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importância
econômica e estratégica. Os transportes, a indústria química, a engenharia e a indústria
elétrica e eletrônica são grandes consumidores de borracha. As borrachas podem ser naturais,
extraídas sobretudo da seringueira Hevea brasilensis, e sintéticas, obtidas principalmente a
partir de derivados de petróleo.
Borracha natural
A seringueira leva aproximadamente 7 anos até atingir a idade de produção, e pode continuar
a fornecer látex durante vários anos. A coleta e o processamento do látex requerem
considerável mão de obra. O látex é obtido fazendo-se incisões na árvore e o líquido se
acumula em pequenas tigelas que devem ser recolhidas com freqüência para evitar a
putrefação e a contaminação. O látex recolhido é levado para unidades de processamento,
onde é coado e recebe o preservativo NH 3 (amônia). A borracha é separada por um processo
conhecido como coagulação, que ocorre quando se adicionam ácidos ou sais ao látex; a
borracha se separa do líquido na forma de uma massa branca, pastosa, que é moída e
calandrada para remover contaminantes e secar. A borracha comercial é vendida em fardos,
sendo suficientemente estável para ser estocada por anos.
A faixa de temperatura que o produto de borracha natural suporta vai de -20°C a +70°C. A
borracha natural perde suas qualidades quando em contato com derivados de petróleo, como
solventes, óleos, combustíveis e lubrificantes, ozônio, radiação solar (UV) e quando exposta às
intempéries, como variação de temperatura, gases, poeira e umidade. Suas principais
aplicações são em pneus e na indústria automobilística, em peças técnicas, como buchas, bicos
de mamadeiras e chupetas, solados e indústria calçadista, construção civil, artigos médico-
hospitalares, artigos esportivos e adesivos.
Vulcanização
Antes da
descoberta da
vulcanização,
em 1839, a
borracha natural
já era utilizada
para a
fabricação de
muitos
produtos, como
luvas, calçados e
capas
impermeáveis. A
borracha, no
entanto,
apresentava
vários inconvenientes que inviabilizavam seu uso em larga escala: era difícil de ser moldada, os
produtos ficavam moles e pegajosos no calor, rígidos e sem flexibilidade no frio, tinham baixa
resistência à luz e aos líquidos, e para piorar, adquiriam odores desagradáveis com o passar do
tempo. Com tantos problemas, os produtos de borracha passaram a ser rejeitados pelos
consumidores. A descoberta da vulcanização por Charles Goodyear (foto), nos Estados Unidos,
revolucionou a indústria desse material. “A borracha crua tratada com enxofre, acima do seu
ponto de fusão transforma a borracha de um estado original plástico a um outro elástico, com
características dimensionais estáveis e com habilidade de suportar variações na temperatura”
escreveu Goodyear, ao relatar sua descoberta, depois de anos de pesquisas. A palavra
vulcanização faz referência a Vulcano, deus do fogo na mitologia romana. Submetida a altas
temperaturas, a borracha reage com o enxofre para produzir um produto que contém uma
rede de ligações cruzadas entre as cadeias poliméricas. O cruzamento entre as moléculas se dá
por pontes de dissulfeto, como mostra a figura abaixo.
Durante a vulcanização, as moléculas da borracha são ligadas umas às outras e formam uma
rede tridimensional de macromoléculas por meio (1941)/Wikimedia Commons
O próprio processo de vulcanização passou por uma longa evolução. No início eram
necessárias grandes quantidades de enxofre e tempos de cura relativamente longos e os
produtos adquiriam uma coloração indesejada. A grande evolução aconteceu com o
desenvolvimento de aceleradores, no início do século XX, que aumentaram a velocidade da
vulcanização. O nível de enxofre pôde ser reduzido sem prejuízo para as propriedades físicas
do vulcanizado, e obteve-se maior resistência ao envelhecimento. Produtos vulcanizados
transparentes ou coloridos foram obtidos. Se o processo de vulcanização durava até 5 horas
quando foi descoberto, hoje o tempo passou para apenas alguns minutos, dependendo do tipo
de acelerador e das características desejadas para o produto final.
Existem processos de vulcanização sem enxofre que usam peróxidos orgânicos, óxidos
metálicos e substâncias bifuncionais, como a resina p-quinona-dioxima, a trietilenotetramina,
e a hexametilenodiamina.
Borrachas sintéticas
As borrachas sintéticas têm como base os copolímeros (polímeros derivados de mais de uma
espécie de monômero) de estireno e butadieno. A primeira borracha sintética foi a SBR –
elastômero de estireno-butadieno - que não tinha todas as propriedades da borracha natural,
mas custava muito menos. Assim como a borracha natural, a borracha sintética também pode
ser submetida à vulcanização. Estados Unidos, China e Japão são os principais produtores e
consumidores de borrachas sintéticas no mundo, enquanto Rússia, Alemanha, Brasil, França e
Coréia do Sul são importantes consumidores.
Leia mais sobre as borrachas sintéticas SBR, BR, EPDM, NBR, SBCs, PTE e borrachas especiais.
Fabricação