenças relacionadas ao trabalho: Manual de Procedimentos para os Serviços de
Saúde. 2001. Disponível em:
<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/manuais/seguranca%20e%20saude%20no%2
0trabalho/Saudedotrabalhador.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2019.

CONCEITO ZEN. O Que é Segurança do Trabalho. Brasil - São Paulo (SP), 2017.
Disponível em: https://www.conceitozen.com.br/o-que-e-seguranca-do-trabalho.html.
Acesso em: 9 set. 2019.

CONCEITO ZEN. O Que é SESMT. Brasil - São Paulo (SP), 2017. Disponível em:
https://www.conceitozen.com.br/o-que-e-sesmt.html. Acesso em: 9 set. 2019.

GUIA TRABALHISTA. Guia Trabalhista. ACIDENTE DO TRABALHO: CONCEITO E


CARACTERIZAÇÃO. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/noticias/trabalhista210306.htm>. Acesso em: 28 ago.
2019.
TEIXEIRA, Pedro. Brasil é o país com o quarto maior número de acidentes de
trabalho. 2019. Disponível em: <https://jornal.usp.br/atualidades/jorusp-no-ar-22-07-o-
brasil-e-pais-com-quarto-maior-numero-de-acidentes-de-trabalho/>. Acesso em: 28 ago.
2019.

TRABALHO SEGURO. O que é acidente de trabalho? Disponível em:


<http://www.tst.jus.br/web/trabalhoseguro/o-que-e-acidente-de-trabalho>. Acesso em:
28 ago. 2019.

Guia Trabalhista. NORMA REGULAMENTADORA 1 - NR 1. Disponível em:


<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr1.htm> Acesso em: 08 set.2019.

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