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Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

Centro de Tecnologia e Recursos Naturais – CTRN


Unidade Acadêmica de Engenharia Civil – UAEC
Laboratório de Saneamento
Campus Bodocongó – CEP: 58109-970

DUREZA DAS ÁGUAS

Relatório Apresentado à Disciplina de


Laboratório de Química da Água da
Unidade Acadêmica de Engenharia Civil do
CTRN da UFCG como requisito básico
para aprovação na citada disciplina.

Autores: Aluno 1: Felipe Barbosa de Oliveira – 121211167


Aluno 2: Filipp Presley dos Santos Belo – 122111405
Aluno 3: Lucas Rafael Santos Nicolau - 122110707
Aluno 4: Rian Campos Almeida - 122110665

filipp.presley@estudante.ufcg.edu.br
Campina Grande – PB, 13 de dezembro de 2022.
Experimento 07: Dureza das águas

Autores: Felipe Barbosa de Oliveira, Filipp Presley dos Santos Belo, Lucas Rafael Santos Nicolau,
Rian Campos Almeida.

Unidade Acadêmica de Engenharia Civil, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Universidade


Federal de Campina Grande, Bodocongó, 58109-970, Campina Grande – PB

Resumo: A dureza da água é um parâmetro que determina a quantidade de sais


presentes em uma determinada amostra de água, a qual pode vir a ser inadequada para
consumo humano dependendo de sua dureza. Segundo a Portaria 888/2021, a dureza
máxima permitida é de 300mg/L. Nesse experimento foi coletada uma amostra de água
proveniente da torneira para que esta fosse analisada quanto à sua adequação para uso
humano. Os resultados foram de que a água possui uma dureza em cálcio de 52mg/L e
uma dureza total de 104mg/L, o que a caracteriza como moderadamente dura, sendo,
portanto, própria para consumo.

Palavras chave: Dureza, Água, Determinação, Cálcio.

1. INTRODUÇÃO

Segundo FEITOSA (2021) [1], a dureza é um parâmetro utilizado para definir a


qualidade das águas de abastecimento industrial e doméstico, sendo analisada,
sobretudo, para proporcionar melhorias na saúde dos indivíduos, além de auxiliar os
fatores econômicos do país. A dureza de uma água se refere à quantidade de carbonatos,
bicarbonatos ou sulfatos de cloretos de cálcio e magnésio dissolvidos nela, isto é, a
quantidade de sais encontrados na solução. Desse modo, quanto mais sais dissolvidos,
mais dura a água é considerada. Assim, águas com baixo nível de dureza são
encontradas em solos basálticos, aeríferos e graníticos, enquanto que águas que
procedem de solos calcários apresentam frequentemente dureza elevada.
(MENDONÇA, 2017)[2]
O estudo relacionado à dureza das águas é relevante para a salubridade dos
cidadãos, haja vista que há uma possibilidade do aumento da incidência de cálculo renal
em cidades abastecidas ocorrer pela influência de águas consideradas “duras”. Ademais,
a economia de uma localidade também é influenciada por esse parâmetro, visto que
alguns produtos de higiene, como o sabão, são utilizados excessivamente quando
comparados a regiões onde a água não é “dura”. [1] Desse modo, a Portaria de
Potabilidade do Ministério da Saúde nº 888 de 2021 [3] recomenda que a dureza de uma
água não ultrapasse 300 mg/L CaCO3, podendo estar classificada em mole (0-75 mg/L
CaCO3), moderadamente dura (75 - 150 mg/L CaCO3), dura (150 – 300 mg/L CaCO3)
ou muito dura (acima de 300 mg/L CaCO3). [1]
Para o experimento realizado, são utilizadas as seguintes fórmulas para
determinar a dureza total e a dureza em Cálcio:

( )
VT × N EDTA × 50000 mg
Dureza Total= de CaCO3
Va L (1)

Fonte: (FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. 2ª edição) [1]

VT =Volume de EDTA 0,02 N gastona titulação com Eriocromo T ( mL )


Va=Volume estipulado para a amostra ( mL )
N EDTA =Normalidade do EDTA ( eq/ L )

( )
VC × N EDTA ×50000 mg
Dureza em Cálcio= de CaCO3
Va L (2)

Fonte: (FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. 2ª edição) [1]

VC =Volume de EDTA 0,02 N gastona titulação com Murexida ( mL )


Va=Volume estipulado para a amostra ( mL )
N EDTA =Normalidade do EDTA ( eq/ L )

A diferença entre a dureza total e a dureza em cálcio é que, na dureza total,


constam todos os sais presentes na água, especialmente os de cálcio e os de magnésio, já
que os demais se apresentam em quantidades desprezíveis. Por outro lado, a dureza em
cálcio, como o próprio nome diz, se trata dos sais de cálcio presentes, como por
exemplo o carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de cálcio, entre outros. [4]
Para os fins deste experimento, será realizado o método da complexometria
titulométrica com EDTA, que é um procedimento simples e rápido com resultados
satisfatórios, fundamentando-se numa associação de titulações em dois valores de pH e
dois indicadores.

1.1. OBJETIVO GERAL

Determinar se a amostra de água analisada durante o experimento atende ao


parâmetro de dureza permitido pela Portaria de Potabilidade de Água.
1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Determinar a dureza total da água;


- Determinar a dureza em cálcio;
- Comparar o resultado com o parâmetro recomendado.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1.
2.1 REAGENTES E MATERIAIS

Reagentes e materiais utilizados no experimento:

 Água da torneira;
 2 Erlenmeyers de 250 mL;
 Béquer de 100 mL;
 Pipetador;
 EDTA 0,02N;
 Solução tampão (pH = 10);
 Indicador Eriocromo T;
 Indicador Murexida.
 Bureta de 25 mL

2.
2.1
2.2 PROCEDIMENTOS

DETERMINAÇÃO DA DUREZA TOTAL

O procedimento inicia-se com a coleta de água da torneira em uma garrafa


plástica, o qual foi posteriormente transferido para um béquer de 100mL.
Figura 1 – Água coletada da torneira. Figura 2 – Água no béquer de 100mL
(Fonte: Própria) (Fonte: Própria)
Prontamente, com o auxílio de uma pipetador, foi pipetado 25mL da solução em
um Erlenmeyer de 250mL, para o início do processo de titulação.
Figura 3 – Erlenmeyer com 25mL de água.

(Fonte: Própria)
Em seguida, com o auxílio de um pipetador para garantir mais precisão, foi
adicionado 2mL da solução tampão de pH 10 no Erlenmeyer.
Figura 4 – Processo de pipetação da solução tampão no Erlenmeyer.

(Fonte: Própria)
Logo após, foi adicionado uma pitada do indicador preto de Eriocromo T na
solução presente no Erlenmeyer. O estágio final do experimento consiste no processo de
titulação. Para tanto, uma bureta de 25mL foi enchida de EDTA (0,02 N) até que
atingisse a marcação zero.

Figura 5 – Solução com o indicador preto. Figura 6 – Bureta com EDTA na marcação 0.
(Fonte: Própria) (Fonte: Própria)
Usando uma bureta, foi adicionado, gota a gota e cuidadosamente para evitar a
formação de bolhas, o EDTA à solução do Erlenmeyer até que ocorresse o ponto de
viragem, isto é a mudança da cor rosa para azul. Por fim, foi medido o volume de
EDTA restante na bureta, com o intuito de obter-se o volume utilizado para o processo
de titulação.

Figura 7 – Processo de titulação. Figura 8 – Solução após o atingir o ponto de viragem.

(Fonte: Própria) (Fonte: Própria)

DETERMINAÇÃO DA DUREZA EM CÁLCIO

O processo de determinação da dureza em cálcio é semelhante ao que foi


realizado na dureza total. Dessa maneira, a bureta foi preenchida com EDTA na
marcação zero e a solução tampão foi adicionada ao Erlenmeyer, o qual já continha
água. Em seguida, foi adicionado uma pitada do indicador Murexida para a realização
do processo de titulação.

Figura 9 – Adição do indicador Murexida à solução.


(Fonte: Própria)
Logo após, o processo de titulação foi iniciado. Cuidadosamente, foi
adicionado, gota a gota, o EDTA da bureta na solução do Erlenmeyer até que,
novamente, o ponto de viragem fosse alcançado. Dessa vez, a mudança se deu
da cor rosa para a cor lilás.

Figura 10 – Solução após o atingir o ponto de viragem.

(Fonte: Própria)
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Após a realização dos procedimentos, obteve-se os seguintes resultados e, para


uma melhor conclusão, foram realizadas discussões acerca destes:
Tabela 1: Resultados obtidos na determinação da Dureza de uma amostra .

Volume de EDTA em mL da etapa Eriocromo (VT) 2,6

Volume de EDTA em mL da etapa Murexida (VC) 1,3

Dureza Total em mg/L de CaCO3 104

Dureza em Cálcio em mg/L de CaCO3 52


Fonte: (FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. 2ª edição) [1]

Utilizando as fórmulas (1) e (2) com os resultados adquiridos, temos:

Dureza Total=
2,6 ×0,02 ×50000 mg
25 L (
de CaCO 3 ) (1 )

2600
Dureza Total= =104 mg / L
25

Dureza em Cálcio=
1,3× 0,02× 50000 mg
25 L (
de CaCO3 ) (2)
1300
Dureza em Cálcio= =52 mg/L
25

Com isso, se tem como resultado que a dureza total da água é de 104 mg/L e sua
dureza em cálcio é de 52 mg/L. Desse modo, pode-se classificar a dureza da água
através da seguinte tabela:
Tabela 2: Escalas de dureza

mg/L CaCO3 Grau de Dureza

0 – 75 branda ou mole

75 – 150 moderadamente dura

150 – 300 Dura

acima de 300 muito dura


Fonte: (FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. 2ª edição) [1]

Como a dureza total da água foi de 104mg/L, pode-se considerar a água como
sendo moderadamente dura, apesar de possuir a dureza em cálcio igual a 52mg/L, que
seria considerada como branda ou mole.

Nesse sentido, o valor de dureza obtido se adequa aos parâmetros da Portaria de


Potabilidade do Ministério da Saúde nº 888 de 2021, que recomenda que o nível de
dureza da água não ultrapasse 300mg/L.

4. CONCLUSÃO

A amostra de água analisada é proveniente do Açude Epitácio Pessoa, em


Boqueirão, e tratada na Estação de Tratamento de Água de Gravatá. Nesse sentido, com
este experimento concluiu-se que a água da cidade de Campina Grande é considerada
moderadamente dura e, portanto, apropriada para o consumo humano, seguindo as
determinações da Portaria de Potabilidade do Ministério da Saúde de nº888 de 2021.

Logo, a dureza em cálcio da solução estudada é de 52mg/L, o que a


caracterizaria como sendo macia ou mole, porém sua dureza total é de 104mg/L, o que a
caracteriza como moderadamente dura. Além disso, torna-se evidente que a técnica da
titulometria por complexação é de extrema relevância para a o cálculo da dureza, visto
que se fundamenta nas reações de formação de complexos entre íons metálicos e outros
íons ou moléculas.
Entretanto, apesar do resultado se adequar aos parâmetros exigidos pela Portaria
de potabilidade, possíveis erros podem ter ocorridos, os quais poderiam mudar o valor
encontrado. Sendo eles, a formação de bolhas, falhas no processo de pipetar ou o
excesso de EDTA na solução durante o processo de titulação. Por fim, a dureza da água
é de grande utilidade, uma vez que fornece uma medida da qualidade da água para uso
doméstico e industrial.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FEITOSA, Patrícia H. C. Guia de Laboratório. Universidade Federal de Campina


[1]

Grande. Unidade Acadêmica de Engenharia Civil - 2ª edição (2017)


[2]
MENDONÇA, Jean K. A. ; FLORES, J. S. Desenvolvimento de uma metodologia
simples para determinação da dureza da água. ScientiaTec: Revista de Educação,
Ciência e Tecnologia do IFRS, v.4, n.1, p: 133-142, jan/jun (2017). Disponível em: <
https://web.archive.org/web/20180415012056id_/https://periodicos.ifrs.edu.br/
index.php/ScientiaTec/article/viewFile/2158/pdf >. Acesso em 13 de dezembro de 2022.
[3]
LOPES, Marcelo A. C. Q. PORTARIA GM/MS Nº 888, DE 4 DE MAIO DE 2021.
Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro (2021). Disponível em: <
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2021/prt0888_07_05_2021.html >.
Acesso em 13 de dezembro de 2022.
[4]
MAIERÁ, N. Dureza cálcica e dureza total. Piscinas Litro a Litro. 2019.
Disponível em: < https://www.piscinaslitroalitro.com.br/single-post/2019/05/07/dureza-
calcica-e-dureza-total >. Acesso em 13 de dezembro de 2022.

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