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Felizardo António José Paulo

Francisco Marrapata
Fernando Jaime Liquela
Graça Odala
Glória Henriques
Gilberto Ali Lupinda
Gosme António

Elastómeros
(Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Gestão de Laboratórios)

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
Felizardo António José Paulo
Francisco Marrapata
Fernando Jaime Liquela
Graça Odala
Glória Henriques
Gilberto Ali Lupinda
Gosme António

Elastómeros

Trabalho a ser submetido no Departamento de Ciências,


Tecnologia, Engenharia e Matemática, de carácter
avaliativo, Curso de Licenciatura em Ensino de Química,
cadeira de Química Macromolecular,

Recomendado pela Dra. Taualia Achira Aly.

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
Índice
1. Introdução............................................................................................................................3

1.1. Objectivos.........................................................................................................................3

1.2. Metodologia.....................................................................................................................3

2. Elastómeros.........................................................................................................................4

2.1. Breve historial dos elastómeros (borracha)......................................................................4

2.2. Conceito de elastómeros...................................................................................................4

2.2.1. Vulcanização.................................................................................................................5

2.3. Ocorrência dos elastómeros.............................................................................................5

2.4. Aplicações do elastómero.................................................................................................5

2.5. Classificação dos elastómeros..........................................................................................6

Quanto à sua fusibilidade (termoplásticos e termofixos)........................................................6

2.5.2. Quanto à sua origem (naturais e sintéticos)..................................................................6

2.5.2.1. Elastómero natural......................................................................................................6

2.5.2.2. Elastómero sintético...................................................................................................7

2.6. Obtenção dos elastómeros................................................................................................8

2.6.1.Obtenção da borracha natural.........................................................................................8

2.6.2. Obtenção da Borracha sintética.....................................................................................9

2.7. Propriedades gerais dos elastómeros................................................................................9

2.7.1. Propriedades Físicas......................................................................................................9

2.7.1.2. Propriedades térmicas..............................................................................................10

2.7.2. Propriedades químicas e físico-químicas....................................................................10

2.8. Processo de produção de elastómeros............................................................................11

2.8.1. Processo industrial.......................................................................................................11

3. Conclusão..........................................................................................................................13

4. Bibliografia........................................................................................................................14
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1. Introdução

O presente trabalho obteve-se como nota introdutora “Elastómeros”, portanto, elastómeros


são polímeros que na temperatura ambiente podem ser alongados ate duas ou mais vezes seu
comprimento e retomam rapidamente ao seu comprimento original ao se retirar a pressão.
Possuem, portanto, a propriedade da elasticidade Comummente são conhecidos corno
borrachas.

1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
 Falar dos elastómeros.

1.1.2. Específicos
 Saber o conceito de elastómeros;
 Classificar os elastómeros quanto a fusibilidade e origem;
 Descrever as propriedades físicas e químicas dos elastómeros;
 Conhecer o processo da obtenção dos elastómeros.

1.2. Metodologia
O presente trabalho se caracterizou por ser bibliográfico, desenvolvido a partir de material
elaborado e publicado por FERREIRA (2017), FOGAÇA (2019), GUERREIRO (2003),
MOREIRA (2016), FELTRE (2004), MORASSI (2013) que foi escolhido para ajudar na
elaboração deste trabalho para partir da questão que objectivou suscitar reflexões sobre o
tema.
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2. Elastómeros
2.1. Breve historial dos elastómeros (borracha)
A história da borracha remonta aos tempos de Cristóvão Colombo, na época do
descobrimento das Américas. Em uma de suas viagens, ele observou que nativos da América
Central confeccionavam objectos como bolas, revestimentos para impermeabilização de
barcos, botas, entre outros a partir de uma seiva colhida de escoriações feitas na casca de
determinadas árvores, o que eles chamavam de Cauchuc (árvore que chora) e que ficou
conhecida como látex ou borracha natural.

Trazido para a civilização, o látex passou a ser aplicado por espalmação sobre tecidos de
algodão, tornando-o mais resistente a água e ao tempo. Entretanto, foi percebido que em
épocas mais frias, o tecido espalma-to se tornava mais rígido, assim como no calor ficava
muito pegajoso. Nesse ultimo caso, para amenizar o problema, eram aplicadas finas camadas
de talco, carbonato de cálcio ou ainda enxofre sobre o látex.

Em 1839, Charles Goodyear observou que adicionando o enxofre à borracha natural e


submetendo essa mistura a altas temperaturas num intervalo de tempo, o material apresentava
características totalmente modificadas, tornando-se elástico a ponto de alongar-se mais de
100% do seu tamanho original sem se romper. Além disso, o aspecto pegajoso não mais
ocorria e o material se tornou, a partir de então, muito mais estável a variações climáticas.

Desde então, a borracha foi sendo testada e desenvolvida de acordo com a necessidade do
momento, facto que gerou grande número de técnicas de fabricação, vulcanização e adição de
diferentes ingredientes para melhoria de suas propriedades, dependendo de sua actuação.
Além do incremento da borracha natural, foram desenvolvidas também as borrachas
sintéticas, que são aplicadas em inúmeros sectores industriais e no nosso dia-a-dia.

2.2. Conceito de elastómeros


Segundo FERREIRA (2017) “elastómeros são polímeros que na temperatura ambiente podem
ser alongados ate duas ou mais vezes seu comprimento e retomam rapidamente ao seu
comprimento original ao se retirar a pressão. Possuem, portanto, a propriedade da elasticidade
Comummente são conhecidos corno borrachas”.

Para GUERREIRO (2003, p. 10) “são material com comportamento semelhante à borracha ou
seja, baixa fluência plástica, grande extensibilidade, e capacidade de recuperar rapidamente a
forma original após estar sujeito a grandes deformações. Os elastómeros são polímeros”.
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O elastómero é um material muito utilizado na indústria em geral, cumprindo função


multifacetada. Sendo mais técnico, o elastómero é um polímero amorfo com temperatura
inferior à temperatura ambiente.

Tem como principal característica a alta flexibilidade e, conforme é usado, pode retornar a sua
forma original mesmo após sofrer forte pressão ou carga.

2.2.1. Vulcanização
De acordo com GUERREIRO (2003, p. 3) Vulcanização é um processo quimico que permite
que o material inicial seja colocado em contacto com uma alta temperatura e a sua
composição seja alterada.

Operação através da qual são criadas ligações entre as macromoleculas de um


elastómero. Desta forma o elastómero, que à partida se apresenta como uma
massa fraca, muito plástica e sem propriedades mecânicas de interesse seja
transformado num produto forte, resistente e com boas características
elásticas. A vulcanização foi descoberta em 1839 por Goodyear, que aplicou
esta técnica à borracha natural, utilizando como agente de vulcanização o
enxofre. Esta operação pode ser realizada a quente ou a frio, (GUERREIRO,
2003).

2.3. Ocorrência dos elastómeros


A borracha natural é encontrada na seiva de vários vegetais, sendo o valor de n, na fórmula
acima, da ordem de 5.000. O látex da seringueira, por exemplo, é uma emulsão contendo
cerca de 35% de poli-isopreno. A árvore havea brasiliensis fornece a borracha-do-pará, que
constitui cerca de 99% da borracha natural que é manipulada em todo o mundo, sendo, além
disso, a que apresenta melhores propriedades. Entre as plantas produtoras de borracha
contam-se também diversas moráceas (borracha-de-assam), apocináceas (borracha-de-seda) e
a espécies dente-de leão.

2.4. Aplicações do elastómero


As aplicações são as mais variadas, atendendo diversos meios da indústria, aquecendo o
desenvolvimento não apenas na construção civil, mas também em outros diversos campos
menos expressivos.

Os elastómeros, sendo flexíveis, podem ser empregados nos seguintes meios: Nas indústrias
de calçados (solados), peças para a indústria automotiva, artesanato, electrónicos e acessórios
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(capas para celulares), mangueiras, Engenharia Civil (tubulações e telhas), entre outras
diversas aplicações. Como já dito, o elastómero cumpre função multifacetada, podendo se
moldar aos mais diversos campos, contribuindo com maleabilidade ou rigidez (a depender do
processo).

2.5. Classificação dos elastómeros


De acordo com MOREIRA (2016, P. 8), elastómeros são divididos em dois grupos:

Quanto à sua fusibilidade (termoplásticos e termofixos)


 Os elastómeros termoplásticos: são compostos por cadeias lineares ou ramificadas
e são facilmente moldáveis, uma vez que são flexíveis e dúcteis. Quando aquecidos
à uma temperatura acima do seu ponto de amolecimento, se tornam mais flexíveis e
quando resfriados, se tornam endurecidos. Este processo pode ser reversível e,
portanto, os elastómeros termoplásticos podem ser processados mais de uma vez,
(MORASSI, 2013).
 Os elastómeros termofixos não se fundem quando aquecidos, assumindo uma
estrutura reticulada com ligações cruzadas (Mano e Mendes, 2004 apud Moreira,
2016). Essas características permitem o uso do elastómero em diversos sectores,
como automotivo, calçados, aeroespacial e biomedicina.

2.5.2. Quanto à sua origem (naturais e sintéticos)


2.5.2.1. Elastómero natural
Para FOGAÇA (2019) elastómero natural provêm das seringueiras amazónicas, tendo o látex
como seu principal representante, ou seja, a extracção produz o que se pode chamar de uma
espécie de cola, útil ao processo cujo desenvolvimento resultará em uma espécie de borracha.
Resumindo, tal látex precisa passar por processo específico onde deverá ser tratado,
melhorando assim as características do material, através de tracção e homogeneização,
aditivos e tratamento térmico.
Exemplo:
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A borracha natural é o polímero 2-metil-buta-1,3-dieno, também chamado de isopreno, que é


obtido das árvores da seringueira (Hevea brasiliensis).

Essa árvore pode ser cortada por meio de rachaduras em seu caule. Dessa forma, coleta-se
uma seiva chamada de látex, que possui esse polímero.

Figura 1: Extracção de cola útil no processo que resultará em espécies de borracha.

No entanto, a utilização da borracha natural no quotidiano é limitada porque em temperaturas


baixas ela fica dura e quebradiça; já em temperaturas altas ela fica mole e pegajosa. Com isso,
para ser mais utilizado, esse elastómero passa por um processo chamado vulcanização, que
visa tratar a borracha com enxofre, melhorando sua resistência.

2.5.2.2. Elastómero sintético


A borracha sintética pode ser feita a partir da polimerização de diversos monómeros,
incluindo o isopreno, o butadieno, o cloropreno, e o isobutileno (metilpropeno). A mistura
desses monómeros é usada para com o objectivo de aperfeiçoar as propriedades da borracha,
tornando-a não apenas mais maleável quanto à sua modificação e posterior aplicação, mas
também mais confiável, contribuindo com sua qualidade perante as opiniões dos fabricantes e
aumento de valor na competição entre industrias, (FOGAÇA, 2019).

As borrachas sintéticas formadas por copolímeros, como o Buna-S (but-1,3-dieno com o


vinilbenzeno em presença de sódio metálico):
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Buna-N ou perbunan (but-1,3-dieno com acrilonitrila na presença de sódio metálico)

2.6. Obtenção dos elastómeros


Para MOREIRA (2016), os elastómeros podem ser obtidos como pode ser visto um esquema
das formas de obtenção dos elastómeros:

Figura 2: processo de obtenção dos elastómeros. Fonte: MOREIRA, 2016 apud


(PETROFLEX, 2004).

2.6.1.Obtenção da borracha natural


Segundo FELTRE (2004), borracha natural é um polímero do 2-metil-buta-1,3-dieno, também
chamado de isopreno. Teoricamente, a reacção de formação da borracha natural é a seguinte:
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2.6.2. Obtenção da Borracha sintética


Para FELTRE (2004), Imitando a natureza, os químicos passaram a fabricar as borrachas
sintéticas, conhecidas por vários nomes comerciais. Por exemplo:

2.7. Propriedades gerais dos elastómeros


2.7.1. Propriedades Físicas
Segundo MOREIRA (2016), afirma que, “propriedades físicas são aquelas que não envolvem
modificação estrutural molecular e incluem as propriedades mecânicas, térmicas, eléctricas e
ópticas.”

2.7.1.1. Propriedades mecânicas


Elasticidade: as propriedades elásticas representam a resistência física dos materiais. A
resistência à tracção e o alongamento na ruptura estão fortemente relacionados com a
estrutura do material, dependendo da quantidade do teor de ligações cruzadas (reticulação do
polímero).
Dureza: mede a resistência à penetração ou ao risco. Os elastómeros apresentam grande faixa
de dureza, podendo ser mais flexíveis ou até mais duros.

Resiliência: a resiliência é medida pela quantidade de energia devolvida após a deformação


do material quando aplicada uma tensão, além de fornecer informações sobre o seu carácter
elástico.

Resistência ao rompimento/ rasgo: a resistência ao rompimento ou ao rasgo é uma forte


indicação da dureza e durabilidade, resultando em vida útil mais longa.
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Compressibilidade: inclui resistência à compressão e deflexão da compressão. A resistência


à compressão mede a quantidade de deformação permanente que uma peça suportará por um
período ao ser aplicada uma força.

Envelhecimento: as propriedades do elastómero alteram-se com o tempo essencialmente


devido a fenómenos de oxidação. A correcta escolha da composição do elastómero pode
minorar este efeito, (GUERREIRO, 2003, p. 10)”.

Segundo GUERREIRO (2003, p. 10) apresenta alguns factores que contribuem para o
envelhecimento dos elastómeros são:
 Exposição à luz solar ou a raios ultra-violeta;
 Exposição a altas temperaturas;
 Contacto com óleos.

2.7.1.2. Propriedades térmicas


Condutividade térmica está relacionada à habilidade de um material na condução de energia
térmica. Os elastómeros possuem baixa condutividade, sendo assim óptimos isolantes
térmicos. Estabilidade térmica A estabilidade térmica é uma propriedade importante e para
melhorá-la adicionam-se aditivos. Muitos elastómeros permanecem flexíveis em temperaturas
muito baixas e apresentam excelente resistência ao choque térmico. A resistência à baixa
temperatura dos elastómeros tem permitido aplicações abaixo de 0°C. A temperatura
influencia muito nas propriedades físicas dos elastómeros. Em baixas temperaturas, tornam-se
mais rígidos e quebradiços; enquanto em temperaturas altas, tornam-se amolecidos.

Propriedades eléctricas: em geral, os elastómeros apresentam boas propriedades isolantes,


isto é, são capazes de impedir a passagem da corrente eléctrica e, por isso, são óptimos para a
aplicação, por exemplo, em cabos e fios.

Propriedades ópticas: os elastómeros também podem apresentar óptima protecção contra a


radiação electromagnética, incluindo os raios ultravioletas.

2.7.2. Propriedades químicas e físico-químicas


Permeabilidade a gases: a permeabilidade gasosa de um material é referente à facilidade
com que uma película de dito material pode ser atravessada por um gás. Elastómeros
geralmente possuem baixa permeabilidade gasosa.
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Estabilidade a gases, líquidos e sólidos: a acção de produtos químicos pode levar à


degradação de cadeia polimérica por processos químicos como a hidrólise, podendo também
ocorrer inchamento ou corrosão por tensão. Dessa forma, dependendo da área de aplicação, é
fundamental a obtenção de elastómeros resistentes a água, óleos e outros produtos químicos.

2.8. Processo de produção de elastómeros

Figura 2: Produção de Elastómeros

2.8.1. Processo industrial

Figura 3: Processo micronização criogenico por criogenia de elastomeros borracha


micronizada ecoamericas.
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Tabela 1: Alguns elastómeros comerciais


Designação (ASTM) Designação comum Composição Química
NR Borracha Natural Poli-isoprene natural
IR Isoprene Poli-isoprene sintético
BR Polybutadiene Polybutadiene
CR Neoprene Policloroprene

Poli-isoprene natural

Poli-isoprene sintético

Polybutadiene

Policloroprene
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3. Conclusão

Em virtude sobre os factos mencionados, concluiu-se que, elastómero são material com
comportamento semelhante à borracha ou seja, baixa fluência plástica, grande extensibilidade,
e capacidade de recuperar rapidamente a forma original após estar sujeito a grandes
deformações. Não só, mas também foi possível notar que, a vulcanização compreende
operação através da qual são criadas ligações entre as macromoleculas de um elastómero.
Desta forma o elastómero, que à partida se apresenta como uma massa fraca, muito plástica e
sem propriedades mecânicas de interesse seja transformado num produto forte, resistente e
com boas características elásticas.
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4. Bibliografia

FERREIRA, R; processos especiais de transformação elastómeros; S/ed; Sul_Rio_Grande;


2017.

FOGAÇA, J. R. V. Tipos de elastómeros e suas propriedades; S/ed; São Paulo; 2019.

GUERREIRO, L; Comportamento de blocos de elastómero (borrachas); S/ed; S.P; 2003.

MOREIRA, V. A. Elaboração de um roadmap tecnológico: estudo de caso de elastómeros


manufacturados a partir de matérias-primas renováveis; S/ed; Rio de Janeiro. 2016.

FELTRE, R. Quimica orgânica; Vol. 3; 6a edição; São Paulo; 2004.

MORASSI, O. J.. Polímeros Termoplásticos, termofixos e elastómeros. Minicursos; S/ed;


S.P; 2013.

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