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DESAFIO PROFICIONAL
OSASCO/SP
Novembro/2016
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OSASCO/SP
Novembro/2016
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................3
2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................................4
3. METODOLOGIA.................................................................................................................6
5. DESCRIÇÃO DA PESQUISA.............................................................................................9
8. CONCLUSÃO.....................................................................................................................13
9. REFERÊNCIAS..................................................................................................................14
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
O couro constitui a pele curtida dos animais, empregada na fabricação de artefatos para uso
humano, desde de carteiras e cintos a estofados de móveis e automotivos. É produzido há milhares de
anos por diversos povos, havendo pedaços de couro curtidos há três mil anos no Egito e conservados
até hoje.
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Fizemos uma pesquisa em uma Empresa no ramo de couro seu nome não será divulgado
assim como seus representantes que nos deu informações de todo o processo produtivo da Empresa.
Entretanto, essa importância do setor econômico apresenta outra vertente: a poluição, principalmente
hídrica, causadas pelos efluentes dessas indústrias que não são colocadas em questão nas relações de
mercado, causando grande poluição pelo uso de substância compostas de metais pesados como o
cromo. Assim, com o cenário apresentado, o objetivo geral do trabalho é avaliar e discutir o sistema
que envolve o processo de beneficiamento do couro da empresa. Propõem-se como objetivos
específicos à revisão de literatura sobre o processamento de couro, a aplicação de ferramentas de
melhoria e propostas para a mitigação dos impactos ambientais causados pela atividade. De forma
geral, o couro é uma pele animal que passou por processos de limpeza, de curtimento e de
acabamento, e na sequência serve para a confecção de calçados, peças de vestuário, revestimentos de
mobília e de estofamentos de automóveis, bem como de outros artigos que utilizam essa matéria. O
processo de transformação de peles em couros é composto por várias etapas que se integram para
garantir que o produto final seja satisfatório e aceito pelo mercado consumidor. Esse processo
normalmente é dividido em três etapas principais, conhecidas por ribeira, curtimento e acabamento. A
ribeira é a parte inicial do processo e se aplica a outras subpartes que tem por objetivo limpar e
eliminar substâncias e partes que não farão parte do produto final, e ainda preparar a estrutura proteica
para reagir adequadamente com os produtos químicos das etapas seguintes, o curtimento e o
acabamento.
A fase que segue é a do curtimento, onde as peles tratadas na ribeira ganham a consistência
de material estável e sem o risco de apodrecer, onde este curtimento pode ser classificado de acordo
com o material a ser utilizado. São eles: (1) curtimento vegetal, destinados principalmente para a
produção de solas, que utiliza como material curtem-te os taninos que são substâncias adstringentes
encontradas em certos vegetais que combinados com sais de ferro resultam na coloração azul, pouco
usado pelo alto valor. (2) Curtimento sintético que utiliza curtentes como as resinas, quinona, formol e
os taninos sintéticos, que proporcionam um curtimento mais uniforme e um melhor tingimento
posterior. É pouco empregado, pois são caros, utilizados somente como auxiliares. (3) Curtimento
mineral é feito à base de cromo (sulfato básico de cromo trivalente – CR-III) pelas vantagens
econômicas que apresenta: curto tempo de processo e qualidade final do produto.
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Normalmente as etapas de curtimento, seja qual for, é realizada em fulões4. Por último vem
a fase de acabamento, servindo como um complemento da fase de curtimento garantindo-lhe alguns
aspectos como maciez, flexibilidade, cor e impermeabilidade, dentre outros.
METODOLOGIA
Devido a limitações de acesso ao local foi trabalhada a questão dos impactos percebíveis
fora das dependências do empreendimento. A pesquisa foi, portanto, realizada nas imediações de uma
indústria de processamento de couro. Foi realizada uma entrevista com vizinhos residenciais, de
trabalho e ainda pessoas que trafegam próximos a Empresa. A entrevista era composta por questões
abertas e fechadas a fim de constatar a percepção que essas pessoas tinham sobre algum tipo de
incomodo.
Citaram como principal incômodo a questão o mau cheiro sentido por todos que passam,
moram ou trabalham próximos ao curtume. O odor é proveniente da decomposição das peles que estão
no estágio de espera para limpeza, mas também resulta dos processos diversos que acontecem até que
essa pele se transforme em couro. Isso ocorre por consequência da combinação de produtos químicos
que em contato entre si e as peles exalam um forte odor de “podridão” espalhada pelo ar. Dentre os
três incômodos citados o mais frequente é o enjoo provocado pelo odor forte e tem como
consequências náuseas e vômitos. Para minimizar esses problemas, segundo o diretor operacional da
empresa foram adotadas algumas práticas como a economia de agua.
Lembrando que o brasil não possui uma lei que trate especificamente dos aspectos
ambientais relativos à produção de couro. A Lei nº11.211 de 19 dezembro de 2005, conhecida como a
LEI DOS COUROS trata exclusivamente da autenticidade do couro somente. Essa atividade é
tratada nas leis já existentes citadas abaixo;
É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado a indenizar danos
ambientais que causar, independentemente da culpa. O Ministério Público pode propor ações de
responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar
e/ou indenizar prejuízos causados. Esta lei criou a obrigatoriedade dos estudos e respectivos relatórios
de Impacto Ambiental (EIA-RIMA).
Resolução CONAMA nº357/2005 que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes
ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelecer as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências.
(consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento de esgotos). A lei prevê também a
criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua
gestão.
Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição – número 6.803 de 02/07/1980.
Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões ambientais para a instalação
e licenciamento das industrias, exigindo o Estudo de Impacto Ambiental.
DESCRIÇÃO DA PESQUISA
caldeiras. No solo, o tratamento dos efluentes industriais gera resíduo sólido, designado por lodo,
contendo cromo e contamina o solo fazendo com estes fiquem inutilizados por várias gerações.
Neste aspecto, Mota (2001), se posiciona destacando que a indústria do couro, no caso os
curtumes, funcionam como uma fonte poluidora por consequência de seus efluentes que concentram
altos graus de compostos orgânicos, DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), DQO (Demanda
Química de Oxigênio), sulfetos, efluentes contendo cromo e uma quantidade alta de desperdício de
sólido orgânico.
Essas considerações dão a indústria de curtumes o título de uma das mais poluidoras, mesmo
com o surgimento de uma preocupação ambiental sobre o destino dos resíduos provenientes do
tratamento de couros. De acordo com Mota (2001), o cromo é um metal pesado, utilizado em grande
escala na indústria do couro, usado durante o processo de curtimento. Os metais pesados são
subdivididos em três classes: essenciais, benéficos e tóxicos. O cromo está inserido nesta última
categoria, sendo um elemento prejudicial para o desenvolvimento das plantas por ser extremamente
tóxico na sua forma hexavalente.
Como é que uma empresa que está respondendo por pelo menos quatro autuações por crimes
ambientais pode receber uma certificação internacional de "boas práticas ambientais"? Pois é, foi isso
que aconteceu com uma empresa de beneficiamento de Couros. A empresa recebeu no último mês a
certificação máxima do Leather Working Group (LWG), por "boas práticas ambientais em Marabá".
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O que mais chama atenção do tal prêmio é o fato de que mesmo a empresa tendo várias
unidades no Brasil, o reconhecimento veio para uma de suas unidades, justamente, onde a empresa
responde a processos por possíveis danos ambientais provocados em um importante Rio da região.
SUSTENTABILIDADE
A empresa divulga relatório que comprova as boas práticas firmadas com o Greenpeace
28/09/2016
Empresa alcançou 99,97% de conformidade socioambiental na compra de gado na região do
Bioma Amazônia, cumprindo com os critérios do Compromisso Público da Pecuária, firmado
com o Greenpeace
São Paulo, 28 de setembro de 2016 - A empresa publicou o seu relatório anual de auditoria
independente que confirma o atendimento ao Compromisso Público da Pecuária por parte da
Companhia. Os critérios definidos, em acordo com o Greenpeace, estabelecem a não
aquisição de matéria-prima de fazendas em áreas de desmatamento ou com embargos
Ambientais, que utilizam mão de obra análoga à escrava, que estão localizadas em terras
indígenas ou em áreas de conservação ambiental. Atualmente, a empresa monitora
diariamente quase 40 mil fornecedores de gado localizados na região Amazônica, de um total
de 70 mil fornecedores no país.
A auditoria verificou mais de 11 mil operações de compra de gado, realizadas pela empresa
ao longo de 2015, de fazendas localizadas no Bioma Amazônia, e apontou um grau de
eficiência de 99,97% no processo de monitoramento socioambiental de fornecedores da
Companhia.
Para garantir a origem responsável da matéria-prima, 100% dos fornecedores da empresa são
selecionados com base em critérios socioambientais. A fim de verificar a condição de cada
um deles, a empresa desenvolveu um sistema de monitoramento socioambiental da compra de
gado que utiliza imagens de satélite, dados georreferenciados das fazendas e informações de
órgãos públicos oficiais, como o IBAMA, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
e o Ministério do Trabalho, para análise diária dos seus fornecedores no Brasil.
Programa “Fornecedor Legal” que, por meio de uma rede de consultorias ambientais
especializadas, dá apoio aos pecuaristas na regularização ambiental de suas fazendas.
São Paulo, 02 de maio de 2016 – A empresa de Couros concluiu, em março, um importante
projeto voltado para sustentabilidade em sua unidade de Marabá. Desenvolvida a partir do
segundo semestre de 2015, a iniciativa promoveu um ganho de eficiência no processo
produtivo do couro por meio de redução do uso e melhoria no sistema de tratamento de
efluentes.
RESULTADO DA DISCURSÃO
O sulfeto e caleito é mais tóxico para o ser humano que o cromo empregado no curtimento.
Na ribeira é gerado também o gás sulfídrico, que causa forte odor, Descarte, dos efluentes do curtume
têm elevada carga orgânica e de metais pesados e podem apresentar muita espumas pela presença de
coloides de sabão. Os efluentes líquidos dos curtumes podem atingir os padrões imposto pela
legislação ambiental desde que sejam bem planejadas e operados.
O tratamento inicia-se com a segregação dos efluentes de cada uma das etapas do
processamento (ribeira, curtimento e acabamento), para permitir a reciclagem das aguas de banhos. O
cromo passa por tratamento específicos, para separação do metal que muitas vezes não é feito. Em
seguida remove-se os resíduos sólidos mais grosseiros em suspensão, por gradeamento ou
peneiramento. Pode-se ainda instalar caixas de gorduras na etapa da ribeira. O sulfeto proveniente dos
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banhos e lavagens da ribeira deve ser oxidado antes de ser homogeneizado com outros afluentes
ácidos, evitando assim a liberação de gás sulfídrico tóxico e responsável pelo forte odor dos curtumes.
CONCLUSÃO
(P+L) Produção mais limpa é um conceito novo e pode ser entendida como o
conjunto de estratégias, práticas e condutas econômicas e técnicas capazes de reduzir ou
evitar a emissão de poluentes, ou gerar alternativas para reutilização ou reciclagem dos
efluentes gerados no processo industrial. Implica em reduzir ou eliminar o uso de matérias-
primas tóxicas, melhorar a eficiência de aproveitamento de matéria-prima, agua e energia a
geração de resíduos e efluentes e fazer o reuso dos recursos.
por aminas e enzimas ou utilizados em menor quantidade. Outra medida é a reutilização dos
reagentes de banho e a recuperação de sulfetos de sódio e de sais de cromo são
economicamente viáveis.
Outro aspecto importante é a diminuição dos resíduos sólidos, que além de reduzir a
poluição, tem impactos na economia de agua e de energia e de insumos químicos e diminuir
os lodos das estações de tratamento. O brasil não possui uma lei que trate especificamente dos
aspectos ambientais relativos à produção de couro. A Lei nº11.211, de 19 de dezembro de
2005, conhecida como LEI DOS COUROS, dispõe sobre as condições exigidas para a
identificação dos couros a das matérias-primas sucedâneas, utilizados na confecção de
calçados e artefatos.
Essa lei define como couro o produto oriundo exclusivamente da pele animal curtida
por qualquer processo constituído essencialmente de derme (art.7º, I). O objetivo é
exclusivamente valorizar a matéria-prima couro e proteger o consumidor quanto à
autenticidade do produto. Entretanto de forma não específica a legislação que trata do
controle da poluição aplica-se plenamente aos curtumes, São pertinentes à matéria; como por
exemplo;
LEI nº6.938/1981, que dispõe sobre a política Nacional de Meio Ambiente e institui
o licenciamento Ambiental e a avaliação de Impacto Ambiental como instrumentos dessa
Política;
REFERÊNCIAS
http://planetaorganico.com.br/site/index.php/meio-ambiente-as-17-leis-ambientais-do-brasil/
http://www.vcnoagito.com/revista/maraba/266-mesmo-respondendo-processo-por-poluicao-em-
maraba-jbs-e-premiada;MARABÁ NOTÍCIAS 30/10/2016; 00:46, HORAS.
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Curtume: Aspectos Ambientais GADEN, Roseli Senna (junho 2007) bd.camara.gov.br; pag.3; pag.4;
http://www.jbs.com.br/pt-br/node/718-05/11/2016-23:45.
https://www.portaleducacao.com.br/biologia/artigos/43552/prevencao-e-controle-da-poluicao-do-ar?
gclid=CIrNjbTY9M8CFYQEkQodo0MN5A-06/11/2016-00:13.2ºprf.