Você está na página 1de 5

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA

4º ANO
TECNOLOGIA QUÍMICA II
Prof. Dr. Amaro de Azevedo

DETERMINAÇÃO DA DUREZA TOTAL DA ÁGUA

1. INTRODUÇÃO
A dureza total é calculada como sendo a soma das concentrações de íons cálcio e
magnésio na água, expressos como carbonato de cálcio. A dureza de uma água pode ser
temporária ou permanente.
A dureza temporária, também chamada de dureza de carbonatos, é causada pela
presença de bicarbonatos de cálcio e magnésio. Esse tipo de dureza resiste à ação dos sabões e
provoca incrustações. É denominada de temporária porque os bicarbonatos, pela ação do calor,
se decompõem em gás carbônico, água e carbonatos insolúveis que se precipitam.
A dureza permanente, também chamada de dureza de não-carbonatos, é devida à
presença de sulfatos, cloretos e nitratos de cálcio e magnésio, resiste também à ação dos sabões,
mas não produz incrustações por serem seus sais muito solúveis na água. Não se decompõe pela
ação do calor.
Numerosos processos industriais, tais como fábricas de cervejas, conservas, de papel e
celulose, e muitas outras, requerem água branda. Para o caso de lavanderias as águas duras
ocasionam elevado consumo de sabão (em conseqüência da formação de sabões insolúveis de
cálcio e magnésio) e resultam em danos para tecidos.
Também é importante considerar que as águas duras formam crostas em caldeiras de
vapor, ocasionando com isso elevadas perdas de calor e podendo provocar explosões, devido ao
aumento da pressão interna. Mediante controle periódico com titulações com o EDTA é possível
garantir segurança para estas instalações.
A Portaria 1.469/00 do Ministério da Saúde estipula em 500mg/L de CaCO3 o limite
máximo permitido para dureza total.

EDTA: O ácido etilenodiaminotetracético - EDTA pertence a uma classe de substâncias


chamadas de quelantes. A molécula é um ácido tetraprótico com dois átomos básicos de
nitrogênio. Apresenta, portanto, 6 posições ligantes possíveis quando prótons são removidos. O
EDTA, como agente complexante, forma complexos estáveis de estequiometria 1:1 com um
grande número de íons metálicos em solução aquosa.

Vários métodos gravimétricos foram substituídos por titulações com EDTA. Algumas
aplicações importantes desse método, em termos do número de análises realizadas, são as
determinações de dureza da água, de cálcio em leite e de cálcio em calcáreo, dentre outras.
Somente para valores de pH acima de 10 é que a maior parte do EDTA existe, em solução.
Para valores de pH abaixo de 10 predominam as outras espécies protonadas.

1
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA
4º ANO
TECNOLOGIA QUÍMICA II
Prof. Dr. Amaro de Azevedo

Princípio do Método:
Ao adicionar o Negro de Eriocromo T à uma amostra que tenha dureza, formar-se-á um
íon complexo fraco de cor violeta. Durante a titulação, os íons cálcio e magnésio, que dão dureza
à água são complexados pelo EDTA, rompendo-se a ligação com o Negro de Eriocromo T, em
função do EDTA formar um complexo mais estável com os íons causadores da dureza. Este
mecanismo libera aos poucos o Negro de Eriocromo e, no fim da reação, verifica-se a troca da cor
para o azul. O meio é fortemente tamponado, pois em pH mais baixos o EDTA é protonado em
vez de complexar com o cálcio e o magnésio.

2. OBJETIVOS
- Determinar a dureza em amostras de água para uso industrial, principalmente na geração
de vapor.
- Desenvolver o conhecimento sobre volumetria de complexação.
3. REAGENTES NECESSÁRIOS
- Solução-padrão de EDTA 0,01 M.
- Solução tampão pH 10.
- Indicador negro de eriocromo T.
- Inibidor I - cianeto de sódio P.A em pó.
- Inibidor II - sulfeto de sódio.

4. MATERIAL NECESSÁRIO
- 1 bureta de 50 mL.
- 1 pipeta volumétrica de 25 mL.
- 1 balão volumétrico de 50 mL.
- 1 frasco erlenmeyer de 250 mL.
- 1 suporte universal com garra.
- 2 copos béquer de 100 mL.
- 1 copo béquer de 200 mL.

5. MATERIAL DE USO COMUM


- Soluções analíticas.
- Indicadores.
- Frasco para descarte de resíduos.

6. PROCEDIMENTO
a) Tomar 25 mL da amostra e diluir para 50 mL com água destilada em balão volumétrico.
b) Transferir 25 mL da solução para um béquer de 100 mL e adicionar 1 a 2 mL da solução
tampão para elevar o pH a 10 ± 0,1.
c) Transferir para um frasco erlenmeyer de 250 mL e adicionar aproximadamente 0,05
gramas do indicador negro de eriocromo T.
d) Titular com EDTA 0,01M agitando continuamente até o desaparecimento da cor púrpura
avermelhada e o aparecimento da cor azul (final da titulação).
e) Anotar o volume de EDTA gasto (mL).
f) Fazer uma prova em branco com água destilada.
g) Subtrair o volume de EDTA gasto na titulação do branco do volume de EDTA gasto na
titulação da amostra. A diferença é o volume que será aplicado no cálculo.

2
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA
4º ANO
TECNOLOGIA QUÍMICA II
Prof. Dr. Amaro de Azevedo

7. FLUXOGRAMA DA ANÁLISE

8. CÁLCULO

Notas:
1) A ausência de um ponto de viragem definido, geralmente, indica a necessidade de adição
de um inibidor ou que o indicador está deteriorado.
2) Não leve mais do que 5 minutos para a titulação, medido após a adição da solução
tampão.
3) Caso a dureza da água seja muito baixa, use amostra maior, 50 a 250 mL adicionando
proporcionalmente maior quantidade de solução tampão, do inibidor e indicador.
4) Se precisar usar o inibidor adicionar 20 gotas do inibidor II.
5) Fc = Fator de correção do EDTA quando houver e for diferente de 1.

9. RESULTADOS E DISCUSSÕES
a) Determinar a concentração de cloretos na amostra de água.
b) Observe a tabela:
Classificação da água conforme sua dureza, em mg/L CaCO3
0 – 75mg/L Mole (soft)
75 – 150mg/L Moderada
150 – 300mg/L Dura (hard)
Acima de 350mg/L Muito dura
De acordo com a tabela, responda qual seria a classificação da água
analisada durante o experimento?
c) Qual a importância de se determinar cloretos em águas para uso industrial?
3
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA
4º ANO
TECNOLOGIA QUÍMICA II
Prof. Dr. Amaro de Azevedo

DETERMINAÇÃO DO pH DA ÁGUA
1. INTRODUÇÃO
O termo pH representa a concentração de íons hidrogênio em uma solução. Na água, esse
fator é de excepcional importância, principalmente nos processos de tratamento. Na rotina dos
laboratórios das estações de tratamento ele é medido e ajustado sempre que necessário para
melhorar o processo de coagulação/floculação da água e também o controle da desinfecção. O
valor do pH varia de 0 a 14. Abaixo de 7 a água é considerada ácida e acima de 7, alcalina. Água
com pH 7 é neutra. A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde recomenda que o pH da água
seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5 no sistema de distribuição. Existem no mercado vários
aparelhos para determinação do pH. São denominados de potenciômetros ou colorímetros.

2. MATERIAL NECESSÁRIO
- Potenciômetro (pHmetro).
- Cubetas.
- Frasco lavador.
- Papel toalha absorvente.
- Soluções tampão padrão de pH conhecidos (pH 4 – 7 ou 10, para calibração)

3. PROCEDIMENTO
a) Ligar o aparelho e esperar a sua estabilização.
b) Lavar os eletrodos com água destilada e enxugá-los com papel absorvente.
c) Calibrar o aparelho com as soluções padrão.
d) Lavar novamente os eletrodos com água destilada e enxugá-los.
e) Introduzir os eletrodos na amostra a ser examinada e fazer a leitura.
f) Lavar novamente e deixá-los imersos em solução de KCl 3 molar.
g) Desligar o aparelho.

4. FLUXOGRAMA DA ANÁLISE

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
a. Determine o pH da amostra de água.
b. Compare o resultado com o padrão permitidos para água de uso industrial e diga se está
dentro do parâmetro de uso.
c. Qual é a importância das determinações do pH para o controle da qualidade das águas
para uso industrial?
4
CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA
4º ANO
TECNOLOGIA QUÍMICA II
Prof. Dr. Amaro de Azevedo

DETERMINAÇÃO DA TURBIDEZ DA ÁGUA

1. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A turbidez da água é devido à presença de materiais sólidos em suspensão, que reduzem
a sua transparência. Pode ser provocada também pela presença de algas, plâncton, matéria
orgânica e muitas outras substâncias como o zinco, ferro, manganês e areia, resultantes do
processo natural de erosão ou de despejos domésticos e industriais.
A determinação da turbidez da água é importância nos processos de tratamento. Água
com turbidez elevada, dependendo de sua natureza, forma flocos pesados que decantam mais
rapidamente do que água com baixa turbidez. Também tem suas desvantagens como no caso da
desinfecção que pode ser dificultada pela proteção que pode dar aos microrganismos no contato
direto com os desinfetantes.
No caso de água para consumo humano, é um indicador sanitário e padrão organoléptico.
Já na indústria a água com turbidez elevada faz com que uma quantidade maior de produtos
químicos (ex: coagulantes) sejam utilizados no tratamento, aumentando os custos de tratamento.
A Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde estabelece ainda o Valor Máximo
Permitido de 1,0 UT para água subterrânea pós-filtração ou pré-desinfecção. E em qualquer ponto
da rede de distribuição 5,0 UT como padrão organoléptico de potabilidade.
Existem equipamentos específicos para determinação da turbidez na água. Neste manual,
apresenta-se a técnica de determinação da turbidez utilizando a metodologia nefelométrica.

2. REAGENTES NECESSÁRIOS
- Soluções padrão de turbidez (concentração conhecida) para fazer acurva de calibração.

3. MATERIAL NECESSÁRIO
- Turbidímetro com nefelômetro.
- Células de amostras de vidro incolor (quartzo).

4. PROCEDIMENTO
a) Calibrar o turbidímetro de acordo com as instruções do fabricante.
b) Transferir a amostra de água para a célula de amostra do tubidímetro, cuidando para que
não fique bolhas de ar. Caso ocorram, movimentar lentamente a célula até que
desapareçam as bolhas.
c) Medir a turbidez da amostra.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
a. Determine a turbidez na amostra de água.
b. Compare o resultado com o padrão permitidos para água de uso industrial e diga se o
valor está dentro do parâmetro de uso.
c. Qual é a importância das determinações da turbidez para o controle da qualidade das
águas para uso industrial?

Você também pode gostar