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UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE

DELEGAÇÃO DE PEMBA
Curso de Licenciatura em Ciências Jurídicas e Investigação Criminal
Retórica de Português

Tema do Trabalho
A água

Docente da Cadeira:
Me:

Discente:
Mahando Mahamudo

Pemba, Julho, 2022

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UNIVERSIDADE ALBERTO CHIPANDE
DELEGAÇÃO DE PEMBA
Curso de Licenciatura em Ciências Jurídicas e Investigação Criminal
Retórica de Português

Tema do Trabalho
A água

O presente trabalho de pesquisa é de


carácter Avaliativo, recomendado pelo
docente da cadeira.

Discente:
Mahando Mahamudo

Pemba, Julho, 2022

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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1

2. Problematização.......................................................................................................................2

3. Objectivos.................................................................................................................................2

3.1. Objectivo Geral:....................................................................................................................2

3.2. Objectivos Específicos:........................................................................................................2

4. Metodologia:............................................................................................................................2

5. Contextualização......................................................................................................................3

5.1. Ciclo da água........................................................................................................................3

5.2. Tipos de Água.......................................................................................................................4

5.2.1. Águas doces......................................................................................................................4

5.2.2. Água salgada.....................................................................................................................4

5.3. A qualidade e poluição da água............................................................................................5

5.4. Os parâmetros físicos e químicos da água............................................................................6

5.4.1. Parâmetros físicos.............................................................................................................7

a) Temperatura..............................................................................................................................7

b) Sabor e odor..............................................................................................................................7

c) Cor............................................................................................................................................8

d) Turbidez....................................................................................................................................8

e) Sólidos......................................................................................................................................9

f) Condutividade eléctrica............................................................................................................9

5.4.2. Parâmetros químicos.......................................................................................................10

a) pH, acidez e alcalinidade........................................................................................................10

b) Dureza....................................................................................................................................10

c) Micropoluentes.......................................................................................................................11

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5.5. A importância da água para a vida dos seres vivos............................................................11

5.6. Importância da água para os seres humanos.......................................................................12

5.7. Importância da água para o corpo humano.........................................................................12

5.8. A importância da água para o planeta.................................................................................13

5.9. Preservação da água............................................................................................................13

6. Conclusão...............................................................................................................................14

7. Referência bibliográfica.........................................................................................................15

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1. Introdução

A presente pesquisa, referente a cadeira de Retórica de Português, baseia-se num estudo teórico e
visa abordar aspectos ligados à Água. A água exerce, ao longo dos tempos, grande atracção sobre
o homem. E está presente em todas as partes de nosso planeta e das mais diferentes formas. É
fundamental para a vida. No início a água foi considerada um dos quatro elementos formadores
da natureza. Sua associação com os outros elementos primordiais (terra, fogo e ar) gerava
características bem definidas para as substâncias que formava (frio, húmido, etc).

Com o desenvolvimento do conhecimento científico, a água passou a ser entendida como uma
substância cujas características se originavam a partir da associação de dois elementos: oxigénio
e hidrogénio. As explicações sobre a natureza desta associação acompanharam a evolução do
conhecimento científico. Hoje, ainda, muitos aspectos do comportamento da água continuam
sendo estudados, reflectindo o papel fundamental que continua desempenhando na história do
Homem sobre a Terra.

Água é fonte da vida. Todos os seres vivos, indistintamente, dependem dela para viver. No
entanto, por maior que seja sua importância, as pessoas continuam poluindo os rios e suas
nascentes, esquecendo o quanto ela é essencial para a permanência da vida no Planeta.

Em fim, este trabalho compreende a seguinte estruturação: introdução, desenvolvimento,


conclusão e a sua respectiva referência bibliográfica.

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2. Problematização

A água é, provavelmente, o único recurso natural que tem a ver com todos os aspectos da
civilização humana, desde o desenvolvimento agrícola e industrial aos valores culturais e
religiosos arraigados na sociedade. É um recurso natural essencial, seja como componente
bioquímico de seres vivos, como meio de vida de várias espécies vegetais e animais, como
elemento representativo de valores sociais e culturais e até como factor de produção de vários
bens de consumo final e intermediário. Com essas palavras, levanta-se a seguinte questão:

 Qual é a importância da água para a vida dos seres vivos e o Homem em particular?

3. Objectivos

3.1. Objectivo Geral:

 Avaliar o impacto da água para na vida dos seres vivos, o Homem em particular.

3.2. Objectivos Específicos:

 Contextualizar o ciclo de água;


 Identificar a qualidade e poluição da água;
 Distinguir os parâmetros físicos e químicos da água;
 Descrever a importância da água para a vida dos seres vivos, o Homem em particular.

4. Metodologia:

Para a elaboração deste trabalho, centrou-se em metodologia do tipo qualitativa baseada em


consulta bibliográfica e analise documental que consolida-se com um trabalho de campo.

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5. Contextualização
5.1. Ciclo da água

Para Oliveira (1978), Cerca de dois terços da superfície da Terra são cobertos pela água, em
estado líquido (oceanos mares, lagos, rios e água subterrâneas) ou em estado sólido (geleiras e
neve). Uma parcela significativa dessas águas encontram-se em permanente circulação, sob a
acção do calor do sol e dos ventos. Essas águas se transformam em vapor, constituindo o
chamado ciclo da água ou ciclo hidrográfico. A importância do ciclo hidrográfico é vital para a
biosfera, o conjunto dos seres vivos da Terra e os seus habitats.

Parte do vapor de água é produzido também pela transpiração dos organismos vegetais e
animais. Para exemplificar, note que num só dia, uma árvore de grande porte pode chegar a
evaporar até 300 litros de água, (Oliveira, 1978). Nas partes mais altas, a atmosfera fica tão fria
que o vapor se condensa em pequenas gotas de água, flocos de neve e cristais de gelo, que
formam as nuvens. Ao serem levadas pelo vento para regiões mais frias, ocorrem as
precipitações de chuva, neve ou granizo.

Se no momento da precipitação as camadas inferiores da atmosfera estão mais quentes, a água


cai em forma de chuva. Se a temperatura perto da superfície estiver abaixo de zero, a
precipitação se dará sob a forma de neve ou granizo.

A água é um mineral presente em toda a Natureza, nos estados sólido, líquido e gasoso. É um
recurso natural peculiar, pois se renova pelos processos físicos do ciclo hidrológico em que a
Terra se comporta como um gigantesco destilador, pela acção do calor do Sol e das forças da
gravidade. É, ainda, parte integrante dos seres vivos, e essencial à vida. Um atributo notável da
água é ser bem de múltiplos usos, destinando-se aos mais diversos fins, como abastecimento
público, geração de energia eléctrica, navegação, dessedentação de animais, suprimento
industrial, crescimento de culturas agrícolas, conservação da flora e da fauna, recreação e lazer.

A água é um bem essencial que garante saúde à população. Neste sentido, trata-se de um bem
essencial, e que é considerada uma prioridade das acções de vigilância em saúde ambiental.
Entretanto, padrões de desenvolvimento não sustentáveis vêm favorecendo a degradação

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ambiental, graças a alterações significativas no meio natural e destruição de diversos
ecossistemas (dentre os quais se destacam os aquáticos), que levam a mudanças nos padrões de
distribuição de doenças e nas condições de saúde dos diferentes grupos populacionais.

Assim, na gestão dos recursos hídricos ganham importância as questões situadas entre as áreas
de recursos hídricos e de saneamento ambiental, por sua estreita relação com a saúde pública,
caso dos serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário (Libânio et al.,
2005). Aumentar o número de pessoas que tenham a oportunidade de consumir água potável, ou
seja, com qualidade para o consumo e sem risco significativo a saúde frente as diferentes
sensibilidades presentes nos vários estágios da vida, tem muitos efeitos favoráveis à saúde
pública, e deve ser feito um esforço para que a água destinada ao consumo humano seja livre de
riscos a saúde e economicamente viável (WHO, 2008).

5.2. Tipos de Água


5.2.1. Águas doces

Segundo Laly e Parsons (1993), águas doces são assim chamadas as águas terrestres que têm
uma salinidade muito baixa. Sua principal fonte é a chuva, que é água quase pura, pois contém
apenas uma pequena quantidade de oxigénio e de dióxido de carbono (CO2) em solução.

5.2.2. Água salgada

Na óptica de Laly e Parsons (1993), em comparação com a água doce, a água dos mares e
oceanos contém grandes quantidades de sais, embora tal salinidade não seja igual em todos eles.
A maior salinidade registrada encontra-se no Mar Vermelho, com 39 gramas por litro, e a menor,
a do Mar Báltico, com 30 gramas por litro. Dentre os elementos dissolvidos na água do mar, há
seis que perfazem mais de 99% da massa dos sais: cloro, sódio, enxofre (sob a forma de íon
sulfato), magnésio, cálcio e potássio. O cloreto de sódio (NaCl) corresponde a 77% dos sais
contidos na água do mar, dando-lhe sabor salgado.

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5.3. A qualidade e poluição da água

Os ecossistemas de água doce fornecem importantes serviços ecossistémicos, (MEA, 2003;


Carrizo et al., 2013), mas por causa do uso desequilibrado e insustentável desse recurso,
provocado por actividades de uso da terra, como agricultura, pecuária e urbanização, ocorrem
degradações no curso das águas, aumento da poluição, introdução de novas espécies, degradação
de habitat e perda da biodiversidade (Dudgeon et al., 2006). Como resultado, os ecossistemas de
água doce são um dos mais ameaçados no mundo (Dudgeon et al., 2006) e cerca de 80% da
população mundial está exposta a ameaças à segurança da água (Vorosmarty et al., 2010).

A poluição das águas pode ser definida de várias formas, mas a maioria dos trabalhos concordam
que excessivas concentrações de uma substância em particular ou conjunto de substâncias, por
longos períodos de tempo, podem causar grandes efeitos prejudiciais ao ambiente aquático e ao
uso da água para um propósito em específico, (Laly e Parsons, 1993).

De acordo com Goel (2006), o aumento dessa poluição está directamente relacionado ao
crescimento demográfico e aos níveis de desenvolvimento da sociedade, sendo que, a poluição
em países desenvolvidos é proporcionada principalmente pela industrialização que consome
recursos e energia, enquanto países em desenvolvimento geram poluição das águas pela
superpopulação e despejo de esgoto doméstico, na maioria das vezes sem tratamento, nos corpos
d’água. Outra diferença é que os países mais ricos investem em tecnologias para o tratamento da
água, mas não investem de forma significativa na diminuição e controle dos agentes poluidores,
enquanto países mais pobres continuam vulneráveis quanto a qualidade da água para o consumo
humano e controle da poluição, (Vorosmarty et al., 2010).

Sendo assim, torna-se cada vez mais importante planejar, executar e controlar a utilização da
água em termos globais, já que o sistema fluvial, por possuir uma extensa superfície de contacto
com a atmosfera e por apresentar uma mescla de elementos que reagem no interior do corpo
d’água, está particularmente preadaptado a uma decomposição relativamente rápida e em termos
limnológicos pouco eficiente, da matéria orgânica que nele é introduzida (Margalef, 1977).

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A água é um dos grandes veículo de transmissão de doenças parasitárias e infecciosas
notadamente do aparelho intestinal, peptógenos entéricos que pertencem a um grupo de
organismos basicamente transmitidos pela rota fecal-oral (Libânio et al., 2005).

Os riscos à saúde relacionados com a água podem ser classificados em duas categorias
principais: riscos relativos à ingestão de água contaminada por agentes biológicos (vírus,
bactérias e parasitas) e através de contacto directo ou por meio de insectos vectores que
necessitam da água em seu ciclo biológico; riscos derivados de poluentes químicos, em geral,
efluentes de esgotos industriais e agrícolas (Merten e Minella, 2002).

Para realizar o controle da poluição das águas de nossos rios e reservatórios, utilizam-se os
padrões de qualidade que definem os limites de concentração a que cada substância presente na
água deve obedecer. Esses padrões dependem da classificação das águas interiores, que é
estabelecida segundo seus usos preponderantes, variando da Classe Especial, a mais nobre, até a
Classe 4, a menos nobre. A água destinada ao consumo humano deve obedecer a uma série de
requisitos para se constituir em água potável.

A água destinada ao consumo humano deve obedecer a uma série de requisitos para se constituir
em água potável. O padrão de potabilidade da água é definido na Portaria 36, de 19 de Janeiro de
1990, do Ministério da Saúde, que sofreu alterações conforme Portaria n°1469 de 29 de
Dezembro de 2000. A importância dos sistemas de abastecimento de água está relacionada com a
melhoria da qualidade de vida e com o aumento da vida média dos habitantes. À medida que se
aumenta a eficiência dos serviços de abastecimento de água, diminui-se a incidência de doenças
relacionadas com a água (Steel, 1966). Outro aspecto a ser ressaltado é que a qualidade da água
também depende de todas as fases de tratamento, distribuição e armazenamento do produto.

5.4. Os parâmetros físicos e químicos da água

A avaliação da qualidade da água segue normas de análise pré-estabelecidas pelos órgãos


competentes de acordo com a finalidade à qual ela se destina (Laly e Parsons (1993), sendo que a
água para o consumo humano deve ser adequada à manutenção da saúde e seguir as normas de

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potabilidade (Oliveira, 1978). Essas normas representam as quantidades limítrofes dos diversos
elementos que podem ser tolerados nas águas de abastecimento público (Oliveira, 1978).

O processo de análise ocorre pela averiguação das suas naturezas físicas, químicas e biológicas,
que estão associadas a uma série de processos do corpo hídrico e em sua bacia de drenagem. Ao
abordar a questão da qualidade da água, é importante considerar que o meio líquido apresenta
duas características marcantes, que condicionam a conformação desta qualidade, a capacidade de
dissolução e a capacidade de transporte.

Os parâmetros físicos são medidos em escalas próprias, os parâmetros químicos são usualmente
dados em concentração (mg L-1 ou ppm) e os parâmetros biológicos, pela indicação da
densidade populacional do organismo de interesse (Braga et al., 2009).

5.4.1. Parâmetros físicos


a) Temperatura

A temperatura é uma variável ambiental crítica nos ecossistemas de água doce, por ser factor
determinante das taxas metabólicas dos organismos e processos ecossistêmicos, podendo ser
medida em graus Celsius (°C) (Allan e Castillo, 2007). Além disso, ela condiciona as
influências de uma série de variáveis físicas e químicas, como tensão superficial, constante
de ionização, pressão de vapor e solubilidade de gases (Oliveira (1978). Variações de
temperatura são parte do regime climático normal e corpos de água naturais apresentam
variações sazonais e diurnas, bem como estratificação vertical.

b) Sabor e odor

A expressão conjunta “sabor e odor” estão associados tanto à presença de substâncias


químicas ou gases dissolvidos, quanto à actuação de alguns microorganismos, notadamente
algas. Para consumo humano e usos mais nobres, o padrão de potabilidade exige que a água
seja completamente inodora, (Sperling, 2005).

Contudo, a utilização de técnicas analíticas sofisticadas para a identificação e quantificação


dos compostos orgânicos causadores de gosto e odor em águas de abastecimento não tem
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sido comum entre a maioria das companhias de saneamento, já que o investimento necessário
em equipamentos e mão de obra qualificada é significativamente elevado (Filho e Alves,
2006).

c) Cor

A cor da água é produzida pela reflexão da luz em partículas minúsculas de dimensões


inferiores a 1 μm – denominadas colóides – finamente dispersas, de origem orgânica (ácidos
húmicos e fúlvidos) relacionadas ao húmus do solo ou mineral (compostos de ferro e outros
metais) de origem corrosiva natural ou proveniente de resíduos industriais (OMS, 2006).

A avaliação da cor da água se dá por distinção entre cor aparente e cor verdadeira. A cor
verdadeira se refere a determinação de cor em amostras sem turbidez (removida por
centrifugação, por exemplo), e a cor aparente à determinação de cor em amostras com
turbidez, e essa intensidade pode ser medida em unidades de cor (uC). As águas naturais
apresentam, em geral, intensidades de cor variando de 0 a 200 uC e para atender ao padrão de
potabilidade, a água deve apresentar intensidade de cor aparente inferior a 5 uC (Sperling,
2005).

d) Turbidez

A turbidez da água é definida como a medida da propriedade de dispersão da radiação,


devido a presença de materiais em suspensão (Braga et al., 2009). Ela é um parâmetro chave
no monitoramento da qualidade de águas superficiais por sua influência na ecologia do
ambiente aquático (Goransson et al., 2013).

A turbidez pode atenuar a penetração da luz na coluna d´água e, assim, reduzir a sua
transparência, de modo a prejudicar a fotossíntese das algas e plantas aquáticas submersas
(Wetzel, 2001). Outro aspecto a ser considerado é que a turbidez também pode reduzir a
eficiência da cloração, pela protecção física que pode propiciar aos microorganismos

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evitando contacto directo com os desinfectantes, além de transportar matérias orgânicas
capazes de causar sabor e odor indesejáveis (Campos et al., 2003).

e) Sólidos

Os sólidos totais são substâncias caracterizadas pela rigidez e forma própria, que
permanecem nas águas naturais e residuárias mesmo após várias operações como secagem e
calcinação. São classificados em sólidos totais dissolvidos e em suspensão na água. Em
águas de sistemas lóticos, sólidos dissolvidos consistem em partículas de íons (como cálcio,
nitrato e fósforo) que passam através de filtros com porosidade ao redor de 2 µm e sólidos
suspensos incluem partículas de areia, argila, plâncton e outros materiais particulados. O
padrão de potabilidade refere-se apenas aos sólidos totais dissolvidos (limite: 1000 mg L-1),
já que essa parcela reflecte a influência de lançamento de esgotos, além de afectar a
qualidade organoléptica da água.

f) Condutividade eléctrica

A condutividade eléctrica da água indica sua habilidade de conduzir uma corrente eléctrica
devido à presença de iões e essa propriedade varia com a concentração total de substâncias
ionizadas dissolvidas na água, com a temperatura, com a mobilidade dos iões, com a valência
dos iões e com as concentrações de cada iões.

Vários factores podem influenciar na composição iónica dos corpos d’água, como: a geologia
da área de drenagem dos efluentes, geologia da bacia de acumulação do lago, regime de
chuvas e o tipo de influência antrópica à quais estes são submetidos. Enquanto as águas
naturais apresentam teores de condutividade na faixa de 10 a 100 μS cm-1, em ambientes
poluídos por esgotos domésticos ou industriais os valores podem chegar até 1.000 μS cm-1,
(Esteves, 1998).

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5.4.2. Parâmetros químicos
a) pH, acidez e alcalinidade

O potencial hidrogeniónico (pH) é outro importante factor abiótico e representa a intensidade


das condições ácidas ou alcalinas do meio líquido (log[1/H]). O valor do pH influi na
distribuição das formas livre e ionizada de diversos compostos químicos, influencia na
solubilidade de substâncias e define o potencial de toxicidade de vários elementos.

As alterações de pH podem ter origem natural (dissolução de rochas, fotossíntese) ou


antropogénica (despejos domésticos e industriais) (Wetzel, 2001). O intervalo de pH para
águas de abastecimento presença de H2S) ou antropogénica (despejos industriais, actividade
de mineração). Águas com acidez mineral são desagradáveis ao paladar, sendo, portanto,
desaconselhadas para abastecimento doméstico (Sperling, 2005).

A acidez é a medida da capacidade da água em resistir às mudanças de pH causadas pelas


bases. É devida principalmente à presença de gás carbónico livre que resulta em valor de pH
abaixo de 4,5. A origem da acidez pode ser natural (CO 2 absorvido da atmosfera ou
resultante da decomposição de matéria orgânica e presença de H 2S) ou antropogénica
(despejos industriais, actividade de mineração). Águas com acidez mineral são desagradáveis
ao paladar, sendo, portanto, desaconselhadas para abastecimento doméstico (Sperling, 2005).

A alcalinidade é um termo referente à capacidade de tamponamento do sistema carbonato na


água (Wetzel, 2001). Compostos alcalinos na água como bicarbonatos, carbonatos e
hidróxidos removem os iões H+ e diminuem a acidez da água. A medida da alcalinidade é
importante na determinação da habilidade dos córregos em neutralizar a poluição ácida e
uma das melhores medidas da acidificação da água (Apha, 1999).

b) Dureza

É a característica conferida à água pela presença de sais de metais alcalino terrosos (cálcio,
magnésio, etc.) e alguns metais em menor intensidade. A dureza de amostras de água é
mensurada em mg L-1 como carbonato de cálcio. Para águas de abastecimento, o padrão de
potabilidade estabelece o limite de 500 mg L-1 CaCO 3. É estabelecido pela Portaria MS no

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1469/2000 entre 6,5 e 9,5, pois este parâmetro minimiza os problemas de incrustação e
corrosão das redes de distribuição.

c) Micropoluentes

Existem determinados elementos e compostos químicos que, mesmo em baixas


concentrações, conferem à água características de toxicidade, são os micropoluentes.

Os micropoluentes inorgânicos mais tóxicos são os metais pesados (por exemplo, arsénio,
cádmio, cromo, mercúrio, etc.), que se dissolvem na água e ainda se acumulam no ambiente
aquático, aumentando sua concentração na biomassa dos organismos na passagem de cada
nível trófico da cadeia alimentar (Sperling, 2005).

Já os micropoluentes orgânicos caracterizam-se por compostos orgânicos resistentes à


biodegradação, que podem permanecer por muito tempo no ambiente e se bioacumular nos
tecidos dos seres vivos, não interagindo com os ciclos biogeoquímicos.

5.5. A importância da água para a vida dos seres vivos

Segundo Steel (1966), a água é a fonte de vida de todos os seres vivos. Por isso, nas expedições
em outros planetas, a água é um dos primeiros recursos procurados, pois pode ser um indicador
da existência de vida. A importância da água pode ser demonstrada por:

 Permitir a sobrevivência dos seres vivos;


 Equilibrar e conservar a biodiversidade;
 Regular o clima do planeta.

Na Terra existem vários ecossistemas e as diferentes formas de vida são dependentes da água. A
água está presente em grande quantidade nos mais diversos seres existentes no meio ambiente,
ou seja, ela é um bem comum, (Steel, 1966). Alimentos são ricos em água, como a alface que a
tem em 95% da sua composição. Dependendo da espécie, a água-viva possui até 98% de água no
seu corpo. Há também os seres microscópicos, como as bactérias que compostas por até 75% de
água.

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5.6. Importância da água para os seres humanos

Os seres humanos utilizam a água não só para beber, mas também para realizar uma grande
quantidade de actividades, (Filho e Alves, 2006). O uso da água nas nossas vidas é importante
para:

 Agricultura: a maior parte da água é utilizada na agricultura, a irrigação das plantações é


indispensável para produção de alimentos;
 Indústrias: a água é utilizada nos processos industriais, incorporada nos produtos e na
limpeza dos espaços;
 Consumo: a água é essencial, por exemplo, para limpeza, higiene e cozimento de alimentos.

Vale lembrar também que a distribuição da água pelo planeta não é regular. Em muitos lugares
ela é escassa, dificultando a ocupação do espaço e o seu aproveitamento pelo homem.

5.7. Importância da água para o corpo humano

Conforme Filho e Alves (2006), a água é fundamental para o bom funcionamento do organismo,
pois desempenha diversas funções. As principais funções da água no organismo e como elas são
importantes para o corpo humano.

 Produção de energia: as células precisam de água para realizar as suas funções. Pouca água
faz as células trabalharem menos;
 Transporte: no corpo a água atua como solvente, transportando diferentes substâncias para
as células, como minerais, nutrientes e vitaminas;
 Limpeza: é responsável pela desintoxicação do organismo ao levar as tóxicas para os rins e
eliminá-los através da urina, cuja composição é de 95% de água;
 Regulação da temperatura: a água regula a temperatura do nosso corpo, pois compõe o
suor;
 Regulação do intestino: a água é necessária para evitar que os resíduos dos alimentos,
aquilo que o nosso corpo não absorve, solidifique;

Estima-se que 60% do peso do corpo humano seja composto por água e é recomendável que
diariamente sejam consumidos cerca de 2 litros de água.

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5.8. A importância da água para o planeta

De acordo com Filho e Alves (2006), a água está relacionada não só com o surgimento de vida
na Terra, mas também com a sua evolução. Quando o planeta é visto do espaço, o azul se
sobressai pela enorme quantidade de água no planeta, já que cerca de 70% da superfície é
coberta por água. Entretanto, a maior parte da água no planeta é salgada. Há apenas 2,7% de
água doce e, desse percentual, apenas 0,1% corresponde à água doce disponível para utilização.

5.9. Preservação da água

Segundo Campos et al (2003), preservar o ciclo vital da água é preservar a natureza. Em muitas
regiões da terra, o ciclo natural vem sofrendo muitas alterações. As principais acções para
preservar a água são:

 Proteger os mananciais;
 Reflorestar as margens dos rios;
 Evitar desperdício;
 Utilizar de forma consciente;
 Tratar os esgotos.

Os intensos desmatamentos fazem com que a água precipitada em forma de chuva escorra mais
rapidamente, reduzindo a infiltração no solo e a sustentação dos cursos d'água. Isto acaba
levando ao desaparecimento no período de estiagem (seca). A impermeabilização do solo das
cidades, intensificada pelo uso do asfalto, cimento e calçamento, reduz a infiltração da água,
deixando também de abastecer os cursos subterrâneos. Muitas cidades precisam dessa água,
retirada com a perfuração de poços para atender as suas necessidades, (Campos et al, 2003).

A preservação dos rios é muito importante, pois preserva grande parte da vida. Muitas cidades
são formadas próximas dos rios. As águas fluviais servem para abastecimento, alimento, uso
doméstico, irrigação, produção industrial, fonte de energia, e meio de transporte.

Existem algumas formas de resolver esse problema, entre elas, a construção de represas, lagos,
açudes, canais ou desvios dos cursos dos rios, beneficiando as áreas secas. Existe, ainda, a
possibilidade de transformar água salgada em água doce pelo processo de dessalinização.

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6. Conclusão

Com esta pesquisa, conclui-se que, a água cobre mais de 70% da superfície terrestre e é vital
para toda a vida no planeta. É a substância mais abundante da natureza, ocorrendo nos rios,
lagos, oceanos, mares e nas calotas polares. Dentre os diversos reservatórios, mais de 99%
correspondem aos oceanos, às geleiras e à umidade dos solos e do ar.

O total de água doce no nosso planeta, corresponde a 40x1015 de litros, ou seja 3% de toda água
da Terra, (os 97% restantes são de água salgada), onde 2% fazem parte da calota glacial, esta não
disponível na forma líquida. Portanto, verdadeiramente apenas 1% do total de água do planeta é
de água doce na forma líquida, incluindo-se as águas dos rios, dos lagos e as subterrâneas.
Estima-se que apenas 0,02 % deste total corresponda à disponibilidade efectiva de água doce
com a qual pode a humanidade contar, em termos médios e globais, para sustentar-se e atender às
necessidades ambientais das outras formas de vida, das quais não pode prescindir. Dos 1% da
água doce líquida disponível no planeta, 10% esta localizada em território brasileiro.

A água é considerada a mais abundante das substâncias encontradas na crosta terrestre. Nosso
planeta possui um suprimento abundante de água calculado em cerca de 1392 milhões de
quilómetros cúbicos de água líquida. Calcula-se que cerca de 71% da superfície da Terra
encontra-se coberta de água e, deste total, 97% são águas oceânicas.

Em fim, a água é tão importante, que os gregos antigos consideravam-na como sendo um dos
elementos fundamentais da matéria. Aristóteles considerava a água como um dos quatro
elementos fundamentais. Por mais de 2000 anos ainda pensou-se que a água era um elemento;
somente no século XVIII experimentos evidenciaram que a água era um composto, formado por
hidrogénio e oxigénio.

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7. Referência bibliográfica

1. Allan, J D.; Castillo, M. M. (2007). Stream Ecology – Structure and function of running
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2. APHA – American Public Health Association, (1999). Standard methods for the examination
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3. Braga, B.; Hespanhol, I.; Conejo, J. G. L.; Mierzwa, J. C.; Barros, M. T. L.; Spencer, M.;
Porto, M.; Nucci, N.; Juliano, N.; Eiger, S. (2009). Introdução à engenharia ambiental. São
Paulo: Pearson Prentice Hall, p. 318.
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reservatórios domiciliares: parâmetros físico-químicos e microbiológicos. Alimentos e
Nutrição, Araraquara, v.14, n.1, p. 63-67.
5. Carrizo, S. F.; Smith, K. G.; Darwall, W. R. T. (2013). Progress towards a global assessment
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