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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

Análise e Identificação de Polímeros

Objetivo: Aplicabilidade de vários métodos analíticos em sistemas poliméricos e a


compreensão do tipo de informação obtida.

1- Análise Química de Polímeros


*Semelhante à análise de composto orgânicos de baixa massa molar;
*Reações químicas de polímeros ou suas reações de degradação.
2- Análise de Produtos de Reação
2.1- Espectrometria de Massas (EM)
O polímero reage (degradação térmica) formando fragmentos de baixa massa molar
que são condensados. A seguir são volatilizados, ionizados e separados de acordo com
sua massa e carga pela ação de campos elétrico e magnético como em uma análise
convencional de EM.
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QUÍMICA:
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2.2- Cromatografia Gasosa


Método de separação no qual componentes gasosos ou vaporizados são distribuídos
entre uma fase móvel gasosa e uma fase líquida fixa ou um sólido adsorvente. Os
componentes são detectados, sendo o sinal do detector proporcional à concentração
instantânea do componente na corrente gasosa. Pode-se obter informações sobre o
número, a natureza e as quantidades dos componentes presentes.

3- Espectroscopia no Infravermelho
Espectros de emissão ou absorção ocorrem quando moléculas sofrem transições entre
estados quânticos correspondentes a duas energias internas diferentes.

Freqüências do infravermelho: 1-50 micrômetros (10000-200cm-1). As freqüências


vibracionais de uma molécula dependem da natureza do movimento, da massa dos
átomos, geometria da molécula, natureza das ligações químicas e do ambiente físico-
químico.
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QUÍMICA:
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Em polímeros, o espectro de absorção no infravermelho é relativamente simples,


considerando o grande número de átomos envolvidos. Esta simplificação resulta,
primeiro, do fato de que muitas vibrações normais possuem a mesma frequência e,
portanto, aparecem no espectro como uma banda de absorção e, segundo por causa
das regras de seleção estritas que evitam que muitas das vibrações causem absorção.

3.1- Métodos Experimentais

3.1.1- Fontes: carbeto de silício ou óxidos de terras raras

3.1.2- Métodos de Dispersão da Radiação


Grades de dispersão ou prismas de sais inorgânicos (NaCl, KBr, CsBr, LiF, CaF2).

3.1.3- Detectores
Corpos negros de pequena massa, detectores sensíveis ao calor, pneumáticos e
fotocélulas de PbTe, por exemplo.
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QUÍMICA:
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3.1.4- Amostras
Sólidas, líquidas ou gasosas.

*Técnicas para preparo das amostras:


Compressão do material, solubilização do polímeros em solvente (CS2, CCl4),
preparação de filmes finos, “casting”, compressão da amostra em pó misturada com
KBr, em forma de disco.

3.2- Aplicação em Polímeros

3.2.1- Detecção de grupos funcionais em espectro típico.


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Assignments
X – H Stretching C = X Stretching
C = X Stretching X – H Deformation and C – X Stretching

OH, NH C=O C-O

C-H(alcano) C=N C-N

C-H(alceno) C=N C-C

C-H(aromatico) CH2,CH3 C-H rocking


S -H
N-H N-H rocking
Si-H
H H
O-H
H H
C=N C-F
C=C CCL (sobreton) C-CI
Micrometers
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

5000 3000 2000 1500 1000 900 800 700

Bandas de absorção no IV- Billmeyer, 1970.


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3.2.2- Espectros no Infravermelho “distante” e Raman
Observações em comprimentos de onda maiores que 200
micrômetros
Raman: efeito que resulta quando a frequência da luz visível é
alterada no processo de espalhamento pela absorção ou emissão da
energia produzida por mudanças nos estados quânticos das
vibrações e rotações moleculares.

3.2.3- Cristalinidade
O espectro no IV do mesmo polímero no estado cristalino e amorfo
diferem, por duas razões:
- Existência de interações intermoleculares específicas no polímero
cristalino, “sharpening” de certas bandas;
- informações específicas. Ex: PET- OCH2CH2O, conformação Trans
no cristal e Gauche no “melt”.
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3.2.4- Aplicações Típicas

Determinação de vários tipos de insaturação possíveis em uma cadeia


polimérica.

A tabela 1 mostra algumas bandas importantes resultantes de grupos


olefínicos
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Group Containing C=C Wavelength, µ m

Vinyl, R 1 CH=CH 2 10.1 and 11.0

Vinyl, trans- R 1 CH=CH R 2 10.4

Vinylidene,R 1 R 2 C=CH R 2 11.3

R 1 R 2 C=CHR 3 12.0

Cis-R 1 CH=CHR 2 14.2 (variable)

Comprimentos de onda de grupos olefínicos - Billmeyer,


1970
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Espectro de IV da PNIPAMM- Silva , 2000


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4- Análise Térmica

“Grupo de técnicas para medida da dependência com a temperatura de uma


propriedade física de uma certa substância ou de seus produtos de reação,
enquanto se varia a temperatura da substância de acordo com um programa
específico”.

Propriedade Física Técnica

Massa Termogravimetria (TG)

Temperatura Análise Térmica Diferencial


(DTA)
Entalpia Calorimetria Exploratória
Diferencial
(DSC)
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4- Análise Térmica

Propriedade Física Técnica

Características Mecânicas Análises Termomecânicas/ TMA


Análises Termomecânicas Dinâmicas/
DMA
Características Elétricas Medidas Termoelétricas

Características Medidas Termomagnéticas


Magnéticas
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Controle da Atmosfera

Forno
Referência

Programador de
Temperatura do
Forno

Sensores de
Temperatura
Amplificador Registrador
Microvolt

Esquema de um sistema de DSC- Silva, 2000


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Controle da Atmosfera
Forno

Amostra

Programador de
Temperatura do Registrador
Forno

Sensor de
Temperatura Balança Controle da
Registradora Balança

Esquema de um sistema Termogravimétrico moderno


Silva, 2000.
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4- Análise Térmica

4.1- Seleção das Condições de Medidas

4.1.1- Amostragem

- Seleção da célula

- Acondicionamento da amostra

Amostra em forma de: pó, pellets, filmes, lâminas, fibras, líquidos,


pastas
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4.1.2 - Quantidade de Amostra

4.1.3 - Razão de Aquecimento

4.1.4 - Atmosfera/ vazão do gás


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PET
Endotérmico/exotérmico

20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 220 240 260


Temperatura, °c
Curva DSC para PET - Billmeyer, 1970
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100

80
PVC PMMA HPPE PTFE PI
% de massa

60

40

20

0
0 200 400 600 800

Temperatura, °c
Curva TG para vários materiais poliméricos
Poli(cloreto de vinila), Poli(metacrilato de metila), Polietileno linear,
Poli(tetrafluoretileno, Poliimida.
Billmeyer, 1970
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5- Microscopia

Polímeros são materiais multifásicos que contêm pequenas quantidades de aditivos ou


grandes quantidades de cargas ou outros polímeros.
Homogeneidade do composto influencia suas propriedades. É importante a avaliação
da dispersão das fases em uma mistura particular.

5.1- Microscopia Ótica (MO) é uma técnica valiosa para se estudar polímeros, já que
é relativamente simples, barata e a preparação da amostra não é muito complexa.

Desvantagem:
A resolução da MO é limitada pelo comprimento de luz do visível e pela qualidade das
lentes objetivas.
Algumas técnicas que são utilizadas para melhorar o contraste em MO incluem luz
polarizada, contraste de fase, contraste por interferência diferencial e fluorescência.
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5.2- Microscopia eletrônica de varredura (MEV):


É uma técnica bastante utilizada no estudo de materiais poliméricos. Possui uma boa
resolução e a preparação da amostra é relativamente simples.

As amostras devem ser recobertas com uma camada condutora e as informações se


restringem às características da topografia de superfície.

Preparo da Amostra

* Corte
* Fratura
* Extração por solvente
* Expansão por solvente
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5.3- Microscopia eletrônica de transmissão (MET):

Pode fornecer informações sobre a estrutura fina do material, em níveis


atômicos ou moleculares e também permitir análise de difração e elementar em
pequenos volumes . Existem várias técnicas usadas para melhorar o contraste,
entre elas, o contraste eletrônico e coloração de polímeros irradiados.
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Comparação entre as técnicas MO, MEV e MET

Técnica Resolução para polímeros Custo relativo Preparação da amostra

MO 1000 nm 1 Fácil
MEV 20 nm 6 Fácil
MET 1 nm 12 Muito difícil
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MEV da blenda PAM/40%PEG- Silva, 2000


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6- Análise por Difração de Raios-X


Investigação de arranjos ordenados de átomos ou moléculas por meio da
interação da radiação eletromagnética com estruturas comparáveis em
tamanho (distâncias interatômica nos cristais, por exemplo) com o
comprimento de onda da radiação, resultando em efeitos de interferência.
Espalhamento a largo ângulo descreve o arranjo espacial dos átomos
Espalhamento a baixo ângulo determina a periodicidade resultante dos
cristalitos lamelares ou vazios.
6.1- Métodos Experimentais
Raios-X são obtidos pelo bombardeio de um alvo metálico com um feixe de
eletrons de alta voltagem.
Comprimento de onda do Raio-X é função do tipo de alvo e da
voltagem aplicada. Situação ideal: Raios-X monocromático
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Detecção: pela ação dos raios-X sobre filmes fotográficos ou por


contadores de radiação e amplificadores eletrônicos.

6.2- Aplicação em Polímeros

* Conformação da cadeia polimérica


* Empacotamento da cadeia polimérica
* Desordem na estrutura cristalina
* Orientação
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7- Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear e Paramagnética Eletrônica


RMN detecta movimento nuclear cujo spin é diferente de zero, enquanto a RPE é
útil na detecção de radicais livres.

7.1- RMN- Método Experimental


Utiliza a propriedade de spin em núcleos com H, C13, O17, F19. A aplicação de um
campo magnético forte divide os níveis de energia em dois, representando estados
de spin paralelo e anti-paralelo ao campo. Transições entre os estados leva à
absorção ou emissão de energia.
E=h v0 = 2 m H0
Com o acoplamento de núcleos, o campo de um núcleo é modificado pela presença
de outros.
H v0 = 2m (H0 + Hl)
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Onde:
V0 = frequência na região do microondas, H0 = campo magnético aplicado
Hl = campo local

7.2- RPE- Método Experimental


Os radicais livres são caracterizados unicamente pelo seu momento magnético,
originado pela presença de um elétron desemparelhado. A técnica é semelhante à
RMN.

7.3- Aplicação em Polímeros


Estudos de configuração da cadeia polimérica e microestrutura.
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8- Testes Físicos
8.1- Propriedades Mecânicas-Propriedades de tensão-deformação

Elongation at break

Elongation
At yield
Stress

Ultimate
strength

Yield
stress

Strain

Curva tensão-deformação genérica para plásticos,


Billmeyer, 1970
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Softf and weak Hard and brittle Softf and tough

Hard and strong Hard and tough

Curva tensão-deformação para vários materiais


poliméricos, Billmeyer, 1970
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8.2- Propriedades Térmicas


* Temperatura de amolecimento

•Flamabilidade
•Testada como a razão de queima de uma amostra específica
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8.3- Propriedades Óticas


* Transmitância e Reflectância
Caracterizam materiais transparentes e opacos, respectivamente.
* Cor
Sensação subjetiva resultante da percepção de aspectos de aparência dos
objetos que resulta da composição espectral da luz que atinge o olho.
* Brilho
Reflectância seletiva de uma superfície responsável pela aparência
lustrosa
* Haze (névoa): % de luz transmitida que, passando através da amostra,
desvia por espalhamento.
* Transparência;
Definida como o estado que permite a percepção de objetos além da
espécie.
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8.4- Propriedades Elétricas


* Constante dielétrica e fator de perda
Razão entre as capacidades de um capacitor de placas paralelas, medidas
com e sem a presença de um material dielétrico entre elas.
Fator de perda: produto da constante dielétrica e o fator de potência
* Resistividade
* Força Dielétrica
*Resistência ao arco
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8.5- Propriedades Químicas


* Resistência a solventes
Efeito de solventes: solubilidade, expansão, quebra por tensão externa,
rachadura
* Permeabilidade ao vapor
Produto da solubilidade do vapor no polímero e seu coeficiente de
difusão.
* Envelhecimento

Comportamento dos materiais expostos por longos períodos são


simulados pela exposição a ambientes artificiais.

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