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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

A evolução do pensamento Economico

Eulálio Victor Coholiua - 708214797

Licenciatura em Ensino de
História
História Económica I
1º Ano

i
Cuamba , Maio de 2022

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Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
académico
Conteúdo 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Aspectos Formatação  Paginação, tipo e 1.0

ii
tamanho de letra,
paragrafo,
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1 Introdução.................................................................................................................................5
2 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ECONÓMICA...................................................................................6
2.1 1.1 A Evolução do pensamento económico......................................................................7
2.2 1.2 Fisiocracia (Séc. XVIII)..................................................................................................7
2.3 1.3 François Quesnay.........................................................................................................8
2.4 1.4 A Escola Clássica (Fins do Séc. XVIII e início do séc. XIX).............................................9
2.5 1.5 As principais ideias de karl Marx...............................................................................10
2.6 Contributo de Karl Marx..................................................................................................10
2.7 1.6 A Teoria Neoclássica (Fins do séc. XIX ao início do séc. XX)......................................10
2.8 1.8 O Keynesianismo (Década de 1930)..........................................................................11
3 2.Pensadores: Os Grandes Pensadores da Economia e suas Teorias.....................................12
3.1 2.1.Período Medieval.......................................................................................................12
3.2 2.2.Mercantilismo............................................................................................................13
3.3 2.3.Corrente Fisiocrata....................................................................................................13
3.4 2.4.Corrente Clássica.......................................................................................................14
3.5 Adam Smith (1723–1790)................................................................................................14
3.6 2.5.Corrente Marxista......................................................................................................15
3.7 2.6.Corrente Neoclássica.................................................................................................16
3.8 2.7.Corrente Keynesiana.................................................................................................16
4 3.Escolas E Suas Contribuições Na História Da Economia......................................................16
4.1 3.1.Clássica.......................................................................................................................16
4.2 3.2. Markxista............................................................................................................................5
Conclusão................................................................................................................................18
6 Referência Bibliográfica..........................................................................................................19
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1 Introdução

O presente trabalho visa fundamentar sobre a Evolução do pensamento Economico, desde o seu
conceito, pensamento económico assim como os períodos destes, e acrescentando também dos
pensadores do pensamento económico e suas teorias, mais além vem falar das escolas que
contribuíram bastante no pensamento económico, nestas temos a destacar as principais: Clássica,
Marxista, Neoclássica, Keynesiana, Monetarista e a escola Austríaca.

Em poucas palavras, podemos dizer que a Economia estuda a maneira de administrar os recursos
disponíveis com o objectivo de produzir bens e serviços, e de distribuí-los para seu consumo
entre os membros da sociedade., cada família precisa alocar seus recursos escassos a seus
diversos membros, levando em consideração as habilidades, esforços e desejos de cada um.

Para Paul A. Samuelson e William D. Nordhaus (1948), Economia (ou Ciência Económica) pode
ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam os recursos escassos
para produzir bens com valor e de como distribuem esses mesmos bens entre os vários
indivíduos.

Nesta definição estão implícitas duas questões fundamentais para a compreensão da Economia
enquanto ciência: por um lado a ideia de que os bens são escassos, ou seja, não existem em
quantidade suficiente para satisfazer plenamente todas as necessidades e desejos humanos.

E o trabalho, encontra – se estruturado por uma introdução, desenvolvimento, conclusão e as suas


respectivas referências bibliográficas.

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2 INTRODUÇÃO À HISTÓRIA ECONÓMICA

Segundo Mendes ,C.M., Tredezini, C.A.O, Borges, F.T. M., Fagundes, M.B.B. (2012;s/p).
Descrevem Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos termos gregos oikós (casa) e
nomos (norma, lei). Pode ser compreendida como “administração da casa”, algo bastante comum
na vida das pessoas. Portanto, é interessante essa aproximação do mundo da casa com o mundo
da economia.

Em outras palavras, podemos dizer que a Economia estuda a maneira de administrar os recursos
disponíveis com o objectivo de produzir bens e serviços, e de distribuí-los para seu consumo
entre os membros da sociedade. Segundo, Nicholas Gregory Mankiw (2005, p. 3), cada família
precisa alocar seus recursos escassos a seus diversos membros, levando em consideração as
habilidades, esforços e desejos de cada um”.

Para Paul A. Samuelson e William D. Nordhaus (1948), Economia (ou Ciência Económica) pode
ser definida como a ciência que estuda a forma como as sociedades utilizam os recursos escassos
para produzir bens com valor e de como distribuem esses mesmos bens entre os vários
indivíduos.

Nesta definição estão implícitas duas questões fundamentais para a compreensão da Economia
enquanto ciência: por um lado a ideia de que os bens são escassos, ou seja, não existem em
quantidade suficiente para satisfazer plenamente todas as necessidades e desejos humanos; por
outro lado a ideia de que a sociedade deve utilizar os recursos de que dispõe de uma forma
eficiente, ou seja, deve procurar formas de utilizar os seus recursos de forma a maximizar a
satisfação das suas necessidades.

Alfred Marshall disse que a Economia procura estudar os negócios comuns da vida da
humanidade. Por negócios comuns, podemos entender as cenas corriqueiras da vida económica.
(1905).

“Ciência que estuda as formas de comportamento humano resultantes da relação existente entre
as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que, embora escassos, se prestam a usos
alternativos.” Bergo (2011)

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2.1 1.1 A Evolução do pensamento económico

O pensamento económico passou por diversas fases, que se diferenciam amplamente, com muitas
discrepâncias e oposições. No entanto, a evolução deste pensamento pode ser dividida em dois
grandes períodos: Fase Pré- Científica e Fase Científica Económica.

A fase pré-científica é composta por três subperíodos. A Antiguidade Grega, que se caracteriza
por um forte desenvolvimento nos estudos político-filosóficos. A Idade Média ou Pensamento
Escolástico, repleta de doutrinas teológico- filosóficas e tentativas de moralização das actividades
económicas. E, o Mercantilismo, onde houve uma expansão dos mercados consumidores e,
consequentemente, do comércio. Como iremos tratar de um pensamento económico que nos
influencia até hoje só trataremos da fase científica.

A fase científica pode ser dividida em Fisiocracia, Escola Clássica e Pensamento Marxista. Esta
primeira pregava a existência de uma “ordem natural”, onde o Estado não deveria intervir
(laissez-faire, laissez-passer) nas relações económicas. Os doutrinadores clássicos acreditavam
que o Estado deveria intervir para equilibrar o mercado (oferta e demanda), através do ajuste de
preços (“mão- invisível”). Já o marxismo criticava a “ordem natural” e a “harmonia de
interesses” (defendida pelos clássicos), afirmando que tanto um como outro resultava na
concentração de renda e na exploração do trabalho.

Apesar de fazer parte da fase científica, convém ressaltar que a Escola Neoclássica e o
Keynesianismo, diferenciam-se dos outros períodos por elaborar princípios teóricos fundamentais
e revolucionar o pensamento económico, merecendo, portanto, destaque. É na Escola Neoclássica
que o pensamento liberal se consolida e surge a teoria subjetiva do valor. Na Teoria Keynesiana,
procura-se explicar as flutuações de mercado e o desemprego (suas causas, sua cura e seu
funcionamento).

2.2 1.2 Fisiocracia (Séc. XVIII)

Doutrina de ordem natural: O Universo é regido por leis naturais, absolutas e imutáveis e
universais, desejadas pela Providência divina para a felicidade dos homens.

A palavra fisiocracia significa governo da natureza. Isto é, de acordo com o pensamento


fisiocrata as actividades económicas não deveriam ser reguladas de modo excessivo e nem
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guiadas por forças “antinaturais”. Deveria- se conceder uma maior liberdade a essas actividades,
afinal “uma ordem imposta pela natureza e regida pelas leis naturais” governaria o mercado e
tudo se acomodaria como tivesse que ser.

Na fisiocracia a base económica é a produção agrícola, ou seja, um liberalismo agrário, onde a


sociedade estava dividida em três classes:

 A classe produtiva, formada pelos agricultores.


 A classe estéril, que engloba todos os que trabalham fora da agricultura (indústria,
comércio e profissões liberais);
 A classe dos proprietários de terra, que estava ao soberano e aos recebedores de dízimos
(clero).
A classe produtiva garante a produção de meios de subsistência e matérias-primas. Com o
dinheiro obtido, ela paga o arrendamento da terra aos proprietários rurais, impostos ao Estado e
os dízimos; e compra produtos da classe estéril – os industriais. No final, esse dinheiro volta à
classe produtiva, pois as outras classes têm necessidade de comprar meios de subsistência –
matérias-primas. Dessa maneira, ao final, o dinheiro retorna ao seu ponto de partida, e o produto
se dividiu entre todas as classes, de modo que assegurou o consumo de todos.

Para os fisiocratas, a classe dos lavradores era a classe produtiva, porque o trabalho agrícola era o
único que produzia um excedente, isto é, produzia além das suas necessidades. Este excedente era
comercializado, o que garantia uma renda para toda a sociedade. A indústria não garantia uma
renda para a sociedade, visto que o valor produzido por ela era gasto pelos operários e industriais,
não criando, portanto, um excedente e, consequentemente, não criando uma renda para a
sociedade.

2.3 1.3 François Quesnay

O fundador da escola fisiocrata, e da primeira fase científica da economia, foi François Quesnay
(1694-1774), autor de livros que até hoje são inspiração para economistas actuais, como por
exemplo Tableau Économique. Não se pode falar em fisiocracia, sem citar seu nome. Quesnay foi
autor de alguns princípios, como o da filosofia social utilitarista, em que deveria se obter a
máxima satisfação com um mínimo de esforço; o do harmonismo, não obstante a existência do
antagonismo das classes sociais, acreditava-se na compatibilidade ou complementaridade dos
interesses pessoais numa sociedade competitiva; e, por fim, a teoria do capital, onde os
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empresários só poderiam começar o seu empreendimento com um certo capital já acumulado,
com os devidos equipamentos.

Em seu livro Tableau Économique foi representado um esquema de fluxo de bens e despesas
entre as diferentes classes sociais. Além de evidenciar a interdependência entre as actividades
económicas e mostrou como a agricultura fornece um “produto líquido” que é repartido na
sociedade.

Com o advento da fisiocracia surgiram duas grandes ideias de alta relevância para o
desenvolvimento do pensamento económico. A primeira diz que há uma ordem natural que rege
todas as actividades económicas, sendo inútil criar leis à organização económica.

2.4 1.4 A Escola Clássica (Fins do Séc. XVIII e início do séc. XIX)

A base do pensamento da Escola Clássica é o liberalismo económico, ora defendido pelos


fisiocratas. Seu principal membro é Adam Smith, que não acreditava na forma mercantilista de
desenvolvimento económico e sim na concorrência que impulsiona o mercado e
consequentemente faz girar a economia.

A teoria clássica surgiu do estudo dos meios de manter a ordem económica através do liberalismo
e da interpretação das inovações tecnológicas provenientes da Revolução Industrial.

Todo o contexto da Escola Clássica está sendo influenciado pela Revolução Industrial. É
caracterizada pela busca no equilíbrio do mercado (oferta e demanda) via ajuste de preços, pela
não- intervenção estatal na actividade económica, prevalecendo a actuação da “ordem natural” e
pela satisfação das necessidades humanas através da divisão do trabalho, que por sua vez aloca a
força de trabalho em várias linhas de emprego.

De acordo com o pensamento de Adam Smith, a economia não deveria se limitar ao estoque de
metais preciosos e ao enriquecimento da nação, pois, segundo o mercantilismo, desta nação fazia
parte apenas a nobreza, e o restante da população estaria excluída dos benefícios provenientes das
actividades económicas. Sua preocupação fundamental era a de elevar o nível de vida de todo o
povo.

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Em sua obra Wealth of Nations (Riqueza das Nações), Adam Smith estabelece princípios para
análise do valor, dos lucros, dos juros, da divisão do trabalho e das rendas da terra. Além de
desenvolver teorias sobre o crescimento económico, ou seja, sobre a causa da riqueza das nações,
a intervenção estatal, a distribuição de renda, a formação e a aplicação do capital.

Alguns críticos de Smith afirmam que ele não foi original em suas obras, devido ao seu método,
que se caracteriza por percorrer caminhos já trilhados, buscando, assim, segurança, utilizar
elementos já existentes. No entanto, sabe-se que suas obras foram grandiosas para o
desenvolvimento do pensamento económico, devido a sua clareza e ao espírito equilibrado.

2.5 1.5 As principais ideias de karl Marx

As principais ideias de karl Marx, suas ideias mais notáveis, são: a transição gradual para o
comunismo, a ditadura do proletariado, o materialismo histórico e materialismo dialéctico, o
socialismo científico, o modo de produção, a mais-valia, a luta de classes, a teoria marxista da
ideologia e da alienação.

2.6 Contributo de Karl Marx

A principal contribuição de Karl Marx à economia foi um novo quadro descrevendo a economia
como uma luta pelo poder entre as diferentes classes. Suas críticas ao capitalismo foram aceitas
por muitos teóricos da economia. Seu trabalho também gerou inúmeros debates.

A economia marxista geralmente nega o trade-off de tempo por dinheiro. No ponto de vista
marxista, é o trabalho que define o valor das mercadorias. As relações de troca dependem de que
haja trabalho prévio para a determinação de preços.

2.7 1.6 A Teoria Neoclássica (Fins do séc. XIX ao início do séc. XX)

A partir de 1870, o pensamento económico passava por um período de incertezas diante de


teorias contrastantes (marxista, clássica e fisiocrata). Esse período conturbado só teve fim com o
advento da Teoria Neoclássica, em que se modificaram os métodos de estudo económicos.
Através destes buscou-se a racionalização e optimização dos recursos escassos.

Conforme a Teoria Neoclássica, o homem saberia racionalizar e, portanto, equilibraria seus


ganhos e seus gastos. É nela que se dá a consolidação do pensamento liberal. Doutrinava um

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sistema económico competitivo tendendo automaticamente para o equilíbrio, a um nível pleno de
emprego dos factores de produção.

Pode-se dividir essa nova teoria em quarto importantes escolas: Escola de Viena ou Escola
Psicológica Austríaca, Escola de Lausanne ou Escola Matemática, Escola de Cambridge e a
Escola Neoclássica Sueca. A primeira se destaca por formular uma nova teoria do valor, baseada
na utilidade (teoria subjectiva do valor), ou seja, o valor do bem é determinado pela quantidade e
utilidade do mesmo. Também chamada de Teoria do Equilíbrio Geral, a Escola de Lausanne,
enfatizava a interdependência de todos os preços do sistema económico para manter o equilíbrio.
A Teoria do Equilíbrio Parcial ou Escola de Cambridge considerava que a economia era o estudo
da actividade humana nos negócios económicos, portanto, a economia seria uma ciência do
comportamento humano e não da riqueza. Por fim, a Escola Neoclássica Sueca foi a responsável
pela tentativa da integrar a análise monetária à análise real, o que mais tarde foi feito por Keynes.

2.8 1.8 O Keynesianismo (Década de 1930)

Quando a doutrina clássica não se mostrava suficiente diante de novos fatos económicos, surgiu o
economista inglês John Maynard Keynes que, com suas obras, promoveu uma revolução na
doutrina económica, opondo-se, principalmente, ao marxismo e ao classicismo. Substituindo os
estudos clássicos por uma nova maneira da raciocinar na economia, além de fazer uma análise
económica restabelecedora do contacto com a realidade.

Assim, este movimento de produção e circulação de mercadorias alicerça-se na exploração do


trabalho humano, em que cada produto traz em sua constituição: tempo de trabalho;
remuneração; divisão de classes e do trabalho; e exploração da natureza, com a retirada de
matérias-primas. Ademais, o estudo da economia permite conhecer como os homens se
organizam para produzir e distribuir a riqueza a partir da evolução do conhecimento do
desenvolvimento económico. Para tanto, é preciso recorrer também às novas formas de
organização do trabalho que requerem mão-de-obra cada vez mais especializada.

Diante do exposto, o estudo dos modelos económicos, além de possibilitar entender as


interacções económicas, permite conhecer a relação entre oferta e demanda. Outrossim, permite-
nos compreender a importância do Estado na elaboração de leis que regulamentam todo o
processo de produção e circulação dos produtos; portanto, sua inserção no mercado. Por fim, este
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estudo não esgota todo o arcabouço de discussões sobre o tema nem tenciona isso. Buscamos,
todavia, fomentar o interesse de pesquisadores profissionais e iniciantes pela importância do
estudo da economia política e das principais ideias do pensamento económico; o saber: clássica,
marxista, neoclássica, keynesiana e neoliberal. Levar-se-á em consideração, pois, o processo de
investigação com enfoque no macroeconómico da economia. Para isso, promovermos o debate
sobre a sociedade global e os desafios da nova ordem económica na superação da crise do capital,
a exemplo das instabilidades financeiras de 1929 e 1970.

3 2.Pensadores: Os Grandes Pensadores da Economia e suas Teorias

Neste ponto vamos acompanhar a trajectória do pensamento económico no terreno da Economia.


Para tanto, observaremos as contribuições das principais correntes do pensamento económico,
tendo como ponto de partida o Mercantilismo e, depois, os Clássicos, Marxistas, Neoclássicos e
Keynesianos.
Num primeiro momento vamos relembrar, bem resumidamente, alguns fatos históricos que
conhece no intuito de familiarizá-lo/a com a relação entre economia e história, o que
auxilia na compreensão do desenvolvimento estrutural da sociedade.

3.1 2.1.Período Medieval

A Idade Média (500 a 1000 d.C) marca uma nova fase da história da humanidade. Uma outra
concepção de vida surgiu com o cristianismo, e floresceu com a Queda do Império Romano. Os
ensinamentos cristãos, legalizados por um decreto do ano 311, assinado pelo Imperador
Constantino, passaram a ser disseminados por toda a Europa.
Foi nessa época, segundo Gastaldi (1999), que as igrejas e os mosteiros católicos tornaram-se
poderosos e a instituição passou a ser o principal agente de disseminação do saber e da cultura
económica da época. Como o pensamento cristão condenava a acumulação de riqueza e a
exploração do trabalho, a opção da Igreja, então, voltou-se com força para a actividade rural.
Diante dessa situação o que de fato aconteceu foi que, através de seus conventos e mosteiros, ela
acabou tornando-se proprietária de grandes áreas de terra. A terra transformou-se no símbolo de
riqueza por excelência.

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3.2 2.2.Mercantilismo

Com a propagação da descoberta do Novo Mundo e com o crescimento e o desenvolvimento das


cidades, as fisionomias social, política e económica, tão profundamente moldadas na Idade
Média, sofreram profundas transformações. Novos conceitos surgiram no campo do comércio e
da produção. Na mesma proporção em que se enfraquecia o pensamento religioso, operava-se
uma forte centralização política com a criação das nações modernas e das monarquias absolutas,
germes do capitalismo. A prática mercantilista predominou até o início do século XVII, tendo
como base o comércio e o aumento das riquezas. Neste cenário ocorreu uma reacção contra os
excessos do absolutismo e das regulamentações.
Tivemos então a fase do mercantilismo* em decorrência do crescimento do capitalismo
comercial, representando, com o capitalismo industrializado no início do Século XVIII, a
Economia.

3.3 2.3.Corrente Fisiocrata

“Fisiocrata” vem de “fisiocracia”, que significa “poder da natureza”. Os fisiocratas não


acreditavam que uma nação pudesse se desenvolver mediante, apenas, o acúmulo de metais
preciosos e estímulos directos ao comércio; acreditavam ser necessário também o investimento
em produção. Não na produção industrial (ou comercial), mas na produção agrícola, pois somente
nessa eram possíveis a geração e a ampliação de excedentes.
Na Corrente Fisiocrata tivemos um grupo de economistas franceses do Século XVIII que
combateu as ideias mercantilistas e formulou, pela primeira vez, uma Teoria do Liberalismo
Económico. A Teoria Liberal pressupõe a emancipação da economia de qualquer dogma
externo a ela mesma, no qual todos os agentes económicos são movidos por um impulso de
crescimento e desenvolvimento económico, que poderia ser entendido como uma ambição ou
ganância individual, o que, no contexto macro, traria benefícios para toda a sociedade, ou seja,
podemos entender, desde já, que o pensamento fisiocrático é uma resposta directa, ou uma
reacção, ao mercantilismo.
François Quesnay (1694–1774), médico da corte de Luís XV e de Madame de Pompadour, foi o
fundador da corrente fisiocrata, com a publicação na França, em 1758, do livro Tableau
Economique, em que apresenta a primeira análise sistémica da formação de uma economia no

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formato macro. François Quesnay tem uma grande importância na economia e foi o mais
influente representante da fisiocracia.
Dentre as características da corrente fisiocrata podemos destacar:
 Comércio baseado no regime do exclusivo comercial (metrópole e colónia); e
 Monopólio do Estado na regulamentação das actividades comerciais.

Os fisiocratas concedem à ordem da natureza uma economia inteiramente de mercado


(capitalista), na qual cada um trabalha para os demais, ainda que acredite que trabalhe apenas
para si mesmo.

3.4 2.4.Corrente Clássica

De forma mais organizada, a Economia como ciência se fortaleceu no ano de 1776 com o
advento da Teoria económica Clássica, sendo que todas as teorias posteriores aprimoraram ou
discordaram de seus preceitos. Em suma, se tornou referência primeira para a compreensão dos
fenómenos económicos e, desta forma, partindo da Teoria económica Clássica, seguem as
contribuições dos principais teóricos da Economia.
Os principais teóricos da Economia Clássica foram os seguintes: Adam Smith, Thomas
Malthus, David Ricardo e Jean Baptiste Say.
A Corrente Clássica denomina uma linha de pensamento económico com base em Adam Smith e
David Ricardo. Com os pensadores desta corrente, a Economia adquiriu carácter científico
integral à medida que passou a centralizar a abordagem teórica do valor, cuja única fonte original
era identificada no trabalho em geral.

3.5 Adam Smith (1723–1790)

Considerado o fundador da escola clássica, nasceu na Escócia, estudou Filosofia, Teologia,


Ciências Morais e Política em Glasgow e Oxford. Durante os seus estudos conheceu os
economistas da Escola Fisiocrata, François Quesnay e Turgot que despertaram o interesse de
Adam Smith pela Economia. No ano de 1776, ele lança a sua obra-prima, o livro “A Riqueza das
Nações: Investigação sobre sua natureza e suas causas”. O livro retrata os principais fatos que
levam as nações à riqueza, ou seja, como as nações poderiam se desenvolver economicamente em
bases capitalistas, com destaque para os seguintes pontos:

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A Divisão do Trabalho: O trabalho deveria ser sistematizado como forma de ampliar a
capacidade de produzir bens e serviços, o que na prática levava à especialização da mão-de-obra.
Ele usava como exemplo a fabricação de alfinetes, que estaria dividida em dezoito operações
distintas, confiadas a diferentes operários, mas cada operário era especializado em uma das etapas
do processo produtivo e trabalhava de forma sequencial. Na visão de Smith, esse modelo
ampliava a produtividade na medida em que o trabalhador se especializava em seus ofícios. Mas
Smith enxergava um risco nesse processo: O fato de executar uma tarefa repetitiva poderia com o
tempo impedir o desenvolvimento intelectual dos trabalhadores;
A Harmonia dos interesses e o governo limitado: Ressaltava que os participantes da economia
tendem a ir atrás de seus próprios interesses como guiados por uma mão invisível, conforme se
observa em um trecho extraído de seu livro “Não é da benevolência do açougueiro, do cervejeiro
ou do padeiro que nós esperamos nosso jantar, mas da consideração de seu próprio interesse”. Na
prática, cada individuo na busca de seus próprios objectivos, seja ele empresário ou trabalhador,
acabaria por beneficiar toda a economia, estimulando a competitividade entre os agentes
económicos. Smith elabora sua teoria tendo como base um ambiente de concorrência. Neste
sentido, criticava duramente o Mercantilismo que criava entraves para o comércio

3.6 2.5.Corrente Marxista

O representante maior desta corrente foi Karl Marx (1818- 1883). Nascido em Trier, no sul da
Alemanha, teve a sua principal obra, O capital, publicada pela primeira vez em 1867. Ao
mergulhar nos estudos dos clássicos, ele avançou nas formulações e realizou uma leitura das mais
completas e ampliadas do processo capitalista. Marx trouxe interpretações consistentes sobre a
Teoria do Valor – Trabalho e buscou compreender de forma profunda a realização do capital. As
contribuições efectivas de Karl Marx sobre o sistema capitalista estão reunidas em muitas obras,
com destaque para O Capital. O volume I foi publicado em vida e os outros dois alguns anos após
sua morte. Depois da propagação da teoria formulada por Marx, que ficou conhecida como
Marxista, o mundo não foi mais o mesmo.

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3.7 2.6.Corrente Neoclássica

Podemos dizer que o desenvolvimento deste pensamento foi evidenciado em 1870, ano que
marcou a mundialização das relações económicas, e estendeu-se até 1929, quando uma grande
crise atingiu as economias dos países e colocou em suspense os pressupostos da Ciência
Económica dos clássicos.
A Corrente Neoclássica foi uma extensão da Corrente Marginalista, por buscar a integração da
Teoria do Valor do Trabalho com a Teoria do Custo de Produção. Uma maior optimização dos
recursos devido à escassez passou a ser objectivada.

3.8 2.7.Corrente Keynesiana

O ponto de partida do pensamento de John Maynard Keynes é que o sistema capitalista tem um
carácter profundamente instável. Ou seja, a operação da “mão invisível”, ao contrário do que
afirmavam os economistas clássicos, não produz a harmonia no mercado. Em momentos de
crises, argumenta Keynes, a intervenção do Estado pode gerar demanda, mediante os
investimentos, com vistas a garantir níveis elevados de emprego. O pensamento de Keynes
comandou as bases do capitalismo mundial entre a década de 1940 e final dos anos 70.

4 3.Escolas E Suas Contribuições Na História Da Economia

4.1 3.1.Clássica

Como grande expoente dos Clássicos, temos Adam Smith. Suas teorias tinham como ponto
central o liberalismo económico. As maiores críticas, nesse sentido, foram acerca da defesa ao
monopólio e proteccionismo, bem como às políticas fiscais e monetárias. Os estudos clássicos
consideravam que os mercados operavam em concorrência perfeita, com a actuação de agentes
racionais, e que, portanto, o livre mercado levaria a uma optimização, alcançada com o equilíbrio.
Outro ponto contestado era a determinação da riqueza de um país pelo acúmulo de seus metais
preciosos. Uma nova concepção de riqueza contribuiu para o surgimento da Teoria Quantitativa
da Moeda, com a qual se determinaria, no longo prazo, o nível de preços, explicando, portanto, o

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aumento constante da inflação nos séculos anteriores: causada pelo aumento da quantidade de
moeda.

4.2 3.2. Markxista

Escola de pensamento económico fundada por Karl Marx e Friedrich Engels. Consiste num
conjunto de teorias económicas, filosóficas, sociológicas e politicas, desenvolvido a partir da
filosofia de Hegel, do materialismo filosófico francês do século XVIII e da economia política
inglesa do inicio do século XIX. A síntese dessas formulações foi apresentada em O Capital
(1867), em que, a partir da teoria do valor trabalho da escola clássica inglesa, Marx desenvolve o
conceito de mais valia como trabalho excedente, não pago, fonte do lucro, do juro e da renda da
terra.

A partir da teoria da mais valia, Marx analisa o processo de acumulação de capital no sistema
capitalista, mostrando haver uma correlação entre a crescente acumulação e concentração de
capital e a pauperização do proletariado e a proletarização da classe media, situações que
causariam a eclosão das contradições básicas do sistema. Entre os principais factores que
contribuíram para as crises periódicas no sistema capitalista, Marx destacou: o progressivo
decréscimo da taxa de lucro (a diminuição da mais valia), decorrente do maior aumento do
capital constante (maquinas e equipamentos) em relação ao capital variável (mão de obra
empregada); o dinamismo anárquico do sistema, ligado a busca incessante de lucros maiores e
expresso no facto de os progressos técnicos tornarem os antigos instrumentos de trabalho
ultrapassados antes de sua utilização normal; a desordem dos mercados provocada pela
contradição básica entre o aspecto colectivo dos meios de produção (as grandes unidades
técnicas) e o carácter privado de sua apropriação.

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5 Conclusão

Após a feitura do presente trabalho de pesquisa, conclui se que desde os primórdios, a Economia
enquanto actividade, vem se adequando às circunstâncias. Durante a idade média, o Feudalismo
com o seu método de produção comunitário foi a lógica por muitos séculos. Posteriormente na
idade moderna os modelos mercantilistas e fisiocratas prevaleceram, sendo que, este enfatizava a
produção agrícola, e, aquele, o comércio internacional.
Entre o século XVIII e inicio do século XX a teoria económica clássica ditou os rumos do
processo produtivo, enfocando que o sucesso económico de uma nação estava pautado nos
princípios da livre concorrência, tendo neste período, os seus dogmas questionados por Karl
Marx que profetizou a derrocada dos preceitos capitalistas da teoria clássica. Com a crise de
1929, a teoria económica convencional foi renovada por Jonh Maynard Keynes, que propôs um
papel mais activo do estado no processo económico. Outros economistas importantes como
Schumpeter, que avaliou o papel do empreendedor e da inovação, e Friedman, que abordou sobre
o controle monetário como variável fundamental para o bom funcionamento da economia, foram
fundamentais para compreensão dos fenómenos económicos. Por fim, há de se destacar que a
economia é uma ciência mutável, pois inicialmente se preocupava com as questões domésticas.
Com o passar do tempo o foco estava no processo de produção e distribuição de bens e,
actualmente, se preocupa com o emprego eficaz dos recursos, que são escassos. Portanto, a
economia como ciência social, se fundamenta no dinamismo das actividades económicas, e,
como em um processo de “selecção natural”, se adequa às circunstâncias, com vistas a atender as
necessidades humanas, que é a sua própria razão de existir.

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6 Referência Bibliográfica

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