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Teoria de Descarrilamento
Turma: F51
1.1. Objectivos.................................................................................................................... 2
3. Conclusão......................................................................................................................... 16
4. Bibliografia ...................................................................................................................... 16
Teorias de Descarrilamentos
1. Introdução
Acidente ferroviário é aquele que envolve um trem ou outro elemento ferroviário, geralmente
são causados por influências externas à ferrovia. Na ferrovia, os maiores motivos são as
falhas na VP e os erros operacionais (falha humana).
O presente trabalho de investigação visa falar a respeito da teoria de descarrilamentos.
1.1. Objectivos
O objectivo geral do trabalho é falar sobre a teoria de descarrilamentos, mas para que tal
efeito seja possível foram estabelecidos três (5) objectivos específicos, que visam falar sobre :
• O Criterio de Nadal;
• O Criterio de Heumanm;
• O Criterio de JNR;
• E as Observações de García e Bugarín.
1.2. Metodologia
O presente trabalho foi realizado com base num conjunto de apostilas, livros, monografias e
documentos técnicos.
𝑳 𝒕𝒈 𝜷-µ
( )𝑪𝑹 =
𝑽 𝟏 + µ 𝒕𝒈 𝜷
Tem-se 𝛽 como sendo o ângulo do plano de contato da roda e do trilho, L é a componente da
força lateral, V é a componente da força vertical e µ é o coeficiente de atrito.
No plano da escalada: V. sen β–L. cos β= µN
No plano normal: V.cos β+L.sen β=N
Eliminando N,
V. sen β-L.cos β=µ.(V. cos β +L.sen β)
V (sen β- µ. cos β)=L.( µ.sen β+ cos β)
𝑳 𝒕𝒈 𝜷-µ
( )𝑪𝑹 =
𝑽 𝟏 + µ 𝒕𝒈 𝜷
Se β=70 graus (trilho novo) μ = 0,1 (Com boa lubrificação) ; L/V = 2,0 (Difícil descarrilar)
Considerando roda e carril novos nota-se que a segurança aumenta para frisos (verdugos)
mais inclinados.
Para β=60º a carga lateral actuante na roda não pode ser maior que 80% do valor da carga
vertical.
Este será o ponto de rotura a partir do qual o se atinge o limite crítico de Nadal podendo a
roda iniciar a sua escalada para o descarrilamento.
Se o friso estiver inclinado a 70º a carga lateral actuante pode superar em 20 % o esforço
vertical sobre a roda, até se atingir o limite crítico de Nadal.
(Em ambos os casos estamos considerando roda e carril novos).
Para β=60º consideramos µ=0,40 para carris novos não lubrificados e µ=0,15 para carris
novos bem lubrificados. A expressão de Nadal conduz a:
𝐿 𝐿
(𝑉) 𝐶𝑅=0,8 para µ= 0,40 (𝑉) 𝐶𝑅=1,8 para µ=0,15
Assim temos que tomar em atenção a contribuição de certos factores capazes de amplificar o
ângulo de ataque, como:
➢ O projecto de curvas circulares simples sem curva de transição,
➢ uso de agulhas rectas em AMVs de maior velocidade,
➢ aumento do jogo da via para além de certos limites.
Assim se Ce=2 estamos operando com relação L/V na roda igual a metade do valor crítico
para esta relação.
Quanto maior for o coeficiente de segurança Ce mais afastada a roda estará do limite crítico
de descarrilamento e maior será a segurança.
A Figura 4. apresentada por Fastenrath sugere que quanto maior for o ângulo B da face activa
do friso maior será a segurança contra o descarrilamento, condição esta também prevista no
Critério de Nadal.
Esta expressão da JNR foi produzida para condições que se assemelham ao padrão mais usual
nas ferrovias japonesas no tocante à inclinação do friso e lubrificação.
São condições que se assemelham às observadas nas ferrovias duma maneira geral.
A grande contribuição foi a determinação dum limite de tempo (0,05 s), abaixo do qual
somente forças desestabilizadoras muito expressivas poderiam conduzir ao descarrilamento.
Note-se que para esforços críticos transientes e dinâmicos com duração da ordem de 0,01 s,
somente se poderia alcançar o limite de descarrilamento para L/V=4
A Figura 6. traduz do ponto de vista gráfico as expressões da JNR.
2.4.2. ESVELD
Segundo ESVELD (1989) testes na Europa conduzidos pelo Comité ORE C 138 indicam que
o descarrilamento completo pode ocorrer se uma relação (L/V) crítica > 1,2 for mantida ao
longo de uma distância superior a 2 metros.
É uma distância aparentemente curta, insuficiente para que as rodas convencionais
completem uma volta inteira.
No entanto para trens a 150 Km/h esta distância a ser percorrida demandaria um tempo de
0,05 s, aproximadamente o mesmo valor antes definido pela JNR.
A figura apresenta os resultados produzidos para a inclinação da face activa do friso de β=68º
e µ=0,6.
Para ângulos de ataque negativos, (roda guia direccionada no sentido oposto ao de ataque)
são admitidos valores bastante elevados, menos conservadores para a relação L/V crítica.
Note-se que segundo este gráfico, o limite de Nadal L/V = 0,8 para os parâmetros β e µ
considerados, é alcançado para ângulos de ataque da ordem de 1,7 º aproximadamente.
O eixo posiciona-se duma forma oblíqua em relação aos carris e a roda forma um certo
ângulo de ataque sendo guiada a partir do contacto com o carril realizado a partir do ponto B
avançado.
Neste caso surge uma força de atrito FR direccionada para cima (sentido contrário ao da força
exercida pelo friso) e ela poderá tornar-se suficientemente elevada para que a roda gire
instantaneamente em torno do ponto B iniciando o descarrilamento.
A relação L/V crítica para que este fenómeno aconteça é dada pela expressão de Nadal.
Quando o eixo se mantem perpendicular aos carris e não há ângulo de ataque a roda é guiada
pelo contacto no ponto A.
De acordo com GARCÍA e BUGARÍN (1995), na condição em que o eixo se encontra
perpendicular à via a relação L/V crítica que determina o início da escalada da roda para o
descarrilamento é muito mais ampla e difícil de alcançar.
Trata-se do mesmo efeito observado nas experiências norte-americanas de Weinstock.
A influência do ângulo de ataque é decisiva pelo que muita atenção deve ser dedicada às
condições capazes de ampliar este ângulo.
Para um certo ângulo de ataque definido, o coeficiente de atrito e o ângulo da face activa do
friso (que afecta inclusive o tempo requerido para descarrilamento da roda), são factores
preponderantes.
Carlos Alfredo Jiverage 12 | P á g i n a
Teorias de Descarrilamentos
O terceiro cenário (c) aproxima-se das condições normais de operação nas ferrovias com
coeficiente de atrito igual a µ=0,3 e L/V nas rodas em geral inferior a 0,4.
Neste caso a expressão de Nadal conduz a um ângulo crítico de 38,5º, que em geral se
arredonda para 40º.
Se o contacto entre a roda e as peças ocorrer em região com angularidades superior a este
limite então não haverá risco de descarrilamento, a menos que as condições de operação
permitam que se alcance valores mais elevados de L/V , acima do limite considerado.
O trabalho de usinagem das pontas das agulhas ilustrado na Figura 10 objectiva justamente
evitar o contacto da agulha com regiões do friso de angularidade crítica.
Quando o contacto é transferido para as zonas da face activa do friso que sejam
suficientemente inclinadas, > 61,7 º, como indicado na Figura 11. a condição de operação é
sensivelmente mais segura.
Mesmo que se observe agulha com pequena deficiência de vedação, se o contacto ocorre em
região segura de angularidade, a própria roda contribui para o fechamento da agulha sem
risco de descarrilamento.
3. Conclusão
Feito o trabalho, concluiu-se que, todos os critérios visam entender os mecanismos
envolvidos com o descarrilamento das composições ferroviárias, e cada critério tinha como
consideração factores que tem influência significativa no descarrilamento das composições.
Dentre os critérios acima destacam-se: para o critério de Nadal, influência da inclinação da
parte activa do friso e coeficiente de atrito, o ângulo de ataque da roda e o tempo de
descarrilamento, por Garcia e Bugarin e Heuman, o factor tempo foi analisado com maior
destaque com contribuição da Japan National Railways, general motors e ESVELD.
4. Bibliografia
Magalhães, Paulo. (2013). Curso de Especialização em Engenharia Ferroviária:
Prevenção e Investigação de Acidentes. Instituto Superior de Transportes e
Comunicações – ISUTC, Maputo, Moçambique.