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RECURSOS HÍDRICOS
CFPAS
Gestão Operacional de Recursos Hídricos
Qualidade d’água
Tema:
Características físicas e química de água
GORH
Autores:
Agostinho Cumaio
Índice
1. Introdução..............................................................................................................................................1
2. Conceito e Histórico...............................................................................................................................2
2.1. Quantidade e Composição da Água...................................................................................................2
3. Propriedade e Características das águas naturais...............................................................................3
3.1. Propriedades das águas naturais.......................................................................................................3
3.1.1. Calor específico................................................................................................................................4
3.1.2. Massa especifica, densidade e peso específico................................................................................4
3.1.3. Viscosidade dinâmica.......................................................................................................................6
3.1.4. Tensão Superficial............................................................................................................................6
3.1.5. Condutividade térmica....................................................................................................................7
3.1.6. Capacidade de dissolução................................................................................................................7
3.2. Características das Águas Naturais...................................................................................................8
3.2.1. Características físicas......................................................................................................................8
3.2.1.1. Temperatura.................................................................................................................................8
3.2.1.2. Cor.................................................................................................................................................8
3.2.1.3. Condutividade eléctrica..............................................................................................................11
3.2.2. Características químicas................................................................................................................11
3.2.2.1. pH.................................................................................................................................................11
3.2.2.2. Alcalinidade.................................................................................................................................12
3.2.2.3. Acidez...........................................................................................................................................12
3.2.2.4. Dureza..........................................................................................................................................13
3.2.2.5. Oxigénio dissolvido.....................................................................................................................14
3.2.2.6. Demanda química de oxigénio e bioquímica de oxigénio.........................................................15
3.2.2.7. Carbono orgânico total...............................................................................................................16
3.2.2.8. Contaminantes orgânicos...........................................................................................................17
3.2.2.9. Ferro e Manganés.......................................................................................................................18
3.2.2.10. Nitrogénio..................................................................................................................................19
3.2.2.11. Fósforo.......................................................................................................................................20
3.2.2.12. Fluoretos....................................................................................................................................20
3.2.2.13. Metais pesados...........................................................................................................................20
3.2.2.14. Pesticidas...................................................................................................................................21
2.
1. Introdução
A água quimicamente pura não existe à superfície da terra. A expressão água pura é usada como
sinónimo de água potável, para exprimir que uma água tem qualidade satisfatória para o
consumo humano.
Água potável é aquela que é própria para o consumo humano pelas suas qualidades físicas ou
organoléticas, químicas, microbiológicas ou seja é aquela que atende os padrões de potabilidade
de água fixados pelo ministério da saúde através do Diploma Ministerial 180º/2004 de 15 de
Setembro. Segundo o mesmo Diploma Ministerial Define-se Qualidade de Água como sendo o
conjunto das características Físicas e Organoléticas, Microbiológicas e Químicas.
Deste modo pode-se notar que para a avaliação da qualidade de água é necessário a determinação
das características da qualidade de água (Físicas e Organoléticas, Microbiológicas e Químicas) e
estas características só podem ser determinadas no laboratório de química através de diversas
técnicas de análise de água.
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2. Conceito e Histórico
A água ocupa aproximadamente 75% da superfície da Terra e é o constituinte orgânico mais
abundante na matéria viva, integrando aproximadamente dois terços do corpo humano atingindo
até 98% em certos animais aquáticos, legumes, frutas e verduras. Constitui-se também no
solvente universal da maioria das substâncias, modificando-as e modificando-se em função
destas. Diversas características da águas naturais advém dessa capacidade de dissolução,
diferenciando-as pelas características do solo da bacia hidrográfica. Como consequência, o corpo
de água, rio ou lago, sempre inclui a bacia hidrográfica que, por sua vez, imprimirá muitas das
características. Aliada a capacidade de dissolução, a água actua como meio um meio de
transporte – em escoamento superficial e subterrâneo – permitindo que as características do
mesmo curso de água alterem-se temporal e espacialmente. Por fim, as características das águas
naturais influenciam no metabolismo dos organismos aquáticos e são também influenciadas por
ele, conferindo estreita interacção entre esses seres vivos e o meio ambiente, base da ciência
denominada ecologia.
A relação do ser humano com os corpos de água data de tempos imemoriais. Estima-se que a
10000 anos, com a revolução da agricultura, o ser humano começou a abandonar a caça como
principal fonte de sustento e iniciou-se o cultivo das primeiras culturas e a criação dos rebanhos.
Como consequência, renunciou-se progressivamente o nomadismo que caracterizava as
primeiras comunidades, e a busca de fontes de abastecimento culminou com o estabelecimento
dos primeiros povoados a margem dos cursos de água, provavelmente na região da Mesopotânea
(Iraque). A partir daí delineou-se clara identificação dos primeiros povoados e, posteriormente,
das primeiras cidades, com o curso de água que as margeia, muitas vezes emprestando-lhes o
próprio nome.
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A maior parte, 97%, é salgada. Apenas 3% do total é água doce e, desses, 0,5% vai para os rios,
ficando disponível para uso. O restante está em geleiras, icebergs e em subsolos muito
profundos. Ou seja, o que pode ser potencialmente consumido é uma pequena fracção.
Há muita coisa a saber a respeito da água. Ela está presente nos menores movimentos do nosso
corpo, como no piscar de olhos. Afinal, somos compostos basicamente de água.
Esse líquido precioso está nas células, nos vasos sanguíneos e nos tecidos de sustentação. Nossas
funções orgânicas necessitam da água para o seu bom funcionamento. Em média, um Homem
tem aproximadamente 47 litros de água. Diariamente, ele deve repor cerca de dois litros e meio.
Todo o nosso corpo depende da água, por isso, é preciso haver equilíbrio entre a água que
perdemos e a água que repomos.
Quando o corpo perde líquido, aumenta a concentração de sódio que se encontra dissolvido na
água. Ao perceber esse aumento, o cérebro coordena a produção de hormonas que provocam a
sede. Se não beber água, o ser humano entra em processo de desidratação e pode morrer de sede
em cerca de dois dias.
Quando congelada, ao invés de se retrair, como acontece com a maioria das substâncias, a água
se expande e, assim, flutua sobre a parte líquida, por ter se tornado "mais leve". De acordo com
leis da física, isso não deveria acontecer. Por causa dessa propriedade não comum da água é que
os rios, lagos e oceanos, ao congelarem, formam uma camada de gelo na superfície enquanto o
fundo permanece líquido. No que diz respeito a uma série de propriedades físicas e químicas, a
água é uma verdadeira excepção à regra.
A Terra está a uma distância do sol que permite a existência dos três estados da água: sólido,
líquido, gasoso.
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que a superfície do corpo hídrico se congele. Dessa forma, garante-se a preservação da
continuidade no abastecimento.
É evidente que quanto menor for a temperatura externa menor também será a diferença de
densidade ao longo da profundidade e, portanto, menos significativa a estratificação térmica do
corpo da água. Dessa forma nos períodos mais frios do ano, a densidade tenderá a apresentar
menor variação ao longo da profundidade e, nessas circunstância pode ocorrer o fenómeno do
turn over ou virada do lago ou reservatório, caso a acção dos ventos favoreça a circulação da
água no seu interior. Quando da virada do reservatório, pode ocorrer o revolvimento do fundo e
significativa alteração das características da água bruta com efeitos no processo de tratamento.
Captações realizadas a partir de reservatórios de acumulação comummente apresentam torres de
tomada que permitem a captação da água bruta a distintas profundidades da coluna de água,
minimizando tais efeitos. A estratificação voltará a se estabelecer com o aumento da temperatura
da superfície.
Essa propriedade da água, denominada anomalia térmica, decorre das variações na estrutura
molecular da água com a temperatura. Na forma de gelo, a água apresenta estrutura tetraédrica
ou cristalina, caracterizada pela existência de espaços vazios. Á como compacta, na qual as
moléculas estão acondicionadas sem espaços vazios. Isso significa que, com o incremento da
temperatura a partir do congelamento, a água vai-se tornando cada vez mais densa. Em contra
partida, esse aumento da temperatura provoca a expansão molecular nos corpos. Dessa forma,
dois fenómenos contrapõe-se quando ocorre um aumento da temperatura. Por um lado a
densidade aumenta, em razão de alterações na estrutura molecular, e, ao mesmo tempo,
diminuem em decorrência da expansão molecular. A super - posição desses dois fenómenos
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conduz à obtenção do ponto de densidade máxima a 4ºC, reduzindo-se, posteriormente, com o
aumento da temperatura.
Essa propriedade permite que diversos pequenos organismos possam sobreviver na interface
água-ar atmosférico e desempenhem importante papel na cadeia trófica do ambiente aquático.
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Além do efeito da temperatura, a tensão superficial da água, pode ser afectada pelo lançamento
de despejos contendo sabões e detergentes que causará o desequilíbrio desse ecossistema.
A relevância das substâncias dissolvidas presentes nas águas naturais relacionar-se-á com o tipo
de uso e com as actividades desenvolvidas na bacia hidrográfica. Para fins de consumo humano,
os compostos orgânicos têm adquirido progressivamente maior relevância pela dificuldade na
remoção nas estações de tratamento, pela perspectiva de conferir odor e sabor à a água tratada –
favorecendo a rejeição da comunidade abastecida – e pela formação de subprodutos da
desinfecção com compostos de cloro.
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Em relação aos gases dissolvidos nas águas naturais, evidente importância recai para oxigénio
dissolvido (OD) pelo fundamental papel na manutenção da diversidade do ecossistema aquático.
Embora existam organismos anaeróbicos, capazes de utilizar o oxigénio contido em compostos
como sulfatos (SO4-2) e nitratos ( NO3-), a bio - diversidade de um ecossistema é assegurada pela
concentração de OD. Reforça essa assertiva o facto de a respiração anaeróbica favorecer a
emanação de gases mal cheirosos como sulfeto de hidrogénio (H2S) e metano (CH4).
3.2.1.1. Temperatura
A temperatura da água e dos fluidos em geral indica a magnitude da energia cinética do
movimento aleatório das moléculas e sintetiza o fenómeno de transferência de calor à massa
líquida. As forças de coesão inter-molecular. O novo aumento da temperatura fará com que
ocorra a expansão e mudança de estado para gás ou vapor.
Para fins de tratamento, essa característica representa uma vantagem ainda maior para os países
tropicais, nos quais as variações das temperatura da água são menos significativas. A etapa de
coagulação –presente na quase totalidade das tecnologias de tratamento realiza-se de comomenos
êxito a baixas temperaturas.
3.2.1.2. Cor
A cor da água é produzida pela reflexão da luz pelas partículas, denominadas colóides, finamente
dispersas, de origem predominante orgânica e dimensão inferior a 1µm. Pode também ser
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resultado da presença de compostos de ferro e manganês ou de diversos tipos de resíduos
industriais. Quando a cor se manifesta em águas subterrâneas, via de regra é resultado da
presença desses compostos de ferro e manganês.
Os compostos orgânicos que conferem cor às águas naturais são provenientes basicamente de
duas fontes:
Para efeitos de caracterização de água usada para o abastecimento, distingue-se cor aparente, na
qual considera-se as partículas suspensas, da cor verdadeira. A determinação da segunda realiza-
se após a centrifugação ou filtração da amostra em filtro de papel para a remoção de partículas
suspensas. A determinação da intensidade da cor da água é realizada comparando-se a amostra
de cobalto-platina, sendo os resultados apresentados em T.C.U. O regulamento de qualidade de
água para o consumo humano, do MISAU, define o limite máximo em 15T.C.U.
As águas naturais apresentam, em geral cor verdadeira variando de 0 a 200 TCU, sendo os
valores inferiores a 10TCU dificilmente perscéptiveis. Corpos de água de cor naturalmente
escura ocorrem em regiões ricas em vegetação e, consequentemente, de solos menos erodíveis.
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A importância da cor como parâmetro de qualidade como parâmetro de qualidade de água
adquiriu maior evidência após a confirmação, no inicio da década de 1970, da perspectiva de
formação de produtos potencialmente cancerígenos (Tihalometanos - THM) como consequência
da cloração de águas coloridas com a finalidade de abastecimento. Vale ressaltar que os THM
não são os únicos produtos da desinfecção, mas principalmente, verifica-se maior prevalência na
formação de espécies halogenadas do que de outros subprodutos, e seus efeitos na saúde têm sido
avaliados há mais de duas décadas, a despeito da amplitude de variação desse parâmetro nos
diversos países.
A distinção da parcela concernente a parcela aos ácidos fúlvicos na matéria orgânica natural
ganhou projecção no meio científico pela menor susceptibilidade destes à coagulação. Por outro
lado, os ácidos húmicos, de maior peso molecular, apresentam capacidade de, ao complexarem
traços de metais, como ferro, por exemplo, contribuir ainda mais significativamente para cor das
águas naturais e, embora mais facilmente removidos na coagulação, formam maiores
concentrações de THM e Ácidos Haloáceticos (AHA). Nessa prespectiva, o emprego de diversos
processos oxidativos – ozono, ultravioleta, peróxido de hidrogénio tende a reduzir o peso
molecular dessas substâncias tornando-as menos reactivas com o cloro e reduzindo a cloração da
água tratada.
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este ocorre quando a matéria orgânica e a temperatura da água eleva-se. Atribui-se a parcela não
húmica da matéria orgânica papel mais relevante no desenvolvimento desses bio - filmes.
Factores hidráulicos e ambientais tais como pH, temperatura e pluviosidade além da presença de
resíduos desinfectantes, a corrosão e acumulação de sedimentos, tem sido relacionados ao
crescimento de bactérias nas águas de abastecimento.
3.2.2.1. pH
O potencial hidrogeniónico (pH) consiste na concentração dos iões H+ nas águas e representa a
intensidade das condições ácidas ou alcalinas do ambiente aquático. Talvez se constitua no
parâmetro com maior frequência no monitoramento na rotina operacional das estações de
tratamento, pela interferência em diversas processos e operações unitários inerentes a tratamento
de . É determinado em escala antilogarítmica –pH = -log (H+)
compreendendo o intervalo de 0 a
14. Valores de pH inferiores a 7 indicam condições ácidas e superiores condições alcalinas da
água natural.
formação de algas,
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fotossíntese e respiração,
3.2.2.2. Alcalinidade
A alcalinidade das águas naturais traduz a capacidade de neutralizar ácidos ( ou iões H +) ou a
capacidade de minimizar variações significativas de pH constituindo-se principalmente de
bicarbonatos (HCO3-), carbonatos (CO3-2) e hidróxidos (OH-). No processo de tratamento de água
para o consumo humano, a alcalinidade adquire função primordial no êxito do processo de
coagulação minimizando a redução muito significativa do pH após a dispersão do coagulante.
As três formas de alcalinidade manifestam-se em função do pH. Águas com pH entre 4,4 e 8,3 a
alcalinidade será devido apenas bicarbonatos, pH entre 8,3 e 9,4 a carbonatos e bicarbonatos, e
para pH maior que 9,4 a hidróxidos e carbonatos. Dessa forma, para maioria das águas naturais
de superfície a alcalinidade decorre apenas de bicarbonatos, principalmente, de cálcio e
magnésio.
A alcalinidade não têm significado sanitário. Valores mais elevados de alcalinidade nos corpos
de água estão associados aos processos de decomposição da matéria orgânica, á actividade
respiratória dos microorganismos, com libertação e dissolução do gás carbónico (CO 2) na água, e
ao lançamento de efluentes industriais.
3.2.2.3. Acidez
Em contraposição a alcalinidade, a acidez é a característica química de neutralizar bases e
também evitar alterações bruscas no pH, devido, principalmente, à concentração de CO 2 nas
águas. Pode ter origem natural, pela absorção da atmosfera e decomposição da matéria orgânica,
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ou antrópica, pelo lançamento de despejos industriais e lixiviação do solo de áreas de mineração.
Similarmente, em relação a alcalinidade, a distribuição das formas de acidez efetua-se em função
de pH. Para águas com pH inferior a 4,5, a acidez decorre de ácidos minerais fortes, geralmente
resultante de despejos industriais, pH entre 4,5 e 8,2, acidez devido ao CO 2 e para pH maior que
8,2, CO2 livre ausente.
A acidez é expressa da mesma forma que a alcalinidade (mg/l de CaCO 3) e também não tem
significado sanitário, podendo fomentar a rejeição da população abastecida quando a acidez
mineral for mais pronunciada. Sua insignicancia prende-se à capacidade de corrosão das redes de
distribuição.
3.2.2.4. Dureza
A dureza indica a concentração de catiões multivalentes em solução na água, principalmente de
cálcio (Ca+2) e magnésio (Mg+2), e, em menor monta, alumínio (Al+3), ferro (Fe+2) manganês
(Mg+2) e estrôncio ( Sr+2). A dureza pode ser classificada como dureza carbonato e dureza não –
carbonato, dependendo do anião com o qual está associada. A primeira é sensível ao calor,
precipitando o carbonato ao aumento significativo da temperatura – usual de ocorrer quando a
água atravessa, por exemplo, a resistência dos chuveiros domiciliares - e, por essa razão, recebe a
denominação de dureza não – permanente. A dureza carbonato corresponde a alcalinidade,
estando, portanto, em condições de indicar a capacidade tampão de água natural.
A dureza é expressa em mg/l de equivalente em carbonato de cálcio (CaCO 3) e, ainda que com
alguma imprecisão devido à percetibilidade variável da população abastecida, em função desse
parâmetro, a água pode ser classificada em:
A aceitação e a percepção do consumidor para com água de dureza mais elevada apresentam
significativo grau de subjectividade. Os consumidores geralmente preferem consumir água com
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menor dureza, ou seja uma água com a dureza abaixo de 50mg/L de CaCO 3, pois abaixo deste
valor a dureza da água não é perceptível.
A dureza não apresenta significado sanitário e seu inconveniente é de natureza económica por
reduzir a formação de espuma, elevando o consumo de sabões e xampus, e, conforme
mencionado, podendo provocar incrustações nas tubagens de águas quentes, caldeiras e
aquecedores, devido a precipitação a altas temperaturas. Não há ainda confrontação científica
que relacione o consumo de água com maior teor de dureza ao aparecimento de pedras nos rins
na população abastecida.
Frequentemente, a dureza tem origem natural pela dissolução de rochas calcárias, ricas em cálcio
e magnésio e, em menor monta, decorrente do lançamento de efluentes industriais.
Nos corpos de água com uma dureza baixa, a biodiversidade do meio aquático é mais sensível à
presença de substâncias tóxicas, já que a toxidade é inversamente proporcional ao grau da dureza
na água.
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acções antropogênicas no lançamento de efluentes, as concentrações de OD podem variar
naturalmente. Curso de água com velocidade mais elevada favorece o aporte de oxigénio da
atmosfera, enquanto em lagos e reservatórios, a concentração de OD pode superar à de saturação
em dias de intensa actividade fotos sintética da comunidade de algas e de plantas aquáticas. Esse
fenômino denominado de supersaturação de OD somente pode ocorrer pela actividade fotos
sintética.
A redução do OD pode ocorrer por razões naturais principalmente pela respiração dos
organismos presentes no ambiente aquático, mas também por perdas para atmosfera,
mineralização da matéria orgânica e oxidação de iões. Nessa última premissa, lagos e
reservatórios, por, vezes, apresentam variações significativas nas concentrações de OD no
período nocturno, devido ao processo inverso da fotossíntese realizado pelas algas e plantas
aquáticas que, na respiração, consomem o oxigénio e libertam o gás carbónico (CO 2). O aumento
da concentração de CO2 pode acarretar inclusive a redução mais significativa do pH e favorecer a
ressolubilização de diversos compostos depositados no fundo do corpo de água.
As variações nos teores de OD estão associadas aos processos físicos, químicos e biológicos que
ocorrem nos corpos de água. Para a manutenção da vida aquática aeróbia, são necessários teores
mínimos de oxigénio dissolvido de 2 a 5 mg/l, de acordo com a exigência de cada organismo. A
concentração de oxigénio disponível mínima necessária para a sobrevivência das espécies
aquáticas é de 4mg/L para a maioria dos peixes é de 5mg/L para trutas e salmões, o que explica a
prevalência dessas espécies em águas de baixa temperatura.
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de oxigénio (em mg/L) pelas bactérias na estabilização da matéria orgânica. A determinação da
DBO realiza-se a partir da diferença da concentração de OD em amostra de água em período de
5 dias e temperatura de 20ºC. Já a DQO é determinada titulação química e o resultado é obtido é
menos de 3 horas, sendo utilizada no monitoramento de estações de tratamento de esgotos. Dessa
forma, se uma amostra de água natural apresentar DBO de 10mg/l indica que serão necessários
10mg de oxigénio dissolvido para estabilizar, em período de 5 dias, a 20ºC, a quantidade da
matéria orgânica biodegradável contida em 1 L da amostra.
Em águas superficiais, o teor de COT varia 1 a 20 mg/L, elevando-se para até 1000 mg/L, nas
águas residuais. Dessa forma, uma alteração significativa desse parâmetro constitui-se em
indicativo de novas fontes poluidoras e balizador das análises a serem realizadas, tais como cor
verdadeira, clorofila a, fósforo total etc.
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O COT, principalmente na forma dissolvida, assume papel preponderante no desenvolvimento da
comunidade de algas no ecossistema aquático. Além de se inserir na cadeia trófica de bactérias e
algas - como agente precipitante de nutrientes na camada bentônica para a produção primária -, o
COT actua também no processo da fotossíntese, por intermédio da interferência na penetração
das radiações solares no corpo de água.
A primeira (Categoria I) congrega os compostos sobre os quais há forte evidência acerca das
suas propriedades cancerígenas e a recomendação e a recomendação é de se atingir como
objectivo concentração nula nas águas de consumo. Toda via a limitações em termos de detenção
desses compostos por meio de técnicas laboratoriais confiáveis e da própria remoção na estação
de tratamento.
Para os integrantes da categoria II as evidências acerca das propriedades cancerígenas não são
definitivas, mas outros efeitos nocivos à saúde já foram confirmados. Para os demais, categoria
III, não evidências de efeitos cancerígenos mas outros efeitos à saúde já se confirmaram, tais,
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como, danos ao fígado e aos sistemas cardiovasculares e nervoso central. Nessas categorias,
estabelece-se um valor numérico para cada contaminante.
O ferro não apresenta inconveniente sanitário, mas de carácter económico, mas por produzir
manchas em roupas e aparelhos sanitários em concentrações superiores a 0,3mg/L e em maiores
concentrações, conferir sabor à água de consumo. O regulamento de qualidade de água para o
consumo humano, estabelece a concentração máxima de ferro total de 0,3mg/L. A remoção de
ferro pode ser por aeração - para favorecer a oxidação à forma insolúvel -, coagulação ou pré –
desinfecção com compostos de cloro.
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Como o ferro, o manganês não apresenta significado sanitário e os inconvenientes são de
natureza estética. Concentrações superiores a 0.05mg/L podem favorecer o aparecimento de
manchas em vestes e aparelhos sanitários.
3.2.2.10. Nitrogénio
O nitrogénio, gás mais abundante na atmosfera terrestre (78%), pode ser encontrado nos corpos
de água em função do seu estado de oxidação sob as formas:
O ciclo de nitrogénio realiza-se por meio de bactérias nos processos de nitrificação O primeiro
consiste na sucessiva oxidação da amónia (NH3) a nitrito e posteriormente o nitrito (realizado
pelas bactérias nitrificantes do género Nitrosomonas), enquanto o segundo, refere-se à redução
do nitrato a nitrogénio gasoso (realizado pelas bactérias do género Nitrobacter). O nitrogénio
constitui, junto com o fósforo, nutriente essencial ao crescimento de algas e plantas aquáticas,
facilmente assimilável nas formas de amónio e nitrato. Em relação à forma molecular, factor
relevante à floração de alguns espécies de algas e cianobactérias em lagos e reservatórios de
acumulação refere-se à capacidade de fixação do nitrogénio atmosférico, permitindo o seu
crescimento mesmo quanto as outras formas de nitrogénio não estão disponíveis na massa
líquida.
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3.2.2.11. Fósforo
Por ser menos abundante que o nitrogénio, o fósforo acaba por se constituir no principal factor
limitante no desenvolvimento de algas e plantas no meio aquático. O fósforo apresenta-se nas
formas de ortofosfatos, polifosfato e fósforo orgânico, originando-se da dissolução de compostos
do solo e decomposição da matéria orgânica. Por actividade antropogénica, o aporte de fósforo
aos corpos de água pode ocorrer, semelhantemente ao nitrogénio por lançamento de despejos
domésticos e industriais, fertilizantes e lixiviação de criatórios de animais.
As formas de ortofosfatos, sendo HPO 4-2 a mais comum para as faixas de pH das águas naturais,
são as mais facilmente assimiláveis por algas e plantas aquáticas, e em águas naturais não
poluídas as concentrações de fósforo são comummente inferiores a 0,02mg/L. O fósforo não
apresenta inconveniente de ordem económica ou significado sanitário para águas de consumo
humano.
3.2.2.12. Fluoretos
Menos frequentemente em águas superficiais que os cloretos, concentrações de fluoretos (F-) são
relativamente comuns em águas subterrâneas decorrentes da decomposição de solos e rochas.
Em concentrações superiores a 2,0 mg/L, pode favorecer o desenvolvimento da fluorose –
progressivo escurecimento e deterioração dos dentes. As concentrações de fluoretos nas águas de
consumo objectivam minimizar o desenvolvimento da cárie dentária em crianças até aos 12 anos
e são condicionadas à temperatura média do ar, em função do volume diário ingerido.
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mar e verificou-se o progresso aumento da concentração de mercúrio – na forma orgânica
(metilmercúrio) – na biomassa dos peixes e dos habitantes da baia.
Ainda que menos frequente o chumbo ocorre em águas também por meio da corrosão de
tubulações mais antigas soldadas com ele. Uma série de danos pode causada pela contaminação
com chumbo ; inclusive, têm sido verificadas propriedades carcinogênicas em experiência com
cobaias. Denomina-se saturnismo a intoxicação aguda por ingestão de chumbo e há uma
suposição de alta incidência dessa enfermidade na população da Roma antiga, cujas canalizações
eram constituídas por esse metal.
3.2.2.14. Pesticidas
À denominação de pesticidas inclui um rol de compostos orgânicos sintéticos utilizados como
herbicidas, insecticidas e fungicidas extensivamente empregados, principalmente na agricultura,
no controle de pragas. Dividem-se em organoclorados, organofosforados, organonitogenados e
carbamatos. Os primeiros apresentam toxidade variada inferida em função de bioensaios nos
quais determina-se doses letais para 50% das cobais.
Os pesticidas organoclorados são relativamente inertes e sua alta estabilidade está relacionada às
ligações carbono - cloro alguns desses compostos podem persistir por 15 a 20 anos no solo e
parte destes arrastadas pelas chuvas ( lixiviação) para o interior dos cursos de água, que também
recebem esses compostos por meio de efluentes industriais, de esgotos, de sedimentos da
atmosfera e por contaminação directa durante a aplicação. Assim tanto as águas de mananciais
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de rios e represas que abastecem as populações, quanto os peixes que se alimentam de materiais
retirados do fundo desses locais apresentam concentração desses agrotóxicos, mesmo anos após
a cessão da aplicação destes em regiões vizinhas.
A estrutura e composição de um terreno são também muito importante, uma vez que definem a
taxa de infiltração; por exemplo solos ricos em argila e matéria orgânica hão de adsorver muito
mais facilmente um composto pesticida do que solos arenosos e pobres em matéria orgânica.
Além disso, a chuva, as práticas de irrigação e a evapotranspiração podem afectar a mobilidade
dos compostos. Características da água como pH, temperatura, concentração de partículas
suspensas e de outras substâncias químicas dissolvidas implicam necessariamente diferentes
destinos dos pesticidas.
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