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Cabe aqui uma observação: aquela gente era tirada do sertão árido do
nordeste e enviada para a floresta amazônica, dois biomas completamente
diferentes, caatinga e floresta tropical pluvial (floresta amazônica), com as
previsíveis conseqüências de adaptação.
Muitos morreram de moléstias por absoluta falta de assistência médica,
outros assassinados pelos jagunços dos donos do seringal quando
tentavam fugir, alguns comidos por feras ou ainda mortos pelos índios.
ERNANI A. M. Ribeiro
Fonte: www.centrodoscapitaes.org.br
Produção de Borracha
Vulcanização
A vulcanização da borracha é a sua combinação química com certos
corpos que chamamos de agentes vulcanizantes, em virtude da qual a
borracha adquire a propriedade de poder sofrer deformações, e cessadas
as causas determinantes, retomar suas dimensões iniciais. Dos agentes
vulcanizantes, o mais importante é o enxofre.
É através da vulcanização que conseguimos transformar as propriedades
plásticas da borracha, eliminar a sua sensibilidade ao calor, e obter um
corpo elástico capaz de retomar as suas dimensões iniciais depois de uma
deformação, mesmo em condições extremas de temperatura.
Fonte: meusite.mackenzie.com.br
Produção de Borracha
No entanto, sabe-se que apenas esse tipo de incentivo não é suficiente para
aumentar a produção e garantir sustentabilidade ao setor, entretanto,
reconhece-se que o estímulo elevou a produção para algo em torno de 5
mil toneladas/ano, reativando usinas e seringais em todas as regiões do
Estado do Acre, envolvendo aproximadamente 7 mil famílias de
seringueiros no processo produtivo.
Produção de Borracha
A Química da Borracha
Na borracha natural, milhares de minúsculas moléculas de isopreno
ligam-se para formar uma molécula gigante em forma de cadeia. Os
químicos chamam essas moléculas em cadeia de polímeros, o que quer
dizer muitas partes. As moléculas simples, como a de isopreno, são
chamadas de monômeros.
A estrutura particular do polímero da borracha em forma de cadeia explica
por que esta substância é elástica. As moléculas do polímero de uma
borracha não esticada permanecem dobradas sobre si mesmas, como
molas irregulares. Ao esticar-se a borracha, as moléculas distendem-se. Ao
soltar-se a borracha, a cadeia de moléculas volta à posição anterior.
Borracha Sintética
Os materiais semelhantes à borracha obtidos a partir de produtos químicos
são denominados borracha sintética. As pesquisas para criar um
substituto para a borracha natural tiveram início nas primeiras décadas
do séc. XX, em virtude dos altos preços e do temor de desabastecimento
desse produto.
A primeira borracha sintética surgiu na Alemanha durante a Primeira
Guerra Mundial. Era um polímero de dimetil butadieno (C4H6), muito
inferior à borracha natural. Entre 1930 e 1935, os alemães produziram
várias borrachas sintéticas de boa qualidade.
Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, em 1939, a Alemanha já
fabricava dois tipos principais de borracha sintética: buna S, feita de
butadieno (um gás) e estireno (um líquido feito de alcatrão de hulha e
petróleo); e buna N, feita de butadieno e acrilonitrila (um líquido obtido a
partir do acetileno e do ácido cianídrico).
Antes de 1939, os norte-americanos produziam pequenas quantidades de
vários tipos de borracha sintética.
Quando os japoneses ocuparam as regiões produtoras de borracha natural
do Extremo Oriente, em 1942, e cortaram o fornecimento dessa matéria-
prima, os EUA desenvolveram uma grande indústria de borracha
sintética praticamente da noite para o dia.
Após a Segunda Guerra Mundial, a produção de borracha
sintética expandiu-se para outros países, substituindo a borracha natural.
O tipo mais utilizado é o obtido a partir de butadieno e estireno
Fonte: www.klickeducacao.com.br
Produção de Borracha
Batalha da Borracha: Uma guerra sem vencedores
Os Acordos de Washington
A Batalha da Borracha
A ilusão do paraíso
Os caminhos da guerra
Aparentemente tudo muito organizado. Pelo menos frente aos olhos dos
americanos que estavam nos fornecendo centenas de embarcações e
caminhões, toneladas de suprimentos e muito, muito, dinheiro. Tanto
dinheiro que dava pra desperdiçar em mais propaganda, em erros
administrativos que faziam uma pequena cidade do sertão nordestino ser
inundada por um enorme carregamento de café solicitado não se sabe por
quem, ou no sumiço de mais de 1.500 mulas entre São Paulo e o Acre.
Não que não houvesse comida. Havia, e muita. Mas era tão ruim, tão mal
feita, que era comum ver as lixeiras dos alojamentos cheias enquanto as
pessoas adoeciam com fome. Muitos alojamentos foram construídos em
lugares infestados pela malária, febre amarela e icterícia. Surtos epidêmicos
matavam dezenas de soldados da borracha e seus familiares nos pousos
de Belém, Manaus e outros portos amazônicos. O atendimento médico
inexistia longe das propagandas oficiais e os conflitos se espalhavam entre
os soldados já quase derrotados.
A desordem era tanta que muitos abandonaram os alojamentos e
passaram a perambular pelas ruas de Manaus e outras cidades buscando
um modo de retornar a sua terra de origem, ou de pelo menos sobreviver.
Outras tantas revoltas paralisaram os gaiolas em meio de viagem diante
das alarmantes notícias sobre a vida nos seringais. Pequenos motins
rapidamente abafados pelos funcionários da SNAPP ou da SAVA. Esse
parecia ser então um caminho sem volta.
Soldados da floresta
Uma divida que crescia rapidamente porque tudo que recebia era cobrado.
Mantimentos, ferramentas, tigelas, roupas, armas, munição, remédios, tudo
enfim era anotado na sua conta corrente. Só no fim da safra a produção da
borracha de cada seringueiro era abatida do valor de sua dívida. Mas o
valor de sua produção era, quase sempre, inferior a quantia devida ao
patrão. E não adiantava argumentar que o valor cobrado pelas mercadorias
no barracão do seringalista era cinco ou mais vezes maior do que aquele
praticado nas cidades, os seringueiros eram proibidos de vender ou
comprar de outro lugar.
A Cor do Invisível
O Acre foi construído através da participação de diferentes grupos étnicos,
mas sua história, como sempre, foi construída apenas por alguns. Por isso,
desde sua organização como espaço brasileiro o Acre deu lugar a escritura
de uma história de bravos e pioneiros povoadores nordestinos. Muitos
foram os pensadores da Amazônia que, ao longo do século XX, explicaram
genericamente o Acre como obra fundamental de cearenses. Consolidava-
se assim uma versão histórica que interessava a oligarquia extrativista
amazônica contraposta aos cafeicultores do sul que, no princípio do século
passado, dominavam a republica brasileira.
O Navegador Negro
A única lacuna existente a esse respeito se refere ao fato de que ainda não
encontramos vestígios arqueológicos ou históricos que revelem a presença
antiga de quilombolas em terras acreanas. Apesar dessa presença ser
perfeitamente possível, o Acre ainda estava muito distante das regiões que
possuíam escravos africanos antes da navegação a vapor, na segunda
metade do século XIX. Mesmo assim podemos levantar a hipótese de
grupos de escravos fugitivos terem chegado ao Acre descendo o rio
Madeira ou subindo o Purus e o Juruá. Mas isso, por enquanto, é apenas
especulação. Ou então, teremos que ampliar nossa compreensão sobre o
que eram comunidades quilombolas e assim rever a história acreana a
partir de uma nova conceituação, como tem sido sugerido pelos
movimentos que atualmente lutam pela igualdade racial no Brasil.
Por outro lado me parece que não podemos desprezar a vinda de fugitivos
de Canudos para o Acre como sinal evidente que essa região se tornou área
de refugio para muitos dos deserdados e perseguidos da Republica
brasileira. Para essas comunidades, muitas das quais certamente negras, a
nova sociedade da borracha que se formava por aqui deveria aparecer,
pelo menos, como a possibilidade de uma vida um pouco mais digna.
Outro combatente negro da Revolução Acreana foi Pio Nazário, que de tão
ágil e rápido ganhou o apelido de Pisa nas Asas, graças à sua decisiva e
corajosa atuação no segundo combate da Volta da Empreza (ali perto da
Gameleira) quando conseguiu lançar bombas incendiárias sobre o
acampamento boliviano. Segundo notícias dos jornais da época, Pio Nazário
era morador do Xapuri, onde virou até nome de rua.
O uso do chá feito pela mistura do cipó (jagube) com a folha (chacrona) é
milenar entre diversos grupos indígenas amazônicos em uma extensa área
que começa nas selvas da Colômbia, passando pelo Brasil, Bolívia e Peru
até alcançar os contrafortes dos Andes. Mas a utilização da Ayahuasca, o
vinho das almas, nas civilizações andinas ainda não está de todo clara. A
princípio seu uso era um conhecimento mágico típico de povos da floresta
que lhe davam diferentes nomes e o empregavam a partir de um conjunto
comum de conhecimentos de natureza espiritual.
De toda forma, foi Irineu Serra quem chamou o chá do cipó e da chacrona
de Santo Daime e passou a compor uma doutrina que, apesar de
incorporar diversos elementos indígenas e negros tinha uma base e um
calendário fundamentalmente cristão. Foi a maneira encontrada por Irineu
para traduzir para nossa própria sociedade, de base católica, o
conhecimento espiritual e transcendente proporcionado pelo Daime. Na
construção dessa nova religião foi decisiva a herança cultural, religiosa e
sincrética de Irineu que reunia elementos religiosos da tradição africana
presente nas Casas das Minas, bem como da forte influencia católica
estabelecida entre as famílias descendentes de escravos da baixada
maranhense.
Mais tarde, outro negro do Maranhão, também filho (ou neto como Irineu)
de escravos, Daniel Matos, se envolveria com o Santo Daime através de
Irineu Serra.
Este marinheiro que também havia chegado ao Acre nos primeiros anos do
século XX decidiu ficar morando e trabalhando em Rio Branco. Barbeiro,
musico, boêmio, Daniel Matos adoeceu e foi tratado por Irineu com o Santo
Daime. Depois de muitas idas e vindas, Daniel abandonou a boêmia e fez
de sua casa um centro de tratamento espiritual.
Tinha início assim uma nova linha de trabalho religioso com o Santo Daime.
Daniel Matos estabeleceu novos fundamentos doutrinários de matriz
africana em seu trabalho como curador. Diferente de Irineu, Daniel nem
sempre usava o maracá ou o bailado, que eram elementos da cultura
indígena amazônica, ao mesmo tempo em que acrescentou o trabalho com
caboclos e preto-velhos, característico da Umbanda de matriz afro-
brasileira.
Exemplos não faltam para ilustrar esta afirmação. Basta lembrar da alegria
e calor revelados no depoimento de seu Elpídio, negro cearense que veio
para o Acre como soldado da borracha em recente vídeo-documentário,
para perceber que boa parte do exército que veio para cá na Batalha da
Borracha era negro. Ou então, podemos ressaltar a importância de Da
Costa, acreano de Rio Branco, que além de ajudar a construir o Palácio Rio
Branco, marcou uma época da vida musical acreana através de seus
sambas. Ou Santinho, um baiano-acreano de espírito carioca, que
popularizou e disseminou as Escolas de Samba no Acre.
Porém, devemos ressaltar também que ficaram de fora desse artigo muitas
manifestações culturais e históricas com características afro-brasileiras do
processo formativo do Acre. Como as trajetórias específicas da Capoeira, da
Umbanda e do Candomblé na região, além de muitos outros temas e
personagens fundamentais para a compreensão do Acre contemporâneo.
Assim podemos compreender a enorme importância de uma discussão
mais profunda e responsável sobre a questão racial na Amazônia Ocidental.
Uma discussão que só agora começa a se consolidar através das
Conferencias pela Igualdade Racial e das articulações entre diferentes
segmentos étnicos acreanos, como negros e índios.
Produção de Borracha
Seringueira – Borracha
Descoberta da borracha
Seringueira
A borracha era conhecida dos nativos da Amazônia, mas somente nos
séculos XVI e XVII viajantes europeus encontraram, em alguns países da
América do Sul e da América Central, índios com o corpo coberto por um
líquido leitoso obtido do corte de certas árvores. Alguns chegaram a ver
índios brincando com bolas que “ao tocar o solo subiam a grande altura”.
Entretanto, foi o matemático e naturalista francês Charles-Marie de la
Condamine, chefe de uma expedição científica francesa enviada à América
do Sul, que se interessou, no Brasil, pelo látex e em 1740 enviou amostras
para a Academia de Ciências da França.
Durante várias décadas após a descoberta de La Condamine, a borracha
continuou sendo simples matéria-prima de artesanato rudimentar dos
nativos, que, segundo o cientista, com ela fabricavam “garrafas, botas e
bolas ocas, que se achatavam quando apertadas, mas que tornavam a sua
forma primitiva desde que livres”. A primeira utilização da borracha no
mundo civilizado foi feita pelo cientista inglês Joseph Priestley, em 1770, ao
observar que o látex coagulado servia para apagar traços de lápis. A partir
de então várias tentativas de uso foram sendo experimentadas e
descobriram-se novas plantas produtoras na Ásia e na África.
A borracha brasileira começou a ser exportada para o Reino Unido, a
França e os Estados Unidos na segunda década do século XIX. Em 1833
instalou-se em Boston uma casa de artigos de borracha, a primeira de
que se tem notícia no gênero. Entre 1839 e 1842, simultaneamente, Charles
Goodyear, nos Estados Unidos, e Thomas Hancock, no Reino Unido,
descobriram o processo de vulcanização da borracha, que consistia na
mistura com enxofre, o que, conforme o tempo e grau de aquecimento, lhe
dava flexibilidade ou endurecimento e a tornava inalterável nas variações
de temperatura. A partir de então o produto passou a ser utilizado como
matéria-prima para várias indústrias. O primeiro a aplicar a borracha em
rodas de veículos foi o irlandês John Boyd Dunlop, em 1888. O primeiro
pneu fabricado nos Estados Unidos data de 1891.
O ciclo da borracha, que desenvolveu a Amazônia, com o trabalho de índios
e nordestinos, foi o primeiro grande empreendimento levado a efeito no
Brasil sem auxílio da mão-de-obra escrava. Iniciou-se também a exploração
de seringais do Tocantins, Tapajós, Xingu e mais tarde Acre e, em menor
escala, Goiás. O monopólio brasileiro da borracha no mercado
internacional fez a riqueza de donos de seringais, mas despertou,
principalmente nos ingleses, o interesse pela busca de novos fornecedores.
O inglês Henry Wickham conseguiu,
em 1876, contrabandear para Londres sementes da Hevea brasiliensis q
ue, após germinarem, foram enviadas para
as colônias britânicas da Ásia: Ceilão (hoje, Sri Lanka), Bornéu e Malásia,
onde se adaptaram facilmente. Cultivadas em plantações organizadas,
proporcionaram grande rendimento.
A primeira safra asiática chegou ao mercado em 1910 e causou em pouco
tempo uma vertiginosa queda de preços, desorganizando a economia
amazonense. Foram vãos os esforços brasileiros para a defesa de sua
produção, e logo ficou claro que a borracha silvestre já não podia mais
concorrer com a de plantação.
Enquanto crescia a demanda mundial de borracha, diminuía a participação
do Brasil nesse mercado. Se em 1906 as florestas naturais tinham fornecido
99% da produção mundial, em 1920 esse índice baixou para 11% e em 1950
ficou com apenas 2%.
Extração do latéx
Operação muito delicada e precisa, a extração do látex se faz mediante
incisões no tronco da árvore produtora, com um instrumento especial, uma
lâmina muito afiada, acabada em gancho. O corte tem a largura de seis
milímetros aproximadamente, sobre a casca viva da planta, que apresenta
uma espessura de cerca de 13mm. É feito um corte oblíquo, que começa a
uma altura de 1,20m a 1,50m do solo e avança até a metade do tronco. O
fundo da ranhura serve de canal e o látex escorre da árvore pelos entalhes
até os vasilhames de depósito. O trabalhador vai de árvore em árvore
fazendo as incisões e, sangrada a última árvore do lote pré-escolhido, volta
à primeira para nova incisão. Todo o látex colhido é levado para ser
coagulado por defumação.
Borracha sintética
A insegurança do abastecimento da borracha natural e a política
econômica decorrente de tal situação levou pesquisadores a buscar
um substituto para o produto: a borracha sintética.
Durante a primeira guerra mundial os alemães lançaram a base dessa
indústria, partindo do carvão como matéria-prima.
Produção de Borracha
Soldados da Borracha
Mas aquele primeiro grupo era, evidentemente, muito pequeno diante das
pretensões americanas. Em todas as regiões do Brasil, aliciadores tratavam
de convencer trabalhadores a se alistar como soldados da borracha e,
assim, auxiliar a causa aliada. Alistamento, recrutamento, voluntários,
esforço de guerra tornaram-se termos comuns no cotidiano popular.
A mobilização de trabalhadores para a Amazônia coordenada pelo Estado
Novo foi revestida por toda a força simbólica e coercitiva que os tempos de
guerra possibilitavam. No Nordeste, de onde deveria sair o maior numero
de soldados, o Semta convocou padres, médicos e professores para o
recrutamento de todos os homens aptos ao grande projeto que precisava
ser empreendido nas florestas amazônicas.
Produção de Borracha
A árvore
Borracha natural
Onde plantar?
Propagação
Plantio e manejo
Plantio da Seringueira
Sistemas agroflorestais