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Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas

EXPERIMENTOS X

Determinação de Cálcio e Magnésio em uma amostra de água.

BRUNA LETÍCIA DE FREITAS HOLANDA


DÉBORA CRISTINA BRAGANTE COSTA
JONATHAN JOSÉ COSTA CARVALHO
RAÍSSA DOS SANTOS SILVA

Maceió – AL, 16 de Novembro de 2023.


BRUNA LETÍCIA DE FREITAS HOLANDA
DÉBORA CRISTINA BRAGANTE COSTA
JONATHAN JOSÉ COSTA CARVALHO
RAÍSSA DOS SANTOS SILVA

EXPERIMENTOS X

Determinação de Cálcio e Magnésio em uma amostra de água.

Relatório requerido pelos Professores


Alan John Duarte de Freitas e Daniel Ribeiro de
Mendonça da disciplina de Química Analítica
Quantitativa para a obtenção de nota parcial no
curso de Química Subsequente - 3° período.

Maceió – AL, 16 de Novembro de 2023.


SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2. OBJETIVOS ............................................................................................................. 7
3. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS, REAGENTES E SOLUÇÕES ........................ 8
4. METODOLOGIA .................................................................................................... 9
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 10
5.1.CÁLCULANDO A CONCENTRAÇÃO DE CÁLCIO ....................................... 10
5.2.CALCULANDO A CONCENTRAÇÃO DE MAGNÉSIO ................................. 12
5.3.CALCULANDO O DESVIO PADRÃO ............................................................. 14
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 16
7. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 17
8. EXERCÍCIOS ........................................................................................................ 18
1. INTRODUÇÃO.

A dureza total representa a concentração total de sais, especialmente o magnésio e o


cálcio dissolvidos na água, e deve ter seu nível entre 200 a 400 ppm. A água com alta
concentração de minerais é chamada de água dura, ao contrário da água macia que se destaca
por sua baixa concentração de minerais. Análise de dureza total é usado como parâmetro para
designar água como muito dura quando apresenta uma concentração em carbonato de cálcio
superior a 180 mg/L, dura com concentração entre 120 e 180 mg/L, moderadamente dura
entre 60 e 120 mg/L e macia quando os teores em carbonato de cálcio são <60 mg/L (APDA,
2012).
O carbonato de cálcio, também conhecido como calcita, é um mineral inorgânico
quimicamente inerte com características alcalinas que resulta em reações do óxido de cálcio
com dióxido de carbono. Na natureza, o carbonato de cálcio pode ser encontrado nos
minerais, na forma cristalina, e sua fórmula química é 𝐶𝑎𝐶𝑂3 (SOUZA, L. – BRASIL
ESCLA, [s.d.]).
A dureza é uma medida da capacidade de consumo de sabão da água. O termo decorre
de uma expressão de como difícil ou "duro" é lavar roupas com água. Quando o sabão é
misturado com água dura, os minerais combinam-se com o sabão e formam um precipitado
sólido. Isto diminui a eficiência de limpeza do sabão e forma resíduos de sabão. À medida que
é adicionado mais sabão, os sólidos continuam a formar-se até que os minerais se esgotam.
Quando os minerais deixam de estar disponíveis, o sabão forma uma espuma e atua como um
agente de limpeza. O evento responsável pela água dura é a composição da água com alto teor
de minerais, formada quando a água se infiltra através de depósitos de calcário, giz ou gesso,
que são amplamente constituídos por carbonatos de cálcio e magnésio, bicarbonatos e
sulfatos. Isso pode representar problemas críticos em ambientes industriais, onde a dureza da
água causa incrustações na tubulação levando a problemas sérios em Caldeiras, Torres de
Resfriamento e outros equipamentos que manuseiam água (HACH BE RIGHT, [s.d.]).
Em ambientes domésticos, a água dura geralmente é indicada pela falta de formação
de espuma quando o sabão é agitado na água e pela formação de calcário em chaleiras e
aquecedores de água, como na figura 13. Para resolver o problema de dureza é realizado um
processo chamado abrandamento, que é o processo químico através de troca iônica, onde os
íons de cálcio e magnésio, responsáveis pela dureza da água e causadores das incrustações,
são substituídos por íons solúveis de sódio (BIOSIS, 2022).

4
Figura 13: Imagem ampliada de uma secção de tubulação de Caldeira de Vapor com incrustação devido ao
acúmulo do Cálcio e Magnésio (BIOSIS, 2022).

A mudança ocorre através da passagem da água por um leito de resina trocadora de


íons, onde os íons de cálcio e magnésio são retidos pelos grânulos da resina que libera íons de
sódio solúveis (BIOSIS, 2022).
Normalmente, o abrandamento de água pode ser realizado através de dois processos:
precipitação química e troca iônica, conforme representado na figura 14.

Figura 14: Representação esquemática do processo de abrandamento (BIOSIS, 2022).

Na precipitação química, são adicionados cal e carbonato de sódio no processo, o que


faz com que o magnésio e o cálcio sejam precipitados para fora da água. Este processo é
usado em água com muita dureza. Já na troca iônica, os íons de cálcio e magnésio são
substituídos por íons de sódio. Como o sódio é solúvel na água, ele é dissipado e elimina as
incrustações causadas pelos outros dois sais (VEXER, [s.d.]).
Os abrandadores são vasos pressurizados, em formato cilíndrico vertical, construídos
em aço carbono revestidos com epóxi de alta espessura ou totalmente em fibra de vidro com
internos em polipropileno, funcionando num faixa de vazão entre 5,0 a 200,0 m³/hora
(BIOSIS, 2022).
O funcionamento de um abrandador pode ser dividido em 4 fases:
 FASE 1: Retrolavagem em sentido contracorrente;
 FASE 2: Introdução de solução de salmoura a 10% através de um ejetor hidráulico
movido pela força da água de diluição que succiona de um tanque a solução de
salmoura concentrada a 23%;

5
 FASE 3: Lavagem lenta para remover o excesso de regenerante;
 FASE 4: Lavagem rápida ou pré-operação.

Cada fase tem grande importância na correção da dureza da água. O Filtro Abrandador
de Água Dura é indicado para Caldeiras de vapor, lavanderias industriais, água potável,
autoclaves, equipamento de resfriamento, lavagem de peças automotivas, cosméticos entre
outros (BIOSIS, 2022).

Figura 15: Representação gráfica de um abrandador (BIOSIS, 2022).

A Portaria nº888 do Ministério da Saúde, publicada em maio de 2021, estabelece os


procedimentos e responsabilidades relacionados à qualidade da água para consumo humano.
No entanto, essa portaria não define especificamente níveis de dureza da água. Ela se
concentra em parâmetros como a concentração de substâncias químicas, contaminantes
microbiológicos e outros aspectos relacionados à segurança da água potável (PORTARIA,
2021).
“CAPÍTULO II - DAS DEFINIÇÕES.
Art. 5º Para os fins deste Anexo são adotadas as seguintes definições:
I - água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, preparação de
alimentos e à higiene pessoal, independentemente da sua origem;
II - água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabelecido neste
Anexo e que não ofereça riscos à saúde;
III - padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos para os parâmetros da
qualidade da água para consumo humano, conforme definido neste Anexo;
IV - padrão organoléptico: conjunto de valores permitidos para os parâmetros
caracterizados por provocar estímulos sensoriais que afetam a aceitação para
consumo humano, mas que não necessariamente implicam risco à saúde.
(PORTARIA n°888, 2021. Art. 5º).”

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2. OBJETIVO.
 Determinar cálcio e magnésio em uma amostra de água;
 Verificar a potabilidade conforme os normativos legais.

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3. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS, REAGENTES E SOLUÇÕES.
 Suporte universal;
 1 Espátula;
 Garra para Bureta;
 Pêra pipetadora;
 Bureta de 50 mL ou 25 mL;
 1 Pipeta graduada de 1,0 mL
 3 Erlenmeyers de 250 mL;
 Solução padronizada de EDTA 0,01 M;
 Proveta de 50 mL;
 Solução padronizada de Hidróxido de sódio 1 N;
 2 Béqueres de 100 mL;
 Solução Indicadora Murexida.

8
4. METODOLOGIA.
Inicialmente, identificou-se os Erlenmeyers de 250 mL de “A” a “C” para realizar o
experimento em triplicata. Com o auxílio de uma pipeta volumétrica, transferiu-se 25 mL da
amostra de água coletada e, em seguida, adicionou-se 1 mL da solução de hidróxido de sódio
1 N em cada Erlenmeyer. Logo após, preencheu-se a Bureta com 50 mL da solução de EDTA
0,01 M, adicionou-se uma pequena massa do indicador Muxerida, o equivalente a ponta de
uma espátula, em cada amostra e titulou-se até que a solução atingisse a coloração violeta.
Vale ressaltar que a solução indicadora de Muxerida utilizada nesse experimento foi
previamente preparada pelos alunos do professor Alan John do Instituto Federal de Alagoas.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.
A dureza de uma água se refere à quantidade de carbonatos, bicarbonatos, sulfatos ou
cloretos de cálcio e magnésio dissolvidos nela. Quanto maior a quantidade desses sais
dissolvidos na água, mais dura ela é considerada. A amostra de água aplicada nas análises foi
coletada na torneira nas instalações do laboratório de química do Instituto Federal de Alagoas
no dia 19 de outubro de 2023.
Com o intuito de determinar a concentração de cálcio e magnésio, na amostra de água,
podemos utilizar as equações:

𝐃. 𝐓 (𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥) = 𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐂𝐚𝟐+ ) + 𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐌𝐠 𝟐+ ) (Equação 9)

537,3 mg/L Determinada ?


Calculada no na titulação
experimento 9

𝐂𝐄𝐃𝐓𝐀 × 𝐕𝐄𝐃𝐓𝐀 = 𝐂𝐂á𝐥𝐜𝐢𝐨 × 𝐕á𝐠𝐮𝐚 (Equação 10)

0,01 mol/L Gasto ? 25 mL


na
titulação

Reajustando a equação 10, teremos que:

𝟎,𝟎𝟏 𝐱 𝐯𝐨𝐥𝐮𝐦𝐞 𝐠𝐚𝐬𝐭𝐨 𝐧𝐚 𝐭𝐢𝐭𝐮𝐥𝐚çã𝐨 (𝐦𝐋)


𝐂𝐂á𝐥𝐜𝐢𝐨 𝐨𝐮 𝐌𝐚𝐠𝐧é𝐬𝐢𝐨 =
𝟐𝟓 𝐦𝐋

Como a unidade estabelecida para dureza é mg/L, para converter a concentração de


mol/L para mg/L utilizaremos a seguinte relação:

𝑪𝑪á𝒍𝒄𝒊𝒐 𝒐𝒖 𝑴𝒂𝒈𝒏é𝒔𝒊𝒐 𝒙 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒎𝒐𝒍𝒂𝒓 𝒅𝒐 𝑪𝒂𝑪𝑶𝟑 𝒙 𝟏𝟎𝟎𝟎

5.1. CALCULANDO A CEONCENTRAÇAÕ DE CÁLCIO.

Cálculos.

Volumes de EDTA usados:


a) Primeiro ensaio: 2,4 mL;
b) Segundo ensaio: 1,9 mL;
c) Terceiro ensaio: 0,9 mL.
10
 PRIMEIRO ENSAIO.

Utilizando a equação 10, reajustada, obteremos os seguintes resultados,

0,01 × volume gasto na titulação (mL) 0,01 × 2,4 mL


𝐂𝐂á𝐥𝐜𝐢𝐨 =
25 mL
=
25 mL
= 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟗𝟔 𝐦𝐨𝐥
𝐋

Para converter a concentração de mol/L para mg/L, utilizamos o valor da concentração


de cálcio multiplicada pela massa molar do 𝐶𝑎𝐶𝑂3 (100 g/mol) e multiplicada também por
1000, da seguinte forma:
𝑪𝒄á𝒍𝒄𝒊𝒐 𝒙 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒎𝒐𝒍𝒂𝒓 𝒅𝒐 𝑪𝒂𝑪𝑶𝟑 𝒙 𝟏𝟎𝟎𝟎
𝑚𝑔
0,00096 x 100 x 1000 = 96 𝐿

Dessa forma a concentração de cálcio no primeiro ensaio é de:

mg
𝐂𝐂á𝐥𝐜𝐢𝐨 = 96
L

E assim faremos para os próximos ensaios.

 SEGUNDO ENSAIO.

Cálculo da Concentração de Cálcio.

0,01 × volume gasto na titulação (mL) 0,01 × 1,9 mL


𝐂𝐂á𝐥𝐜𝐢𝐨 =
25 mL
=
25 mL
= 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟕𝟔 𝐦𝐨𝐥
𝐋

Conversão da concentração.

𝑪𝒄á𝒍𝒄𝒊𝒐 𝒙 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒎𝒐𝒍𝒂𝒓 𝒅𝒐 𝑪𝒂𝑪𝑶𝟑 𝒙 𝟏𝟎𝟎𝟎


𝑚𝑔
0,00076 x 100 x 1000 = 76 𝐿

Dessa forma a concentração cálcio no segundo ensaio é de:

mg
𝐂𝐂á𝐥𝐜𝐢𝐨 = 76
L

 TERCEIRO ENSAIO.

Cálculo da Concentração de Cálcio.

0,01 × volume gasto na titulação (mL) 0,01 × 0,9 mL


𝐂𝐂á𝐥𝐜𝐢𝐨 =
25 mL
=
25 mL
= 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟑𝟔 𝐦𝐨𝐥
𝐋

11
Conversão da concentração.

𝑪𝒄á𝒍𝒄𝒊𝒐 𝒙 𝒎𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒎𝒐𝒍𝒂𝒓 𝒅𝒐 𝑪𝒂𝑪𝑶𝟑 𝒙 𝟏𝟎𝟎𝟎


𝑚𝑔
0,00036 x 100 x 1000 = 36 𝐿

Dessa forma a concentração cálcio no terceiro ensaio é de:

mg
𝐂𝐂á𝐥𝐜𝐢𝐨 = 36
L
Tabela 6: Valores das concentrações de Cálcio.

Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3


96 mg/L 76 mg/L 36 mg/L

 Calculando a média:

̅ = 96 + 76 + 36 = 69,3 𝒎𝒈
𝐗
3 𝑳

Tabela 7: Dureza total obtida nos ensaios e a média das durezas.

Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Média das durezas


96 mg/L 76 mg/L 36 mg/L 69,3 mg/L

5.2. CALCULANDO A CEONCENTRAÇÃO DE MAGNÉSIO.

 PRIMEIRO ENSAIO.

Utilizando a equação 9 obteremos os seguintes resultados, para o magnésio.

𝐃. 𝐓 (𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥) = 𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐂𝐚𝟐+ ) + 𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐌𝐠 𝟐+ )

Dados:
a) Dureza Total: 537,3 mg/L;
b) Dureza do Cálcio (Calculada): 96 mg/L.

Substituindo os valores, teremos que,

537, 3 mg/L = 96 mg/L + Dureza (Mg 2+ )

Reajustando a formula, teremos que,

𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐌𝐠 𝟐+ ) = 537,3 mg/L – 96 mg/L = 441,2 mg/L


12
 SEGUNDO ENSAIO.

Utilizando a equação 9 obteremos os seguintes resultados, para o magnésio.

𝐃. 𝐓 (𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥) = 𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐂𝐚𝟐+ ) + 𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐌𝐠 𝟐+ )

Dados:
c) Dureza Total: 537,3 mg/L;
d) Dureza do Cálcio (Calculada): 76 mg/L.

Substituindo os valores, teremos que,

537, 3 mg/L = 76 mg/L + Dureza (Mg 2+ )

Reajustando a formula, teremos que,

𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐌𝐠 𝟐+ ) = 537,3 mg/L – 76 mg/L = 461,2 mg/L

 TERCEIRO ENSAIO.

Utilizando a equação 9 obteremos os seguintes resultados, para o magnésio.

𝐃. 𝐓 (𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 𝐓𝐨𝐭𝐚𝐥) = 𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐂𝐚𝟐+ ) + 𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐌𝐠 𝟐+ )

Dados:
e) Dureza Total: 537,3 mg/L;
f) Dureza do Cálcio (Calculada): 36 mg/L.

Substituindo os valores, teremos que,

537, 3 mg/L = 76 mg/L + Dureza (Mg 2+ )

Reajustando a formula, teremos que,

𝐃𝐮𝐫𝐞𝐳𝐚 (𝐌𝐠 𝟐+ ) = 537,3 mg/L – 36 mg/L = 501,2 mg/L

Tabela 8: Valores das concentrações de Magnésio.

Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3


441,2 mg/L 461,2 mg/L 501,2 mg/L

13
 Calculando a média:

̅ = 441,2 + 461,2 + 501,2 = 467,86 𝒎𝒈


𝐗
3 𝑳

Tabela 9: Dureza total obtida nos ensaios e a média das durezas.

Ensaio 1 Ensaio 2 Ensaio 3 Média das durezas


441,2 mg/L 461,2 mg/L 501,2 mg/L 467,86 mg/L

5.3. CALCULANDO O DESVIO PADRÃO.


 Desvio Padrão para o Cálcio.

Fórmula do Desvio Padrão

∑(𝑋𝑖 − ̅
X)2
𝑆= √
𝑛−1
Dados necessários:
a) Ensaio 1: 96 mg/L;
b) Ensaio 2: 76 mg/L;
c) Ensaio 3: 36 mg/L;
d) Média das Durezas: 69,3 mg/L.

Mediante os valores listados, podemos calcular o desvio padrão da seguinte forma:

∑(|(96 – 69,3|)2 + (|76 − 69,3|)2 + (|36 − 69,3|)2


𝑆=√
3−1

712,89 + 44,89 + 1.108,89


𝑆=√
2

𝑆 = √933,335 ≅ 30,55

𝑺 ≅ 30,55 × 100 = 𝟑𝟎𝟓𝟓 %

 Desvio Padrão para o Magnésio.

Fórmula do Desvio Padrão

̅) 2
∑(𝑋𝑖 − X
𝑆= √
𝑛−1

14
Dados necessários:
a) Ensaio 1: 441,2 mg/L;
b) Ensaio 2: 461,2 mg/L;
c) Ensaio 3: 501,2 mg/L;
d) Média das Durezas: 467,82 mg/L.

Mediante os valores listados, podemos calcular o desvio padrão da seguinte forma:

∑(|(441,2 – 467,82|)2 + (|461,2 − 467,82|)2 + (|501,2 − 467,82|)2


𝑆=√
3−1

708,6244 + 43,8244 + 1.114,2244


𝑆=√
2

𝑆 = √933,3366 ≅ 30,55

𝑺 ≅ 30,55 × 100 = 𝟑𝟎𝟓𝟓 %

Altos níveis de magnésio na água potável geralmente não representam um risco à


saúde. O magnésio é um mineral essencial que, quando presente em excesso, pode causar
sabor amargo. No entanto, não costuma ter efeitos adversos graves na saúde, mas pode
contribuir para a formação de depósitos minerais em encanamentos e utensílios domésticos.
Concentrações elevadas de magnésio na água são geralmente seguras, mas podem afetar o
sabor e a qualidade da água e causar incrustações. A qualidade da água deve ser sempre
monitorada para garantir o cumprimento das normas regulatórias estabelecidas pelo
Ministério da Saúde.
A dureza encontrada na água pode ser explicada por várias razões. Certas áreas
geográficas podem conter minerais como a calcita e dolomita, que são ricos em cálcio e
magnésio, a água que passa perto dessas proximidades pode dissolver os materiais, elevando a
concentração de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 na água.
A Portaria nº 888 de 2021 do Ministério da Saúde exige que o limite máximo
permitido para a concentração de dureza na água potável é de 300 mg/L em termos de 𝐶𝑎𝐶𝑂3 .
Qualquer valor acima desse limite é considerado inadequado para consumo humano. Visto
que os valores obtidos na análise estão acima de 300 mg/L, fica evidente que a amostra não
atende aos padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Portanto, a água
em questão não é adequada para consumo humano.

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6. CONCLUSÃO.
Assim como destacado no experimento anterior, a análise de dureza da água é um
parâmetro de suma importância para o estabelecimento da potabilidade da água, pois a água é
considerada o solvente universal. Dessa forma, já compreendemos que a dureza da água está
relacionada com a concentração de íons de determinados minerais dissolvidos, e que valores
altíssimos implicam em alterações em diversas áreas onde a água é utilizada. Cabe destacar,
que mais uma vez, para a análise desse parâmetro, utilizou-se uma solução de EDTA que é
um ótimo agente quelante utilizado para a determinação quantitativa de metais na água.
O procedimento foi realizado em triplicata, por meio de análise volumétrica
(titulação), com EDTA, solução de hidróxido de sódio 1 N e o indicador Murexida, a fim de
determinar a dureza da água pela concentração de cálcio e magnésio em mg/L. Após os
cálculos a concentração média de cálcio e magnésio foi de 69,3 mg/L e 467,86 mg/L,
respectivamente. O desvio padrão entre as análises foi de 3055 % evidenciando que houve
valores discrepantes entre as análises volumétricas.
Dessa forma, após a padronização, foi constatado que água analisada em termos de
dureza de concentração de cálcio e magnésio, apresentam valores de dureza acima de 300
mg/L, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde e pela
PORTARIA nº888 de 2021. Altos níveis de magnésio na água potável podem causar sabor
amargo, mas não apresenta risco direto a saúde humana, já que este mineral é considerado
essencial. Além disso, valores altos de magnésio podem prejudicar tubulações formando
incrustações. Sendo assim, fica clara a importância da análise de parâmetros importantíssimos
como a dureza para garantir o cumprimento das normas regulatórias estabelecidas pelo
Ministério da Saúde.

16
7. REFERÊNCIAS.
Fundação Nacional de Saúde – FUNASA: Manual Prático de Análise de Água, 4ª Edição.
2013

Portaria nº 888/21 do Ministério da Saúde. Disponível em:


https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-gm/ms-n-888-de-4-de-maio-de-2021-
318461562. Acesso em 29/10/2023.

VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa. 5º Ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981.

SOUZA, Líria Alves de. "Carbonato de Cálcio"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/carbonato-de-calcio.htm. Acesso em 14 de novembro
de 2023.

SUMÁRIA, D. FT-QI–DUREZA TOTAL. Disponível em:


<https://www.apda.pt/site/upload/FT-QI-10-%20Dureza%20total.pdf>. Acesso em: 14 nov.
2023.

Fabrica reagentes para ensaios de qualidade de água e instrumentos de análise.


Disponível em: <https://pt.hach.com/>. Acesso em: 14 nov. 2023.

Portal tratamento de água. O que é água dura. Disponível em:


<https://tratamentodeagua.com.br/artigo/agua-dura/>. Acesso em: 14 nov. 2023.

Vexer. Abrandador de água: o que é e qual a função? Disponível em:


<https://www.vexer.com.br/abrandador-de-agua-o-que-e-e-qual-a-funcao/>. Acesso em: 14
nov. 2023.

17
8. EXERCÍCIOS.
Lista de Exercícios.
𝒎𝒈
1. Calcule Cálcio como 𝑪𝒂𝑪𝑶𝟑 : 𝑪𝒂𝑪𝑶𝟑 = 40 x A.
𝑳

“A” é o volume de EDTA utilizado.

Cálculos.

 No primeiro ensaio obtivemos os seguintes resultados:

mg
CaCO3 = 40 x 𝐴1 (Primeiro Volume)
L
mg
CaCO3 = 40 x 2,4 mL = 96 mg/L
L

 No segundo ensaio obtivemos os seguintes resultados:

mg
CaCO3 = 40 x 𝐴2 (Segundo Volume)
L
mg
CaCO3 = 40 x 1,9 mL = 76 mg/L
L

 No terceiro ensaio obtivemos os seguintes resultados:

mg
CaCO3 = 40 x 𝐴3 (Terceiro Volume)
L
mg
CaCO3 = 40 x 0,9 mL = 36 mg/L
L

 Calculando a média:

̅ = 96 + 76 + 36 = 69,3 𝒎𝒈
𝐗
3 𝑳

mg
Dessa forma podemos determinar que valor médio de CaCO3 é de 69,3 mg/L das
L

amostras de água utilizadas.

2. Calcule a dureza em termos de magnésio.

Dureza (Mg2+) = Dureza Total (calculada nos resultados) - Dureza (Ca2+)

 Ensaio 1:
Dureza (Mg2+) = 537,2 mg/L - 96 mg/L
Dureza (Mg2+) = 441,2 mg/L

18
 Ensaio 2:
Dureza (Mg2+) = 537,2 mg/L - 76 mg/L
Dureza (Mg2+) = 461,2 mg/L

 Ensaio 3:
Dureza (Mg2+) = 537,2 mg/L - 36 mg/L
Dureza (Mg2+) = 501,2 mg/L

 Fazendo a média:

̅ = 441,2 + 461,2 + 501,2 = 467, 86 𝒎𝒈


𝐗
3 𝑳

Dessa forma podemos determinar que a dureza em termos de magnésio é de 467,86


mg/L das amostras de água utilizadas.

3. Pesquise os limites aceitáveis de cálcio e magnésio, especifique a legislação. Explique


quais os efeitos causados pelos níveis elevados de dureza.
A Portaria nº 888/2021 do Ministério da Saúde exige que o limite máximo permitido
para a concentração de dureza na água potável é de 300 mg/L em termos de CaCO3. Qualquer
valor acima desse limite é considerado inadequado para consumo humano. Altos níveis de
dureza encontrados na água podem apresentar problemas para consumo, desde odor e gosto
desagradáveis, como também a formação de depósitos minerais em encanamentos e
eletrodomésticos, reduzindo a eficácia e vida útil. Altos níveis de sais presentes na água
podem interferir na ação de sabonetes e detergentes, fazendo com que seja necessário usar
mais produtos para obter a mesma eficácia na limpeza. Essa água dura aplicada na higiene
pessoal pode ocasionar problemas de ressecamento de pele e cabelo. O consumo desse tipo de
água não é prejudicial à saúde, mas pode causar inconvenientes relacionados ao sabor, odor e
eficácia de produtos de limpeza.

4. O que é o cálcio na forma de carbonato, como seria o processo químico de proteção à


corrosão? Em excesso há depósito, este depósito é constituído de quê (ou seja, qual é
a composição química)?
O cálcio na forma de carbonato é conhecido como carbonato de cálcio (CaCO3), um
reagente químico sólido. Para a proteção à corrosão em sistemas de água, como por exemplo
tubulações, o carbonato de cálcio desempenha um importante papel. Esse processo é
conhecido como passivação. O carbonato de cálcio se forma em superfícies metálicas, quando
a água é rica em íons de cálcio (Ca²+) e bicarbonatos (HCO3-) dissolvidos. Esse processo
19
ajuda a criar uma camada protetora sobre a superfície metálica, impedindo que ela entre em
contato direto com a água, dessa forma, evitando a corrosão. Quando há excesso de CaCO3
na água, pode ocorrer a formação de depósitos. Esses depósitos são compostos principalmente
de carbonato de cálcio, mas podem conter outras impurezas e minerais dissolvidos. Sua
composição pode variar dependendo da qualidade da água e das condições do sistema. Além
do CaCO3, pode conter outros sais de cálcio como fosfato de cálcio Ca3(PO4)2, pode conter
também ferro (Fe²+), magnésio (Mg²+), sulfatos (SO4²-) entre outras substâncias químicas.
Esses depósitos de carbonato de cálcio, também conhecidos como incrustações, podem
obstruir tubulações e equipamentos ao longo do tempo, exigindo a remoção periódica dos
depósitos.

5. Expresse as concentrações em termos de quantidade de matéria.

Dados:
 Dureza do cálcio = 69,3 mg/L;
 Dureza do Magnésio = 467,86 mg/L;
 Massa molar do cálcio = 40,078 g/mol;
 Massa molar do magnésio = 24,305 g/mol;
 Volume da solução de carbonato de cálcio = 500 mL/1000 = 0,5 L;
 Volume de água utilizado = 25 mL/1000 = 0,025 L.

CÁLCIO

 PARTE 1 – Relação massa volume do cálcio:

69,3 mg/L
𝐦𝐠/𝐋 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐠/𝐋 = = 0,0693 g/L
1000

 PARTE 2 – Número de mols presentes em 0,0693 g de cálcio.

𝑚 0,0693 𝑔
𝑛= = = 0,00173 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 40,078 𝑔
𝑚𝑜𝑙

 PARTE 3 – Cálculo da Concentração de cálcio:

𝑛 (𝑚𝑜𝑙 ) 0,00173 𝑚𝑜𝑙


𝐂𝐜á𝐥𝐜𝐢𝐨 = = = 𝟎, 𝟎𝟔𝟗𝟐 𝐦𝐨𝐥/𝐋
𝑉 (𝐿 ) 0,025 𝐿

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MAGNÉSIO

 PARTE 1 – Relação massa volume do magnésio:

467,86 mg/L
𝐦𝐠/𝐋 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐠/𝐋 = = 0,46786 g/L
1000

 PARTE 2 – Número de mols presentes em 0,46786 g de magnésio.

𝑚 0,46786 𝑔
𝑛= = = 0,00048 𝑚𝑜𝑙
𝑀𝑀 24,305 𝑔
𝑚𝑜𝑙

 PARTE 3 – Cálculo da Concentração de magnésio:

𝑛 (𝑚𝑜𝑙 ) 0,00048 𝑚𝑜𝑙


𝐂𝐦𝐚𝐠𝐧é𝐬𝐢𝐨 = = = 𝟎, 𝟎𝟏𝟗𝟐𝟓 𝐦𝐨𝐥/𝐋
𝑉 (𝐿 ) 0,025 𝐿

6. Apresente as reações de complexação entre EDTA-Ca e EDTA-Mg. Qual complexa


primeiro? Por quê?
Ca2+ + EDTA ⟶ [Ca(EDTA)]2+

Mg 2+ + EDTA ⟶ [Mg(EDTA)]2+
O EDTA é um agente complexante bastante utilizado para "sequestrar" os íons
metálicos. O cálcio (Ca²+) tende a complexar primeiro com o EDTA, formando
[Ca(EDTA)]²+ devido à maior afinidade do Ca²+ com o EDTA em comparação com o
magnésio (Mg²+). Isso acontece porque o cálcio tem uma maior carga efetiva e maior
polarização em relação ao magnésio, tornando-o mais favorável à formação do complexo.

7. Por que a coloração muda de rósea à violeta?


A mudança da cor rósea para violeta ocorre porque o murexida é um indicador que
reage com íons metálicos, como o cálcio (𝐶𝑎2+ ). No início da titulação, a solução fica rósea
na presença de íons de cálcio. Conforme mais íons de cálcio se ligam ao murexida durante o
desenvolver da titulação, a cor muda para violeta. Isso ocorre porque o complexo formado
entre o murexida e o cálcio é violeta. A transição de cor ajuda a detectar o ponto de
equivalência na titulação, permitindo calcular a concentração de cálcio na água, o que está
relacionado à sua dureza.

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8. Qual a função da adição da solução de NaOH? Expresse a concentração em
quantidade de matéria.
A adição de NaOH tem como objetivo elevar o pH durante a titulação. Aumentar o pH
é necessário para precipitar os íons cálcio (𝐶𝑎2+ e magnésio (𝑀𝑔 2+ ) presentes na água na
forma de hidróxidos insolúveis. Esses hidróxidos formam uma suspensão que pode ser
facilmente titulada com o EDTA, que se liga aos íons cálcio e magnésio, formando complexos
solúveis, o que resulta em uma mudança de cor do indicador murexida que é usada para
indicar o ponto de equivalência da titulação.

 CONCENTRAÇÃO DE NAOH EM QUANTIDADE DE MATÉRIA


O equivalente-grama possui uma evidente relação com a sua massa molar. A
concentração em mol está relacionada com a quantidade em mols, enquanto a normalidade
está relacionada com o número de equivalentes-gramas.
Portanto a concentração em mol está diretamente relacionada com a normalidade, da
seguinte forma:
𝑵
→ 𝑵 = 𝑴 × 𝑭𝑬 (𝑭𝒂𝒕𝒐𝒓 𝒅𝒆 𝒆𝒒𝒖𝒊𝒗𝒂𝒍ê𝒏𝒄𝒊𝒂)
𝑴

Onde, o FE no caso do hidróxido de sódio é 1, já que ele é uma base forte e libera
todas as suas hidroxilas em solução.
Sendo assim, no roteiro é dito que o Hidróxido de sódio tem concentração 1 N (1
Normalide). Isso significa dizer que a sua concentração em mol/L (Quantidade de matéria
também é 1 mol/L.
Vejamos,
𝐍 = 𝐌 × 𝐅𝐄
1N=M ×1
1 𝐦𝐨𝐥
M= = 𝟏𝐌 ( )
1 𝐋

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