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GAM 124 – CONTROLE AMBIENTAL

Indústria Têxtil- Curtumes de produção de couro em Franca - SP

Murillo Tenan Nunes - 202010578


Bruno Rodrigues dos Santos - 202010562

Prof. Ronaldo Fia

Lavras - MG
2023
Introdução

Os curtumes são de grande importância devido à grande parte da base econômica


da região de Franca - SP depende da indústria de calçados, os quais dependem de
um fluxo contate de matéria prima(couro) para a sua produção.

Muitas famílias dependem do funcionamento dos curtumes para trabalho, além de


eles serem a base para que outras indústrias possam produzir.

1)

O processo produtivo do couro nos curtumes passa efetivamente por 3 etapas:

Ribeira

• O remolho consiste na retirada do sal (utilizado para a conserva da pele


durante o transporte) e inicia-se o primeiro passo para a transformação de pele
em couro.
• A depilação trata da utilização do enxofre em sua forma de sulfeto de sódio
para dissolver os pelos, compostos quase totalmente por queratina, substância
esta que é atacada pelo enxofre.
• O descarne é uma operação mecânica com finalidade de retirar tecido
subcutâneo da pele tais como gordura, restos de carne ou fibras não utilizáveis.
• A purga é uma etapa de limpeza profunda por ação enzimática, de forma que
as enzimas destruam materiais queratinosos, gorduras, proteínas e
substâncias ainda presentes nas peles.
• Piquel é um processo salino ácido afim de condiciona a pele para o curtimento.

Curtimento

• É o tratamento químico que transforma a pele em couro, devido a estabilização


da estrutura colagenosa da pele.

Acabamento

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Acabamento molhado

• Desacidulação - Abrandamento do Ph do couro.


• Recurtimento - Definição das características físico–mecânicas do couro.
• Tingimento - Coloração do couro.
• Engraxe - Emprego de óleos e auxiliares de engraxe a fim de garantir maciez,
resistência a tração, impermeabilidade, flexibilidade e elasticidade.

Pré-Acabamento

• Enxugamento e estiramento são operações que visam eliminar o excesso de


água além desabrir e alisar o corpo.
• Secagem consiste na secagem do couro
• Grampeamento secagem do couro estirado de modo a reduz elasticidade se
necessário.
• Amaciamento etapa na qual a peça de couro é colocada na máquina de
amaciar que executa movimentos vibratórios a fim de realizar o efeito mecânico
para deslizamento das fibras engraxadas.
• impregnação é a aplicação de determinados produtos como resinas a fim de
estimular a aderência.
• aplicação de stuco é a aplicação de produtos químicos a fim de realizar
correções de defeitos no couro.
• lixamento serve para corrigir e atenuar imperfeições diminuir tamanho dos
poros da flor ou abaixar as felpas da raspa.
• Desempenhou amento consiste na retirada do pó para permitir aplicação de
acabamento ao couro.

Acabamento

• Aplicação das camadas de acabamento que melhoram o aspecto do couro e


proporcionam características de embelezamento.
• Tratamentos mecânicos são operações de polimento, prensagens,
estampagem para a aplicação de efeitos diversos.

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2)

A indústria curtumeira utiliza de grande quantidade de produtos químicos, água e


resíduos animais além de energia para seus processos mecânicos.

3)

Os principais impactos ambientais causados pela indústria do couro são diversos. Por
exemplo, a água por ser o elemento mais utilizado nessa indústria, na qual é eliminada
contendo vários resíduos orgânicos e produtos químicos, fazendo com que apresente
maior contaminação e degradação ao meio ambiente (BRITO, 2013). “Os efeitos
adversos causados pelos resíduos industriais de curtume, principalmente no sistema
“cadeia produtiva-consumista” é perceptível cada vez mais a necessidade da
minoração da toxidade dos resíduos produzidos e da prospecção do free cromo
(couro curtido com vegetal) como mitigação de impactos ambientais.” (CULTRI;
ALVES, 2008). Por outro lado, a atmosfera também é impactada pela ação da
indústria de curtume devido às emissões gasosas provenientes da queima de
combustíveis fósseis. Na fase molhada, os principais gases são liberados, causando
odores desagradáveis (amônia e gás sulfúrico), que são altamente tóxicos; e no
acabamento, compostos orgânicos voláteis (COV) também são eliminados
(GARNEM, 2007). Diversos gases favorecem o efeito estufa, porém, os principais
GEE são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH 4) e o óxido nitroso (N2O). No
processo de incineração dos resíduos de curtumes, pode ocorrer dois inconvenientes
ambientais:

• (I) formação de Cr VI por oxidação;


• (II) formação de dioxinas e furanos, visto que os elementos cloro e ferro estão
presentes nessas reações (ESTEVES, 2007)

“Outro agravante do depósito de resíduos gerados é atração de agentes


transmissores de doenças como moscas, baratas, ratos e urubus, gerando riscos
iminentes para a população que transita ou reside nas proximidades. Do ponto
de vista ambiental, estes resíduos apresentam-se como fonte geradora
de contaminação do solo e dos mananciais, sejam eles superficiais ou
subterrâneos” (ALEXANDRINO NETO et al., 2020, p.184).

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Imagem 1 - Fluxo básico de um curtume

4)

As regularizações e licenças ambientais são obrigações legais que antecedem à


instalação de qualquer negócio ou atividade que possa poluir ou afetar o meio
ambiente. A autorização pode ser federal, estadual ou municipal, dependendo da
legislação e estrutura local para o exercício das atribuições. Para os curtumes,
atividade de curtimento e outras preparações de couro (CNAE 1510-6/00) o
licenciamento ambiental é estadual através da Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo (CETESB).

5-A)

O tratamento dos efluentes líquidos, usualmente empregado, consiste das seguintes


etapas:

• 1) Segregação dos efluentes da ribeira daqueles do curtimento (principalmente


curti - mento ao cromo) e do acabamento. Entre outros aspectos, isso
possibilita operações de reciclagem direta dos banhos de depilação e de
curtimento, o que vários curtumes já realizam. Os efluentes do curtimento ao
cromo também podem passar por trata - mento específico para separação do
cromo, normalmente por precipitação alcalina, como hidróxido de cromo

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trivalente, que pode acidulado e reusado no curtimento, vendido para terceiros
ou disposto em aterro apropriado. O sobrenadante da precipitação é
encaminhado para a homogeneização ou equalização dos efluentes gerais. No
entanto, há curtumes que não fazem essa segregação, procedendo à remoção
do cromo somente no tratamento primário.
• 2) Tratamento preliminar – remoção dos sólidos em suspensão maiores, mais
grosseiros, por gradeamento e/ou peneiramento nas linhas de efluentes.
Alguns curtumes também instalam caixas de gordura, principalmente para
efluentes da ribeira.
• 3) Oxidação prévia do sulfeto residual em meio alcalino, proveniente de banhos
e lavagens da ribeira, antes de homogeneizá-los com outros efluentes ácidos,
de forma a prevenir a formação de gás sulfídrico (H 2 S) – tóxico, precursor de
corrosão e um dos principais responsáveis por problemas de odor nos
curtumes.
• 4) Homogeneização ou equalização dos efluentes.
• 5) Tratamento primário dos efluentes equalizados, físico-químico, para
remoção de parte da matéria orgânica e de alguns metais residuais,
principalmente cromo - coagulação, floculação e decantação primária.
• 6) Tratamento secundário biológico, normalmente lagoas aeradas, facultativas
ou lodos ativados, para remoção da carga orgânica residual do tratamento
primário.
• 7) Tratamento terciário biológico, nitrificação e desnitrificação, para remoção
de nitrogênio – em alguns casos, se necessário, em função de maiores
restrições específicas para o lançamento de efluentes.

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Fluxograma ilustrativo dos processos apresentados

5-B)

Em relação aos resíduos sólidos, dentre esses materiais, há aqueles que já possuem
estrutura e procedimentos consolidados para o seu aproveitamento total e
ambientalmente adequado. Particularmente, as aparas (não caleadas/caleadas) e
raspas não curtidas, dos recortes e da divisão na ribeira, constituem um material
importante e valioso para a fabricação 51 de diversos derivados do colágeno. Há um
mercado estabelecido e competitivo para a aquisição desse material. Também é
comum a utilização da carniça para a fabricação de sebo, gordura animal e seus
derivados, bem como de alguns derivados proteicos.

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Com relação aos resíduos curtidos descritos (aparas e pó / serragem de couros
curtidos ao cromo), a CETESB Nº 145/2010/P, de 11/05/2010 basicamente define:

[...] Entende-se que, no Estado de São Paulo, os resíduos de aparas de couro


e de pó de rebaixadeira oriundos do curtimento ao cromo, podem ser gerenciados
como resíduos não perigosos e serem destinados a aterros de resíduos não
perigosos, desde que: - os resíduos de aparas de couro e de pó de rebaixadeira sejam
devidamente segregados de outros resíduos, cujas características indiquem o seu
gerenciamento como resíduos perigosos, tais como os lodos contendo cromo,
oriundos do sistema de tratamento dos efluentes do curtimento ao cromo; - a
caracterização dos resíduos de aparas de couro e pó de rebaixadeira indiquem, para
estes resíduos, teores de cromo hexavalente inferiores a 1,0 mg/kg; - o aterro para
destinação final destes resíduos seja devidamente licenciado pela CETESB, para o
recebimento de resíduos não perigosos. Caso as condições anteriormente citadas
não sejam atendidas, os resíduos de aparas de couro e pó de rebaixadeira devem
ser gerenciados como resíduos perigosos. [...]. (CETESB, 2010a)

Quanto aos lodos gerados nas ETEs, considerando sua “aplicação em solo agrícola”
como uma destinação potencialmente possível, pleiteada pelo setor produtivo, foi
desenvolvida pela CETESB e por este setor a norma técnica “P 4.233 – Lodos de
Curtumes – Critérios para o Uso em Áreas Agrícolas e Procedimentos para a
Apresentação de Projetos”, que disciplina, orienta e condiciona essa prática potencial
à apresentação de projeto por parte dos curtumes e à sua aprovação pela CETESB.
Esta companhia também publicou a Decisão de Diretoria nº 388/2010/P, de
21/12/2010, que condiciona:

[...] Não deve ser permitida a aplicação de efluentes e lodos em áreas que
apresentem substâncias em concentrações superiores aos valores orientadores de
prevenção para solos, mesmo que essas não sejam diretamente relacionadas às
características do lodo/ efluente. [...].

Para a aplicação dos lodos oriundos do tratamento dos efluentes de ribeira


(proveniente 53 das operações de pré-remolho, pré-descarne, remolho, depilação e
caleiro, descarne, divisão, lavagem, desencalagem e purga) deverá ser comprovada
a perfeita segregação dos efluentes, de forma a garantir que apenas os lodos gerados

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no tratamento dessas linhas de efluentes sejam aplicados em solo agrícola. [...].
(CETESB, 2010b)

Outros resíduos que podem ser mencionados são aqueles provenientes dos insumos
utilizados, como produtos químicos eventualmente vencidos, borras de tintas,
plástico/papel/têxteis/embalagens contaminados com produtos químicos,
equipamentos de proteção individual (EPIs) usados e outros, sendo que parte
considerável desses resíduos é ou pode ser classificada como “resíduos perigosos”,
conforme a norma ABNT NBR 10004:2004.

5-C)

Em algumas regiões do estado de São Paulo, o odor (mau cheiro), proveniente da


formação de gás sulfídrico, derivado do sulfeto, de mercaptanas e de outros
compostos orgânicos gerados por reações de decomposição de matéria orgânica,
também é um problema ambiental importante a ser controlado e resolvido pelo setor.
Essas substâncias podem ser formadas tanto no processo produtivo como no STAR
ou ETE dos curtumes. Particularmente o sulfeto de hidrogênio ou gás sulfídrico pode
ser liberado para a atmosfera caso o pH caia abaixo de 9,0 em banhos ou efluentes
líquidos com sulfeto residual proveniente da depilação. Assim, é importante oxidar
todo o sulfeto residual (ou o máximo possível), antes que o pH das soluções que o
contenham seja reduzido para valores favoráveis à formação do gás sulfídrico
(USEPA, 1997).

Embora os curtumes constituam uma das fontes incluídas no anexo C da Convenção


de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), relativas à sua
geração não intencional, até agora não foi encontrada contaminação significativa da
atmosfera por dioxinas e furanos (PCDDs e PCDFs) gerados por essa indústria, nem
mesmo em outros meios (solo e água), nas suas proximidades.

6)

Objetivo 1: Reduzir o consumo de água


Meta de melhoria ambiental: Reduzir o consumo de água em 20% em comparação
ao ano anterior.
Métodos para alcançar o objetivo e meta:

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• Implementar sistemas de recirculação de água para reduzir o uso de água
fresca.
• Instalar equipamentos e tecnologias de tratamento de água para reutilização
em processos secundários.
• Promover treinamento e conscientização dos funcionários sobre o uso eficiente
da água e a importância da conservação.
Objetivo 2: Minimizar a geração de resíduos sólidos
Meta de melhoria ambiental: Reduzir a geração de resíduos sólidos em 15% em
comparação ao ano anterior.
Métodos para alcançar o objetivo e meta:
• Implementar práticas de redução na fonte, como otimização de processos e
seleção de matérias-primas com menor geração de resíduos.
• Estabelecer um programa de reciclagem interna para separação e destinação
adequada dos resíduos gerados.
• Buscar parcerias com empresas de reciclagem para o reaproveitamento de
resíduos de couro e outros materiais.
Objetivo 3: Reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE)
Meta de melhoria ambiental: Reduzir as emissões de GEE em 25% em comparação
ao ano anterior.
Métodos para alcançar o objetivo e meta:
• Avaliar a eficiência energética das instalações e implementar medidas para
reduzir o consumo de energia.
• Investir em fontes de energia renováveis, como painéis solares ou sistemas de
cogeração.
• Promover o transporte sustentável para reduzir as emissões relacionadas à
logística.
Objetivo 4: Melhorar a gestão de produtos químicos
Meta de melhoria ambiental: Implementar um sistema de gestão de produtos químicos
conforme as diretrizes da ISO 14001.
Métodos para alcançar o objetivo e meta:
• Realize um inventário completo de todos os produtos químicos utilizados no
processo produtivo.

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• Identificar alternativas menos prejudiciais ao meio ambiente e substituir
produtos químicos perigosos por opções mais seguras.
• Implemente um sistema de processamento adequado, manipulação e descarte
de produtos químicos.
Objetivo 5: Promover a educação ambiental
Meta de melhoria ambiental: Realizar treinamentos regulares e programas de
conscientização ambiental para todos os funcionários.
Métodos para alcançar o objetivo e meta:
• Desenvolvedor de materiais de treinamento e conscientização sobre questões
ambientais específicas da indústria e têxtil de curtumes.
• Realizar palestras, workshops e atividades práticas para envolver os
funcionários e incentivar a adoção de práticas.
• Estabelecer parcerias com instituições locais e participar de eventos
comunitários para disseminar informações sobre conservação ambiental.
7)

Considerações Finais:
A indústria têxtil de curtumes desempenha um papel fundamental na economia da
região de Franca, em São Paulo, devido à dependência da indústria de calçados
dessa matéria-prima para sua produção. Além disso, os curtumes são a base para o
funcionamento de outras estruturas relacionadas.
O processo produtivo do couro nos curtos envolve diversas etapas, desde a ribeira
até o acabamento. Cada etapa desempenha um papel importante na transformação
da pele em couro, envolvendo processos de limpeza, curtimento, acabamento
molhado e pré-acabamento. Essas etapas visam estabilizar a estrutura colagenosa
da pele e melhorar suas características físicas e estéticas.
No entanto, a indústria de curtumes também apresenta desafios em relação aos
impactos ambientais. O consumo significativo de produtos químicos, água e energia,
bem como a geração de resíduos de animais, são aspectos que exigem atenção. A
água utilizada nesse processo está contaminada com resíduos orgânicos e produtos
químicos, o que contribui para a degradação ambiental. Além disso, as emissões
gasosas provenientes da queima de combustíveis fósseis foram produzidas na
atmosfera, liberando compostos e gases de efeito estufa.

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Os resíduos gerados pela indústria do couro também representam um desafio
ambiental. Eles podem contaminar o solo e os recursos hídricos, além de atrair
vetores de doenças. O tratamento adequado dos efluentes líquidos é essencial,
envolvendo processos de segregação, tratamento físico-químico e tratamento
biológico. Quanto aos resíduos sólidos, algumas práticas de reciclagem e reutilização
já são adotadas, como a fabricação de derivados do colágeno a partir das aparas de
couro. No entanto, é importante garantir a destinação adequada dos resíduos
curtidos, considerando seu potencial periculosidade.
A concessão de licenças e regularizações ambientais é uma obrigação legal para a
instalação e operação dos curtumes. No caso de Franca, o licenciamento ambiental
é realizado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB).
Em resumo, a indústria têxtil de curtumes exerce um papel importante na economia
local, fornecendo matéria-prima para a indústria de calçados e gerando empregos.
No entanto, é fundamental que a indústria adote práticas para mitigar os impactos
ambientais, como o uso responsável de recursos naturais, a redução da emissão de
gases poluentes e o tratamento adequado dos resíduos gerados. Dessa forma, será
possível conciliar o desenvolvimento econômico com a proteção do meio ambiente e
a promoção da sustentabilidade.
Referências:

Câmara Ambiental da Indústria de Couros, Peles, Assemelhados e Calçados»


Câmaras Ambientais. Disponível em: <https://cetesb.sp.gov.br/camaras-
ambientais/camaras-ambientais-em-atividade/camara-ambiental-da-industria-de-
couros-peles-assemelhados-e-calcados/>. Acesso em: 25 jun. 2023.
NETO, D. et al. O SISTEMA PRODUTIVO COUREIRO-CALÇADISTA DE
FRANCA/SP - DISPOSITIVOS ORGANIZACIONAIS E SEUS REFLEXOS
TERRITORIAIS. Disponível em:
<http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal12/Geografiasocioeconomic
a/Geografiaindustrial/06.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2023.
GUIA TÉCNICO AMBIENTAL DO SETOR DE CURTUMES. [s.l: s.n.]. Disponível em:
<https://biblioteca.meioambiente.mg.gov.br/publicacoes/BD%20FEAM/Guia_Curtum
e_Final_logo_Governo.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2023.

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