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efluentes

Efluentes  são produtos líquidos e gasosos resultantes de diversas ações


do homem. 
Em sua maioria, estão subdivididos em efluentes industriais e
domésticos, porém existem outras divisões desses resíduos.
Efluentes gasosos
• Chaminés industriais são os maiores emissores deste tipo. Seus níveis
de emissão foram determinados pelo famoso “Protocolo de Kioto“. Os
efluentes gasosos são liberados em maiores quantidades em áreas
urbanas industriais devido à ação, principalmente, da indústria e da
liberação de gases pelos veículos automotores.
Efluentes liquidos
• Este tipo de efluente tem origem em diversas fontes. Abaixo algumas dessas.
• a) Domésticos:
São caracterizados por portarem uma grande quantidade de material
orgânico, pois são compostos de fezes, resto de comida, etc. Trazem ainda
uma carga poluente por virem contendo produtos químicos como os de
limpeza;
• b) Industriais:
Sua composição varia de acordo com o ramo da indústria que o libera. Por
exemplo, indústria agrícola e alimentícia, são ricos em matéria orgânica. Por
outro lado, outros ramos da indústria produzem efluentes ricos em diversos
compostos químico-tóxicos;
• c) Agrícolas:
Decorrem das atividades agrícolas. Ricos em nitrogênio, fósforo e enxofre,
por conta dos adubos e agrotóxicos utilizados em plantações.
De duas formas principais, os poluentes agrícolas atingem as águas:
penetrando no solo e alcançando o lençol freático e quando levado pelas
águas da chuva que lavam os solos contaminados por tais;
• d) Pluviais urbanos:
Possuem mecanismo fácil de ser entendido. A água das chuvas que
ocorrem nos centros urbanos, lava o ambiente das cidades, trazendo
consigo os poluentes presentes nestas. Poluentes estes como fuligem,
compostos de carbono liberados por carros, dentre outros;
• e) Depósitos de resíduos sólidos:
Os lixões, como são popularmente conhecidos os depósitos urbanos de
resíduos sólidos, produzem um composto concentrado de matéria
orgânica e com grande potencial poluente: o chorume.
Tratamento de efluentes
• Algumas técnicas podem ser usadas para o tratamento de efluentes,
com o intuito de diminuir seu teor poluente. Entre elas seguem
algumas.
• Gradeamento: separação, por meio de grades, do material efluente
mais grosseiro;
• Sedimentação: também, uma separação do material, porém
orientada pela diferença de densidade existente entre eles (os mais
“pesados” concentram-se no fundo, uma vez que os mais “leves”, na
superfície);
Sedimentação
• A sedimentação é um processo de separação de misturas heterogêneas, aquelas que
apresentam mais de uma fase (por exemplo, água misturada com areia). Ela consiste
em deixar a gravidade atrair para o fundo do recipiente a substância mais pesada, e as
mais leve vão ficando na parte de cima. Quando as partículas das substâncias são
muito pequenas, vão demorar muito para se sedimentar. Para acelerar o processo, foi
criada a centrífuga, onde coloca-se as substâncias dentro do equipamento, que vai
girar em altas rotações, fazendo a parte mais densa se acumular no fundo. Este
processo é bastante utilizado em exames de sangue, para separar o sangue do plasma.
• 
• Equalização e correção do Ph: equilibra-se o Ph do efluente antes dele ser liberado
numa massa de água ou esgoto;
• Flotação: remoção de substâncias colóides.
centrifugação
• A centrifugação  é um processo de separação de misturas utilizado para acelerar a
decantação ou sedimentação, onde o corpo mais denso da mistura sólido-líquida
deposita-se no fundo do recipiente devido à ação da gravidade.
• Este processo é ocorrido em um aparelho chamado centrífuga, que gira em alta
velocidade, fazendo com que a substância mais densa seja “forçada” a sedimentar
(decantar) devido à ação da força centrífuga.
•   Um exemplo da centrifugação no nosso dia-a-dia são as máquinas lava-roupas que
possuem a função centrifugação. Esta função é colocada como a última a ser
desempenhada no processo de lavagem, pois serve pra “torcer” a roupa (tirar o
excesso de água), ou seja, separar a roupa da água.
• Este processo de separação de misturas é também utilizado nos laboratórios de
análises clínicas, onde são separados os componentes do sangue.
Flotação
• A flotação ou flutuação é um processo de separação de misturas
sólidas que funciona da seguinte maneira: coloque a mistura dentro
de um recipiente e adiciona-se a ela um líquido de densidade
intermediária e que não dissolve nenhum dos componentes, após
este processo o menos denso irá flutuar e o mais denso ficará no
fundo do recipiente.
• Um exemplo deste processo é a separação de areia e serragem onde
o líquido utilizado é a água.
• Além desses aqui citados, existes outras alternativas secundárias de
tratamento de efluentes.
Tratamento de esgoto
• Esgoto, efluente  ou águas servidas são todos os resíduos líquidos
provenientes de indústrias e domicílios e que necessitam de
tratamento adequado para que sejam removidas as impurezas e assim
possam ser devolvidos à natureza sem causar danos ambientais e à
saúde humana.
• Geralmente a própria natureza possui a capacidade de decompor a
matéria orgânica presente nos rios, lagos e no mar. No entanto, no caso
dos efluentes essa matéria é em grande quantidade exigindo um
tratamento mais eficaz em uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE)
que, basicamente, reproduz a ação da natureza de maneira mais
rápida.
Estação de tratamento de esgoto no EUA
• É importante destacar que o tratamento dos efluentes pode variar
muito dependendo do tipo de efluente tratado e da classificação do
corpo de água que irá receber esse efluente, de acordo com a
Resolução CONAMA 20/86. Quanto ao tipo, o esgoto industrial
costuma ser mais difícil e caro de tratar devido à grande quantidade
de produtos químicos presentes.
• Quanto à classificação, o efluente deve ser devolvido ao rio tão limpo
ou mais limpo do ele próprio, de forma que não altere suas
características físicas, químicas e biológicas. Em alguns casos, como
por exemplo, quando a bacia hidrográfica está classificada como
sendo de classe especial, nenhum tipo de efluente pode ser jogado
ali, mesmo que tratado. Isso porque esse tipo de classe se refere aos
corpos de água usados para abastecimento.
• Pode-se então, separar o tratamento de esgoto domiciliar em 4 níveis
básicos: nível preliminar, tratamento primário e tratamento
secundário que tem quase a mesma função, e tratamento terciário
ou pós-tratamento. Cada um deles têm, respectivamente, o objetivo
de remover os sólidos suspensos (lixo, areia), remover os sólidos
dissolvidos, a matéria orgânica, e os nutrientes e organismos
patogênicos (causadores de doenças).
• No nível preliminar são utilizadas grades, peneiras ou caixas de areia
para reter os resíduos maiores e impedir que haja danos as próximas
unidades de tratamento, ou até mesmo, para facilitar o transporte do
efluente.
Estação de tratamento de esgoto em São
Miguel - SP
• No tratamento primário são sedimentados (decantação) os sólidos em
suspensão que vão se acumulando no fundo do decantador formando o lodo
primário que depois é retirado para dar continuidade ao processo.
• Em seguida, no tratamento secundário, os microorganismos irão se alimentar
da matéria orgânica convertendo-a em gás carbônico e água. E no terceiro e
último processo, também chamado de fase de pós-tratamento, são removidos
os poluentes específicos como os micronutrientes (nitrogênio, fósforo…) e
patogênicos (bactérias, fungos). Isso quando se deseja que o efluente tenha
qualidade superior, ou quando o tratamento não atingiu a qualidade
desejada.
• Quando se trata de efluentes industriais a própria empresa que faz o
tratamento de esgoto exige que a indústria monitore a qualidade dos
efluentes mandados para e estação. No caso de haver substâncias muito
tóxicas ou que não podem ser removidas pelo tratamento oferecido pela ETE,
a indústria é obrigada a construir a sua própria ETE para tratar seu próprio
efluente.
Efluentes industriais
• De acordo com a Norma Brasileira — NBR 9800/1987, efluente
líquido industrial é o despejo líquido proveniente do
estabelecimento industrial, compreendendo emanações de processo
industrial, águas de refrigeração poluídas, águas pluviais poluídas e
esgoto doméstico. Por muito tempo não existiu a preocupação de
caracterizar a geração de efluentes líquidos industriais e de avaliar
seus impactos no meio ambiente. No entanto, a legislação vigente e a
conscientização ambiental fazem com que algumas indústrias
desenvolvam atividades para quantificar a vazão e determinar a
composição dos efluentes industriais.
• As características físicas, químicas e biológicas do efluente industrial são
variáveis com o tipo de indústria, com o período de operação, com a matéria-
prima utilizada, com a reutilização de água etc. Com isso, o efluente líquido
pode ser solúvel ou com sólidos em suspensão, com ou sem coloração, orgânico
ou inorgânico, com temperatura baixa ou elevada. Entre as determinações mais
comuns para caracterizar a massa líquida estão as determinações físicas
(temperatura, cor, turbidez, sólidos etc.), as químicas (pH, alcalinidade, teor de
matéria orgânica, metais etc.) e as biológicas (bactérias, protozoários, vírus
etc.).
• O conhecimento da vazão e da composição do efluente industrial possibilita a
determinação das cargas de poluição / contaminação, o que é fundamental
para definir o tipo de tratamento, avaliar o enquadramento na legislação
ambiental e estimar a capacidade de autodepuração do corpo receptor. Desse
modo, é preciso quantificar e caracterizar os efluentes, para evitar danos
ambientais, demandas legais e prejuízos para a imagem da indústria junto à
sociedade.
Alternativas de tratamento
• A prevenção à poluição refere-se a qualquer prática que vise a
redução e/ou eliminação, seja em volume, concentração ou
toxicidade, das cargas poluentes na própria fonte geradora. Inclui
modificações nos equipamentos, processos ou procedimentos,
reformulação ou replanejamento de produtos e substituição de
matérias-primas e substâncias tóxicas que resultem na melhoria da
qualidade ambiental.
• Qualquer que seja a solução adotada para o lançamento dos resíduos
originados no processo produtivo ou na limpeza das instalações, é
fundamental que a indústria disponha de sistema para tratamento ou
condicionamento desses materiais residuais. Para isso é preciso que
sejam respondidas algumas perguntas, como:

• a) Qual o volume e composição dos resíduos gerados?


b) Esses resíduos podem ser reutilizados na própria indústria?
c) Esse material pode ser reciclado e comercializado?
d) Quanto custa coletar, transportar e tratar esses resíduos ?
e) Existe local adequado para destino final desses resíduos ?
Processos de tratamento
• A tabela abaixo lista as operações usualmente empregadas para os
diferentes tipos de contaminantes existentes nos efluentes
industriais.
Os processos de tratamento utilizados são classificados
de acordo com princípios físicos, químicos e
biológicos:

• Processos físicos: dependem das propriedades físicas do


contaminante tais como, tamanho de partícula, peso específico,
viscosidade, etc.
Exemplos: gradeamento, sedimentação, filtração, flotação,
regularização/equalização, etc.
• Processos químicos: dependem das propriedades químicas dos
contaminantes o das propriedades químicas dos reagentes
incorporados. Exemplos: coagulação, precipitação, troca iônica,
oxidação, neutralização, osmose reversa, ultrafiltração.

• Processos biológicos: utilizam reações bioquímicas para a eliminação


dos contaminantes solúveis ou coloidais. Podem ser anaeróbicos ou
aeróbicos.
Exemplo: lodos ativados, lagoas aereadas, biodiscos (RBC), filtro
percolador, valas de oxidação, reatores sequenciais discontinuos
(SBR).
• O tratamento físico-químico apresenta maiores custos, em razão da
necessidade de aquisição, transporte, armazenamento e aplicação
dos produtos químicos. No entanto, é a opção mais indicada nas
indústrias que geram resíduos líquidos tóxicos, inorgânicos ou
orgânicos não biodegradáveis.
• Normalmente, o tratamento biológico é menos dispendioso,
baseando-se na ação metabólica de microrganismos, especialmente
bactérias, que estabilizam o material orgânico biodegradável em
reatores compactos e com ambiente controlado. No ambiente
aeróbio são utilizados equipamentos eletro-mecânicos para
fornecimento de oxigênio utilizado pelos microrganismos, o que não é
preciso quando o tratamento ocorre em ambiente anaeróbio.
• Apesar da maior eficiência dos processos aeróbios em relação aos
processos anaeróbios, o consumo de energia elétrica, o maior
número de unidades, a maior produção de lodo e a operação mais
trabalhosa justificam, cada vez mais, a utilização de processos
anaeróbios. Assim, em algumas estações de tratamento de resíduos
líquidos industriais estão sendo implantadas as seguintes
combinações:
• unidades anaeróbias seguidas por unidades aeróbias;
• unidades anaeróbias seguidas de unidades físico-químicas.
Operações de tratamento físico-químico

• Oxidação de cianetos
Para eliminar os cianetos presentes nos efluentes, há a necessidade de previamente
oxidá-los pela ação de oxidantes fortes, como o hipoclorito de sódio, em meio alcalino,
que se pode obter através da adição de soda cáustica.
• Redução de cromo hexavalente
Este processo é efetuado por adição de um agente redutor, como o bissulfito de sódio,
num meio ácido, como o ácido sulfúrico, necessário para se dar a reação.
• Homogeneização e Neutralização
Nesta etapa procede-se à homogeneização dos diferentes tipos de efluentes e ao
ajuste de pH de forma a serem criadas as condições necessárias à precipitação dos
metais pesados. Normalmente, dão entrada nesta operação os efluentes da linha de
oxidação de cianetos, de redução de cromo e restantes efluentes, ácidos e alcalinos,
com metais pesados.
• Floculação
Nesta operação adiciona-se ao efluente homogeneizado uma substância
floculante para que assim se verifique a aglutinação dos flocos de menores
dimensões de forma a ficarem mais densos e com maior velocidade de
sedimentação.
• Decantação
É nesta fase que se dá a separação dos flocos sólidos em suspensão que se
formaram na fase anterior, por sedimentação, num decantador de tipo
lamelar.
• Desidratação mecânica
Por este processo, consegue-se uma lama desidratada com uma
percentagem de humidade em torno dos 35%. Para tal, pode recorrer-se a
filtros banda por placas. As lamas com origem nesta operação, são
recolhidas em recipientes tipo big-bag, sendo levados para uma zona de
armazenagem temporária de lamas.
Impacto Ambiental
• Na implantação e operação de indústrias, é importante considerar que a utilização
das potencialidades advindas dos recursos hídricos (energia, transporte, matéria-
prima etc.) é um benefício inquestionável e único, mas precisa ser acompanhada do
uso racional da água, sendo por isso fundamentais a redução e o controle do
lançamento de efluentes industriais no meio ambiente, como uma das formas de
cooperação e participação no desenvolvimento sustentável. Cabe ao setor industrial a
responsabilidade de minimizar ou evitar que o processo produtivo acarrete em
impactos ambientais.
• O lançamento indevido de efluentes industriais de diferentes fontes ocasiona
modificações nas características do solo e da água, podendo poluir ou contaminar o
meio ambiente. A poluição ocorre quando esses efluentes modificam o aspecto
estético, a composição ou a forma do meio físico, enquanto o meio é considerado
contaminado quando existir a mínima ameaça à saúde de homens, plantas e animais.

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