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Fonte: PACHECO, J.W.F. Curtumes. São Paulo: CETESB, 2005. Série P + L. Disponível em:
<http://www.cetesb.sp.gov.br>.
É importante observar tanto os prós quanto os contras da utilização desse
insumo no solo, assim, tem-se que o solo constitui o melhor e mais seguro meio para
a disposição de poluentes, em relação à hidrosfera ou à atmosfera. Os solos são
capazes de melhor oxidar, sendo o estado oxidável geralmente a forma química
menos tóxica, precipitar os poluentes e removê-los da cadeia alimentar, de modo mais
seguro que o ar ou a água (CASTILHOS et al., 1998).
Nesse sentido, ao se questionar o processamento do couro e a consequente
produção de lodo da industrias de curtume e seu impacto na saúde dos trabalhadores
bem como do meio ambiente, questiona-se se há estudos preliminares a respeito dos
impactos causados na saúde, principalmente, dos trabalhadores envolvidos no
processo como um todo, uma vez que estes, ficam diretamente expostos a todas as
substâncias utilizadas nesse processo.
A esse respeito, é importante observar o que Macedo (1994, p. 26) enfatiza. “É
necessário efetuar a conservação e a reabilitação de seus recursos naturais e
transformados, considerando alguns valores éticos já consagrados universalmente”.
Ou seja, toda atividade desenvolvida com a finalidade de proporcionar ganhos
econômicos para a empresa ou organização, deverá proteger a vida humana e o meio
ambiente, seguindo a legislação de proteção ambiental, cuidado da fauna e flora e
preservando os mananciais e nascentes de água, tratando todos os resíduos
devolvidos para a natureza, seguindo o plano de gestão ambiental proposto pela
empresa ou organização.
Principais aspectos e impactos ambientais do processo produtivo dos curtumes por etapas de
produção
Fonte: ALVES, V.C.; BARBOSA, A.S. Práticas de gestão ambiental das indústrias coureiras de
Franca-SP. Gest. Prod., São Carlos, v. 20, n. 4, p. 883-898, 2013.
hexavalente, cromato ou dicromato, pode também representar um risco ambiental,
pois os metais pesados (elementos de elevado peso molecular), quando absorvidos
pelo ser humano, se depositam no tecido ósseo e gorduroso e deslocam minerais
nobres dos ossos e músculos para a circulação, provocando doenças como asma,
bronquite, perfuração do septo nasal, caso inalado em altas doses (CAMARGO,
2006), ou até mesmo câncer. Segundo Belavsky, 1965 (apud PALERMO, 2001), o
trabalho em curtumes e o contato com o cromo hexavalente podem trazer também:
asfixia por dióxido de enxofre, úlceras, dermatites, paradentosa (dentes abalados e
soltando), catarro bronquial, entre outros.
A análise do desgaste à saúde de trabalhadores expostos a solventes
orgânicos e metais pesados é um campo amplamente abordado pela toxicologia
ocupacional. Já foi claramente demonstrado o nexo causal entre a exposição a estas
cargas ocupacionais e os respectivos agravos.
Os agentes químicos empregados nas atividades de curtimento de couros
envolvem, especialmente, o tolueno - substituindo o benzeno - e o cromo (Pacheco,
2005). A exposição ocupacional ao tolueno e ao cromo exige, de acordo com a NR 7,
o monitoramento pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional por
envolver, principalmente, prejuízos ao aparelho respiratório e aos tecidos cutâneos.
De acordo com a NR 15 determinam pagamento de insalubridade em grau médio.
Além das cargas ocupacionais químicas, uma parcela de trabalhadores no
curtume de couros está exposta ao contato com o sangue e com os tecidos bovinos,
o que caracteriza uma carga ocupacional biológica. Estes trabalhadores, responsáveis
por descarregar os veículos transportadores de couro e depositar as peças de couro
nos tanques de processamento (fulões), desenvolvem atividades insalubres em grau
máximo, de acordo com a NR 15.
CONCLUSÃO
FREIRE, R. S.; PELEGRINI, R.; KUBOTA, L. T.; DURAN, N.; ZAMORA, P.P. Novas
tendências para o tratamento de resíduos industriais contendo espécies
organocloradas. Química Nova, 23, 504-511, 2000.