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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA


ANA BEATRIZ DA SILVA DOS SANTOS – 2017058298
CURSO DE QUÍMICA INDURTRIAL

QUIMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA EXPERIMENTAL


RELATÓRIO DE AULAS EXPERIMENTAIS

São Luís – MA
2019
ANA BEATRIZ DA SILVA DOS SANTOS – 2017058298

DETERMINAÇÃO DA DUREZA DA ÁGUA

Relatório apresentado à disciplina Química


Analítica Quantitativa Experimental à Prof.ª
Me. Priscilla Souza Ferreira para obtenção de
nota.

São Luís – MA
2019
DETERMINAÇÃO DA DUREZA DA ÁGUA POTÁVEL

1. INTRODUÇÃO
A água natural dissolve inúmeros sais enquanto percorre o solo e rochas. Água
contendo elevadas quantidades de íons, magnésio e cálcio, é denominada água dura. Águas
duras causam problemas tanto em casa como na indústria. Os íons Ca2+ e Mg 2+ reagem com o
sabão criando sais insolúveis em água. Como consequência, o sabão perde algum do seu poder
de limpeza e os sais insolúveis destes íons aderem a lavatórios, banheiras, equipamento
industrial, etc. Relativamente à saúde humana, apesar de serem minerais essenciais à vida
humana, quando ingeridos em doses elevadas, podem levar a problemas de saúde como a
osteoporose, pedras nos rins, hipertensão, resistência à insulina, entre outros.

Atualmente, a dureza da água é expressa em termos de mg/L de CaCO3, que é


equivalente a concentração de todos os íons alcalino-terrosos presentes na amostra.

A água pode ser classificada como:

Dureza da água (mg/L de CaCO3) Classificação


<15 Muito branda
15 – 50 Branda
51 – 100 Moderadamente branda
101 – 200 Dura
>201 Muito dura

Neste experimento, foram realizados cálculos para determinar a concentração de


Ca2+ e Mg 2+ presentes em uma amostra de água de um bebedouro da UFMA, afim de classificar
a dureza desta água de acordo com a tabela acima.

2. OBJETIVO
Determinar a dureza total da água amostral e as concentrações de Ca2+ e Mg 2+ presentes
nesta.
3. MATERIAIS E REAGENTES

MATERIAIS REAGENTES
(Pipeta Volumétrica 15 mL Solução de EDTA 0,01mol/L
(03) Erlenmeyer 250 mL Água do bebedouro
Bureta 25 mL Indicador Murexida
Suporte universal e garras Indicador Negro de Eriocromo T
Pêra de sucção Solução Tampão pH 10

4. PROCEDIMENTOS
Determinação da dureza cálcica
1- Utilizando um erlenmeyer 250 mL, coletou-se uma pequena quantidade de água do
bebedouro. Com o auxílio de uma pipeta volumétrica 15 mL acoplada à pera de sucção,
retirou-se uma alíquota de 15 mL dessa amostra de água, transferiu-se para um erlenmeyer
250mL, e adicionou-se 10 mL de solução tampão de pH 10 e uma ponta de espátula do
indicador murexida;
2- Preencheu-se a bureta 25mL com solução padronizada de EDTA 0,01M, preparada no
experimento anterior, e titulou-se até mudança de coloração;
3- A titulação foi realizada em triplicata.

Determinação da dureza total


1- Com o auxílio de uma pipeta volumétrica 15 mL, retirou-se uma alíquota de 15 mL da
amostra de água do bebedouro, transferiu-se para um erlenmeyer 250mL, adicionou-se 10
mL de solução tampão de pH 10, e uma ponta de espátula do indicador negro de Eriocromo
T;
4- Em seguida, preencheu-se a bureta 25mL com solução padronizada de EDTA 0,01M,
preparada no experimento anterior, e titulou-se até mudança de coloração;
2- A titulação foi realizada em triplicata.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Determinação da dureza cálcica


Os volumes aferidos nas titulações o indicador murexida, foram:

Solução 𝑪𝒂𝟐+
1 1 mL
2 1,3 mL
3 1 mL
Média 1,1 mL
No ponto de equivalência da titulação, temos que a quantidade de matéria em mol do
titulante (EDTA) é igual à quantidade de matéria em mol dos íons Ca+. Assim temos:

nEDTA = nCa2+

MEDTA x VEDTA = M𝐂𝐚𝟐+ x V𝐚𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚

Sendo:
MEDTA = molaridade do EDTA
VEDTA = média do volume titulado de EDTA
M𝐂𝐚𝟐+ = molaridade dos íons Ca+
V𝐚𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 = volume utilizado
Portanto:
0,01mol/L x 0,0011L = M𝐂𝐚𝟐+ x 0,025L
𝐌𝐂𝐚𝟐+ = 4,4 x 𝟏𝟎−𝟒 mol/L
Porém, a dureza é expressa em termos da concentração de carbonato de cálcio, em
mg/L. Como a concentração dos íons cálcio é equivalente a concentração de carbonato
de cálcio, e a massa molar de CaCO3 é de aproximadamente 100 g/mol, temos:
M𝐂𝐀𝐂𝐎𝟑 = M𝐂𝐚𝟐+ x 100 g/mol
𝐌𝐂𝐀𝐂𝐎𝟑 = 0,044 mg/L de CaCO3
Determinação da dureza total

Na determinação da dureza da água, o uso da solução tampão foi importante para que
a formação do complexo do cátion com o EDTA seja propiciada. Isso acontece, porque
a solução tampão remove íons H + do meio reacional, fazendo com que a reação seja
deslocada no sentido de formação do complexo.

Reação: M 2+ + H4 Y = MH2 Y + 2H +

Outro motivo de uso da solução tampão, é que o aumento da alcalinidade do meio


ocasionaria a reação de formação dos hidróxidos de cálcio e magnésio, o que dificultaria
a análise almejada. A utilização desse tampão se torna ideal para o procedimento quando
este não é suficiente para a formação destes hidróxidos. (SKOOG et al., 2008).

Sendo assim, fora necessário utilizar um indicador complexométrico que possuísse uma
faixa de viragem de pH que estivesse entre o pH do meio reacional, minimizando o
erro da titulação. Assim, quando há a maior formação de íons metálicos, a sua coloração
se modifica para a cor azul.

Com o início da titulação até o ponto de equivalência, os íons magnésio são deslocados
do seu complexo com EDTA pelos íons cálcio e ficam livres para se combinar com o
negro de eriocromo T e a solução se torna vinho avermelhada. Uma vez que os íons
cálcio forem complexados, os íons magnésio são liberados novamente e se combinam
com o EDTA formando o seu respectivo complexo até que o ponto final (coloração
azul) seja observado (BACCAN et al., 2001).

Para cada replicata realizada foi contabilizado o volume de EDTA utilizado na titulação
e calculada a média. A tabela abaixo mostra os valores de EDTA gastos nas titulações com
o indicador negro de eriocromo T:

Solução Volume gasto


1 2,1 mL
2 2,3 mL
3 2,1 mL
Média 2,2 mL

Utilizando os dados acima, a dureza da água pode ser calculada de acordo com a
seguinte fórmula:

M2 (molL)− x V2 (L)
M1 =
V1 (L)

Onde :

M1= Concentração média de Ca2+ e Mg 2+

V1 = Volume da alíquota contendo Ca2+ e Mg 2+ .

M2 = Concentração molar de EDTA

V2 = Volume médio gasto de EDTA

mol
0,01 L x 2,2x10−3 L
M1 =
25x10−3 L

M1 = 𝟖, 𝟖𝐱𝟏𝟎−𝟒 mol/L de íons 𝐂𝐚𝟐+ e 𝐌𝐠 𝟐+ .


n = 8,8x10−4 x 25x10−3

n = 𝟐, 𝟐𝐱𝟏𝟎−𝟓 𝐦𝐨𝐥 𝐝𝐞 𝐢𝐨𝐧𝐬 𝐂𝐚 𝐞 𝐌𝐠.

Rearranjando a equação n=m/MM e eliminando a unidade mol, temos:

n = 2,2𝑥10−5 𝑥 100,0869 = 2,202𝑥10−3 𝑔 = 2,202 𝑚𝑔

𝟐,𝟐𝟎𝟐𝒎𝒈
D= = 55,048 mg/L de CaCO3
𝟎,𝟎𝟐𝟓𝑳

Determinação da dureza magnesiana

Utilizando os dados obtidos neste experimento, foi possível calcular a concentração de


Mg 2+ presente na amostra:

MA . VA = MB . VB, onde A é o analito.

Manalito.0,025L = 0,01mol/L . 0,0022L

Manalito = 8,8 x 10−4 mol/L

Assim, sabendo-se que [Ca2+ ]+ [Mg 2+ ] = 8,8 x 10−4 mol/L, a concentração de Mg 2+ foi
dada pela subtração abaixo:

[Mg 2+ ] = 8,8 x 10−4 mol/L - [Ca2+ ]

[Mg 2+ ] = 8,8 x 10−4mol/L - 4,4 x 10−4mol/L

[Mg 2+ ]= 4,4 x 10−4 mol/L

n = 4,4x10−4 mol/L x 25x10−3 L

n = 𝟏, 𝟏𝐱𝟏𝟎−𝟓 𝐦𝐨𝐥 𝐝𝐞 𝐢𝐨𝐧𝐬 𝐌𝐠.

Determinação da massa de CaCO3 (mg), temos:

m(g) = n . MM(g)

m(g) = 1,1𝑥10−5 𝑥 100,0869 = 1,101𝑥10−3 𝑔

𝐦(𝐠) = 1,101 𝒎𝒈

Dividindo por 0,025 L para obter o valor em mg/L, resulta em 44,04 mg/L.

6. CONCLUSÃO
A partir dos dados aferidos e cálculos realizados, conclui-se que das titulações com
EDTA 0,01M, pôde-se determinar dureza cálcica, total e magnesiana de uma amostra de água
de um bebedouro da UFMA, em termos de mg/L de CaCO3. Pôde-se observar que os resultados
da dureza variaram de branda à moderadamente branda, portanto, a dureza desta amostra de
água é aceitável, pelas quantidades medianas de Ca2+ e Mg 2+ , sendo assim, apta para o
consumo.

7. REFERÊNCIAS
BACCAN, N; ANDRADE, J. C. de; GODINHO; O. E. S.; BARONE, J. S.; Química
Analítica Elementar. Vol. Único. Ed. 1. São Paulo; Edgard Blucher, 1979.

SKOOG, Douglas A; WEST, Donald M.; HOLLER, F. James; CROUCH, Stanley R.;
Fundamentos de Química Analítica. Vol. Único. Ed. 8. São Paulo: Cengage Learning, 2012.

https://www.infoescola.com/quimica/complexometria/ Acesso 23/06/2019.

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