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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Tema do Trabalho:
COMPONENTES LÍQUIDOS E GASOSOS DO SOLO

Docente: Nome e Código do Estudante:


MA. Felizardo Casimiro Belinha Alberto Oza
708214727

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Pedogeografia
Ano de Frequência: 1º Ano

MILANGE, MAIO DO ANO 2022


Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência das
Referências
edição em citações citações/referências 4.0
Bibliográficas
e bibliografia bibliográficas

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Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução ........................................................................................................................... 1

1.1. Objectivos .................................................................................................................... 2

1.1.1. Geral ..................................................................................................................... 2

1.1.2. Específicos ............................................................................................................ 2

1.2. Metodologia ................................................................................................................. 2

2. Componentes Líquidos e Gasosos do Solo ......................................................................... 3

2.1. Humidade do Solo ....................................................................................................... 3

2.1.1. Principais métodos de determinação da humidade do solo .................................. 6

2.2. Noções sobre Ácido, Base e pH................................................................................... 8

2.2.1. Ácido e Base ......................................................................................................... 8

2.2.2. pH ......................................................................................................................... 9

2.3. Origem da acidez do solo ........................................................................................... 10

2.4. Tipos de acidez do solo .............................................................................................. 11

2.5. Correcção da acidez do solo ...................................................................................... 12

3. Conclusão .......................................................................................................................... 14

4. Referências: ....................................................................................................................... 15
1. Introdução
Os solos são corpos naturais formados pela desagregação das rochas. Os solos são variados e
formados pela desintegração das partículas que compõem a rocha, o nome desse processo é
intemperismo. Os solos são classificados de diversas formas, como quanto à textura e à
presença de areia ou argila em sua composição, e esta é influenciada pelos elementos
presentes neles.

O Solo é composto por três fases. Entre os constituintes do solo destacam-se os componentes
líquidos e gasosos que são tão importante tanto quanto a componente sólida do solo
constituída por matéria orgânica e mineral. A água e o ar ou atmosfera do solo são
indispensáveis para a vida do solo que por sua vez garantem o desenvolvimento e a
manutenção dos seres vivos no solo.

Neste contexto, descrever os componentes do solo é o principal objectivo deste presente


trabalho. O presente trabalho está estruturado de forma a facilitar a fornecer bases sólidas para
uma boa percepção do tema em questão. Com o objectivo de alcançar os objectivo traçados,
no desenvolvimento do trabalho analisaremos os seguintes conceitos:

Humidade do Solo;
Noções sobre ácido, base e pH
Origem da acidez do solo
Tipos de acidez do solo
Correcção da acidez do solo

O trabalho está estruturado da seguinte maneira: capa; Folha de Feedback; Folha para
recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor; índice; introdução; objectivos;
metodologia; análise e discussão (desenvolvimento); considerações finais (conclusão); e
referencias bibliográficas.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Geral
Falar sobre os Componentes Líquidos e Gasosos do Solo.

1.1.2. Específicos
Descrever os Componentes Líquidos e Gasosos do Solo;
Distinguir a Componente Liquida da Sólida;
Explicar a ocorrência de cada uma das componentes.

1.2.Metodologia
Metodologia é o percurso percorrido para se alcançar um determinado fim. Para se alcançar os
objectivos traçados, o presente trabalho realizou-se, ou seja, desenvolveu-se com base nas
regras de produção e publicação de trabalhos científicos da Universidade Católica de
Moçambique. Os conteúdos foram desenvolvidos recorrendo-se a leitura de varias obras
literárias, artigos, referências bibliográficas e manuais que abordam assuntos relacionado com
o tema em questão. Como não basta-se, recorreu-se também ao uso da internet.

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2. Componentes Líquidos e Gasosos do Solo
2.1.Humidade do Solo
A água ocupa os microporos e o ar ocupa os macroporos. Entretanto, após uma chuva intensa,
tanto os macroporos quanto os microporos estarão ocupados por água e, depois de algumas
horas, a água presente nos macroporos será drenada até chegar ao lençol freático. De acordo
com Teixeira (2009), refere-se que:

Essa drenagem da água dos macroporos ocorre por simples acção da gravidade que
puxa a água para baixo. A gravidade, no entanto, não consegue retirar a água presente
nos microporos e, desta forma, a água dos microporos fica disponível para as plantas e
os organismos que vivem no solo. Com o passar do tempo, a água presente nos
microporos será absorvida pelas plantas e organismos, e também pode ocorrer o
processo de evaporação a partir da superfície (p. 46).

Conforme o ponto de vista do autor acima citado, podemos afirmar que devido a isso, os
microporos vão perdendo água, sendo preenchidos por ar. Assim, será necessária uma nova
chuva para que os microporos sejam preenchidos novamente com água. A água presente no
solo vem principalmente das chuvas, mas a composição da água da chuva é bem diferente da
água do solo. Ainda segundo Teixeira (2009):

A fase líquida, ou a água do solo é chamada de solução do solo. Este nome é dado
porque no solo a água não é pura, ou seja, quando a água infiltra no solo muitos iões
se solubilizam, ou seja, dissolvem-se nela. Portanto, a solução do solo é resultante de
inúmeras reacções que ocorrem com as outras fases que constituem o solo,
principalmente a fase sólida (p. 47).

Entretanto, conforme os pensamentos do autor acima citado, pode-se dizer que a solução do
solo é um sistema dinâmico, e que troca matéria com suas vizinhanças as plantas absorvem a
água e nutrientes que necessitam da solução do solo. O ar do solo ocupa principalmente os
macroporos. Sua característica é semelhante ao do ar atmosférico, diferenciando apenas na
concentração dos gases que os constituem. De acordo com Lucci, et al (2014), refere-se que:

A humidade do solo (h) é definida como a massa da água ( ) contida em uma


amostra de solo dividido pela massa de solo seco ( ), sendo expressa em quilogramas
de água por quilogramas de solo, ou, multiplicando-se por 100, tem-se em
percentagem (p. 75).

Segundo o autor acima citado, para determinação do peso seco e da massa de água, o método
tradicional é a secagem em estufa, na qual a amostra é mantida com temperatura entre 105 °C
e 110 °C, até que apresente peso constante, o que significa que ela perdeu a sua água por

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evaporação. Conforme Lucci, et al (2014), o peso da água é determinado pela diferença entre
o peso da amostra (P) e o peso seco ( ). Desta forma temos:

Para Luis (2017), o componente líquido do solo vem a ser a água do solo, porém na realidade
trata-se de uma solução, uma vez que a água contém minerais (catiões e aniões) dissolvidos, e
essa água e esses minerais serão absorvidos pelas plantas. A água do solo fica retida nos
microporos e é drenada para as camadas mais profundas do solo, pela acção da gravidade,
quando está nos macroporos, os quais são responsáveis pela aeração do solo. O autor acima
citado expressa que:

A água do solo está retida a tensões variáveis, porém, quando os valores de tensão são
muito elevados, mesmo existindo água no solo a mesma não pode ser absorvida pelas
plantas, que murcham, às vezes de maneira irreversível. A água é um factor
determinante na génese do solo, sendo indispensável à vida das plantas. Em geral, o
teor de água no solo exprime-se através da percentagem de água em relação ao peso
do solo, que foi seco a 105ºC (p. 49).

É importante, no entanto, notar que a quantidade de água existente no solo só tem significado
quando considerada em conjunto com a força com que a água se encontra retida no solo. Este
facto facilita ou não a sua absorção pelas plantas.

Fig. 1. Esta água contida nos macroporos escoa-se por acção da gravidade

Água de gravidade
ou de saturação Pequenos agregados

Fonte: Luis (2017)

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Fig. 2. Esta água está retida em volta de partículas terrosas ou nos espaços capilares e é
facilmente absorvida pelas raízes.
Água utilizável pelas Pélo radicular
plantas ou reserve útil Espaço capilar

Menor força 𝐹 de
retenção Película liquida

Fonte: Luis (2017)

Fig. 3. Esta água está fortemente retida em volta de partículas terrosas e não é absorvida pelas
plantas.
Maior força de Espaço capilar
retenção

Pélo Radicular

Níveis suficientes de humidade do solo são uma condição importante para a formação
adequada das plantas e para o alto rendimento das culturas. Para a planta, a água serve não
apenas como um agente de restauração de humidade, mas também como um regulador de
temperatura. No processo de termorregulação, a planta evapora até 99% de toda a água obtida,
utilizando apenas 0,2% a 0,5% para a formação da massa vegetativa. Portanto, é fácil
entender que a planta tem necessidades diferentes de humidade dependendo das condições
climáticas e estágios de crescimento (Teixeira, 2009).

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2.1.1. Principais métodos de determinação da humidade do solo
Existem métodos directos e indirectos de determinação da humidade do solo. Dentre os
métodos directos, Lucci, et al (2014) afirma que, o gravimétrico é o mais utilizado,
consistindo em amostrar o solo e, por meio de pesagens, determinar a sua humidade
gravimétrica, relacionando a massa de água com a massa de sólidos da amostra ou a
humidade volumétrica, relacionando o volume de água contido na amostra e o seu volume.

Conforme o autor acima citado, refere-se que o método gravimétrico possui a desvantagem de
necessitar de 24 horas ou mais para obter o resultado. Contudo, é o método-padrão para
calibração dos métodos indirectos. Por possuir determinação instantânea da humidade do solo,
os sensores se tornam mais adequados para indicar o início e a duração da irrigação.

Os principais métodos indirectos baseiam-se em medidas como a moderação de neutros, a


resistência do solo à passagem de corrente eléctrica, a constante dielétrica do solo e a tensão
da água no solo. Essas são características do solo que variam com a sua humidade. A seguir
estão descritos quatro sensores de humidade do solo que são utilizados em sistemas de
irrigação inteligente (Lucci, et al, 2014).

Eles medem a humidade do solo em quilopascal (kPa), esta é a unidade padrão de pressão e
tensão no Sistema Internacional. Equivale a força de 1 N aplicada sobre uma superfície de 1
m2. A maioria das hortaliças, flores, fruteiras e em várias das culturas anuais, tem se
recomendado a irrigação em tensões de água no solo que variam, tipicamente, de 10 a 50 kPa
(Lucci, et al, 2014).

a) Blocos de resistência elétrica


Normalmente fabricados de gesso, os blocos de resistência eléctrica, são elementos porosos
com eléctrodos inseridos, cuja passagem de corrente eléctrica entre estes eléctrodos, causada
principalmente pela solubilização em água dos seus electrólitos componentes (Ca2+ e ), é
função não linear da tensão da água no solo. Estes blocos de gesso requerem calibração
individual periódica, já que sua resposta deteriora no tempo, principalmente em solos com
tensão de água baixa, que causem importante solubilização e movimentação do cálcio e do
sulfato. Apresenta a vantagem de ser um sensor de baixo custo, ser de fácil fabricação e
possuir uma ampla faixa de resposta (50 a 1500 kPa). No entanto, a deterioração da resposta
no tempo, e a necessidade de calibração individualizada dos sensores são suas (Lucci, et al,
2014).

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b) Tensiômetro
O tensiômetro é formado por cápsulas porosas contendo água em sua cavidade que são
dispositivos de medição de tensão ou sucção que é mantido em contacto com a superfície do
solo, ou neste inserido. Em equilíbrio, sua leitura é directamente a tensão da água no solo, em
unidade de energia dividida por volume (pressão). As principais vantagens do tensiômetro são
que além de sua construção ser fácil e não necessitar de calibração. Sua faixa de trabalho
teórica é um assunto discutível, porém, nos usos de campo os tensiômetros funcionam bem
entre zero e 70 kPa (Lucci, et al, 2014).

Sua principal limitação é necessitar frequentes manutenções, visto que acontece um acúmulo
de ar na cavidade da cápsula porosa, o que ocorre com velocidade crescente, sempre que a
tensão da água no solo supera 30 kPa. Por esta razão, o tensiômetro não é um sensor adequado
para a automatização de sistemas não assistidos. Outras desvantagens do tensiômetro é o
contacto precário com o solo, na sua construção como haste cilíndrica rígida. O mau contacto
diminui consideravelmente a condução de água entre o solo e a cápsula porosa. Nesse caso a
resposta pode desenvolver-se com inaceitável atraso (Lucci, et al, 2014).

c) Condutividade térmica:
Um método confiável de se estimar a tensão da água no solo é através do acompanhamento da
condutividade térmica de cápsulas porosas de acordo com sua impregnação com água. Neste
caso, a variação da massa de água na cápsula porosa é acompanhada através dos seus efeitos
directos sobre a condutividade térmica. O sensor de tensão de água por condutividade térmica
é constituído de uma fonte de calor, com dissipação térmica ajustada e estável, usualmente
uma resistência eléctrica centralizada, e de um sensor para acompanhar a diferença de
temperatura entre dois pontos, ao longo do raio de cápsulas porosas cilíndricas.

Neste sistema, cada cápsula porosa precisa ser calibrada, individualmente, e a relação entre a
tensão de água e a diferença de temperatura medida não é linear e aumenta conforme o solo
seca. Mesmo necessitando calibração individualizada, o sensor por condutividade eléctrica é
um sistema estável que pode ser utilizado na automação de sistemas não-assistidos. A faixa de
tensões água de trabalho depende da porosidade e da distribuição das dimensões dos poros na
cápsula porosa do sensor. Desse modo, pode vir a operar tanto em tensões inferiores a
100kPa, como também em tensões muito superiores a este valor (Lucci, et al, 2014).

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2.2.Noções sobre Ácido, Base e pH
2.2.1. Ácido e Base
a) Definição de Arrhenius (1884)
A definição de Arrhenius de ácido é uma substância que, em solução aquosa, origina iões
. Bases são substâncias que, em solução aquosa, originam iões . Por exemplo, o
ácido clorídrico HCl e o hidróxido de sódio NaOH se comportam, respectivamente, como um
ácido e uma base de Arrhenius, pois, ocorrem os processos de as dissociação iónica quando
adicionados à um volume de água (Shriver, et al, 2008).

Ácido de Arrhenius:
Bases de Arrhenius:

De acordo com a definição de ácidos e bases de Arrhenius, uma reacção entre um ácido e uma
base, processo químico denominado de reacção de neutralização, é descrita pela seguinte
equação na forma iónica:

Segundo Shriver, et al, (2008), refere-se que Uma equação iónica é, logicamente, aquela que
mostra iões. Nestes tipos de equações, no lado esquerdo são apresentadas somente as espécies
que, em solução, realmente reagem e do lado direito as espécies que são formadas. Note que
na equação a seguir, em solução aquosa, os iões Na+ e Cl- não são escritos, isto não significa
que eles não estão presentes, somente que eles não são consumidos ou formados na reacção
química, ou seja:

De início, a definição de Arrhenius é bastante restritiva, uma vez que limita o comportamento
ácido-base a soluções aquosas. Para generalizá-la, novos conceitos surgiram e um deles foi
formulado por Brønsted e Lowry

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b) Definição de Brønsted–Lowry (1923)
De acordo com Shriver, et al (2008), em 1923 Brønsted e Lowry, independentemente
propuseram as seguintes definições para ácidos e bases:

Ácidos são substâncias que doam protões (H+);


Bases são substâncias que recebem protões (H+).

Ainda utilizando os exemplos do ácido clorídrico e do hidróxido de sódio, teremos, para a


definição de Brønsted-Lowry:

Ácido1 Base2 Ácido2 Base1

As espécies químicas que diferem uma da outra pelo protão transferido formam um par ácido
e base conjugados. Portanto, na equação acima constitui um par de ácido/base
conjugado, designados como ácido1 e base1, assim como, representam o outro
par de ácido e base conjugados. Em todas as reacções ácido-base de Brønsted – Lowry, há
necessariamente a produção de dois pares ácido/base conjugados (Shriver, et al, 2008).

2.2.2. pH
Segundo Shriver, et al, (2008), o pH é definido como potencial hidrogeniônico, que é uma
escala logarítmica que indica com valores de 0 a 14 se a solução é ácida, neutra ou básica.
Ainda conforme o autor acima citado, refere-se que:

Segundo a Teoria da dissociação iónica de Arrhenius, uma substância é considerada


ácida se, em meio aquoso, ela liberar como único catiões o (ou ). Quanto
maior a quantidade desses íons no meio, maior será a acidez da solução. O bioquímico
dinamarquês Peter Lauritz Sorensen (1868-1939) propôs o uso de uma escala
logarítmica para trabalhar com as concentrações dos iões hidrónio nas
soluções, que ele chamou de pH (p. 120).

O pH é a sigla usada para potencial (ou potência) hidrogeniônico, porque se refere à


concentração de (ou de ) em uma solução. Assim, o pH serve para nos indicar se
uma solução é ácida, neutra ou básica. A escala de pH varia entre 0 e 14 na temperatura de
25ºC. Se o valor do pH for igual a 7, o meio da solução (ou do líquido) será neutro. Mas se o
pH for menor que 7, será ácido, e se for maior que 7, básico (Shriver, et al, 2008).

Ácido Neutros Bases


s
𝑝𝐻 < 7 𝑝𝐻 7 𝑝𝐻 7
9
Em 1909, o químico dinamarquês Soren Sorensen (1868-1939) propôs que a acidez das
soluções, medida em termos das concentrações de iões , tivesse seus valores transformados
utilizando logaritmos para facilitar a compreensão.

2.3.Origem da acidez do solo


Os solos podem ser naturalmente ácidos em razão da pobreza do material de origem em
cálcio, magnésio, potássio e sódio, que são as bases trocáveis do solo ou à intensidade dos
processos de intemperização, que resultam em maiores teores de hidrogénio e alumínio no
complexo de troca do solo e, consequentemente, também na solução do solo. De acordo com
Grotzinger & Jordan (2013), refere-se que:

No entanto, o processo de exploração agrícola também é um factor gerador de acidez


do solo, pela exportação e pela lixiviação de nutrientes do solo (bases trocáveis), pela
intensificação do ciclo da matéria orgânica do solo e pelo próprio manejo da
fertilidade do solo, com a aplicação de fertilizantes com efeito acidificantes (p. 89).

Segundo os autores acima citados, a principal forma de avaliação da acidez do solo é pelo
valor de pH, que representa a concentração (actividade) de iões hidrogénio na solução do
solo. Esta informação apresenta efeito prático muito importante para a avaliação da fertilidade
do solo porque está directamente relacionada à disponibilidade dos nutrientes às plantas.

Fig. 4. Relação entre o pH e a disponibilidade dos elementos no solo

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Fonte: Grotzinger & Jordan (2013)
Lucci, et al (2014) afirma que, em relação a origem a acidez do solo, tudo indica que a origem
primária da acidez do solo esteja ligada ao . Isso significa que durante as transformações
iniciais das rochas (m. silicatadas) o desempenhou papel relevante como gerador de
protões, segundo a equação a baixo.

A acidez de um solo caracteriza-se pelo seu valor de pH e seu caráter ácido aumenta na
medida que o pH do solo diminui. Entre os problemas de um solo ácido, destacam-se a menor
disponibilidade de alguns nutrientes (especialmente fósforo e molibdênio) e a toxidez de
alumínio e manganês. Entretanto, as rochas das quais os solos se originam, quando moídas e
em contato com a água, mantém o pH próximo à neutralidade (pH 7,0) e contêm substâncias
muito pouco solúveis enquanto que, após milhares de anos, os solos formados a partir destas
rochas apresentam reação ácida e aumento na concentração de elementos com alta valência
(Fe e Al) (Grotzinger & Jordan, 2013).

2.4.Tipos de acidez do solo


De acordo com Grotzinger & Jordan (2013), refere-se que a acidez do solo é a recíproca da
quantidade de bases para sua correção. Há vários tipos de acidez, dependendo do modo de
medição adotado, a acidez do solo pode ser:

a) Ativa: que diz respeito a quantidade de H+ presente na solução do solo. É tão pequena
que é medida em valores de pH (-log H+). Por exemplo, pH 4,0 tem apenas 0,0001
mol H+ l-1.
b) Trocável ou Al Trocável: refere-se a quantidade de Al+3 adsorvido pelas cargas
negativas do solo.
c) Não Trocável: refere-se a quantidade de hidrogênio ligado por ligações de
coordenação aos grupos funcionais dos colóides orgânicos e inorgânicos (argilas e
óxidos). Esse hidrogênio só se dissocia quando se adiciona OH-1 no solo. Assim,
quanto mais OH-1 se adiciona ao solo, mais H se extrai; o que torna obrigatório citar o
pH da solução extratora (por exemplo, acetato de cálcio pH 7,0).

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d) Potencial: o somatório do Al+3 + H é a acidez potencial do solo. Ela representa
exatamente a quantidade de calcário a ser adicionada para elevar o pH do solo a um
valor específico, de acordo com o que foi determinada.

2.5.Correcção da acidez do solo


A Correcção da Acidez do Solo, também conhecida como a Calagem da acidez do solo é
responsável pela melhoria das condições químicas do solo, sendo importante para a
disponibilidade do calcário no solo, fornecendo cálcio e magnésio para as plantas e neutralizar
a acidez. Dessa forma, Teixeira (2009) afirma que, a correcção da acidez é uma actividade
fundamental para o sucesso das culturas, dominadas por solos de baixa fertilidade, elevada
acidez e altos níveis de alumínio tóxico.

Quando a acidez estiver elevada, afecta a disponibilidade dos nutrientes. Com excepção dos
micronutrientes catiónicos (ferro, cobre, manganês e zinco), todos os demais nutrientes
importantes para a planta têm sua disponibilidade reduzida em baixos pHs. Na figura abaixo,
mostramos como ocorre, na prática, a disponibilidade de nutrientes no solo com a elevação do
pH.

Fig. 5. Relação entre pH e disponibilidade de nutrientes no solo.

Fonte: Grotzinger & Jordan (2013)

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De acordo com Grotzinger & Jordan (2013), a acidez do solo é corrigida através da
incorporação de sais, principalmente os carbonatos, fornecendo hidroxilas (OH–) para a
neutralização do pH e precipitação do alumínio tóxico. A calagem fornece, ainda, cálcio e
magnésio para o solo, aumentando a sua participação no complexo de troca.

Segundo os autores acima citados. em solos dominados pelas argilas de baixa actividade
(caulinitas e óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio), a calagem promove a dissociação de
grupamentos OH na superfície das argilas e da matéria orgânica do solo, aumenta a sua CTC e
bloqueia sítios de adsorção específica de fósforo.

Conforme o ponto de vista dos autores acima citados, podemos afirmar que a origem da
acidez do solo se deu nos processos pedológicos que por milhões de anos actuaram sobre sua
matriz, lixiviando as bases e concentrando o alumínio trocável. Esses processos atuam em
escala geológica de tempo, o que os tornam praticamente estáveis se considerarmos a escala
de tempo dos cultivos agrícolas ou das actividades humanas como um todo.

Sendo assim, uma vez corrigidos os solos, os processos que provocariam a sua acidificação
são: a exportação de bases pelas plantas, a produção e exsudação de ácidos orgânicos pelas
raízes, a decomposição da matéria orgânica do solo e a aplicação de fertilizantes de reacção
ácida (como o sulfato de amónio). Esses processos causam acidificação gradual dos solos, o
que exige um acompanhamento constante, para evitar perdas de produtividade.

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3. Conclusão
Conclui-se que, o ar presente no solo difere, de alguma forma, daquele presente na superfície.
Preenchendo total ou parcialmente os poros (macroporos), o ar do solo, que varia segundo as
estações do ano, a profundidade, o tipo de solo analisado e, principalmente, a quantidade de
água existente no momento, apresenta maior concentração de gás carbónico e menor de
oxigénio do que aquelas do ar atmosférico, uma vez que há significativa actividade biológica
sem que ocorra o processo fotossintético, devido à ausência de luz.

O ar também se faz presente dissolvido nos líquidos do solo – a água ou as soluções que esta
constitui. A água presente no solo, como ocorre em qualquer ambiente, é componente
essencial à vida, seja como solvente, diluente ou veículo de gases e nutrientes, seja como
recurso metabólico e fisiológico, necessário aos organismos vivos que se encontram no
próprio solo ou captado pela planta por meio de suas raízes.

Nos componentes líquidos e gasosos do solo encontram-se os poros que devem ser
constituídos de 25% para armazenamento de água e 25% para aeração. O componente líquido
do solo é a água do solo em solução, visto que a água contém minerais dissolvidos. O
componente gasoso do solo é o ar do solo, que possui a mesma composição qualitativa do ar
atmosférico.

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4. Referências:
Grotzinger, J. P.; Jordan, T. H. (2013). Para entender a terra (6ª edição). Porto Alegre:
Bookman.

Lucci, E. A.; Branco, A. L.; Mendonça, C. (2014). Território e sociedade no mundo


globalizado, Geografia geral e do Brasil, volume único. São Paulo: Saraiva.

Luis, A. dos Anjos. (2017). Pedogeografia: Manual de Curso de licenciatura em Ensino de


Geografia – 1o ano. Universidade Católica de Moçambique Centro de Ensino a
Distância: UCMCED. Moçambique – Beira.

Shriver, D. F. et al. (2008). Química Inorgânica (4ª Edição). Bookman.

Teixeira, W. (2009). Decifrando a Terra (2ª edição). São Paulo: Companhia Editora Nacional.

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