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LICENCIATURA EM ENGENHARIA HIDRÁULICA

CADEIRA: Sistema de Abastecimento e Tratamento de Agua

3º Ano – V Semestre

VIIº Grupo

TEMA: Disponibilidade e Qualidade da Água

Discentes: Docente:

1-Bruno Luís Jaqueta Donça; MSc. Edelino Guilherme Foquiço.

2-Elias Armando Domingos;

3-Elizabeth de Luísa Malizane;

4-Massiboi Mairosse Lomosse.

Songo, Junho de 2022


Bruno Luís Jaqueta Donça;

Elias Armando Domingos;

Elizabeth de Luísa Malizane;

Massiboi Mairosse Lomosse.

3º Ano – V Semestre

VII Grupo

Tema: Disponibilidade e qualidade da água

Trabalho elaborado pelos estudantes


de Curso de Engenharia Hidráulica
do Instituto Superior Politécnico de
Songo na disciplina de Sistema de
abastecimento e tratamento de
agua, sob orientação do docente
MSc. Edelino Guilherme Foquiço
para fins de avaliação.

Songo, Junho de 2022


Índice Pag.
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2. Resumo ...................................................................................................................... 2

3. OBJECTIVOS: .......................................................................................................... 1

3.1. Geral ....................................................................................................................... 1

3.2.Específicos: ............................................................................................................. 1

4. Estrutura do trabalho ................................................................................................. 1

5. Metodologia .............................................................................................................. 1

6. DISPONIBILIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA ................................................. 2

6.1. PROPRIEDADES DE ÁGUA ........................................................................... 2

6.1.1.Dissolução ........................................................................................................ 2

6.1.2.Densidade ......................................................................................................... 2

6.1.3.Capacidade térmica da água (calor específico) ................................................ 3

6.1.4.Viscosidade ...................................................................................................... 4

6.1.5.Salinidade ......................................................................................................... 4

6.1.6.Massa específica ............................................................................................... 5

6.1.7.Densidade relativa ............................................................................................ 5

6.1.8.Peso específico ................................................................................................. 5

6.1.9.Viscosidade dinâmica....................................................................................... 6

6.1.10.Viscosidade cinemática .................................................................................. 6

6.1.11.Coesão, adesão e tensão superficial ............................................................... 6

6.1.12.Compressibilidade .......................................................................................... 7

6.1.13.Pressão de vapor ............................................................................................. 7

6.2.CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DAS ÁGUAS


NATURAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA ÁGUA .......................................... 7

6.2.1.Temperatura e estados da água......................................................................... 7

6.2.2.Cor da água....................................................................................................... 8
6.2.3.Turbidez ........................................................................................................... 8

6.2.4.Condutividade eléctrica ....................................................................................... 9

6.5.Microbiologia........................................................................................................ 18

6.6.Enfermidades de transmissão hídrica (causas) ..................................................... 19

6.7.Bactérias indicadoras de contaminação ................................................................ 21

6.8.Parâmetros da qualidade da água .......................................................................... 21

6.9.Índices dos parâmetros da qualidade de água – OMS .......................................... 24

6.10.Índices dos parâmetros da qualidade de água – SNS.......................................... 26

6.11.Eutrofização ........................................................................................................ 26

6.12.Contaminantes da água. Fontes e implicações a saúde humana ......................... 28

Microcistinas .................................................................................................................. 31

Cádmio ........................................................................................................................... 32

Trifluralina ...................................................................................................................... 32

Metolacloro..................................................................................................................... 32

Tabela 3: Contaminantes da água. Fontes e implicações a saúde humana ..................... 32

6.13.Procedimentos para testagem da qualidade da água ........................................... 33

6.14.procedimentos principais de testagem da água ................................................... 34

6.15.Instrumentos utilizados na testagem da água ...................................................... 35

6.14.Procedimentos para análise de fluoretos ............................................................. 36

7.Conclusão .................................................................................................................... 39

8.Referências Bibliográficas ........................................................................................... 40

INICE DE FIGURA
Figure 1-Fases do procedimentos principais de testagem da água .............................................. 35
Figure 2-Medidor de qualidade da Agaua ................................................................................... 36
Figure 3- Medidor de Cloro residual Livre ................................................................................. 38
DISPONIBILIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA 2022

1. INTRODUÇÃO

No presente trabalho de pesquisa abordaremos sobre a qualidade da água onde tem sido
comprometida desde o manancial, pelo lançamento de efluentes e resíduos, o que exige
investimento nas estacões de tratamento e alterações na dosagem de produtos para se
garantir a qualidade da água na saída das estacões. No entanto, tem-se verificado que a
qualidade da água decai no sistema de distribuição pela intermitência do serviço, pela
baixa cobertura da população com sistema público de esgotamento sanitário, pela
obsolescência da rede de distribuição e pela manutenção deficiente, entre outros.
A água é um recurso natural renovável, que participa de vários processos importantes
para a sobrevivência de organismos, sendo também o mais poderoso solvente já
conhecido. Mais de 60% do peso de uma pessoa adulta corresponde à água e alguns
animais aquáticos chegam a ter 98% do seu total (VON SPERLING, 2005). Por ser
encontrada em grande quantidade na Terra ocupando cerca de 354.200 milhões de km²,
cobrindo cerca de 80% de sua superfície, dá-se a falsa sensação de ser facilmente
acessível. Porém, somente 2,5% são próprias para consumo humano (MACÊDO, 2007).
Porém, o que se evidencia actualmente é a grande dificuldade que esse público
apresenta em relacionar o que se aprende no ambiente escolar com situações diárias, o
que faz com que a ciência seja algo restrita à escola, sendo superada por meios de
conhecimento menos sistematizados (PIETROCOLA, 1999).

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2. Resumo

A água que ocorre na natureza é susceptível a contaminação de substâncias diversas,


quer de origem natural e/ou artificial. Alguns dos parâmetros dessas substâncias ajudam
fundamentalmente ditando índices de potabilidade da água que chega aos potenciais
consumidores. Cabe ao presente artigo científico, abordar sobre determinados
parâmetros químicos ou não, que garantem a caracterização das águas.

Palavra chave: Qualidade da água, factores contaminantes, Efeitos e Riscos

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Abastract

The water occurring in nature is susceptible to the contamination of diverse substances,


whether of natural and / or artificial origin. Some of the parameters of these substances
help fundamentally by dictating the potability of the water that reaches potential
consumers. It is up to the present scientific article, to address on certain chemical
parameters or not, that guarantee the characterization of the waters.

Keywords: Water quality, contaminats factors, risks and effects.

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3. OBJECTIVOS:
3.1. Geral:
 Explanar sobre a qualidade de água.

3.2.Específicos:
 Descrever sobre a qualidade de agua;
 Descrever sobre a microbiologia da agua;
 Descrever sobre as enfermidades de transmissão hídricas;
 Descrever sobre os parâmetros de qualidade de agua Estabelecidas pela
Estabelecidas pela OMS e SNS.

4. Estrutura do trabalho

O trabalho está estruturado em 3 partes. A primeira parte é a parte pré-textual que inclui
a capa, folha de rosto, índice de figuras, índice de tabelas e por fim o objectivo do
trabalho. A segunda parte é a parte textual e é composta de introdução, desenvolvimento
e conclusão do trabalho. A terceira e a última parte é a parte pós- textual e é composta
de referência bibliográfica.

5. Metodologia

Para a elaboração do trabalho em vigor foram utilizados manuais físicos e electrónicos


retiradas na internet, cujo os autores estão identificados nas referências bibliografias.

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6. DISPONIBILIDADE E QUALIDADE DA ÁGUA

6.1. PROPRIEDADES DE ÁGUA

A água tem uma estrutura molecular simples. Ela é composta de um átomo de oxigénio
e dois átomos de hidrogénio. Cada átomo de hidrogénio liga-se covalentemente ao
átomo de oxigénio, compartilhando com ele um par de electrões. O oxigénio também
tem um par de electrões não compartilhados. Assim, há 4 pares de electrões em torno do
átomo de oxigénio, dois deles envolvidos nas ligações covalentes com o hidrogénio e
dois pares não-compartilhados no outro lado do átomo de oxigénio.

6.1.1.Dissolução
Uma das propriedades mais importantes da água líquida é a sua capacidade de dissolver
substâncias polares ou iónicas para formar soluções aquosas. A interacção entre as
moléculas do solvente (água) e as do soluto são responsáveis pelo processo de
solubilizarão: cada ião negativo, situado no interior de uma solução aquosa, atrai as
extremidades positivas das moléculas de água vizinhas, o mesmo acontecendo com os
iões positivos relativamente às extremidades negativas. Isso faz com que os iões fiquem
como que recobertos por uma camada de moléculas de água solidamente ligadas a eles,
o que confere grande estabilidade à solução. Nisso consiste o importante fenómeno da
hidratação dos iões. A hidratação dos iões é que promove a "quebra" do retículo
cristalino da substância iónica, ou seja, a dissolução: as forças existentes entre os catiões
e aniões no sólido (ligação iónica) são substituídas por forças entre a água e os iões.

6.1.2.Densidade
A densidade de uma substância mede o grau de compacidade desta substância. E é
definida pela razão entre a massa da substância e o seu volume. Os sólidos são,
geralmente, mais compactos que os líquidos e os gases. Com o aumento da temperatura
da substância, a sua densidade decresce, em geral. De fato, a água é a única substância
que apresenta uma densidade maior quando se encontra no seu estado líquido. O seu
valor máximo obtém-se a 4 ºC. Esta particularidade da água pura deve-se às ligações de
hidrogénio existentes entre as suas moléculas, que na fase sólida (gelo) formam uma

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estrutura ordenada, aberta e muito estável. Com baixas temperaturas, a água, na fase
líquida apresenta uma densidade mais alta que na fase.

Gráfico 1: densidade em relação a temperatura

Como a densidade da água pura e da água do mar vária em relação temperatura. A água
pura tem maior densidade à 4ºC quando se encontra na fase líquida. Com um valor fixo
da concentração do sal (salinidade = 35) a densidade decresce com o aumento da
temperatura. As variações de densidade, cujo máximo se encontra na temperatura de 4º
C, explicam a formação do gelo na superfície dos lagos, não na parte submersa. As
variações de densidade em função da temperatura explicam ainda, os movimentos de
agitação das águas dos lagos durante as estações.

6.1.3.Capacidade térmica da água (calor específico)


A capacidade térmica é definida pela quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura de 1g (grama) de uma determinada substância, e a unidade de medida
utilizada é a caloria. A capacidade térmica da água é bem elevada (1 cal/ºC), quando
comparada com a maioria das substâncias conhecidas (< 1 cal/ºC). Em outras palavras,
a água é capaz de adquirir ou perder muito mais calor que outras substâncias comuns,
quando submetida à mesma temperatura. Esta propriedade da água é sempre relacionada
com a presença das pontes de hidrogénio. A energia térmica, considerada como medida
de movimentação molecular, é utilizada para quebrar as ligações intermusculares,
permitindo que as moléculas se movam mais rapidamente, fato que resulta mudança de

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estado físico das substâncias. Porque a capacidade térmica da água é muito grande e
considerando que 71 % da superfície do globo é coberta por água, pode-se concluir que
a energia de origem solar causa, apenas, pequenas alterações na temperatura do planeta.
Assim, os oceanos controlam o aquecimento ou o arrefecimento do planeta e
proporcionam todas as condições fundamentais para tornar possível à vida na Terra. O
calor é armazenado pelos oceanos durante o verão e é libertado de volta para a
atmosfera no inverno. Assim, os oceanos moderam o clima através da redução das
diferenças de temperatura entre as estações do ano.

6.1.4.Viscosidade
A viscosidade é uma medida da resistência ao fluxo. Em um gás, as moléculas estão em
média longe umas das outras e as forças de atracão não são efectivas. Assim, a
viscosidade não vem do atrito interno, mas da transferência de “momentos” (quantidade
de movimento) entre camadas adjacentes, que se movem com velocidade relativa. As
moléculas que passam de uma camada para outra e que se movem menos rapidamente
levam uma quantidade de movimento maior que as moléculas que passam em sentido
inverso, de modo que a velocidade da camada mais rápida diminui e a velocidade da
camada mais lenta aumenta, diminuindo a velocidade relativa. Em um líquido, as
moléculas estão em média muito perto umas das outras e as forças de atracão são
efectivas. Assim, a viscosidade vem do atrito entre camadas adjacentes, nas quais o
líquido se divide ao escoar.

6.1.5.Salinidade
A salinidade refere-se à quantidade de sais dissolvidos na água do mar, sendo definida
pelo peso total de sais inorgânicos dissolvidos em 1 kg de água. Sua mensuração é feita
pela determinação da condutividade eléctrica, que tende a aumentar com a elevação da
quantidade de sais dissolvidos.
A água do mar de todo o mundo possui em média uma salinidade de 35. Isto significa
que para cada litro de água do mar há 35 gramas de sais dissolvidos (a maior parte é
cloreto de sódio, NaCl), embora possam existir variações em função do ambiente. A
água menos salina do planeta é encontrada no Golfo da Finlândia, no Mar Báltico. O
Mar Vermelho, no Oriente Médio, é considerado como o mais salino, com a maior

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concentração de sais dissolvidos devido à alta taxa de evaporação da superfície, bem


como à pouca descarga fluvial.

6.1.6.Massa específica
Massa específica de uma substância é a massa por unidade de volume. Depende da
dimensão e da estrutura de ligação das moléculas entre si. Devido a esta dependência e a
sua estrutura molecular é que a água é uma das poucas substâncias que aumentam de
volume quando passam a temperaturas inferiores a 𝟒℃, reduzindo, portanto, sua massa
específica a partir desta temperatura, a medida que é aquecida ou resfriada. Esta
propriedade se não analisada com o máximo de cuidado em fase de projecto, pode trazer
problemas irreparáveis de ordem estrutural às unidades do sistema na fase de operação.
Também denominada de densidade absoluta é geralmente simbolizada pela letra grega
minúscula "𝝆 " e sua unidade no S.I. é o 𝒌𝒈/𝒎𝟑 .

6.1.7.Densidade relativa
Denomina-se de densidade relativa a relação entre a densidade da água a uma
determinada temperatura e sua densidade a 4°C, neste ponto definida como igual a
unidade. É geralmente simbolizada pela letra grega minúscula "𝜹 ". Como é uma
relação entre grandezas de mesma unidade é, portanto, a dimensional. Frequentemente
emprega-se 𝜹 = 𝟏, 𝟎 para solução de problemas com água, principalmente nos pré-
dimensionamentos. A água é cerca de 830 vezes mais pesada que o ar seco, porém 133
vezes mais leve na forma de vapor, sob condições normais de pressão. Quando
vaporiza-se ocupa um volume cerca de 1640 vezes maior que na fase líquida. Quando
congela expande-se aproximadamente 9% ocupando um volume de cerca de 1,11 vezes
o da fase líquida na mesma temperatura.

6.1.8.Peso específico
Peso específico é o peso por unidade de volume, ou seja, é o valor da massa específica
multiplicada pela aceleração de gravidade local, ou seja, 𝜸 = 𝝆 ∙ 𝒈. É geralmente
simbolizado pela letra grega minúscula "𝜸". No S.I. peso específico sempre é expresso
em Newton por metro cúbico (𝑵/𝒎𝟑 ). Nos cálculos hidráulicos habituais com água,
utiliza-se 𝜸 = 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝐤𝐠𝐟/𝐦𝟑 .

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6.1.9.Viscosidade dinâmica
A água em escoamento reage à tensão de cisalhamento, sofrendo uma deformação
angular que é proporcional a essa tensão. Coeficiente de viscosidade, viscosidade
dinâmica, viscosidade absoluta ou somente viscosidade, é a constante de
proporcionalidade definida como a razão entre essa tensão de cisalhamento e o
gradiente de velocidade. É geralmente simbolizada pela letra grega minúscula "𝜇" e tem
a dimensão de força por unidade de área. Sua unidade no S.I. é poise (1 poise =
𝟎, 𝟏𝑵. 𝒔/𝒎𝟐 ).

6.1.10.Viscosidade cinemática
Viscosidade cinemática, que é uma grandeza definida a partir da relação entre a
viscosidade e a densidade (𝝅/𝝆) e é geralmente simbolizada pela letra grega minúscula
"𝝂". Sua unidade no S.I. é stoke (𝟏𝒔𝒕𝒐𝒌𝒆 = 𝟏𝒄𝒎𝟐 /𝒔). Habitualmente trabalhamos
com = 𝟏, 𝟎𝟏 ∙ 𝟏𝟎−𝟔 𝒎𝟐 /𝒔, que corresponde a viscosidade da água a 𝟐𝟎℃,
aproximadamente.

6.1.11.Coesão, adesão e tensão superficial


Diz-se que coesão é a propriedade que uma substância tem de conservar-se unida
resistindo a separação. Num comportamento contrário a adesão é a propriedade do
líquido fixar-se na superfície de outros corpos. Por exemplo, a água tende a aderir a
superfície em volta molhando esta superfície ou subindo acima do nível de repouso pelo
efeito chamado de capilaridade, enquanto com o mercúrio ocorre o fenómeno inverso.
No caso da água temos que a adesão é superior a coesão e no do mercúrio a coesão é
maior.

A tensão superficial é o fenómeno que se verifica na superfície de separação entre dois


fluidos não imiscíveis. Esta tensão depende da natureza dos fluidos em contacto e da
temperatura. É determinada pela tensão por unidade de comprimento numa linha
qualquer de separação e é geralmente simbolizada pela letra grega minúscula "𝜎" e
expressa em unidades de força por unidade de comprimento, por exemplo no C.G.S. em
𝑑𝑦𝑛/𝑐𝑚. Para obtenção de resultados menos precisos emprega-se freqüentemente o
valor de 0,007 𝑲𝒈𝒇/𝒎.

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6.1.12.Compressibilidade
Define-se como módulo de compressibilidade ou de elasticidade, também conhecido
como módulo volumétrico de elasticidade ou módulo global de elasticidade, a relação
entre o aumento de pressão e o de massa específica para uma dada temperatura, sendo
geralmente simbolizado pela letra maiúscula "𝐸" (há autores que preferem a letra grega
minúscula "𝜺"). Usualmente adopta-se 𝑬 = 𝟐, 𝟏𝟖 𝒙 𝟏𝟎𝟖𝑲𝒈𝒇/𝒎² para pré-
dimensionamentos com água.

6.1.13.Pressão de vapor
Como qualquer outro líquido, a água também tem a propriedade de vaporizar-se em
determinadas condições de temperatura e pressão. E assim sendo temos que ela entra em
ebulição sob a pressão atmosférica local a uma determinada temperatura. Por exemplo,
no nível do mar (pressão atmosférica normal) a ebulição acontece a 100℃. A medida
que a pressão diminui a temperatura de ebulição também se reduz. Assim, quanto maior
a altitude do local menor será a temperatura de ebulição. Pressão de vapor é, pois, a
pressão exercida pelo vapor em determinado espaço. Geralmente é simbolizada por ℎ𝑣 .
Em condições de cálculos expeditos podemos adoptar o valor de 𝟎, 𝟎𝟐𝟒 𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎².

6.2.CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DAS ÁGUAS


NATURAIS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA ÁGUA

As características mais importantes para se qualificar quimicamente uma água são: pH,
temperatura e estados da agua, cor da agua, condutividade eléctrica acidez, alcalinidade,
cloretos, dureza, sólidos, condutividade eléctrica, elementos e compostos químicos
especiais e gases dissolvidos.

6.2.1.Temperatura e estados da água


A água é uma substância que pode ser encontrada em três fases na natureza, no estado
sólido (neve e gelo), no gasoso (vapor de água e humidade) e na sua forma mais
comum, a líquida (reservatórios de acumulação, lençóis subterrâneos, mares e oceanos,
etc.).A passagem entre um e outro estado envolve um rearranjo das moléculas e de seus
agregados, é preciso muita energia para ferver a água, ou para derreter o gelo, por isto
os ambientes aquáticos são considerados moderadores climáticos, e também são
ecossistemas que apresenta menor variação de temperatura do que o terrestre.

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A alteração da temperatura da água pode ser causada por fontes naturais (energia solar)
ou antropogênicas (despejos industriais e de torres de resfriamento, etc.). A temperatura
exerce influência marcante na velocidade das reacções químicas (Tratamento), nas
actividades metabólicas dos organismos e na solubilidade de substâncias. As águas para
o consumo humano que apresentam temperaturas elevadas aumentam as perspectivas de
rejeição ao uso, as subterrâneas captadas a grandes profundidades frequentemente
necessitam de unidades de resfriamento a fim de se adequarem ao abastecimento, a água
para o consumo doméstico deve ter temperatura refrescante.

6.2.2.Cor da água
Fisicamente quando pura, é um líquido transparente e levemente azulado, praticamente
incolor, sem gosto e sem sabor (líquido incolor, inodoro e insípido).A cor da água é
produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de dimensões inferiores a 10
mícrons – denominadas colóides.

Quando devida exclusivamente a substâncias dissolvidas e em estado coloidal, recebe o


nome de Cor Real. No caso da presença de matérias em suspensão, é denominada Cor
Aparente. A presença de compostos naturais provenientes da decomposição da matéria
orgânica em águas superficiais, agrupadas em substâncias não-húmicas e húmicas, é a
principal causa na da cor água.mA cor também pode ter origem antropogênica, quando
causada por resíduos industriais (tinturarias, tecelagem etc.) e esgotos domésticos.

6.2.3.Turbidez
Pode ser definida como uma medida do grau de interferência (resistência) à passagem
da luz através da massa líquida. A alteração à penetração da luz na água decorre da
presença de substâncias naturais (minerais) em suspensão e de sólidos suspensos
finamente divididos em estado coloidal (argila e sílica), algas e outros microrganismos.
Ela também tem origem nas acções antropogênicas, através dos despejos domésticos e
industriais, da erosão. A clarificação da água, geralmente é realizada pelos processos de
coagulação e filtração da água. A turbidez é uma característica mais própria das águas
correntes, sendo em geral baixa nas águas dormentes. Ela reflecte o grau de
transparência da água, e sua avaliação é realizada em laboratório, com auxílio do
turbidímetro, cuja unidade de medida é a Unidade de Turbidez (UT).

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6.2.4.Condutividade eléctrica
A água pura é um meio isolante, porém sua capacidade de solvência das substâncias,
principalmente de sais, faz com que as águas naturais tenham, em geral, alto poder de
condutividade eléctrica. Esta condutividade depende do tipo de mineral dissolvido bem
como da sua concentração. O aumento da temperatura também eleva a condutividade. A
água com excessivo teor de sólidos em suspensão ou minerais dissolvidos causa
aumento sua densidade e quando estes materiais são sais principalmente 𝑵𝒂𝑪𝒍 esta
causa chamada de salinidade, característica de ambientes marinhos dai a água tem sua
utilidade limitada.A evaporação tende a aumentar a concentração de sais e
consequentemente a salinidade, e inversamente a precipitação tende a diminuir a
salinidade dos ecossistemas aquáticos. Para os gases, a sua presença e concentração nos
ecossistemas aquáticos é importante e indica da qualidade ambiental. Por exemplo a
baixa concentração de oxigénio dissolvido provoca a morte de peixes, e a produção
excessiva de metano pode contribuir para a aceleração do efeito estufa e das mudanças
climáticas. Uma água com presença de 500ppm de sólidos dissolvidos, geralmente,
ainda é viável para uso doméstico, mas provavelmente inadequada para utilização em
muitos processos industriais. Água com teor de sólidos superiores a 1000ppm torna-se
inadequada para consumo humano e possivelmente será corrosiva e até abrasiva.

 Águas doces: águas com salinidade igual ou inferior a 0,5 ‰ (partes por mil);
 Águas salobras: superior a 0,5 ‰ e inferior a 30 ‰;
 Águas salinas: igual ou superior a 30 ‰.

O total de sólidos dissolvidos (TSD) na água doce é menor do que 500 ppm (partes por
milhão), nas águas salobras entre 500 e 30.000 ppm, e nas salinas acima de 30.000 ppm.
O TDS também é utilizado para medir salinidade, pois esta nem sempre é definida
apenas pela presença de sais em solução.

De um modo geral todas as impurezas presentes na água, com excepção dos gases
dissolvidos, têm sua origem nos sólidos incorporados ao seu meio. Devido a essa
condição deve-se dar prioridade a análise deles, pois seu resultado pode direccionar
todo o estudo de caracterização. São caracterizadas como sólidos todas as partículas
presentes em suspensão ou em solução, sedimentáveis ou não, orgânicas ou minerais. A
determinação da quantidade total de sólidos presentes em uma amostra é chamada de

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sólidos totais. A separação dos tipos de sólidos presentes na mistura é feita em


laboratório e classificada da seguinte maneira:

 Totais - massa sólida obtida com a evaporação da parte líquida da amostra a 103℃
a 𝟏𝟎𝟓℃, em 𝒎𝒈/𝒍;
 Minerais ou Fixos - resíduos sólidos retidos após calcinação dos sólidos totais a
𝟓𝟎𝟎℃, em 𝒎𝒈/𝒍;
 Orgânicos ou Voláteis - parcela dos sólidos totais volatilizada no processo de
calcinação, em 𝒎𝒈/𝒍;
 Em Suspensão ou Filtráveis e Não-filtráveis - quantidade de sólidos determinada
com a secagem do material retirado por filtração da amostra, através de micro
malha, de 0,45 𝜇𝑚 (mícron ou micrômetro), em 𝒎𝒈/𝒍;
 Coloidais - fracção dos sólidos compostos de partículas com diâmetros
equivalentes da ordem de 𝟏𝟎−𝟑 𝒂 𝟎, 𝟒𝟓 𝝁𝒎;
 Dissolvidos - fracção dos sólidos compostos de partículas com diâmetros
equivalentes inferiores a 𝟏𝟎−𝟑 𝝁𝒎.

Para se ter uma ideia destas dimensões, as bactérias têm seu tamanho entre
𝟎, 𝟓 𝒆 𝟓, 𝟎 𝝁𝒎 e o olho nu só é capaz de visualizar a partir da dimensão de 100 mícrons
ou 0,1 milímetro.

6.3.Características químicas da água

A importância química da água está no fato do seu poder de dissolver em maior ou


menor intensidade de quase todas as substâncias. Todas as águas naturais contêm gases
e sais minerais em solução adquiridos através do contacto da água com o ar e,
principalmente, com o solo. As águas subterrâneas têm sua qualidade afectada pelas
condições naturais do solo, em função da incorporação de impurezas ocorridas durante a
precipitação, ao longo do escoamento superficial e no processo de infiltração e
percolação, mesmo que as condições naturais da bacia sejam as mais preservadas
possíveis ou mesmo inexploradas. Neste caso os principais factores de influência são a
cobertura e a composição do solo.

Em áreas já habitadas ou exploradas pelo homem a qualidade da água está sujeita ao uso
e ocupação do solo. A presença humana normalmente gera despejos domésticos e de

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processos de transformação, Mesmo que a ocupação seja eminentemente rural, esses


tipos de impurezas estarão presentes, embora namaioria das vezes mais dispersas. Em
áreas agrícolas a qualidade natural da água pode ser perigosamente alterada pela
incorporação de defensivos que atingem o solo e são carreados pelo escoamento
superficial, especialmente quando da ocorrência de precipitações atmosféricas.

As características químicas contam a história da água antes do ponto de colecta de


amostra, e são determinadas por meio de análises laboratoriais, seguindo métodos
adequados e padronizados para cada substância. Os resultados são fornecidos,
geralmente, em concentração da substância em mg/L. Os principais aspectos a serem
considerados são os seguintes:

pH

 Mede o grau de acidez ou alcalinidade da água e outras soluções;


 Medida através da concentração de íons 𝐻 + dissolvidos na água. 𝒑𝑯 = − 𝒍𝒐𝒈[𝑯+ ].
É calculado em escala anti-logarítmica, abrangendo a faixa de 0 a 14. Inferiores a 7 -
condições ácidas - podem contribuir para a sua corrosibilidade e agressividade.
Superioras a 7 - condições alcalinas aumentam a possibilidade de incrustações;
 Quanto menor a concentração de íons H+ mais ácida a solução;
 A variação do pH influencia o equilíbrio de compostos químicos;
 A presença de íons de cálcio evitam a variação pronunciada do pH, por isto é
chamado de solução tampão;
 Sua origem está associada tanto às causas antropogênicas (resíduos domésticos,
industriais etc.) quanto às causas naturais (dissolução de rochas, oxidação da matéria
orgânica, gases da atmosfera etc.).
 A medição é realizada através do aparelho denominado pHmetro, ou por métodos
colorimétricos. O pH influi nas formas livres e ionizada de diversos compostos
químicos, contribui para o grau de solubilidade de substâncias e defini o potencial
de toxicidade de vários elementos.

Alcalinidade

Quimicamente definindo alcalinidade é a propriedade inversa da acidez, ou seja, é a


capacidade de neutralização de ácidos. Em geral a presença de alcalinidade leva a pH

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para valores superiores a 7,0, porém pH inferiores (acima de 4) não significa que não
hajam substâncias alcalinas dissolvidas no meio aquoso.

A sua presença pode ser devido à dissolução de rochas, reacção do CO2 com a água etc.
- Origens naturais, ou à despejos industriais - origem antropogênica. Tem importância
no controle de coagulação química (tratamento), na redução da dureza e da corrosão e,
ainda, no controle dos esgotos. A alcalinidade elevada contribui para as incrustações das
tubulações. A maioria das águas naturais brasileiras tem baixa alcalinidade. Quando o
pH é maior que 9,4 a alcalinidade é devida a hidróxidos e carbonatos e, quando o pH
está entre 8,3 e 9,4 a alcalinidade é devida a carbonatos e bicarbonatos, sendo medida
em 𝑚𝑔/𝐿 de 𝐶𝑎𝐶𝑂3.

Acidez

Quimicamente acidez é a capacidade da água em resistir às mudanças de pH em função


da introdução de bases. Em geral acidez está associada a presença de CO2 livre. A
presença de ácidos orgânicos é mais comum em águas superficiais, enquanto nas águas
subterrâneas é menos frequente a ocorrência de ácidos em geral. Em algumas ocasiões
as águas subterrâneas poderão conter ácido sulfúrico derivado da presença de sulfetos
metálicos. Acidez, pH e alcalinidade estão intimamente inter-relacionados. De um modo
geral o teor acentuado de acidez pode ter origem na decomposição da matéria orgânica,
na presença de gás sulfídrico, na introdução de despejos industriais ou passagens da
água por áreas de mineração. Águas com acidez mineral, além de contribuir para a
corrosão das tubulações e equipamentos, também são desagradáveis ao paladar, sendo,
portanto, desaconselhadas para abastecimento doméstico. A correcção da acidez
excessiva é obtida pelo aumento do pH, com adição de cal ou carbonato de sódio
(barrilha). Na prática rural obtém-se a remoção fazendo a água passar por um leito de
pedra calcária.

Dureza

É uma característica conferida à água pela presença de sais alcalino-terrosos (cálcio e


magnésio) e alguns metais em menor intensidade, sendo expressa em 𝑚𝑔/𝐿 de
equivalente em carbonato de cálcio (CaCO3). A sua presença na água pode ser devido à
dissolução de rochas calcárias - origem natural, ou a despejos industriais - origem

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antropogênica. Quando os sais são bicarbonatos (de cálcio ou de magnésio), a dureza é


denominada Temporária, pois pode ser eliminada quase totalmente pela fervura.
Quando é devida a outros sais, é denominada Permanente. Normalmente, reconhece-se
que uma água é mais dura ou menos dura, pela maior ou menor facilidade que se tem de
obter, com ela, espuma de sabão o que dificulta o banho e a lavagem de utensílios
domésticos e roupas, criando problemas higiénicos, com o surgimento e a determinação
dos detergentes sintéticos ocorreu também a diminuição os problemas de limpeza
doméstica por causa da dureza. Também durante a fervura da água os carbonatos
precipitam-se. Este fenómeno prejudica o cozimento dos alimentos, provoca
"encardido" em panelas e é potencialmente perigoso para o funcionamento de caldeiras
ou outros equipamentos que trabalhem ou funcionem com vapor da água, podendo
provocar explosões desastrosas. As águas duras, em função de condições desfavoráveis
de equilíbrio químico, podem incrustar as tubulações de água quente (vide Figura 1),
caldeiras e aquecedores. Assim pode-se resumir que uma água dura provoca uma série
de inconvenientes:

 É desagradável ao paladar;
 Gasta muito sabão para formar espuma;
 Dá lugar a depósitos perigosos nas caldeiras e aquecedores;
 Deposita sais em equipamentos;
 Mancha louças.

Para a remoção da dureza, usam-se os processos de cal-soda, dos zeolitos e da osmose


reversa.

Salinidade

O conjunto de sais normalmente dissolvidos na água, formado pelos bicarbonatos,


cloretos, sulfatos e, em menor quantidade, pelos demais sais, pode conferir à água o
sabor salino e uma propriedade laxativa (sulfatos). O teor de cloretos pode ser indicativo
de poluição por esgotos domésticos (próximo ou remoto), verificado pela comparação
de várias análises, após estudos de condições e situações locais. Geralmente, têm
origens naturais na dissolução de minerais presentes no subsolo ou pela intrusão de
águas salinas. Também, podem ser de origem antropogênica pelo lançamento de

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despejos domésticos e industriais. São removidos através de troca iónica, eletrodiálise,


osmose reversa ou destilação.

Ferro e Manganês

O ferro, com certa frequência associado ao manganês, confere à água uma sensação de
adstringência (inibir as secreções da pele) e uma coloração avermelhada, decorrente de
sua precipitação. O ferro ocorre com certa frequência em águas naturais, oriundas da
dissolução de compostos ferrosos de solo arenosos, terrenos de aluvião ou pântanos. A
sua presença nas águas se torna notável quando a água se enriquece de oxigénio e o
óxido, passando da forma ferrosa para a forma férrica, de cor marrom-alaranjado.
Também pode ser originário de despejos industriais – origem antropogênica O processo
de remoção depende da forma como as impurezas de ferro se apresentam. Para águas
limpas contendo bicarbonato ferroso dissolvido (na ausência de oxigénio) utiliza a
simples aeração que precipita o ferro. Se o ferro estiver presente junto com matéria
orgânica, essas águas deverão passar por um tratamento completo (aeração, floculação,
decantação e filtração). As águas ferruginosas mancham as roupas, durante a lavagem,
os aparelhos sanitários e, ainda, podem provocar deposições nas tubulações. O
manganês é semelhante ao ferro, possui as mesmas origens, porém é menos comum.
Sua coloração característica é marrom, mas, quando na forma oxigenada, torna-se preta.
Tanto o ferro como o manganês são medidos em 𝑚𝑔/𝐿.

Série Nitrogenada

O nitrogénio pode ser encontrado de várias formas e estados de oxidação no meio


aquático: molecular (𝑁2 ), orgânico, amónia (𝑁𝐻4 ), nitrito (𝑁𝑂2 − ) e nitrato (𝑁𝑂3 − ).
Elemento indispensável ao desenvolvimento das algas, concentrações elevadas de
nitrogênio principalmente em águas paradas ou de deslocamento laminar, podem levar
ao crescimento excessivo desses organismos, no processo chamado de eutrofização. O
excesso de amónia provoca mortandade dos peixes e o processo de oxidação desse
composto em nitrito e em seguida em nitrato consome oxigénio livre, afectando assim a
vida aquática do manancial.

Constituinte de proteínas, clorofila e vários outros compostos orgânicos, a presença de


nitratos na água decorre da decomposição de vegetais e de dejectos e corpos de animais

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mortos, de poluição com fertilizantes e, principalmente da introdução de efluentes de


esgotos sanitários no manancial. Águas com concentrações superiores a 45ppm são
desaconselhadas para uso doméstico pois a sua ingestão contínua pode provocar a
cianose ou doença do bebé azul, ou metahemoglobinemia, principalmente nas crianças.

Formação de algas prejudicando a tomada da água em uma captação

Toxicidade

Geralmente constituem o produto de lançamentos de indústrias poluidoras ou de


actividades humanas. Como exemplos, os cianetos, cromo hexavalente (cromatos) e
cádmio, arsénio, resultado de usos agrícolas; cobre, zinco e chumbo pelo uso de
tubulações com águas solventes; o alumínio, devido à refloculação; do sulfato de
alumínio utilizado no tratamento de água. Alguns outros elementos ou compostos
tóxicos podem estar naturalmente presentes na água, que constituem um grupo de
compostos orgânicos derivados do metano (𝑪𝑯𝟒 ). Na realidade, eles se originam de
substâncias orgânicas muito mais complexas do que o metano, cuja ocorrência é comum
em águas superficiais. Entre essas substâncias aparecem os ácidos húmicos e fúlvicos,
que reagem com o cloro durante o processo de desinfecção, produzindo mais de 150
compostos orgânicos halogenados (THM), voláteis e não voláteis (JOHNSON et al.,
1982). A interacção entre esses contaminantes em águas tratadas altera a sua toxidade
(YANG; DAVIS, 1997), resultando na presença de quatro compostos desse grupo:
clorofórmio (𝑪𝑯𝑩𝒓𝟐 𝑪𝒍𝟐), bromo diclorometano (𝑪𝑯𝑩𝒓𝟐 𝑪𝒍𝟐 ) e bromofórmio
(𝑪𝑯𝑩𝒓𝟑 ). O mais comummente encontrado é o clorofórmio, razão pela qual a maioria

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das informações toxicológicas refere-se a esta substância. Já há evidências de que esses


compostos orgânicos têm sido uma das principais causas da ocorrência de câncer de
bexiga e câncer do cólon (Richter, A.C., 2009).

Fenóis e Detergentes

Sempre decorrentes de factores poluidores de origem antropogênica, o fenóis e os


detergentes, estão constituindo problemas numa fase em que está se tornando comum o
termo “reuso” da água. O fenol é tóxico, mas, muito antes de atingir teores prejudiciais
à saúde, já constitui inconveniente para águas que tenham que ser submetidas ao
tratamento pelo cloro, pois combina com o mesmo, provocando o aparecimento de
gosto e cheiro desagradáveis. Segundo Oliveira (1978), os detergentes, em mais de 75%
dos casos constituídos por Alkyl Benzeno Sulfonados (ABS), são indestrutíveis
naturalmente e, por isso, sua acção perdura em tratamento de água a jusante dos
lançamentos que os contenham. O mais visível inconveniente reside na formação de
espuma quando a água é agitada, e nas concentrações maiores, trazem consequências
fisiológicas.

Radioactividade

O desenvolvimento industrial “nuclear” trará, certamente, problemas de radioactividade


ambiente, e as águas de chuva poderão carrear a contaminação, quando esta já não for
por lançamento directo. Contudo, existem vários tipos de indústrias “não-nucleares”,
que também lançam subprodutos radioactivos na água, a exemplo das tintas
fosforescentes, o que pode vir a constituir um problema.

6.4.Características biológicas

Nos materiais em suspensão na água inclui-se também a “parte viva”, ou seja, os


microrganismos presentes que também constituem impurezas e que, conforme suas
desses microrganismos são patogénicos, podendo, portanto, provocar doenças e até
mesmo ser a causa de epidemias. Outros microrganismos, como algumas algas, são
responsáveis pela ocorrência de sabor e odor desagradáveis, ou por distúrbios em filtros
e outras partes do sistema de abastecimento.

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Embora seja usual denominar esses microrganismos como do grupo coliforme, é


conveniente dividi-los em subgrupos, os quais são comummente utilizados como
indicadores de contaminação fecal em águas de abastecimento:

Coliformes Totais (CT)

Foram as primeiras a serem adoptadas como “indicadoras” de poluição humana. Porém,


vieram se constatar que a sua presença não representaria, obrigatoriamente, que a
contaminação fosse de origem humana ou animal (Escherichia coli), pois estes
organismos também se desenvolvem em vegetações e no solo. Portanto, não é possível
afirmar categoricamente que a amostra de água com resultado positivo somente para
coliformes totais tenha entrado em contacto com fezes de animais de sangue quente,
incluindo o homem.

Coliformes Termotolerantes (CTe)

Pertencem a este subgrupo, somente as bactérias do grupo coliforme que fermentam a


lactose à alta temperatura (44,5 ºC ± 0,2 ºC, em 24 horas), de modo a eliminar
bactérias de origem não fecal. Portanto, os CTes se desenvolvem, também, em
temperaturas mais altas. Suas principais representantes são a Escherichia coli e a
Klebsiella, sendo realizadas pesquisas, somente quando se constata a presença de
Coliformes Totais.

Escherichia coli (E. coli)

Bactéria do grupo coliforme que fermenta a lactose e manitol, com produção de ácido e
gás (44,5 ºC ± 0,2 ºC, em 24 horas). É o único coliforme que se desenvolve apenas na
flora intestinal dos animais de sangue quente sendo, portanto, considerado como o mais
específico indicador de contaminação fecal recente e de eventual presença de uma
variedade de organismos patogénicos, apresentando grande risco à saúde.

Bactérias heterotróficas

Bactérias que são capazes de produzir unidades formadoras de colónia (UFC), na


presença de compostos orgânicos sob determinadas condições (35,5 ºC ± 0,5 ºC, por 24

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horas). São conhecidas por bactérias oportunistas que atacam pessoas com o organismo
já debilitado, crianças e idosos.

6.5.Microbiologia
Há vários tipos de doenças que podem ser causadas pela água .São assim
denominadas quando causadas por organismos ou outros contaminantes disseminados di
retamente por meio da água. Em locais com saneamento básico deficiente
(falta de água tratada e/ou de rede de esgoto ou de alternativas adequadas para deposiçã
o dos dejectos humanos).
As doenças podem ocorrer devido à contaminação da água por esses dejectos ou pelo co
ntacto com esgoto. A falta de água também pode causar doenças, pois sua escassez
impede uma higiene adequada.

A água é normalmente habitada por vários tipos de microrganismos de vida livre e não
parasitária, que dela extraem os elementos indispensáveis à suas subsistências.
Ocasionalmente são aí introduzidos organismos parasitários e/ou patogénicos, que
utilizando a água como veículo, podem causar enfermidades, constituindo um perigo
sanitário potencial e que quase na totalidade destes patogénicos são incapazes de viver
em sua forma adulta, ou reproduzir-se fora do organismo que lhe serve de hospedeiro e,
portanto, tem vida limitada quando se encontram na água, isto é, fora do seu habitat
natural. Entre os principais tipos de organismos patogénicos que podem encontrar-se na
água estão: Vírus, bactérias, protozoários e vermes parasitas estão entre os organismos
patogénicos, incluem-se também na lista de doenças de transmissão hídrica,
aquelas causadas por insetos que se desenvolvem na água.

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6.6.Enfermidades de transmissão hídrica (causas)

Enfermidades Causas (Agente causador)

Origem Bactériana

Cólera Micróbio Vibrio cholerae

Febres tifoide, Salmoneloses e paratifoide Salmonella typhi/Salmonella paratyphi

Meningites, infecções no trato urinário, Escherichia Coli


bacteremia e doenças diarreicas

Legionella Pneumophila, febre de pontiac e L. Pneumophila


legionelose

Infecções humanas e de animais dos pulmões, Macrófagos preenchidos com Mycrobacterium


nódulos linfáticos, pele, ossos e tratos Avium Comolex (MAC)
gastrointestinais e genitourinário

Fibrose cística, doenças brandas em indivíduos Pseudomonas aeruginosas


saudáveis infecções secundarias em ferimentos
ou cirurgia

Shigelose Shigella spp


Yersinose Yersinia enterocolitica
Enfermidades de febres, diarreias infecciosas Campylobacter jejuni
e dor abdominal
Origem Viral
Gastroenterite, Conjuntivite, Faringite Adenovírus (∅ = 70𝑛𝑚), Norovírus

Gastroenterite aguda Calicivírus (vírus do tipo Norwaik) (∅ =


32𝑛𝑚)
Febre branda, miocardites, Enterovírus (∅ = 30𝑛𝑚), Poliovírus
meningoencefalites, poliomielites falha
múltipla de órgãos em neonatos

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Gastroenterite viral aguda, diarreia aguda Rotavírus (∅ = 40𝑛𝑚)

Hepatite A Vírus da Hepatite A (∅ = 27 − 32𝑛𝑚)

Hepatite E Vírus da Hepatite E (∅ = 32 − 34𝑛𝑚)

Origem parasitária protozoário

Giardíase e criptosporidíase, Severa diarreia, Cryptosporidium parvum (∅ = 4 − 6𝜇𝑚


diarreia branda
Dracunculíase Dracunculus medinensis
Disenteria, abcesso amebiano do fígado Entamoeba histolytica, Entamoeba coli
(amebíase)
Enfermidades nutricionais (síndrome de ma Giardia intestinales (syn. G. lamblia)
absorҫão)
Origem Verminosa
Esquistossomose (xistosa) Schistosoma mansoni
Ascaridíase (lombrigas ou bichas) Ascaris lumbricoide
Taeníase (solitária) Enterobius
Oxiuríase Enterobius vermiculares ou Oxiures
vermiculare
Ancilostomíase (amarelão) Ancylostoma duodenale/ Necatur americanos
Doenças transmitidas por vectores que se relacionam com a água

Malária Parasita Plasmodium, seu vector: anofelino


(Anopheles)
Dengue Flavivirus. A, seu vector: Aedes aegypti

Febre-amarela Vírus chamado Flavivirus, seu vector: Aedes


aegypti

Tabela 1: Enfermidades de transmissão hídrica

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6.7.Bactérias indicadoras de contaminação

De acordo com OMS(1995), as bactérias indicadoras de contaminação são assim


mencionadas: A presença de microrganismo indicador é sinal potencial da presença de
microrganismo que causa doenças gastrointestinais e tem sido utilizado com sucesso ao
longo do tempo. As bactérias indicadoras de contaminação fecal mais utilizadas
atualmente são: coliformes termotolerantes, E. coli e enterococo ou estreptococo fecal.

Escherichia coli:bactéria pertencente à família Enterobacteriaceae, caracterizada pela


presença das enzimas B-galactosidase e B-glicuronidase. Cresce em meio complexo a
44-45ºC, fermenta a lactose e manitol com produção de ácido e gás e produz indol a
partir do aminoácido triptofano.

É abundante em fezes humanas e de animais, tendo somente, sido encontrada em


esgotos, efluentes, águas naturais e solos que tenham recebido contaminação fecal
recente (Resolução CONAMA 274/00).

Enterococos: bactérias do grupo dos estreptococos fecais, pertencente ao gênero


Enterococcus (previamente considerado estreptococos do grupo D) o qual se caracteriza
pela alta tolerância às condições adversas de crescimento, tais como: capacidade de
crescer na presença de 6,5% de cloreto de sódio, a pH 9,6 e nas temperaturas de 10º e
45ºC. A maioria das espécies de Enterococcus são de origem fecal humana, embora
possam ser isoladas de fezes de animais (Resolução CONAMA 274/00).

6.8.Parâmetros da qualidade da água

Actualmente, a água encontrada na natureza é em geral inapropriada para o consumo


humano, devido presença de uma série de contaminadores que podem ser prejudiciais à
saúde. (Richter, 2009)

Sendo que, na maior parte das vezes, estes contaminadores são resultantes de
actividades do próprio homem (que contamina a água com esgoto, lixos, pesticidas
agrícolas, fertilizantes e outros). Desta forma, o homem criou maneiras de retirar a água
dos cursos de água, tratá-la e posteriormente distribuí-la para consumo (PEREIRA,
2012).

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Para tanto, é necessário que atenda ao padrão de potabilidade, que são as quantidades
limites que, com relação aos diversos elementos, podem ser toleradas na água de
abastecimento, quantidades definidas geralmente por decretos, regulamentos ou
especificações (RIGOBELO et al., 2009).

Os paramentos para definir a qualidade das águas de domínio pública, serão aferidas em
função da sua categoria, tendo em consideração o objectivo último do seu uso, quer este
seja, comum ou privativo.

São estabelecidas as seguintes categorias de qualidade das águas:

 Água para fins de consumo humano;


 Água para fins agro-pecuários;
 Água para fins de piscicultura;
 Água para fins recreativos (natação, esqui aquático e mergulho).

Os parâmetros essenciais que devem caracterizar a qualidade da água, em função da sua


categoria, para averiguar a conformidade das águas com os padrões de qualidade e para
permitir a determinação de esquemas de tratamento adequados, as águas serão
classificadas qualitativamente observando se os parâmetros fixados abaixo:

Água para fins de consumo humano: Aplicar-se-ão como parâmetros de qualidade


da água para consumo humano, os parâmetros fixados na regulamentação específica
sobre a matéria;
Água para fins agro-pecuários, para além dos parâmetros abaixo, dever-se-ão
observar os intervalos recomendados e classificação da água para fins de rega.
Pecuária:
Bactérias < 40⁄100 ml ; Baixas concentrações de substâncias tóxicas
Irrigação:
 Total de sólidos dissolvidos < 500 ; Totalde bactérias<ou = 100000/100 ml/l ;
 Salinidade: média através de condutividade eléctrica da água (CE água,
Ms/Cm);
 Níveis de absorção de sódio (SAR) da água de rega.

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Água para fins de piscicultura

 PH: 6.5-8.5;
 DBO <ou=1-2 mg/l
 Oxigénio dissolvido 6-7 mg/l (15OC); 4-5 ml/l (20º C)

Água para fins recreativos (Natação, esqui aquático e mergulho):

 Nulo de cloro, cheiro, gosto e turvação;


 Bactérias totais < 100/100 𝑚𝑚⁄𝑚
 Coliformes < 100/100 𝑚𝑚⁄𝑚.

Água para fins de processamento de alimentos, bebidas alcoólicas e nas alcoólicas:

 Água para fins de consumo humano;


 Anião floreto (F-<1 ppm).

Para divulgação dos dados colectados nos monitoramentos, informando os valores de


concentração dos poluentes nos corpos de água, adopta-se o IQA que retrata, através de
um índice único global, a qualidade das águas em um determinado ponto de
monitoramento. Os índices podem ser entendidos como “notas”, que retratam condições
que variam de “muito ruim” a “excelente”, ou que permitem inferências sobre alguns
aspectos específicos sobre o curso de água, tal como biodiversidade e toxicidade.

Os índices não são um instrumento de avaliação de atendimento à legislação ambiental,


mas sim de comunicação para o público das condições ambientais dos corpos de água.
Vários itens de qualidade são convertidos em uma nota ou avaliação única. A
capacidade de síntese proporcionada por um índice é de grande valia para a
comunicação com o público.

O IQA é um modelo matemático simples. Sua estrutura foi estabelecida através de


pesquisas de opinião junto a vários especialistas da área, quando cada um seleccionou
os parâmetros que julgava relevantes para avaliar a qualidade das águas e estipulou,
para cada um deles, um peso relativo. Assim o IQA reúne nove parâmetros,
considerados mais representativos para a caracterização da qualidade das águas:

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 Coliformes fecais (termotolerantes);


 PH;
 Demanda bioquímica de oxigénio;
 Nitrato;
 Fosfato total;
 Temperatura da água;
 Turbidez;
 Sólidos totais e oxigénio dissolvido.

6.9.Índices dos parâmetros da qualidade de água – OMS

PARAMETRO UNIDADE OMS


MICROBIOLOGICOS
Coli fecales o E. col UCF / 100ml 0
Coliformes totales UCF / 100ml 0
Bact. heterotróficas UCF / ml -
Químicos De Importância Para La Salud
Inorgânicos
Antimónio 𝒎𝒍⁄𝒍 0,005
Arsénio 𝒎𝒍⁄𝒍 0,01
Bário 𝒎𝒍⁄𝒍 0,7
Boro 𝒎𝒍⁄𝒍 0,3
Cádmio 𝒎𝒍⁄𝒍 0,003
Cianuro 𝒎𝒍⁄𝒍 0,07
Cobre 𝒎𝒍⁄𝒍 2
Cromo 𝒎𝒍⁄𝒍 0,05
Fluoruro 𝒎𝒍⁄𝒍 1,5
Manganesco 𝒎𝒍⁄𝒍 0,5
Mercúrio 𝒎𝒍⁄𝒍 0,001
Molibdeno 𝒎𝒍⁄𝒍 0,07
Níquel 𝒎𝒍⁄𝒍 0,02

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Nitrato 𝒎𝒍⁄𝒍 50
Nitrito 𝒎𝒍⁄𝒍 3
Plomo 𝒎𝒍⁄𝒍 0,01
Selénio 𝒎𝒍⁄𝒍 0,01
Orgânicos
Tetracloruro de 𝒎𝒍⁄𝒍 2
carbono
Diclorometano 𝒎𝒍⁄𝒍 20
1,1 dicloroetano 𝒎𝒍⁄𝒍 NDS
1,2 dicloroetano 𝒎𝒍⁄𝒍 30
1,1,1 tricloroetano 𝒎𝒍⁄𝒍 2
Cloruro de vinilo 𝒎𝒍⁄𝒍 5
1,1 dicloroeteno 𝒎𝒍⁄𝒍 30
1,2 dicloroeteno 𝒎𝒍⁄𝒍 50
Tricloroeteno 𝒎𝒍⁄𝒍 70
Tetracloroeteno 𝒎𝒍⁄𝒍 40
Benceno 𝒎𝒍⁄𝒍 10
Tolueno 𝒎𝒍⁄𝒍 700
Xilenos 𝒎𝒍⁄𝒍 500
Etilbenceno 𝒎𝒍⁄𝒍 300
Estireno 𝒎𝒍⁄𝒍 20
Benzopireno 𝒎𝒍⁄𝒍 0,7
Monoclorobenceno 𝒎𝒍⁄𝒍 300
1,2 diclorobenceno 𝒎𝒍⁄𝒍 1
1,3 Diclorobenceno 𝒎𝒍⁄𝒍 NDS
1,4 Diclorobenceno 𝒎𝒍⁄𝒍 300
Triclorobencenos 𝒎𝒍⁄𝒍 20
Adipato de di 𝒎𝒍⁄𝒍 80
(2etilhexilo
Ftalato de 𝒎𝒍⁄𝒍 8
di(2etilhexilo)

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Acrilamida 𝒎𝒍⁄𝒍 0,5


Epiclorhidrina 𝒎𝒍⁄𝒍 0,4
Hexaclorobutadieno 𝒎𝒍⁄𝒍 0,6
EDTA 𝒎𝒍⁄𝒍 200
Ac. Nitrilotriacético 𝒎𝒍⁄𝒍 200
Óxido de tributilestaño 𝒎𝒍⁄𝒍 2

Tabela 2: Índices dos parâmetros da qualidade de águas-OMS

6.10.Índices dos parâmetros da qualidade de água – SNS

Parâmetros da qualidade de água são indicadores de qualidade de águas e constituem


impurezas quando alcançarem valores superiores aos estabelecidos para determinado
uso, os seguintes parâmetros:

 Físicos;
 Químico;
 Biológico.

Os padrões de qualidade de água usados nos países individualmente são influenciadas


pelas autoridades nacionais e factores económicos. Mas as politicas e conveniências
ameaçam por um perigo a saúde pública (OMS,1984). No caso de Moçambique, o
LNHAA (Laboratório Nacional de Higiene de Águas e Alimentos) a FIPAG e MISAU,
são as instituições de tutela na elaboração das normas próprias para qualidade de água.

6.11.Eutrofização

De todos os fenómenos poluidores da agua, a entronização e aquele que apresentam as


mais complexas características, em função de sua base essencialmente biológica. O
conceito de entronização relaciona-se com uma superfertilização do ambiente aquático,
em decorrência da presença de nutrientes. Etimologicamente o termo eutrófico significa
“muito alimentado” ou “alimentado em excesso”. A entronização e, portanto, o
fenómeno que transforma um corpo de água em um ambiente bastante fertilizado ou

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bastante alimentado, o que implica um crescimento excessivo de plantas aquáticas. Em


razão da presença de nutrientes em excesso, os organismos vegetais encontram
condições favoráveis ao seu crescimento, o qual pode atingir proporções intensas,
caracterizando-se, assim, o estabelecimento da entronização.
Os principais nutrientes que provocam o crescimento excessivo das plantas aquáticas
são o nitrogénio e o fósforo. Em alguns casos, a disponibilidade de nutrientes e tão
grande que os organismos vegetais chegam a cobrir completamente o espelho de agua
de lagos e represas. São nesses ambientes que a entronização ocorre com maior
intensidade, principalmente em função do elevado período de residência da agua, o qual
proporciona tempo suficiente para o crescimento das plantas.
aquáticas, notadamente algas e macrofitas (plantas aquáticas superiores). Em rios, a
entronização e menos frequente em virtude das altas velocidades (isto e, baixos tempos
de residência da agua) e da elevada turbidez, que constituem condições desfavoráveis ao
crescimento de plantas aquáticas. E interessante observar que, na verdade, o fenómeno
poluidor propriamente dito não e a entronização em si, mas sim a consequência do seu
estabelecimento. O crescimento exagerado da vegetação aquática faz com que, após sua
morte, sejam demandadas grandes quantidades de oxigénio para sua decomposição. E
exactamente este o problema principal da entronização, ou seja, uma influencia negativa
no balanço de oxigénio em consequência da decomposição da vegetação aquática que
cresceu exageradamente em virtude da presença de nutrientes em excesso.
Além de prejuízos ao balanço de oxigénio, a entronização causa uma serie de
inconvenientes, tais como geração de maus odores, proliferação de mosquitos e insectos
(cujas larvas encontram condições favoráveis de desenvolvimento nas folhas das plantas
aquáticas), mortandade de peixes, solubilizarão de compostos diversos na região do
fundo do corpo de agua (em decorrência das condições de acidez, proporcionadas pela
anaerobiose), prejuízos a navegação e recreação, etc.
Particularmente graves são os problemas causados pelas algas em aguas de
abastecimento. Muitas das algas que se desenvolvem em lagos e em represas
eutrofizados são tóxicas tanto ao homem quanto aos animais, alem de conferirem a agua
sabor e odor repugnantes. Os compostos nutrientes, cuja presença no corpo de agua da
inicio ao processo da entronização, são originários principalmente dos esgotos
domésticos e de criatorios de animais. As concentrações medias de nitrogénio total nas

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aguas residuarias domesticas e de granjas suinícolas situam-se, respectivamente, nas


faixas de 35 mg/L a 70 mg/L e 1200 mg/L a 2400 mg/L, enquanto os valores para o
fósforo oscilam entre 10 mg/L e 20 mg/L e 1200 mg/L a 1800 mg/L. Nesse aspecto, e
importante destacar o conceito de nutriente limitante, isto e, aquele que, sendo essencial
para o crescimento de determinada população, esta presente na menor concentração
relativa a demanda do organismo. Sabe-se que a demanda das algas com relação a
nitrogénio e fósforo e próxima do valor N/P = 10, que corresponde a constituição de sua
biomassa. Se em um determinado corpo de agua a relação N/P for superior a 10, o
fósforo actuara como nutriente limitante, já que ele estará presente em concentrações
inferiores as demandadas pelos organismos. Nesse caso, não haveria um crescimento de
algas em razão da insuficiência de fósforo na massa de agua. Quando N/P e inferior a
10, o nitrogénio assume o papel de nutriente limitante. No entanto, se houver uma
elevação da concentração do nutriente limitante, ocorrera um crescimento populacional,
com essa situação persistindo ate o ponto em que a concentração desse nutriente passe a
ser tão elevada no meio que, gradativamente, um outro nutriente vai assumindo o papel
de limitante, por não se apresentar em concentrações suficientes para suprir os elevados
requisitos da população formada. Essas considerações são relevantes quando se trata de
coibir o crescimento de algas para se reduzir o impacto da entronização. Nesse caso, as
atenções devem ser dirigidas para impedir a entrada do nutriente.

6.12.Contaminantes da água. Fontes e implicações a saúde humana

As maiores fontes poluidoras dos recursos hídricos estão localizadas nas áreas urbanas.
O intenso uso da água nas residências, comércio e indústrias produziu um ciclo de
contaminação através da emissão de efluentes nos rios. Segundo Tucci (2008), isso
ocorre devido ao: Despejo do esgoto sanitário sem tratamento directamente nos corpos
hídricos;
 Transporte de grande quantidade de material orgânico e metais que são
transportados pelo esgoto pluvial durante as épocas de chuva;
 Ocupação irregular das áreas urbanas;
 Contaminação por efluentes industriais, despejados de maneira irregular e sem
 atender os parâmetros mínimos exigidos pela legislação;

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 A Contaminação de águas subterrâneas por despejos industriais e domésticos, por


meio das fossas sépticas; Vazamento dos sistemas de esgoto sanitário e pluvial,
entre outros; Disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos;
 Os cemitérios são fontes potenciais de impactos ambientais, principalmente quanto
ao risco de contaminação das águas subterrâneas e superficiais por bactérias e vírus
que proliferam durante os processos de decomposição dos corpos, além das
substâncias químicas liberadas.

⁄𝒍
𝟎, 𝟕𝒎𝒍
MCL

A ingestão de pequenas quantidades de bário


em curtos períodos de tempo pode provocar
vómito, cólica estomacal, diarreia,
dificuldade respiratória, alteração da pressão
Bário sanguínea, adormecimento da face e
Riscos e Efeitos debilidade muscular. A ingestão de altas
quantidades de compostos de bário solúveis
em água ou no conteúdo estomacal pode
causar alterações no ritmo cardíaco e
paralisia, e levar a óbito se não houver
tratamento.
A principal fonte de bário no ar atmosférico
Fontes de é a emissão industrial, particularmente
Contaminação combustão de carvão e óleo diesel e
incineração de resíduos.

MCL 0,004 𝑚𝑙 ⁄𝑙
Endrin A população geral pode ser exposta ao
Riscos e Efeitos composto por ingestão de alimentos e agua
contaminados, inalação de ar e contacto com

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solo de áreas de disposição de resíduos


perigosos.
O endrin não se dissolve muito bem na agua.
No meio aquoso, liga-se fortemente às
Fontes de Contaminação partículas do sedimento, nele se
concentrando, e concentrado em aguas
subterrâneas e superficiais. O composto
pode ser encontrado na atmosfera após a
nebulização de cultura agrícola onde
apresenta meia-vida mas e extremamente
presente em solos .

MCL 716 𝑚𝑙 ⁄𝑙
efeitos irritantes, Dor de cabeça, Vertigem,
Cianeto Náusea, Vómitos, ansiedade, Convulsões,
Riscos e Efeitos Respiração superficial, Inconsciência,
paralisia respiratória, doenças
cardiovasculares, morte

Fontes de Contaminação

MCL 9 𝑚𝑙 ⁄𝑙

A inalação de pentaclorofenol provoca


irritação no trato respiratório, garganta e
olhos, produzindo sensação de queimação e
Pentaclorofenol Riscos e Efeitos lacrijamento. Na exposição altas doses
podem ocorrer febre alta, fraqueza,
alterações respiratórias, da pressão
sanguíneo e do debito urinário, convulsão e
colapso. A exposição crónica a pequenas
quantidades de causar danos nos rins, fígado

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e sistemas nervosos de alterações


hematológicos
A contaminação atmosférica pode ocorrer
Fontes de Contaminação por volatilização da madeira tratada e
resíduos das fabricas de tratamento da
madeira .

MCL 0,02𝑚𝑔⁄𝑙
Não há informações sobre efeitos TCBs a
saúde humana excepto alguns estudos de
caso que relatam irritação ocular e na
garganta de indivíduos expostos a vapor de
Triclorobenzenos Riscos e Efeitos 1,2,4 TCB e o relato de uma mulher que
desenvolveu anemia plástica após a
exposição crónica ao 1,2,4 TCB proveniente
de lavagem das roupas de trabalho.

Fontes de Contaminação A exposição humana ao TCBs pode ocorrer


por via respiratória e oral

⁄𝑙
0,00𝑚𝑔
MCL
Causam alteracões biológicas em animais e
Microcistinas seres humanos;
Riscos e Efeitos Pode levar a morte do ser humano lesando o
fígado e sistema nervoso ou somente irritar a
pele.

O factor de contaminação pode ser directa


Fontes de Contaminação ou indirecta.

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MCL 30𝑚𝑔
Enfisema pulmonar
Hipertensão arterial
Riscos e Efeitos Doenças renas
Anemia
Diminuição da testosterona
Cádmio O cádmio esta presente em mariscos, ostras
e peixes de agua salgada, alguns tipo de chã
Fontes de Contaminação
e na fumaça de cigarro, outras, fontes
incluem soldas, pigmentos (pinturas ) ripas
galvanizadas, bactérias combustão de
automóveis
⁄𝑙
445𝑔
MCL
Ingestão : irritação de musas, reflexos no
Trifluralina Riscos e Efeitos sistema nervoso central, tonturas de cabeça,
náuseas, perturbação da visão e tremores

Fontes de Contaminação Uso de embalagem vazia

1,12 𝑔/𝑚𝑙
MCL

Irritante para olhos e pele.


Metolacloro Riscos e Efeitos

Fontes de Contaminação comer, beber e fumar durante o manuseio


do produto.
manipular o produto com as mãos
desprotegidas.

Tabela 3: Contaminantes da água. Fontes e implicações a saúde humana

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6.13.Procedimentos para testagem da qualidade da água

Os procedimentos a seguir para a testagem de água envolvem análises laboratoriais em


amostras colectadas de um vasto sistema de instalações de água potável.

Colecta e preparação da amostra


As amostras são preparadas, tal como indicado para o tipo de teste. Por exemplo, os
testes para bactérias necessitam de um recipiente de colecta estéril para evitar leituras
não muito fiáveis.
Testes químicos específicos podem exigir um composto de fixação no recipiente de
colecta para evitar perdas. As análises químicas são frequentemente indicadas em casos
de águas fora dos padrões ou suspeitas de contaminação.
O tempo também é importante em alguns procedimentos. A amostragem de corrosão,
por exemplo, é melhor efectuada após um período de não utilização, para maiores
concentrações de poluentes.
A testagem de água para contaminação por sulfeto de hidrogénio, por outro lado, é
melhor feita no local já que o gás e altamente volátil.

Testagem de Rotina
São realizados testes de rotina de contaminantes comuns anualmente. Embora possa ser
tentador testar para todos os possíveis contaminantes, tais testes extensivos não são
necessários.
São analisadas as amostras de água quanto ao PH, nitritos, sólidos dissolvidos e
bactérias coliformes. A testagem anual é feita para poços particulares.

O teste de PH
É um procedimento simples, utilizando-se um comparador dividido em 8 partes da
amostras de comparação de cor. Uma tira de teste é colocada na amostra e a cor
resultante é comparada com as amostras.
Outros procedimentos laboratoriais requerem o uso de reagentes para determinar as
concentrações de produtos químicos.

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Os ensaios de nitrogénio e amoníaco são exemplos de procedimento que requerem a


utilização de reagentes.

Contaminação suspeita
O teste de sólidos totais dissolvidos é recomendado em ambientes aquáticos
possivelmente poluídos por actividades humanas, como a mineração e exploração de
petróleo. Uma amostra estéril é filtrada e seca em laboratório. O montante remanescente
de sólidos filtráveis determina a concentração.

6.14.procedimentos principais de testagem da água

Testes regulares da água são indispensáveis para monitorar quaisquer mudanças na


Qualidade. Se isso ocorrer, é essencial que o monitoramento aconteça em intervalos
fixos a partir do mesmo ponto. No entanto, também pode ser uma boa ideia realizar
testes de água em resposta a um evento inesperado, como um vazamento químico.
Deve-se fazer a colecta de amostra de amostras de água para exames bacteriológicos.
As amostras devem ser colectadas em frascos de vidro branco, boca larga, com tampa
de vidro esmerilhada, bem ajustada, capacidade de 125 ml, previamente esterilizados ou
saco plástico estéril, descartável, contendo pastilha de tiossulfato de sódio. Os frascos
para a colecta de águas cloradas devem receber, antes de serem esterilizados, 0,1 ml (2
gotas) de tiossulfato de sódio a 10%.
 lavar as mãos com água e sabão;
 impar a torneira do usuário com um pedaço de algodão embebido em álcool;
 abrir a torneira e deixar escorrer a água durante 1 ou 2 minutos;
 fechar e flambar a torneira; e) abrir novamente a torneira e deixar escorrer por mais
2 ou 3 minutos;
 colectar a amostra de água;
 encher com pelo menos quatro terço de seu volume;
 tampar o frasco, Identificá-lo, anotando endereço, a hora e a data da coleta, o
 estado do tempo, o nome do colector, etc;
 marcar o frasco com o número da amostra, correspondente ao ponto de colecta;
 preencher a ficha de identificação da amostra de água;
 colocar o frasco da amostra na caixa de isopor com gelo;

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 lacrar, identificar e enviar a caixa para o laboratório.


O tempo de colecta e a realização do exame não deve exceder 24 horas;

Figure 1-Fases do procedimentos principais de testagem da água

6.15.Instrumentos utilizados na testagem da água


Medidor de cor

Fotómetro ou colorímetro e o aparelho utilizado para medir a cor da agua onde quando
são feita as medições em outros lotes de agua , o instrumento informa ao usuário se há
variação de cor, alertando para a possibilidade de algum tipo de contaminação. Também
è utilizados para medir as aguas residuais para determinar o nível de impurezas que elas
contem.

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Figure 2-Medidor de qualidade da Agaua

Fluoretos
A aplicação de flúor na água para consumo humano tem a finalidade de prevenir a cárie
dental. Hoje, esse procedimento é considerado um processo normal de tratamento de
água e
o teor óptimo de flúor é parte essencial de sua qualidade. Em razão disso e outros
factores, é que o seu controle se faz necessário na estação de tratamento de água.
Existem vários métodos para determinação de flúor na água. Os três mais conhecidos
são: O método Spadns, o Scott-Sanchis e o método do eléctrodo específico para iões
fluoretos.
Neste manual, descreve-se apenas o método Scott-Sanchis, que embora não seja o que
dá maior grau de exatidão, atende às expectativas e é o de custo mais barato. É um
método de comparação visual de cor feito em tubos de Nessler.

6.14.Procedimentos para análise de fluoretos


Método Scott-Sanchis
Material necessário

 Tubo de Nessler de 100 ml;


 suporte para tubo de Nessler;
 Termómetro;

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 Pipeta volumétrica de 5 ml;


 Pipeta graduada de 10 ml.

Reagentes:
 solução padrão de fluoretos (1ml = 10 μgF-);
 reagente Scott-Sanchis;
 arsenito de sódio (0,5%).

Preparo dos padrões e da amostra:


 tomar 7 tubos de Nessler de 100 ml;
 encher o 1º tubo com água destilada (branco);
 pipetar no 2º tubo 2 ml da solução padrão;
 pipetar no 3º tubo 4 ml da solução padrão;
 pipetar no 4º tubo 6 ml da solução padrão;
 pipetar no 5º tubo 8 ml da solução padrão;
 pipetar no 6º tubo 10 ml da solução padrão;
 encher o 7º tubo com 100 ml de amostra ou uma alíquota diluída a 100 ml. Caso
haja cloro na amostra, removê-lo pela adição de 0,1ml (2 gotas) da solução de
arsenito de.
sódio para cada mg/l de cloro;
 diluir os padrões de 2 a 6 a 100 ml com água destilada;
 ajustar a temperatura dos padrões e da amostra;
 adicionar a cada tubo, inclusive no branco (1º tubo) 5 ml do reagente Scott-
Sanchis;
 misturar e deixar em repouso por uma hora; m) decorrido uma hora da adição do
reagente Scott- Sanchis, comparar a amostra com os padrões e expressar o
resultado em mg/l F-.

Fotómetro é o instrumento que mede quantidade de cloro


Fotómetro é o instrumento que mede quantidade de cloro. Um fotômetro funciona pela
emissão de luz numa solução, na qual os compostos dissolvidos e a água absorvem
certas quantidades e frequências da luz emitida, e um receptor capta as ondas restantes.

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A absorção das radiações ultravioletas, visíveis e infravermelhas depende das estruturas


das moléculas, e é característica para cada substância química. Sabendo-se então quais
radiações foram absorvidas e suas quantidades pode-se estimar a composição da solução

Figure 3- Medidor de Cloro residual Livre

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7.Conclusão
Findo a pesquisa conclui-se que é necessário conhecer as propriedades da água antes e
depois de ser servida para as necessidades humanas. Para qualidade da água é
normalmente aferida utilizando parâmetros como a verificação da existência de
bioindicadores, sendo os macro indicadores representados por alguns insectos aquáticos
das ordens Trichoptera e Plecoptera e invertebrados da classe Gastrópode e ordem
Coleoptera e microindicadores como Coliformes Totais e Termo tolerantes (GOULART
e CALLISTO, 2003). Caso se observe a presença de insectos, a água é considerada de
boa qualidade (GOULART e CALLISTO, 2003), mas quando há a presença de
coliformes totais, as análises hídricas indicam que a água está contaminada e, portanto,
não pode ser considerada uma água de boa qualidade para consumo humano. Segundo
Macêdo (2007), a intensa contaminação de depósitos e cursos de água vem afectando
significativamente sua qualidade . Outra grande preocupação perante a água consumida
principalmente em Zona Rural é a intensa contaminação de nascentes e poços rasos,
sendo estes muito susceptíveis a contaminação por fezes de animais e poços que não são
submetidos à sanitização adequada, apresentando, então, um maior número de
ocorrências de doenças por veiculação hídrica (Estukel et al., 1990 apud AMARAL et
al., 2003).

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8.Referências Bibliográficas

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limitacoes. In: CONGRESSO INTERAMERICANO DE ENGENHARIA SANITARIA
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CD-ROM.

Von Sperling, M. 2005. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de


esgotos.DESA/UFMG. Belo Horizonte. 452p.

Laly, C.M. & Parsons, T. R. (1993) Biological Oceanography – An introduction.


Eds. Butterworth Heinemann. University of British Columbia, Vancouver, Canada.

Lerman, M. (1986) Marine Biology. Environment, diversity and ecology. The


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FAIR, G. M; Geyer, J.C; OKUN, D. A. Purificacion de aguas y tratamiento y remocion


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GONZAGA, A. S. M. Clorador por difusão: avaliação de desempenho e de parâmetros


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Mestrado. Escola de Engenharia da UFMG, Belo Horizonte, 1989.

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