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UNIVERSIDADE CATΌLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema:
MINERAIS:
Classificação, Propriedades, Características e Impactos ambientais resultantes
da exploração de recursos minerais em Moçambique

Cristina Domingos Tomé


708221409

Curso: Licenciatura Em Ensino de Geografia


Disciplina: Geologia Geral
Ano de frequência: 1º Ano

Beira, Junho de 2022


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Classificação
Nota
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Categorias Indicadores Índice 0.5
Introdução 0.5
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização (Indicação
2.0
clara do problema)

Introdução Descrição dos objectivos 1.0

Metodologia adequada ao
2.0
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
discurso académico
Conteúdo 3.0
(expressão escrita cuidada,
Análise e coerência / coesão textual)
discussão Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.0
relevantes na área de estudo
Exploração dos dados 2.5

Conclusão Contributos teóricos práticos 2.0

Paginação, tipo e tamanho de


letra, paragrafo, espaçamento
Aspectos gerais Formatação 1.0
entre linhas

Rigor e coerência das


Normas APA 6ª
citações/referências
Referências edição em
bibliográficas 2.0
Bibliográficas citações e
bibliografia

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Folha de recomendação: A ser preenchida pelo tutor:
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Índice
Introdução ................................................................................................................................................ 5

Objectivo .................................................................................................................................................. 5

Objectivo geral ..................................................................................................................................... 5

Objectivos específicos .......................................................................................................................... 5

MINERAIS .............................................................................................................................................. 6

Definição .............................................................................................................................................. 6

Características ...................................................................................................................................... 6

Classificação......................................................................................................................................... 6

Propriedades ......................................................................................................................................... 9

Impactos ambientais resultantes da exploração de recursos minerais em Moçambique .................... 11

Considerações finais .............................................................................................................................. 14

Referências bibliográficas ...................................................................................................................... 15

iv
Introdução
O presente trabalho aborda acerca de minerais. O desenvolvimento deste trabalho deveu a varias
referencias bibliográficas consultada com intuito de trazer algo de novo sobre minerais, assim criando
um trabalho dinâmico e diferente.

O trabalho esta somente em uma sessão onde desenvolve os minerais, com conteúdos que-o distingue
como sua característica, classificação, propriedade e impacto ambientais na sociedade (moçambique).
Para enfatizar este trabalho deveu-se a leitura de vários autores assim com acesso a internet, foram
eficazes na sua realização.

Objectivo
Objectivo geral
Desenvolver o conhecimento sobre o mineral até seu impacto ambiental em Moçambique

Objectivos específicos
 Definir minerais
 Classificar os minerais
 Caracterizar os principais tipos de minerais
 Identificar as propriedades dos minerais
 Compreender o impacto da exploração dos recursos minerais em moçambique concretamente no
distrito de Tete

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MINERAIS
Definição
Minerais – são substancias sólidas homogêneas, de ocorrência natural, formado por processos
inorgânicos, de composição química definida, mas não fixa, com arranjo atômico altamente ordenado,
isto é, de estrutura cristalina definida.

Um mineral pode ser definido como um “composto químico, via de regra, resultante de processos
inorgânicos, de composição química geralmente definida e encontrado naturalmente na crosta terrestre”
(LEINZ & LEONARDOS, 1971, p. 128). Tais estruturas, é dever enfatizar, são formadas
fundamentalmente por processos geológicos, e podem se formar tanto na Terra como em corpos
extraterrestres. Madureira Filho et al. (2000) chamam a atenção para o fato de cada tipo de mineral,
como o quartzo (SiO2), constitui uma espécie mineral.

A definição de mineral implica em material formado por processos geológicos naturais, excluindo
materiais formados por processos biológicos ou em laboratórios. Nenhum material amorfo, ou seja, sem
definição ou ordenação cristalina de seus átomos, é considerado um mineral.

Todo mineral tem composição química definida dentro de certos limites. Alguns são substâncias puras
de composição simples, como o quartzo, cuja composição é SiO2, ou a hematita Fe2O3. Outros
minerais, como os feldspatos, anfibólios, granadas, micas e piroxênios são soluções sólidas (ver abaixo)
e suas composições variam dentro de certos limites.

Características
As principais características dos minerais são:

 Estrutura solida e cristalina


 Composição química definida
 Arranjo atómico ordenado.

Classificação

A classificação apresentada a seguir, baseia-se na composição química do mineral e, na sua divisão mais
ampla, compreende 12 classes.

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1) Classe dos elementos nativos: Cerca de 20 elementos se encontram como minerais sob forma não
combinada, dizendo-se que ocorrem no estado nativo. Estes minerais são divididos em metais;
semimetais e não-metais.

 Metais: Au (ouro); Ag (prata); Cu (cobre); Pb (chumbo); Pt (platina); Pd (paládio); Ir


(irídio); Os (ósmio); Fe (ferro) e Ni (niquel).
 Semimetais: As (arsênio); Sb (antimônio); Bi (bismuto); Se (selênio) e Te (telúrico).
 C)Não-metais: C (carbono = diamante ou grafita); S (enxofre).

2) Classe dos sulfetos: Consiste, na maior parte, em combinação de vários metais com S, Te e Se. A
maioria dos minerais metálicos estão nesta classe. Exemplos:

o Ag2S = argentita ; Cu5FeS4 = bornita


o PbS2 = galena ; CuFeS2 = calcopirita
o ZnS = esfalerita ; AuTe2 = calaverita
o HgS = cinábrio ; As2S3 = ouro-pigmento
o FeS2 = pirita ; (Au,Ag)Te2 = silvanita
o MoS2 = molibdenita.

3) Classe dos sulfossais: Minerais compostos de Pb, Cu ou Ag em combinação com S e Sb, As ou Bi.
Exemplos:

 Ag3SbS3 = pirargirita ; Ag3AsS3 = proustita


 (Cu,Fe,Zn,Ag)12Sb4S13 = tetraedrita ; Cu3AsS4 = enargita.

4) Classe dos óxidos: Minerais onde ocorre metal em combinação com oxigênio. Subdividem-se em:

A) óxidos simples:Cu20 = cuprita SnO2 = cassiterita

 H2O = gelo UO2 = Uraninita


 Al2O3 = coríndon Fe2O3 = hematita
 Al2O3 = rubi(vermelho); safira(azul); topázio oriental
 (amarelo); esmeralda oriental(verde).

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B) óxidos múltiplos:MgAl2O4 = espinélio FeCr2O4 = cromita

 BeAl2O4 = crisoberilo.

C) hidróxidos:Mg(OH)2 = brucita MnO(OH) = manganita.

5) Classe dos halóides: Inclui os cloretos (Cl); fluoretos (F); brometos (Br) e Iodetos (I) naturais.
Exemplos:

o NaCl = halita CaF2 = fluorita


o KCl = silvita

6) Classe dos carbonatos: minerais cujas fórmulas químicas incluem o radical carbonato, CO3.
Exemplos:

 CaCO3 = calcita Cu2CO3 = malaquita


 CaMg(CO3)2 = dolomita Cu3(CO3)2(OH)2 = azurita
 BaCO3 = witherita.

7) Classe dos nitratos: Minerais que såo considerados como sais de ácido nítrico e contêm o Radical
NO3. Exemplos:

 NaNO3 = nitro de sódio ou salitre do Chile


 KNO3 = nitro ou salitre

8) Classe dos boratos: Contém o radical BxOy. Exemplos:

Na2B4O7.10H2O = Bórax (medicina,metalurgia,abrasivo).


NaCaB5O9.8H2O = ulexita "bolas de algodåo"

9) Classe dos fosfatos: minerais que apresentam o radical PO4. Exemplos:

 (Ce,La,Y,Th)PO4 = monazita
 MgAl2(OH)2PO4 = lazulita
8
 Ca5(F,Cl,OH)PO4 = apatita
 CuAl6(PO4)4(OH)82H2O = turqueza.

10)Classe dos sulfatos: minerais que apresentam o radical SO4. Exemplos:

 BaSO4 = barita CaSO4.2H2O = gipsita.


 CaSO4 = anidrita

11)Classe dos tungstatos e molibdatos: apresentam o radical tungstato, WO4 ou molibdato MoO4.
Exemplos:

o (Fe,Mn)WO4 = wolframita PbMoO4 = wulfenita


o CaWO4 = Scheelita

12) Classe dos silicatos:

É a classe de maior importância pois cerca de 25% dos minerais conhecidos e 40% dos
minerais mais comuns são silicatos. Com poucas exceções, pode-se dizer que todos os minerais que
formam rochas ígneas são silicatos e que estes constituem mais de 90% da crosta terretre.

De cada 100 átomos na crosta terrestre,62,5 são de O

 21,2 são de Si
 6,5 são de Al
 2,2 são de Fe, Ca, Mg, Na, K.

Propriedades
As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e das suas características
estruturais. As propriedades físicas mais obvias e mais facilmente comparáveis são as mais utilizadas
na identificação de um mineral. São as seguintes as propriedades físicas macroscópicas, isto e,
observáveis sem necessidade de equipamento sofisticado.

As propriedades são as seguintes: hábito, clivagem, partição, fratura, dureza, tenacidade, densidade
relativa, magnetismo, cor, traço e brilho.

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1. Hábito – por hábito de um mineral se entende a (s) forma (s) com a qual ele aparece
frequentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais tabulares
(achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos característicos; ou mesmo
como grãos sem uma forma definida.
2. Clivagem – é a tendência de um mineral quebrar-se em direções preferenciais, paralelamente à
planos atômicos específicos, sendo consistente com a simetria do mineral e relacionada à
estrutura cristalina.
3. Partição – assim como a clivagem, a partição também está associada a planos cristalográficos,
mas não é tao bem desenvolvida. A partição pode ter outras causas, como a presença de planos
de geminação no cristal ou ocorrer como resposta à aplicação de pressão. Assim, ao contrário do
que ocorre com a clivagem, alguns indivíduos de uma espécie mineral podem apresentar partição
enquanto outros não a possuem.
4. Fratura – refere-se à maneira pela qual o mineral se rompe, exceto aquelas controladas pelas
propriedades de clivagem e partição. Ocorre quando a força das ligações químicas é mais ou
menos a mesma em todas as direções e, portanto, o rompimento não ocorre ao longo de nenhuma
direção cristalográfica em particular.
5. Dureza – é a resistência que a superfície lisa da face do mineral oferece ao risco (resistência à
abrasão). Isso é uma propriedade vetorial que depende da estrutura cristalina do mineral.
6. Tenacidade é a medida da coesão de um mineral, ou seja, a sua resistência a ser quebrado,
esmagado, dobrado ou rasgado.
7. Densidade relativa – definida como a relação entre o peso do mineral e o peso de um volume
igual de agua pura, é um número adimensional, e não tem o mesmo significado que peso
específico (medido em unidades de peso por unidade de volume). A densidade relativa é
característica para cada mineral, e depende basicamente de dois fatores: os elementos químicos
que constituem o mineral e a maneira como estes elementos estão arranjados dentro da estrutura
cristalina.
8. Magnetismo de um mineral – é uma propriedade atômica que depende da somatória dos
momentos magnéticos dos elétrons constituintes (relacionado ao número quântico spin), e que
vai fazer com que o mineral tenha magnetismo natural ou não.
9. Cor é provavelmente a primeira propriedade física a chamar a atenção quando alguém examina
um mineral. O que o nosso cérebro interpreta como cor é, na verdade, o resultado da absorção
seletiva de determinados comprimentos de onda da luz que atravessa o mineral. Os
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comprimentos de onda que não são absorvidos tornam-se dominantes no espectro que emerge
do mineral, e a combinação destes comprimentos de onda È o que È percebido como cor.
10. Cor de traço é a cor do pó fino de um mineral e observamos isso atritando o mineral numa placa
de porcelana não polida (até dureza 6 a 7). Os minerais de dureza mais alta não têm cor de traço,
pois riscam a cerâmica.
11. Brilho é a capacidade de reflexão da luz incidente pela superfície do mineral. Em uma
classificação ampla, o brilho dos minerais pode ser dividido em metálico e não metálico, com
uma categoria transicional (sub-metálico) entre eles.

Impactos ambientais resultantes da exploração de recursos minerais em Moçambique


A atividade mineira provoca impactos em todas as fases do empreendimento: pesquisa, implantação,
operação e desativação da lavra. A partir das técnicas de extração a serem usadas deve ser planejado a
lavra e o processamento do material que não interfira drasticamente ao meio ambiente e as comunidades
locais (SILVA, 2007).

Impacto ambiental é qualquer alteração física ou funcional de componentes ambientais. Essa alteração
pode ser classificada, podendo ser favorável ao ecossistema ou à sociedade. A mineração de rocha para
brita não traz danos ambientais tão graves se comparada com a extração de minerais metálicos
(MARTINS, 2014; TOMMASI, 1994).

O técnico da empresa mineradora não detalhou sobre possíveis impactos ambientais causados pela
atividade na pedreira. Porém, observaram-se impactos visuais, como a ausência da flora e da fauna,
emissão de poeira, vibrações devido à detonação com explosivos, além do ruído gerado por todo o
processo para a obtenção do produto final, resultado similar alcançado por (LOPES et al. 2015: 7).

Atualmente em Moçambique, particularmente na Província de Tete, se presencia uma corrida a


exploração mineira apoiados pela legislação (Lei, 2002; Decreto, 2004a), contudo a motivação desta
pesquisa foi a necessidade de assistir as comunidades do distrito de Moatize frente aos danos ambientais
que podem emergir a curto, médio e longo prazo. Na maioria das vezes, as atividades mineralógicas são
realizadas de forma predatória, destrutiva e agressiva ao ambiente, deteriorando progressivamente a
qualidade de vida da população local. Muitos países em desenvolvimento continuam sendo explorados
pelas empresas que priorizam o lucro ao bem-estar das comunidades e da qualidade do ambiente
(Alencastro et al., 2019). A realidade é a falta de comprometimento com os ODS bem como falta de
democracia nas decisões internacionais e nacionais, negligenciando as políticas ambientais e de saúde

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(Buss et al., 2012). O desgaste físico e emocional da comunidade não é percebido pelos gestores privados
e públicos levando ao questionamento da inserção do debate da exploração do carvão mineral no distrito
de Moatize na agenda das ODS e da bioética ambiental, objetivando elencar os impactos ambientais
resultantes da exploração do carvão e suas manifestações.

O carvão mineral representa uma importante fonte de energia, a qual apesar de graves impactos sobre o
meio ambiente, se destaca pela abundância e distribuição geográfica das reservas, além dos baixos custos
e estabilidade nos preços, comparativamente a outros combustíveis (Borba, 2001). Segundo Barrento
(2001) e Serra e Cunha (2008) deve-se considerar que os impactos ambientais se constituem de qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do ambiente, causadas por qualquer forma de
matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetem a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a fauna e a flora; as condições
estéticas e sanitárias do ambiente; e a qualificação dos recursos ambientais. Especificamente os impactos
ambientais da atividade de mineração se constituem de alterações do lençol de água subterrânea,
poluição sonora, visual, da água, ar e solo, impactos sobre a fauna e a flora, assoreamento erosão,
mobilização da terra, instabilidade de taludes, encostas e terrenos em geral, lançamentos de fragmentos
e vibrações (Borba, 2001; Assis, Barbosa, & Mota, 2011). Um Estudo realizado no Rio Grande do Sul,
Brasil em 1989, mostrou uma estreita relação da exploração e uso do carvão mineral e a má qualidade
de vida.

Os principais poluentes emitidos pela mineração e queima do carvão mineral se constituem de material
particulado (MP); metano (CH4); dióxido de enxofre (SO2); óxidos de nitrogênio (NOX); monóxido de
carbono (CO) e dióxido de carbono (CO2 ) (Guerra et al., 2009). Todos prejudiciais, em maior ou menor
grau, ao ambiente, poluindo a atmosfera e, consequentemente, a saúde humana, afetando principalmente
o sistema respiratório. Na medida em que aumenta a concentração de gases na atmosfera há influência
no aquecimento global, comprometendo os propósitos acordados pelas nações signatárias ao protocolo
de Kyoto. Vaz (2014) alertou que em áreas urbanas a ocorrência epidemiológica de doenças
cardiovasculares e respiratórias como asmas, alergias, infecções bronco-pulmonares e infecções das vias
áreas superiores (sinusite), evidenciam incremento de risco e intensificação dos sintomas associados a
exposição a poluentes de carvão mineral.

Segundo Valerio – Filho e Santos – Cuambe, (2017), a atividade industrial de extração do carvão mineral
se constitui da principal causa do aumento da área habitacional no subdistrito de Moatize, promovendo

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a migração populacional e alterando a dinâmica social da região. Matos e Medeiros (2012) pontuaram
que a relocação sempre gera resistência ameaçando a identidade com o lugar e podendo ocasionar o
desaparecimento de uma cultura local. Os autores destacaram os riscos desses habitantes não
conseguirem acesso aos espaços produtivos, a água e a outros recursos. Além disso, a resistência das
comunidades não é amparada pela legislação que não lhes concede poder de decisão, uma vez que
prioriza a arrecadação de impostos e outros ganhos econômicos que essa exploração pode oferecer ao
país. Bata et al. (2016) destacaram que a exclusão da população das áreas dos megaprojetos reitera as
desigualdades sócio-espaciais potencializando a pobreza e a exclusão, dificultando o diálogo entre a
população local e os representantes dos megaprojetos. Segundo Valerio-Filho e Santos-Cuambe (2017)
os impactos no uso do solo e espacialmente na alteração da paisagem, dinâmica social e econômica são
provocados principalmente pelo processo migratório e reassentamento da população. Adicionalmente
foram identificados impactos sociais relacionados com o fato de grande parte da população não possuir
nível de escolaridade compatível com a demanda de mão de obra especializada, suprida por
trabalhadores migrantes de outras regiões do país, bem como, dos países de origem das multinacionais,
potencializando as desigualdades sociais, diferença de renda e estilo de vida dos funcionários
qualificados, tal como pontuado por Alencastro et al. (2019).

Os impactos ambientais gerados pelas mineradoras na rotina da população são pronunciados em dias
com ventania, sendo praticamente impossível permanecer do lado de fora e até mesmo dentro casas por
causa do pó de carvão expelido das minas e pedreiras. Outrossim, as casas, plantas e animais ficam
cobertos de pó de carvão impactando na produtividade dos cultivares e atrapalhando a dinâmica cultural
local, uma vez que é inviável colocar a farinha e as roupas para secarem. Segundo Valerio-Filho e
Santos-Cuambe (2017), o impacto no desmatamento da cobertura vegetal, é maximizado, uma vez que
a extração do carvão mineral em Moatize se dá a céu aberto.

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Considerações finais
Chegando a este ponto conclui-se que todo mineral tem composição química definida dentro de
certos limites. Um mineral pode ser definido como um “composto químico, via de regra, resultante de
processos inorgânicos, de composição química geralmente definida e encontrado naturalmente na crosta
terrestre”. Nos minerais encontra-se três principais características: Estrutura solida e cristalina,
Composição química definida e Arranjo atómico ordenado.

Quanto a classificação os minerais são classificados baseando em seu radical aniônico, e isso foi
seguido da Química Inorgânica. • Classes – baseado no ânion dominante (são 12 classes) • Famílias –
são divisões de tipos químicos • Grupos – reúnem minerais com características químicas e
cristaloquímicas • Os grupos são formados por espécies

Falando de propriedades físicas dos minerais são o resultado direto de sua composição química
e de suas características estruturais. Existe um conjunto de propriedades físicas que podem ser
examinadas ou testadas rapidamente, com Auxílio de instrumentos simples como um ima, uma lupa de
mão, um canivete e uma placa de porcelana. Com, frequência estas propriedades são suficientes para a
identificação de um mineral desconhecido e, pela facilidade de seu estudo, são de emprego corriqueiro
por mineralogistas, tanto no campo como em laboratório.

Sobre o carvão mineral ela representa uma importante fonte de energia, a qual apesar de graves
impactos sobre o meio ambiente, se destaca pela abundância e distribuição geográfica das reservas, além
dos baixos custos e estabilidade nos preços, comparativamente a outros combustíveis (Borba, 2001).

Segundo Barrento (2001) e Serra e Cunha (2008) deve-se considerar que os impactos ambientais
se constituem de qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do ambiente,
causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetem a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e
econômicas; a fauna e a flora; as condições estéticas e sanitárias do ambiente; e a qualificação dos
recursos ambientais.

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Referências bibliográficas
ALENCASTRO, M. S. C., CHAPARE, T. F., SGANZERLA, A., ROSANELI, C. F., &
FISCHER, M L. (2019). Bioética ambiental do sul-sul: uma ferramenta de mitigação de
vulnerabilidades associadas à mineração. Revista Redbioética/UNESCO.

ASSIS, H. F. S. Barbosa, J. A. A., & Mota, T. S. (2011). Avaliação dos impactos ambientais
provocados pela atividade mineradora no município de Pedra Lavrada-PB. Revista Âmbito Jurído.

BATA, E. J., Barreira, C. M. C. A., & Almeida, M. G. de (2016). Impactos sócio-espaciais e


político-econômicos dos megaprojetos de mineração em Moçambique: o caso da exploração do carvão
mineral de Moatize. Campo-Território: revista de geografia agrária.

AFONSO, R. S.; MARQUES, J. M. (1998). Recursos minerais da República de Moçambique:


Contribuição para o seu conhecimento. (2ª edição). Lisboa e Maputo: Instituto de Investigação
Científica Tropical e Direcção Nacional de Geologia.

DANA, J. D. (1981). Manual de mineralogia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos.

LEINZ, V.; LEONARDOS, O. H. (1971). Glossário Geológico. São Paulo: Edusp.

LIVEIRA, E. M. DE. (2006). Impacto ambiental na exploração de pedreiras: contribuição para


uma prática sustentável. Universidade do Porto.

VALERIO-FILHO, M., & SANTOS-CUAMBE, I. S. (2017). Geotecnologias Aplicadas no


Mapeamento das Mudanças de Uso do Solo em Áreas de Exploração do Carvão Mineral no Subdistrito
de Moatize, Moçambique. Anais do XVIII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto –SBSR.

 José Affonso Brod. Propriedades Físicas dos Minerais.


 Renato de Moraes: Minerais – definições, propriedades físicas e químicas
 Trindade Filipe Chapare: A exploração do carvão mineral no distrito de Moatize, Moçambique

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