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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE


GPA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIAS, CIVIL, ELÉTRICA E PRODUÇÃO

Lauro Virginio de Souza Portela

VIDRARIAS E MEDIÇÕES: A DUREZA DA


ÁGUA

VÁRZEA GRANDE – MT
2023
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Lauro Virginio de Souza Portela

VIDRARIAS E MEDIÇÕES: A DUREZA DA


ÁGUA
Trabalho apresentado à disciplina
Laboratório de Química Técnica, como
atividade de segunda chamada de
relatório para compor nota de instrumento
avaliativo – Turma ----, sob a supervisão
da Professora Drª. Anna Carolinna Albino
Santos.

VÁRZEA GRANDE – MT
2023
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Sumário

1. Introdução......................................................................................................... 4

2. Metodologia de determinação da dureza da água ....................................... 5


2.1 Determinação da dureza da água por volumetria de complexação...... 5
2.2 Vidrarias e insumos............................................................................... 6
2.3 Procedimentos....................................................................................... 6

3. Conclusão......................................................................................................... 8

4. Referências Bibliográficas.............................................................................. 9
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1 Introdução

Delimitando-se o objeto de análise, tem-se a água (H2O) como molécula


essencial para a manutenção da vida como se conhece. De qualquer forma, trata-
se de um recurso escasso. De toda água disponível no planeta Terra, 97,13% são
de água salgada e sua função, neste caso, define correntes marítimas e o clima
na superfície planetária (HATJE et al., 2013). Dos 2,87% restantes, 78,05% estão
imobilizados em geleiras, 21,32% compõem as águas subterrâneas. Apenas
0,63% de toda água doce está disponível na superfície em lagos, rios e
atmosfera. (BENEDETTI, 2012)
Com base neste dimensionamento da importância da água e, sem entrar
em todo o universo acerca daquilo que afeta a qualidade deste solvente universal,
ater-se-á a um tipo específico de fator que interfere na sua qualidade: a dureza.
Mas o que é dureza?
De modo bem simples, dureza é uma propriedade relacionada à
quantidade de íons metálicos de cálcio (Ca-1) e magnésio (Mg-1) associados aos
íons sulfato (So4)2-. Com base nisso, segundo Portaria 2914/2011-Anexo X, do
Ministério da Saúde (MS), o limite de dureza da água para abastecimento é de no
máximo 500mg CaCo3/L, no Brasil. (FREITAS et al., 2017)
O objetivo deste trabalho é descrever a metodologia para analisar a
qualidade da água com base em sua dureza, utilizando indicadores laboratoriais
para tanto.
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2 Metodologia de determinação da dureza da água

Como foi dito acima, a dureza da água se refere à concentração de cátions


de cálcio e magnésio, principalmente, em solução. A dureza pode ser temporária,
que diz respeito aos sais de carbonato e bicarbonato e seus cátions; ou
permanente, desta feita pela presença de sais de cloretos, nitratos e outros. Os
primeiros insolúveis em água após o aquecimento; estes últimos, insolúveis. A
soma das duas durezas (temporária + permanente) é chamada de dureza total.
(BACCAN apud MENDONÇA & FLORES, 2017, p. 134)
Para fins de análise, a concentração (mg/L) de carbonato de cálcio
(CaCO3) se tornou a medida para a determinação da dureza da água, expressa
em níveis de classificação de acordos com a tabela abaixo:
Tabela 1 – CLASSIFICAÇÃO DAS FAIXAS DE DUREZA DA ÁGUA
Qualidade da água Nível de dureza (mg/L de CaCO3)
Água normal < 60
Água moderadamente dura 61 a 120
Água dura 121 a 180
Água muito dura >180
(ALVARADO apud MENDONÇA & FLORES, 2017, p. 134)

2.1 Determinação da dureza da água por volumetria de complexação

A determinação da dureza é feita a partir de soluções padronizadas de


ácido etilenodiamino tetra-acético (no inglês Ethylenediamine tetraacetic acid, ou
EDTA) usadas como titulantes, ou seja, cuja concentração é conhecida,
transferida para uma solução previamente tamponada (que não varia o pH
mesmo com a adição de uma base ou de um ácido) em pH=10,0 e com uma
pequena quantidade de indicador negro de eriocromo T.
O que ocorre?

(…) Os metais presentes na amostra de água formam um


complexo violeta com o indicador e, à medida que o titulante
EDTA é adicionado, os metais deixam de formar complexo com o
indicador para complexar como o EDTA. O ponto final é
observado quando voltamos a ver a cor original do indicador, que
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é azulada. (ANDRADE apud MENDONÇA & FLORES, 2017, p.


135)

O cálculo para a determinação é feita a partir da seguinte equação:

A partir do resultado desta equação, basta comparar com a Tabela 1 para


determinar o grau de dureza da amostra de água analisada.

2.2 Vidrarias e insumos

Para se chegar a esta equação determinando o grau de dureza da água,


antes, porém, é preciso separar as vidrarias necessárias e os insumos. Serão
utilizadas as vidrarias:
 2 béqueres de 100 mL;
 1 bureta graduada de 25 mL;
 1 proveta de 100 mL;
 1 pipeta de Pasteur de 3 mL;
 3 Erlenmeyers de 250 mL;
 1 conjunto suporte universal garras e mufas.
Para realizar a análise:
 100 mL de solução de 0,01 mol/L de EDTA (ácido etilenodiamino tetra-
acético);
 10 mL de solução tampão hidróxido de amônio/cloreto de amônio
(NH4OH/NH4Cl) de pH=10;
 100mg de indicador Negro de Ericromo T;
 300 mL de água (amostra).

2.3 Procedimento
De acordo com o “Manual Prático de Análise de Água” (MS/FUNASA,
2004, p. 47-48), o procedimento tem os seguintes passos:
a) diluição de 25 mL da amostra de água em 50 mL de água destilada;
b) transferir esta solução para um béquer de 100 mL e adicionar 1 a 2 mL da
solução tampão;
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c) finalmente, transferir para um frasco de Erlenmeyer de 250 mL e adicionar


0,05g de indicador Negro de Ericromo T;
d) com a bureta graduada contendo a solução de 0,01 mol/L de EDTA, titule
com EDTA ao mesmo tempo que agite continuamente o frasco de
Erlenmeyer até o desaparecimento da cor púrpura e o aparecimento da cor
azul (fim da titulação);
e) anote o volume de EDTA gasto (em mL);
f) fazer um branco com água destilada;
g) subtrair o volume de EDTA gasto na titulação do branco do volume de
EDTA gasto na titulação da amostra. A diferença é o volume de EDTA da
equação citada acima.
Este procedimento pode ser feito também sem o uso de água destilada,
dispensando-se a titulação em branco.
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Conclusão

A qualidade da água é fator importantíssimo para seu uso na manutenção


da vida e também nas mais diferentes atividades econômicas desenvolvidas pela
humanidade.
A dureza química da água, no que se refere a este pequeno trabalho de
pesquisa, é fundamental, neste sentido, tanto para a prevenção de cálculos
renais, por exemplo, ou para a economia doméstica, já que uma maior dureza
significa menor produção de espuma por detergentes. Na indústria, uma água
mais dura pode refletir em prejuízos no entupimento de tubulações ou mesmo no
risco de explosão de caldeiras.
Neste sentido, a determinação da dureza a partir da titulação de EDTA em
laboratório se mostrou um método bastante simples, rápido e eficaz, sendo
passível de ser reproduzido por pessoas com conhecimentos básicos de vidraria
e de Química.
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Referências bibliográficas

BENEDETTI, E. Água – Fonte de Vida – Considerações. Vet. Not., Uberlândia, v.


18, n. 1, p. 1-15, jan./jun. 2012.

FREITAS et al. Entendendo a dureza e qualidade da água através da


aprendizagem baseada em problemas. In XI Encontro Nacional de Pesquisa
em Educação em Ciências (XI ENPEC). Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis-SC. 3-6 jul. 2017.

HATJE et al. Oceanografia e Química: Unindo conhecimentos em prol dos


oceanos e da sociedade. Quim. Nova, vol. 36, n. 10, p. 1497-1508, 2013.

MENDONÇA, Jean Karlo Acosta & FLORES, Jéssica Soares. Desenvolvimento


de uma metodologia simples para determinação da dureza da água. ScientiaTec:
Revista de Educação, Ciência e Tecnologia do IFRS, v. 4, n. 1, p. 133-142,
jan.-jun. 2017.

MINISTÉRIO DA SAÚDE (MS). FUNDAÇÂO NACIONAL DE SAÚDE (FUNASA).


Manual Prático de Análise de Água. Brasília: Assessoria de Comunicação e
Educação em Saúde, 2004.

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