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Mário Palha Abreu

HISTÓRIA DA TABELA PERIÓDICA


(Licenciatura em ensino de Biologia com habilidades em Química)

Universidade Pedagógica
Nampula
2019
1

Mário Palha Abreu

HISTÓRIA DA TABELA PERIÓDICA

Trabalho de carácter avaliativo da


cadeira de Química Geral do 4°
ano do curso de licenciatura em
ensino de Biologia do regime a
distância, leccionada pelo

MEng. Abelardo Gregório Banze

Universidade Pedagógica

Nampula

2019
2

Índice
ÍNDICE DE TABELAS ........................................................................................................ 2

Dedicatória ............................................................................................................................ 5

AGRADECIMENTOS .......................................................................................................... 6

Objectivos.............................................................................................................................. 7

Metodologia .......................................................................................................................... 8

RESUMO .............................................................................................................................. 9

Introdução............................................................................................................................ 10

1. A TABELA PERIÓDICA ........................................................................................... 11

1.1 Origem dos Nomes e dos Símbolos dos Elementos ...................................................... 11

2. HISTÓRIA DA TABELA PERIÓDICA ..................................................................... 13

2.1 Dal t on e as m as s as at ôm i cas ............................................................................. 13

2.2 Antoine Lavoisier .......................................................................................................... 14

2.3 Jöns Jakob Berzelius ..................................................................................................... 15

2.4 As t rí ades de Dö b erei ne r .................................................................................... 16

2.4.1 O Fracasso da Lei das Tríades.................................................................................... 17

2.5 O p ara fus o t el úr i co de C hancourt oi s ............................................................. 17

2.5.1 O fra cas s o do p arafus o t el ú ri co ................................................................... 17

2.6 A Lei das Oi t av as de Ne wl ands ....................................................................... 18

2.6.1 O fra cas s o da Lei das Oitavas ............................................................................ 19

2.7 A Tab el a P e ri ódi ca de M e ye r ............................................................................. 19

2.7.1 Fracasso da T ab el a P eri ódi ca de M e ye r .......................................................... 20

2.8 A Tab el a P e ri ódi ca de M end el ei ev ................................................................. 20

2.8.1 Falhas da Tabela Periódica de Mendeleiev ................................................................ 23

2.9 M os el e y e os nú m eros at ôm i cos ...................................................................... 23

2.10 S eab or g e os el em ent os t rans urâni c os ........................................................ 25

3. A Tabela Periódica actual ............................................................................................ 26


3

3.1 Principais cientistas que contribuíram para a evolução da Tabela Periódica ................ 28

3.2: Classificação dos elementos ......................................................................................... 28

3.3 Propriedades periódicas dos elementos químicos ......................................................... 30

3.3 1 Raio atômico .............................................................................................................. 30

3.3.2 Energia de ionização .................................................................................................. 31

3.3.3 Eletronegatividade ...................................................................................................... 31

3.3.4 Afinidade eletrônica ................................................................................................... 32

3.4 Cronologia da descoberta dos elementos Qumicos ....................................................... 34

Conclusão ............................................................................................................................ 37

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS……………………………………………………38
4

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Elementos jaconhecidos na antiguidade ……………………………………………11

Tabela 2: Prefixos latinos e gregos…………………………………………………………….13

Tabela 3: Formação de alguns sibolos quimicos………………………………………………13

Tabela 4 – Pequena parte da tabela de classificação dos elementos publicada por Lavoisier. 15

Tabela 5: Representacao de triades de Dobereiner…………………………………………...16

Tabela 6: Elementos organizados conforme a Lei das Oitavas……………………………….18

Tabela 7: Tabela Periódica do Elementos elaborada por Mendeleiev………………………..22

Tabela 8. Tabela Periódica com os períodos e as diferentes famílias………………………..24

Tabela 9. Tabela Periódica dos elementos actual…………………………………………….27


5

Dedicatória
Dedica-se este trabalho de forma geral, a todos estudantes que queiram ter conhecimentos sobre
a Quimica, e em particular a turma do 4º ano (EAD) Curso de licenciatura em enino de
Biologia da UP, Delegação de Nampula.

Dedica-se ainda ao docente da cadeira de Química Geral, o MEng. Abelardo Gregório Banze
pelas orientações dadas durante o processo de aprendizagem ao longo de curso.

Dedica-se igualmente ao departamento do ensino a distância delegação de Nampula pelos


esforços empenhados para garantir o ensino de qualidade.
6

AGRADECIMENTOS

Endereço os meus sinceros agradecimentos:


Ao Professor de Química Geral, orientador desta cadeira, pela forma cuidadosa e dedicada
com que orientou este trabalho, sugerindo sempre bibliografia pertinente, o meu muito
obrigado.
A Direcção do curso de Biologia na pessoa do Doutor Roberto Florêncio Suli, pelo apoio,
disponibilidade.
A chefe do Departamento do Ensino a Distancia na pessoa da Doutora Aida Ofiço nossomuito
obrigado.
Ao responsável da Plataforma moodle da UP na pessoa de dr. Tagimo pelo apoio,
disponibilidade e resolução de certos problemas relacionadas às aulas virtuais.
A todos os que não mencionei aqui e que directa e ou indirectamente contribuíram para a
realização deste trabalho, aqui vai o meu muito obrigado.
7

Objectivos
Para PILETTI (1991:65), objectivo é a descrição clara do que se pretende alcançar
comoresultado da nossa actividade.
O presente trabalho tem como principal objectivo de descrever o percurso da tabela periódica,
desde os tempos a antiguidade ate a actualidade, principais cientistas que contribuiram para a
sua evolução, de forma a comprender no mínimo sobre o seu surgimento.
8

Metodologia

O presente trabalho foi feito com base em pesquisa bibliográfica, que, de acordo com Gil
(1991, p. 48): é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituídoprincipalmente de
livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos sejaexigido algum tipo de
trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente apartir de fontes
bibliográficas.

Este artigo foi realizado com base em estudos qualitativos-descritivos, cujo objetivo principal
“é delinear ou analisar as características de um fenômeno” (CAMPOS, 2000, p. 54). Para
elaboração do trabalho, foram utilizadas obras de Química e outros arquivos cientificos.

A pesquisa documental, por exemplo, é aquela que utiliza de documentos, escritos ou não,como
fonte primária de dados. É uma pesquisa característica das Ciências Humanas.
Abrange todas as informações já tornadas públicas em relação ao tema, e tem como finalidade
colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi dito, escrito oufilmado sobre
determinado assunto (CAMPOS, 2000, p. 53).
A metodologia seguiu as etapas de leitura, fichamentos, interpretação das referências e resumo
de alguns conteudos.
9

RESUMO
Em Química, os critérios utilizados para a organização dos elementos químicos foram estabelecidos ao
longo do tempo. No ano de 1869, Dimitri Mendeleev iniciou os estudos a respeito da organização
da tabela periódica através de um livro sobre os cerca de 60 elementos conhecidos na época, cujas
propriedades ele havia anotado em fichas separadas. Ao trabalhar com esses dados ele percebeu que
organizando os elementos em função da massa de seus átomos, determinadas propriedades se repetiam
diversas vezes, e com uma mesma proporção, portanto era uma variável periódica. Ela foi criada com o
intuito de organizar as informações já constatadas a fim de facilitar o acesso aos dados. Quando foi
proposta muitos elementos ainda não haviam sido descobertos, muito embora seu princípio seja seguido
até hoje com 118 elementos. Alguns outros modelos de tabela vêm sendo propostos, como por exemplo
a que apresenta forma de espiral proposta por Philip Stewart com base na natureza cíclica dos elementos
químicos, porém a mais utilizada ainda é a de Mendeleev – que descobriu a lei periódica. O elemento de
número atômico 101 da tabela periódica tem o nome em homenagem a ele, o Mendelévio. A tabela
Periódica actual tem os elementos químicos dispostos em linhas verticais chamadas grupos ou famílias
que são organizados conforme a quantidade de elétrons da camada de valência (última camada
preenchida) do átomo ou seja, em ordem crescente de número atômico e, linhas horizontais
denominadas períodos, com os elementos em ordem crescente de número atômico e refere-se ao número
da camada de valência do átomo. Um átomo apresenta um máximo de 7 camadas eletrônicas e desta
forma na tabela estão presentes 7 períodos. Cada elemento químico é representado por um símbolo e ao
lado de seu símbolo possui o número atômico e o número de massa. Os nomes e os símbolos dos
elementos químicos não seguiam uma regra preestabelecida, mas foram dados aleatoriamente pelos seus
descobridores. Alguns nomes são baseados na localização em que foram descobertos, outros em
homenagem a cientistas ou associados a nomes de planetas.

Palavas-chave: Tabela Periódica, surgimento, evolução, organização actual


10

Introdução
Com este trabalho pretendo aprofundar os meuss conhecimentos sobre a Tabela Periódica.
Conhecer a sua história, e quem a organizou.

Como foram criados os grupos, períodos e a disposição dos elementos. Quais as


características dos grupos e dos períodos.

Quais os elementos de transição e elementos representativos. Conhecer os diferentes grupos.


Quais os metais e não metais.

As propriedades dos elementos e a sua Periocidade.


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1. A TABELA PERIÓDICA

A tabela periódica dos elementos é uma representação gráfica onde todos os elementos
químicos existentes são agrupados e organizados segundo suas semelhanças físicas e químicas.
Além de organizar os elementos químicos a tabela periódica nos traz importantes informações
sobre estes, tais como massa atômica, número atômico, símbolo e nome do elemento, além da
distribuição eletrônica.

1.1 Origem dos Nomes e dos Símbolos dos Elementos


Desde a Antiguidade, na época dos alquimistas, os elementos que eram descobertos passavam a
receber um nome e um símbolo. Esses nomes não seguiam uma regra predeterminada, mas
eram dados de modo arbitrário pelas pessoas que os descobriam; associando-os a coisas como
minerais, astros e o local onde foram descobertos. Inclusive, os nomes de alguns têm origens
bem interessantes e diferentes; veja o caso da descoberta do níquel.

Os mineiros alemães encontraram um minério muito parecido com o cobre, porém o cobre
tingia os vidros de azul; enquanto que esse novo metal tingia-os de verde. Como eram
supersticiosos, alguns desses mineiros começaram a chamá-lo pelo nome de Kupfer-nickel, que
significa “cobre do Velho Nick”, isto é, “cobre enfeitiçado pelo Diabo” ou “cobre falso”.
Mesmo depois de se descobrir que esse era na verdade um novo elemento, ele continuou a ser
chamado de nickel ou níquel, em português.
Na Antiguidade, alguns elementos descobertos pelos alquimistas foram: ouro, prata, ferro,
carbono e enxofre. O cientista John Dalton propôs símbolos novos para alguns desses
elementos, conforme a lista abaixo:

Tabela 1: Elementos jaconhecidos na antiguidade


12

Por volta do ano de 1810, o químico sueco Johns Jacob Berzelius (1779-1848)
(1779 introduziu a
notação química, colocando como símbolo dos elementos as iniciais dos seus nomes originais,
normalmente em latim ou grego.

Fig. 01: Johns Jacob Berzelius

Hoje
je em dia, esses símbolos internacionais dos elementos são dados dessa forma, sendo que as
letras são sempre de forma; a primeira letra é maiúscula e a segunda e a terceira (se tiver) são
minúsculas. É por isso que muitas vezes o símbolo não tem correspondência
correspond com as suas
iniciais em português. Por exemplo, o símbolo do sódio é Na, porque seu nome latino original
é Natrium.. O mesmo ocorre com o potássio, cujo símbolo é K, porque seu nome em latim
é Kallium, o ouro (Au = Au
Aurium) e o cobre (Cu= Cuprum).

No caso do Hidrogênio (do latim Hidrogenium), os sufixos ium e um são substituídos em


português, com a autorização da IUPAC, pelas terminações io e o,, respectivamente.
Com o passar do tempo, muitos nomes foram dados em relação às suas propriedades, à região
regiã
de onde o elemento provinha, nomes de planetas, nomes lembrando continentes, estados,
universidades e também em homenagem a alguns cientistas.

Existe também uma regra estabelecida pela IUPAC, para se dar nomes e símbolos provisórios
para os elementos de número atômico superior a 100. Ela é feita com os prefixos latinos e
gregos que correspondem a cada algarismo do número atômico do elemento, que são ligados e
resultam em uma terminação latina:
13

Prefixos latinos e gregos para designar os algarismos


0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
nil um bi Tri quad pent Hex sept oct enn
Tabela 2: Prefixos latinos e gregos

Número atómico Algarismos Prefixo latino Símbolo


101 Um-zero-dois Un-nil-unium Unu
102 Um-zero-dois Un-nil-bium Unb

Tabela 3: Formação de alguns sibolos quimicos

2. HISTÓRIA DA TABELA PERIÓDICA

No mundo que nos rodeia encontra-se uma enorme diversidade de materiais e de substâncias
que os constituem. Mas, a grande variedade de substâncias obtém-se a partir de um número
muito mais reduzido de elementos químicos que, actualmente, se encontram organizados
numa tabela – a Tabela Periódica dos Elementos (TP).

Um pré-requisito necessário para construção da tabela periódica, foi a descoberta individual


dos elementos químicos. Embora os elementos, tais como ouro (Au), prata (Ag), Estanho
(Sn), cobre (Cu), chumbo (Pb) e mercúrio (Hg) fossem conhecidos desde a antiguidade. A
primeira descoberta científica de um elemento, ocorreu em 1669, quando o alquimista
Henning Brand descobriu o fósforo.

Durante os 200 anos seguintes, um grande volume de conhecimento relativo às propriedades


dos elementos e seus compostos, foram adquiridos pelos químicos. Com o aumento do
número de elementos descobertos, os cientistas iniciaram a investigação de modelos para
reconhecer as propriedades e desenvolver esquemas de classificação.

2.1 Dal ton e as mas s as atômi cas

A primeira tentativa de organização foi feita no início do século XIX, pelo químico e físico
inglês John Dalton. Nessa época, os valores aproximados das massas atômicas de alguns
elementos já tinham sido estabelecidos.
14

Dalton listou os elementos conhecidos em ordem crescente de massas atômicas, descrevendo


as propriedades de cada um e os compostos formados por eles. Entretanto, essa classificação
não fazia sentido, já que deixava bastante afastados entre si elementos com propriedades muito
semelhantes. Os próprios valores das massas atômicas eram duvidosos, pois foi Dalton mesmo
quem os calculou baseado em dados imprecisos. O cientista tomou o hidrogênio, que
experimentalmente já havia sido verificado como o elemento mais leve conhecido, e atribuiu a
ele um “peso nocional relativo” igual a 1. As massas dos demais elementos foram estabelecidas
em relação ao hidrogênio, e esse método resultou em muitos erros.

Fig. 2: John Dalton Fig 3: Elementos em ordem crescente de


massas atômicas

2.2 Antoine Lavoisier


Antoine Lavoisier (1770/1789) nasceu em Paris e foi um químico Francês considerado o
“pai” da Química.

Lavoisier, para alem de ser o primeiro cientista a enunciar o princípio da conservação da


matéria; identificação e nomeação do Oxigénio, ele escreveu a primeira lista extensiva que
continha 33 elementos onde nesta lista distinguiu metais de não metais.

Em 1789, Lavoisier formulou a conservação da matéria - “Na Natureza nada se perde, nada se
cria, tudo se transforma”.
15

Tabela 4 – Pequena parte da tabela de classificação dos elementos publicada por Lavoisier

2.3 Jöns Jakob Berzelius


Jakob Berzelius (1779 – 1848). químico Sueco, dentre vários estudos científicos por ele
feitos, ele separou pela primeira vez o Silício, o Zicórnio e o Titânio. Determinou o peso
atómico de 43 elementos, entre os quais, o Bário, o Silício, o Cálcio, etc.

Em 1812, Berselius organizou os 43 elementos químicos (que existiam nessa altura) por
analogia das propriedades físicas e químicas dos elementos dividindo-os os em metai e não
metais. Determinou massas atómicas, e tomou o oxigénio como base, os resultados foram
apresentados em 1818 numa tabela de massas atómicas de 42 elementos, ultrapassando assim
o numero de elementos que comtinha na tabela de Lavoisier.

Fig. 4 – Berzelius num retrato pintado por Olof Johan


16

2.4 As trí ad es d e D öb erei n er

Em 1829, foi a vez do químico alemão Johann Wolfgang Döbereiner dar sua contribuição à
ciência. Döbereiner analisou os elementos cálcio, estrôncio e bário, e percebeu que a massa do
átomo de estrôncio correspondia, aproximadamente, à média dos valores das massas atômicas
do cálcio e do bário. O químico observou que essa relação também se dava em outra tríades,
como enxofre/selênio/telúrio e cloro/bromo/iodo.
Döbereiner foi o primeiro cientista a relacionar os elementos químicos conhecidos com base
em um determinado critério, entretanto, suas observações não foram tidas como relevantes pela
comunidade científica da época. Uma das falhas do seu método é que muitos metais não
podiam ser agrupados em tríades.
A primeira classificação, foi a divisão dos elementos em metais e não-metais.

Isso possibilitou a antecipação das propriedades de outros elementos, determinando assim, se


seriam ou não metálicos.

Johann começou a estudar a lista dos elementos conhecidos, registando as suas propriedades e
pesos atómicos, e só em 1817, teve a primeira ideia, com sucesso parcial, de agrupar os
elementos em três - ou tríades. Essas tríades também estavam separadas pelas suas massas
atómicas, mas com propriedades químicas muito semelhantes. A massa atómica do elemento
central da tríade, era supostamente a média das massas atómicas do primeiro e terceiro
membros. Lamentavelmente, muitos dos metais não podiam ser agrupados em tríades. Isso
tornou a sua classificação dos elementos pouco eficiente.

Tabela 5: Representacao de triades de Dobereiner Fig. 5: Johann Dobereiner (1782 -


1849) Estabeleceu a "lei das
tríades"
17

2.4.1 O Fracasso da Lei das Tríades

Esse método de distribuição foi considerado ineficaz porque era muito restrito e só atendia a
alguns elementos.

2.5 O p araf u s o tel úri co d e Ch an cou rto i s


Mais tarde, em 1862, o geólogo francês Alexandre Chancourtois propôs o modelo que ficou
conhecido como parafuso telúrico. Em uma espiral desenhada na face externa de um cilindro
ele organizou os elementos químicos em ordem crescente de massas atômicas. O cilindro era
dividido por linhas verticais em 16 faixas, de modo que os elementos que possuíam
propriedades semelhantes apareciam uns sobre os outros dentro dessas faixas. Esse modelo
relacionava as propriedades dos elementos químicos às posições que eles ocupavam na
sequência. O problema era que havia elementos que, apesar de estarem em posição correta na
ordem crescente, apresentavam propriedades diferentes dos demais elementos situados na
mesma faixa, o que invalidava o padrão. Por isso o parafuso telúrico despertou pouco interesse.

Fig. 6: Parafuso telúrico proposto por Chancourtois

2.5.1 O f racas s o d o p araf u s o tel ú ri co

A aceitação desse método foi pequena, pois os valores das massas atômicas eram, muitas vezes,
errôneos e imprecisos.
18

2.6 A L ei d as O i tavas d e New l an d s


Uma outra idéia foi a do químico inglês John Alexander Newlands, que se inspirou na
música. Sabe-se que em uma sequência crescente de sete notas iniciada em dó, a oitava nota é
dó novamente e depois dela a sequência se repete. Em 1864, Newlands elaborou uma
periodicidade semelhante a essa para ser aplicada aos elementos químicos. Ele enfileirou os
elementos conhecidos na época em linhas horizontais, sete em cada linha, em ordem crescente
de massas atômicas. As linhas eram posicionadas umas sobre as outras. O primeiro elemento de
cada uma era o oitavo em relação à linha anterior e tinha as mesmas propriedades do primeiro
elemento dessa linha anterior. O mesmo acontecia com o segundo elemento, o terceiro, e assim
sucessivamente. Nessa forma de classificação, a cada oito elementos as propriedades se
repetiam, por isso a proposta de Newlands recebeu o nome de Lei das Oitavas.

Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si

H Li Be B C N O

F Na Mg Al Si P PS

Cl K Ca Cr Ti Mn Fe

Co/Ni Cu Zn Y In As Se
Br Rb Sr Ce/La Zn Di/Mo Ro/Ru
Pd Ag Cd U Sn Sb Te
I Cs Ba/V Ta W Nb Au
Pt/Ir Ti Pb Th Hg Bi Os

Tabela 6: Elementos organizados conforme a Lei das Oitavas

Entretanto, o modelo só se mostrava coerente até chegar ao cálcio e não valia para os elementos
que vinham depois dele conforme a ordem crescente de massas atômicas. A tentativa de
associar a química à música rendeu a Newlands o desprezo da Sociedade Química de Londres.
Apesar disso, hoje ele é reconhecido como o cientista que trouxe a noção de periodicidade para
o campo da química, e seu trabalho é tido como precursor do de Mendeleiev.
19

2.6.1 O f racas s o d a Lei das Oitavas

Esse modelo também foi banido por apresentar problemas, novamente, com os valores das
massas atômicas. Ou seja, alguns elementos estavam em lugares errados: o cloro e o flúor, por
exemplo, não possuem características semelhantes ao Cobalto ou ao Níquel.

Fig. 6: John Alexander Newlands

2.7 A T ab el a Pe ri ód i ca d e Meyer

Em 1864, o químico alemão Julius Lothar Meyer estudou a relação entre as massas e os volumes
atômicos dos elementos e construiu um gráfico baseado nessas duas grandezas. A partir desse estudo,
Meyer elaborou uma classificação periódica dos elementos, levando em consideração as propriedades
apresentadas por eles. A linha de investigação seguida por ele era bem próxima à de Mendeleiev e os
resultados obtidos pelos dois foram bastante parecidos.
M e ye r Compilou uma tabela periódica de 56 elementos baseada na periodicidade das
propriedades com o volume molar em função de “peso atómico

Fig. 7: – Lothar Meyer


20

2.7.1 Fracasso da T ab el a Peri ód i ca d e M eyer

Por causa das dúvidas que Meyer tinha nas suas conclusões, o seu trabalho acabou ficando
ofuscado pelo de Mendeleiev. O químico alemão levou muito tempo revisando seus resultados
e só os publicou cerca de um ano depois. Além disso, depois da publicação, Meyer hesitou
diante dos questionamentos da comunidade científica, que lançava dúvidas sobre a aparente
desordem dos elementos, a inadequação de alguns elementos aos grupos em que apareciam e a
falta de elementos para tornar o esquema coerente. Já Mendeleiev foi capaz de desafiar saberes
já estabelecidos e defendeu sua descoberta com convicção.

Apesar da firmeza com que Mendeleiev defendia sua Tabela Periódica, a comunidade científica
não se deixou convencer de que aquele modelo estava totalmente correto, pois havia
inconsistências evidentes nele. Uma delas era a posição de determinados elementos com
valores de massa atômica bem próximos mas com propriedades muito diferentes. Problemas
como esse levaram os cientistas a desconfiarem que talvez a massa atômica não fosse uma
variável adequada para servir de critério de organização dos elementos.

2.8 A T ab el a Pe ri ód i ca d e Men d el ei ev
Dimitri Ivanovich Mendeleiev foi um químico russo que ficou conhecido como o pai da Tabela
Periódica. Graças à agilidade com que publicou sua proposta de classificação dos elementos,
Mendeleiev ficou conhecido como o criador da Tabela Periódica. Mas a verdade é que, alguns
anos antes dele, houve outro cientista que elaborou um modelo bastante parecido. Sua
dedicação à sistematização dos elementos químicos começou em 1860, quando ele iniciou um
trabalho de agrupamento dos elementos de acordo com suas propriedades comuns, onde
registou as propriedades de cada um dos elementos químicos conhecidos (na época eram 63;
hoje são mais de 100) em fichas de papel, cada ficha para um elemento.. A essa altura, já se
sabia que os elementos tinham massas atômicas diferentes e era comum organizá-los em ordem
crescente de massas atômicas. Mas Mendeleiev acreditava que isso não era tudo. Certa ocasião,
após ter passado alguns dias revisando exaustivamente todo o seu conhecimento químico e as
tentativas de sistematização já feitas por outros cientistas, ele começou a escrever os elementos
agrupando-os conforme as propriedades químicas que eles apresentavam. O problema era que
essa classificação juntava elementos de massas atômicas muito distantes entre si.
21

Ao mesmo tempo em que se sentia desanimado por saber que o padrão de organização
observado em sua tentativa não se aplicava a todos os elementos conhecidos na época,
Mendeleiev intuía que tal padrão não emergia por acaso. Afinal de contas, Chancourtois (que
propôs o “parafuso telúrico”) também havia percebido um padrão e também havia esbarrado no
mesmo problema: o fato dele não se aplicar a todos os elementos. Mendeleiev confiava no
conhecimento químico de Chancourtois e não acreditava que ele pudesse estar errado, por isso
continuou seguindo as mesmas pistas, mas sem sucesso.

As coisas começaram a ficar mais claras para Mendeleiev quando ele teve a idéia de associar a
classificação dos elementos ao seu jogo de cartas preferido: o jogo de paciência. Foi então que
Ele tomou uma série de fichas de papel e começou a escrever em cada uma delas o nome de um
elemento, acompanhado de sua massa atômica e propriedades químicas.

Terminado o “baralho” de elementos químicos, Mendeleiev começou a ordenar os cartões


como se faz no jogo de paciência: os elementos de propriedades químicas semelhantes eram
como cartas pertencentes ao mesmo naipe, e dentro de cada um desses “naipes” a ordem
crescente de massas atômicas era como a ordem numérica crescente das cartas. A ironia é que
ele chamou esse jogo de “paciência química” sem saber que precisaria realmente de muita
paciência em sua jornada. Depois de organizados os cartões, o químico percebeu que sua
intuição estava conduzindo-o na direção certa, mas ainda assim a “paciência química” era
imperfeita. Foi então que, vencido pelo cansaço, adormeceu sobre a mesa de estudo e teve um
sonho. “Vi num sonho uma tabela em que todos os elementos se encaixavam como requerido.
Ao despertar, escrevi-a imediatamente numa folha de papel”, contou Mendeleiev depois.

O sonho mostrou ao cientista como se encaixavam os conhecimentos que ele já tinha mas não
conseguia articular conscientemente. Ao acordar e transpor para o papel o que havia sonhado,
Mendeleiev percebeu a lógica por trás do esquema: quando os elementos são listados em ordem
crescente de massas atômicas, as propriedades químicas apresentadas por eles se repetem
periodicamente. Por essa razão, ele chamou o modelo de Tabela Periódica dos Elementos.

Duas semanas depois de ter feito a descoberta, Mendeleiev apresentou-a à comunidade


científica publicando o artigo intitulado “Um sistema sugerido dos elementos”. O ano era 1869.
A princípio, a Tabela listava os elementos verticalmente em ordem crescente de massas
atômicas, e na horizontal os agrupava segundo suas propriedades químicas.
22

Fig. 8. Dmitri Mendeleiev

Tabela 7: Tabela Periódica do Elementos elaborada por Mendeleiev


23

2.8.1 Falhas da Tabela Periódica de Mendeleiev

A Tabela Periódica de certa forma, incorporava os modelos anteriores propostos por


Döbereiner, Chancortouis e Newlands, mesmo que a validade desses padrões só fosse
verificada em determinados trechos da Tabela. Além disso, nela se encaixavam todos os
elementos conhecidos na época. Mas Mendeleiev ainda percebia incoerências em seu modelo.
Uma delas eram os elementos que, embora estivessem no mesmo grupo que outros elementos
de propriedades semelhantes, tinham massa atômica que não se encaixava na ordem crescente.
Nesses casos, Mendeleiev desafiou a ciência ao defender que o problema não estava em seu
sistema de classificação, e sim no cálculo da massa atômica do elemento, que estava errada.

Outra aparente falha da Tabela Periódica era a inexistência de elementos que apresentassem
determinados valores de massas atômicas necessários à continuidade da sequência crescente.
Para esse problema o cientista adotou uma solução simples, mas ousada: deixava lacunas
correspondentes a eles e continuava a sequência com os elementos conhecidos. Ele tinha
certeza de que os elementos correspondentes às lacunas existiam, apenas não tinham sido
descobertos ainda. Sua segurança era tanta que o químico arriscou até mesmo prever as
propriedades de alguns daqueles elementos desconhecidos, baseando seus palpites na massa
atômica que eles deveriam ter e na posição que a lacuna ocupava na Tabela.

2.9 Mos el ey e os n ú meros atô mi cos


No início do século XX, por volta de 1913, o físico inglês Henry Gwyn-Jeffreys
Moseley examinou os espectros dos raios-X característicos de cerca de 40 elementos. Neste
estudo, descobriu que todos os átomos de um mesmo elemento químico tinham carga nuclear
idêntica, o que indicava que possuíam o mesmo número de prótons em seus núcleos. O número
de prótons que um elemento possui em seu núcelo corresponde ao seu número atômico. O
físico observou que quando os elementos eram colocados em ordem crescente de números
atômicos, suas propriedades se repetiam periodicamente.

Não levou muito tempo para que Moseley chegasse à conclusão de que o número atômico
podia ser usado como critério de organização dos elementos químicos, em vez da massa
atômica. A aplicação desse padrão corrigiu as falhas existentes nas tabelas de Mendeleiev e de
Meyer. As poucas lacunas que ainda persistiram na Tabela foram preenchidas mais tarde por
alguns elementos descobertos e outros sintetizados em laboratório. Assim chegou-se a uma
24

versão da Tabela Periódica muito parecida com a que temos atualmente, composta por linhas
chamadas de períodos (ou níveis) e colunas chamadas de famílias (ou grupos).

Desde a contribuição de Moseley, o número atômico foi consolidado como critério básico da
Tabela Periódica, válido até hoje. A Tabela vem sendo alterada apenas pela adição de
elementos descobertos ou sintetizados e pelo ajuste dos valores das massas atômicas quando se
chega a um valor mais preciso.

Tabela 8. Tabela Periódica com os períodos e as diferentes famílias


25

Fig. 9: Henry Moseley

2.10 S eab org e os e l emen tos tran s u rân i cos


A última grande alteração aplicada à Tabela Periódica foi resultado do trabalho de Glenn
Theodore Seaborg. Dentro do Projeto Manhattan, que trabalhava para desenvolver a bomba
atômica, Seaborg foi chefe da divisão que lidava com os elementos transurânicos (ou seja, os
elementos com número atômico superior a 92, que é o número atômico do urânio).

Em 1944, Seaborg levantou a hipótese de que os elementos com número atômico superior ao
do actínio (que é igual a 98) formavam uma série de elementos semelhante à série dos
lantanídeos. A partir dessa hipótese foi possível explicar propriedades químicas de alguns
elementos já conhecidos e até a de outros que ainda não tinham sido identificados. Em 1945, o
cientista publicou uma versão da Tabela Periódica que incluía os elementos transurânicos
recentemente descobertos. A configuração dessa Tabela diferia da anterior por trazer a série dos
actinídeos abaixo da série dos lantanídeos. Em 1951, Seaborg recebeu o Prêmio Nobel de
Química. O elemento 106 Tabela Periódica chama-se seabórgio em homenagem a ele.
26

Fig. 10. Glenn Seaborg

3. A Tabela Periódica actual

A Tabela Periódica é, efectivamente, um instrumento organizador de conhecimentos sobre


os elementos químicos, onde estes estão ordenados por ordem crescente de número atómico (Z).

É constituída por mais de 116 elementos distribuídos em 7 linhas horizontais – períodos, e 18


colunas verticais – grupos ou famílias.

Períodos da Tabela Periódica (ou níveis) – São as linhas horizontais. Os períodos são sete,
numerados de cima para baixo. A quantidade de elementos em cada período varia muito: o
primeiro possui apenas dois elementos, enquanto o sexto possui 32. Isso porque nele são
contados os 14 elementos da série dos lantanídeos, embora essa série seja representada abaixo
da tabela principal, como um bloco destacado. O mesmo acontece com o sétimo período, que
tem 32 elementos, 14 deles representados à parte, na série dos actinídeos.

Os elementos de um mesmo período têm o mesmo número de camadas electrónicas, que


corresponde ao número do período. Os elementos conhecidos até ao cobre tem sete períodos,
denominados conforme a sequência de letras K-Q, ou também de acordo com o número
quântico principal- n.

Os períodos são:

. (1ª) Camada K - n = 1s
27

. (2ª) Camada L - n = 2s

. (3ª) Camada M - n = 3s

. (4ª) Camada N - n = 4s

. (5ª) Camada O - n = 5s

. (6ª) Camada P - n = 6s

. (7ª) Camada Q - n = 7s

Famílias da Tabela Periódica (ou grupos) – São as linhas verticais. Já foram designadas por
algarismos romanos e letras, mas hoje a IUPAC recomenda que sejam numeradas
simplesmente de 1 a 18, da esquerda para a direita.

O elemento químico Hidrogénio é o único que não se enquadra em nenhuma família e está
localizado naquela posição apenas por ter número atómico igual a 1, isto é, como tem apenas
um electrão na última camada, foi colocado no Grupo 1, mesmo sem ser um metal.

Os elementos de cada grupo tem uma configuração electrónica semelhante e possuem igual
número de electrões de valência, e são responsáveis pela semelhança de propriedades
químicas que esses elementos apresentam. Os elementos do mesmo grupo formam uma
família.

Grupo 1 – Família dos metais alcalinos -(apresentam todos um electrão de valência – ns1) -Li
(Lítio), Na (Sódio), K (Potássio), Rb (Rubídio), Cs (Césio), Fr (Frâncio)

Grupo 2 – Família dos metais alcalinos-terrosos (os elementos tem dois electrões de
valência- ns2) - Be (Berílio), Mg (Magnésio),Ca (Cálcio), Sr (Estrôncio), Ba (Bário), Ra
(Rádio)

Grupo 17 – Família dos halogéneos (apresentam todos sete electrões de valência - ns2np5) -
F (Flúor), Cl (Cloro), Br (Bromo), I (Iodo), At (Astato)

Grupo 18 – Família dos gases nobres (apresentam todos oito electrões de valência -
ns2np6 excepto o Hélio.) - He (Hélio), Ne (Neônio), Ar (Argônio), Kr (Criptônio), Xe
(Xenônio), Rn (Radônio)
28

Tabela 9. Tabela Periódica dos elementos actual

3.1 Principais cientistas que contribuíram para a evolução da Tabela Periódica


1789 – Antoine Lavoisier foi o primeiro a classificar os elementos em grupo.

1829 – Johann Dobereiner foi o segundo a tentar organizar os elementos químicos por Grupos
de Tríade.

1862 – Alexandre de Chancourtois tentou ordená-los segundo o Parafuso Télurico.

1864 – John Newlands realizou a quarta tentativa com a Lei das Oitavas .

1869 – Dimitri Mendeleiev organizou os elementos numa tabela tendo em conta as massas dos
átomos e as suas propriedades químicas deixando espaços para alguns desconhecidos mas cuja
a existência ele previa. Dimitri Mendeleiev é considerado o Pai da Tabela Periódica actual.

1913 – Henry Moseley descobriu que o número de protões de um dado elemento era sempre o
mesmo, chegando assim ao conceito de número atómico. Assim organizou a tabela de
Mendeleiev segundo o número atómico.

3.2: Classificação dos elementos

• Metais: São bons condutores de calor e eletricidade. São sólidos nas CNTP(com
exceção do mercúrio), além de maleáveis e dúcteis.
29

• Não metais: São maus condutores de corrente elétrica e calor. Podem assumir qualquer
estado físico na temperatura ambiente.
• Gases nobres: Apresentam baixa reatividade, sendo até pouco tempo considerados
inertes.

Os elementos podem ser classificados em representativos ou de transição (interna e externa).


Os representativos são aqueles cuja distribuição eletrônica termina em s ou p. Os elementos de
transição externa são aqueles cuja distribuição acaba em d, e os de transição interna acabam
em f. A localização de um elemento na tabela periódica pode ser indicada pelo seu grupo e seu
período. Os elementos de transição interna são os que se encontram nas duas linhas bem
embaixo na tabela e na verdade é como se estivessem localizados no no sexto e sétimo período
do grupo três.

Cada linha no sentido horizontal da tabela periódica representa um período. Eles são em
número de sete, e o período em que o elemento se encontra indica o número de níveis que
possui. Por exemplo o sódio (Na) está no período três, o que significa que o seu átomo possui
três camadas eletrônicas.

Já os grupos são as linhas verticais que apresentam elementos químicos que compartilham
propriedades. Por exemplo o flúor (F) e o cloro (Cl) estão no grupo 17 (ou 7A) por possuírem
alta tendência de receber elétrons, o que chamamos de eletronegatividade. Alguns grupos
possuem nomes específicos como os listados abaixo e os demais recebem o nome do primeiro
elemento de seu grupo.

Grupo 1: Metais alcalinos: esses elementos são muito reativos principalmente com a água.
Esta reatividade aumenta conforme aumenta o número atômico e o raio do átomo. Todos os
elementos desse grupo são eletropositivos, metais bons condutores de eletricidade, e
formam bases fortes. São sólidos a temperatura ambiente, apresentam brilho metálico e quando
expostos ao ar oxidam facilmente. São utilizados na iluminação no caso das lâmpadas de sódio,
na purificação de metais e na fabricação de sabões sendo combinados com a gordura.

Grupo 2: Metais alcalino-terrosos: Possuem esse nome por serem geralmente encontrados na
terra. São bastante reativos, porém menos que os metais do grupo 1. Também são
eletropositivos e são mais duros e densos do que os metais alcalinos. São utilizados em ligas
30

metálicas como é o caso por exemplo do Berílio(Be), na composição do gesso e do mármore


sendo o caso do cálcio (Ca) e em fogos de artifício magnésio (Mg) e estrôncio (Sr).

Grupo 16 (ou 6A): Calcogênios: Os elementos desse grupo recebem esse nome derivado do
grego que significa “formadores de cobre”. Neste grupo pode-se perceber facilmente
analisando todos os elementos do grupo a presença de características metálicas e não metálicas.
Os elementos mais importantes deste grupo são o oxigênio (O) e o enxofre (S) sendo o primeiro
o gás utilizado inclusive em nossa respiração e o último é responsável inclusive pelo fenômeno
da chuva ácida.

Grupo 17 (ou 7A): Halogênios: São os elementos mais eletronegativos da tabela periódica, ou
seja, possuem a tendência de receber elétrons em uma ligação. Podem se combinar com quase
todos os elementos da tabela periódica. O flúor por exemplo possui aplicação na higiene bucal.

Grupo 18 (ou 8A): Gases nobres: possuem essa intitulação devido a ser constatado
antigamente que não possuíam tendência alguma a formarem ligações. Isto ocorre devido à
estabilidade de seus orbitais da camada mais externa completamente preenchidos. Hoje alguns
compostos conseguiram ser preparados com estes elementos e incluem geralmente
o Xenônio (Xe) que possui a primeira energia de ionização muito próxima do oxigênio.

3.3 Propriedades periódicas dos elementos químicos


Propriedades periódicas são aquelas que, à medida que o número atômico aumenta, assumem
valores crescentes ou decrescentes em cada período, ou seja, repetem-se periodicamente.
Existem diversas propriedades periódicas, mas podem se citar apenas cinco delas:

3.3 1 Raio atômico


O raio atómico eflete o tamanho do átomo, refere-se à distância entre o núcleo do átomo e sua
camada de valência. Dentro da família (coluna) o raio atômico aumenta à medida que o número
atômico aumenta, ou seja, de cima para baixo. Entretanto, no período o raio atômico DIMINUI
com o aumento do número atômico, pois quanto mais prótons o átomo tiver, maior será a
atração sobre os elétrons, o que reduz o tamanho do átomo. Em relação aos íons, um cátion é
sempre menor que seu átomo de origem, enquanto um ânion será sempre maior que seu átomo
de origem.
31

Fig. 11. Esquema de variação do raio atómico

3.3.2 Energia de ionização

A energia de ionização refere-se à energia necessária para se retirar um elétron de um átomo,


ou seja, transformá-lo em um íon. Em geral observa-se que quanto maior o tamanho do átomo,
mais fácil será dele perder um elétron, pois a atração entre o núcleo e os elétrons é menor, ou
seja, a energia de ionização aumenta de maneira inversa ao raio atômico, desta forma em uma
mesma família a energia de ionização aumenta de baixo para cima, e ao longo do período ela
cresce da direita para a esquerda, ou seja, aumenta com o aumento do número atômico.

Fig. 12: Esquema de variação da energia de ionização

3.3.3 Eletronegatividade
A eletronegatividade refere-se à capacidade de um átomo em atrair elétrons, quanto maior a
capacidade do átomo em atrair elétrons maior é sua eletronegatividade. Em geral (com exceção
ao hidrogênio e os gases nobres), quanto menor o raio atômico MAIOR é a eletronegatividade
do átomo, pois nesse caso os elétrons estão mais próximos da carga positiva do núcleo. Desta
forma em uma família a eletronegatividade aumenta de baixo para cima e em um mesmo
período aumenta com o aumento do número atômico (da esquerda para a direita).
32

Fig. 13: Esquema de variação de egletronegatividade

3.3.4 Afinidade eletrônica


A afinidade eletrônica refere-se à energia liberada por um átomo após receber um elétron, ou
seja, mede o quão fortemente o elétron se liga ao átomo. A energia necessária para retirar um
elétron de um átomo (energia ou potencial de ionização) é a mesma liberada pelo átomo ao
receber um elétron (afinidade eletrônica). Desta forma a afinidade eletrônica varia de maneira
semelhante à energia de ionização.

Exemplos: Os elementos da família 1A apresentam a seguinte ordem de raio atômico.

Fr > Cs > Rb > K > Na > Li > H

Exemplos: Os elementos da família 1A apresentam a seguinte ordem de energia de ionização.

H > Li > Na > K > Rb > Cs > Fr

Nota-se que a ordem é exatamente inversa à observada para o raio atômico

Exemplos: Os elementos da família 7A apresentam a seguinte ordem eletronegatividade.

F > Cl > Br > I > At

Já nos períodos a eletronegatividade aumenta com o aumento do número atômico F > O > N >
C > B > Be > Li

Em uma mesma família a afinidade eletrônica aumenta de baixo para cima e em um mesmo
período aumenta com o aumento do número atômico (da esquerda para a direita)
33

Fig. 14: Esquema de variação da afinidade eletrônica

Exemplos: Os elementos da família 6A apresentam a seguinte ordem de afinidade eletrônica.

O > S > Se > Te > Po

1. Na tabela periódica atual, os elementos são ordenados em ordem crescente de: a) massa
atômica. b) número de massa. c) número de nêutrons. d) número de elétrons. e) número de
prótons.

2. Identifique a série dos elementos químicos que contém calcogênio, metal alcalino, metal
alcalino terroso e halogênio. a) O, Ca, Ba e I. b) Ar, K, Cl e Ne. c) S, Na, Mg e F. d) Rb, Br, Po
e Xe. e) Ba, Tl, Li e I.

3. Os elementos químicos que pertencem à família VII A, ou 17, são chamados: a) metais
alcalino terrosos. b) metais de transição. c) metais alcalinos. d) halogênios. e) gases nobres.

4. O período e o grupo, na tabela periódica, de um elemento com a configuração eletrônica 1s2


2s2 2p6 3s2 3p3 são, respectivamente: a) 1, IIB b) 3, VA c) 2, IIIA d) 6, IIIA e) 3, IIB

5. Dados os elementos químicos: G: 1s2 J: 1s2 2s1 L: 1s2 2s2 M: 1s2 2s2 2p6 3s2 Apresentam
propriedades químicas semelhantes: a) G e L, pois são gases nobres. b) G e M, pois têm dois
elétrons no subnível mais energético. c) J e G, pois são metais alcalinos. d) L e M, pois são
metais alcalino terrosos.

6. Em relação ao átomo do elemento silício (Si), no estado fundamental, é correto afirmar que:
Dados: Números atômicos: Si = 14; Ge = 32. a) apresenta quatro (4) elétrons na camada de
valência (última camada). b) apresenta elétrons apenas nos níveis eletrônicos K, L, M e N. c)
34

apresenta comportamento puramente metálico. d) apresenta comportamento químico


semelhante ao do sódio (Na). e) apresenta o mesmo número de camadas eletrônicas com
elétrons do átomo de germânio (Ge), no estado fundamental.

7. As configurações eletrônicas no estado fundamental dos átomos dos elementos E1, E2 e E3


são: E1: 1s2 2s2 2p6 3s1 E2: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 E3: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1 A alternativa
correta é: a) O elemento E2 tem maior raio atômico que o elemento E1. b) O elemento E1 tem
maior potencial de ionização que o elemento E3. c) O elemento E3 tem maior afinidade
eletrônica que o elemento E2. d) Os elementos E1 e E2 são metais e o elemento E3 é não metal.

8. Considerando um grupo ou família na tabela periódica, podemos afirmar em relação ao raio


atômico que: a) aumenta com o aumento do número atômico, b) aumenta à medida que
aumenta a eletronegatividade. c) não sofre influência da variação do número atômico. d)
diminui à medida que aumenta o número atômico, devido ao aumento da força de atração do
núcleo. e) diminui com o aumento do número atômico, devido ao aumento do número de
elétrons.

3.4 Cronologia da descoberta dos elementos Qumicos

Ano da
Elemento Descobridor
Descoberta
Período da Antiguidade
Carbono Antiguidade Desconhecido
Cobre Antiguidade Desconhecido
Ouro Antiguidade Desconhecido
Ferro Antiguidade Desconhecido
Chumbo Antiguidade Desconhecido
Mercúrio Antiguidade Desconhecido
Prata Antiguidade Desconhecido
Enxofre Antiguidade Desconhecido
Estanho Antiguidade Desconhecido
Século XIII
Arsênio 1250 Albertus Magnus foi provavelmente o primeiro a
35

isolar o elemento
Século XV
Desconhecido, mas Basil Valentinus o distingui
Antimônio Século XV
do arsênio
Descrito em escritos provavelmente de Basil
Bismuto Século XV Valentinus e identificado por Claude François
Geoffroy em 1753
Século XVI
Zinco 1526 Identificado como metal por Paracelso
Século XVII

Fósforo 1669 Hennig Brand


Século XVIII
Cobalto 1732 Georg Brandt
Platina Aprox. 1741 Antonio de Ulloa
Niquel 1751 Axel Fredrik Cronstedt
Magnésio 1755 Joseph Black
Hidrogênio 1766 Henry Cavendish isolou e descreveu o elemento
Oxigênio 1771 Joseph Priestley
Nitrogênio 1772 Daniel Rutherford
Cloro 1774 Carl Wilhelm Scheele
Manganês 1774 Johan Gottlieb Gahn
Molibdênio 1778 Carl Wilhelm Scheele
Telúrio 1782 Franz-Joseph Müller von Reichenstein
Tungstênio 1783 Juan José Elhuyar and Fausto Elhuyar
Urânio 1789 Martin Heinrich Klaproth
Zircônio 1789 Martin Heinrich Klaproth
Estrôncio 1790 Adair Crawford
Itrio 1794 Johan Gadolin
Titânio 1791 Willian Gregor
Cobalto 1732 Georg Brandt
Platina Aprox. 1741 Antonio de Ulloa
Niquel 1751 Axel Fredrik Cronstedt
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Magnésio 1755 Joseph Black


Hidrogênio 1766 Henry Cavendish isolou e descreveu o elemento
Oxigênio 1771 Joseph Priestley
Nitrogênio 1772 Daniel Rutherford
Cloro 1774 Carl Wilhelm Scheele
Manganês 1774 Johan Gottlieb Gahn
Molibdênio 1778 Carl Wilhelm Scheele
Telúrio 1782 Franz-Joseph Müller von Reichenstein
Tungstênio 1783 Juan José Elhuyar and Fausto Elhuyar
Urânio 1789 Martin Heinrich Klaproth
Zircônio 1789 Martin Heinrich Klaproth
Estrôncio 1790 Adair Crawford
Itrio 1794 Johan Gadolin
Titânio 1791 Willian Gregor
Cromo 1797 Louis Nicolas Vauquelin
Século XIX
Vanádio 1801 Andrés Manuel del Río
Nióbio 1801 Charles Hatchett
Tantálio 1802 Anders Gustaf Ekeberg
Cério 1803 Martin Heinrich Klaproth
Ródio 1803 William Hyde Wollaston
Paládio 1803 William Hyde Wollaston
Ósmio 1803 Smithson Tennant
Irídio 1803 Smithson Tennant
Potássio 1807 Humphry Davy
Sódio 1807 Humphry Davy
Cálcio 1808 Humphry Davy
Bário 1808 Humphry Davy
Boro 1808 Joseph L. Gay-Lussac e Louis Jacques Thénard
Iodo 1811 Bernard Courtois
Lítio 1817 Johan August Arfwedson
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Conclusão
A Tabela Periódica dos elementos químicos é a disposição sistemática dos elementos, na
forma de uma tabela, em função de suas propriedades físicas e químicas. Em que os
elementos que apresentam propriedades semelhantes são dispostos em colunas. E o numero
atómico crescente disposto em linhas. É muito fácil prever as características e tendências
dos átomos. Em 1789 Antoine-Laurent Lavoisier, foi o primeiro a tentar contrui-la,
publicando o Tratado Elementar da Química. Construiu uma tabela com 33 substâncias, que
as distinguiu de acordo com as analogias verificadas no seu comportamento químico, em
metais e não metais.

Em 1829, Johoann Döbereiner, organizou as “tríades”, grupo de 3 elementos com


propriedades semelhantes e iniciou a noção de grupo.

Em 1864, John Newlands agrupou os elementos em sete grupos de sete elementos, por ordem
crescente das suas massas atómicas. Propôs a lei das oitavas e iniciou a noção de período.

Em 1869, Julius Lothar Meyer construiu uma tabela tomando como base o peso atómico dos
elementos. Mostrou a relação entre os volumes atómicos e as massas atómicas relativas -
curva de Meyer.

Dmitri Ivanovich Mendeleyev substitui o ordenamento pela massa atómica por números
atómico. Ele publicou a tabela periódica no seu livro “Princípios da Química” em 1869, época
em que eram conhecidos apenas cerca de 60 elementos químicos.

Em 1913, através do trabalho do físico inglês Henry G. J. Moseley, que mediu as frequências
das linhas espectrais específicas de raios X e de número de 40 elementos contra a carga do
núcleo (Z), pôde-se identificar algumas modificações na ordem correcta da tabela periódica,
sendo, portanto, o primeiro dos trabalhos experimentais a ratificar o modelo atómico de Bohr.
O trabalho de Moseley serviu para resolver um erro em que a Química se encontrava na época
por desconhecimento: até então os elementos eram ordenados pela massa atómica e não pelo
número atómico.

A Tabela Periódica actual é formada por 118 elementos distribuídos em 7 linhas horizontais,
cada uma sendo chamada de período. Os elementos pertencentes ao mesmo período possuem
o mesmo número de camadas de electrões.
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