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Esta definição de espaço, como qualquer disciplina, acabou por frutificar concepções
distintas no tocante ao enfoque, ao método e aos objetivos a serem alcançados.
1 segundo CHACON, Paulo Pan e FRANCO JÚNIOR, Hilário. História Econômica Geral.. São Paulo, Ed. Atlas,
1982.p. 17.
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compreendidos como o conjunto das forças produtivas e das relações de produção 2; neste caso, a
análise da natureza e da dinâmica inerente a estes, utilizando também o instrumental da Economia,
extrapolaria o campo desta, vinculando-se a uma compreensão sistêmica das sociedades.
Nos últimos anos, temos assistido a um “eclipse” da História Econômica, determinado por
várias causas, oriundas do desenvolvimento e da construção dos componentes de sua
interdisciplinaridade. Uma causa estaria no direcionamento da pesquisa em História para um caráter
mais social - em alguns casos específicos um tanto avesso a sistematizações e quantificações - ligado
à busca de novos campos de cruzamento desta que, para alguns é entendida como “a mais antiga
das ciências” com a Psicologia, a teoria psicanalítica e a Antropologia, para citarmos alguns exemplos.
Outro fator causal, este repousante nos economistas - não culpemos a ciência e sim os cientistas! -
apresenta-se invertido em conotação: neste caso, a história econômica mostra-se por demais “inexata”
e “pouco fecunda em subsídios de ordem objetiva” para o trabalho do economista, sendo, muitas
vezes, mal-entendida. Ainda apontaríamos uma terceira concepção equivocada da História Econômica
2 SANDRONI, P. Novo dicionário de Economia. SP, Círculo do Livro, 5a. ed. 1996. p.229 .
3 CHAVNU, P. “A Economia: Ultrapassagem e Prospectiva” in LE GOFF, J. e NORA, P. História: Novas Abordagens.
Rio de Janeiro, Francisco Alves, 3a. ed. 1988.p.45.
4 cf. CHACON, Paulo Pan e FRANCO JÚNIOR, Hilário. op. cit. p. 18
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como uma disciplina que conferiria à História um caráter mais rígido em termos de campos teóricos
de análise, dando à ciência Econômica uma certa alforria metodológica dos números. Isso seria fruto
de uma visão ainda mais míope e preconceituosa dos três termos, tendo esta primeira como híbrido
de uma não-ciência com uma ciência. Tais posturas, oriundas da dinâmica particular de cada
elemento pertencente à interseção, ameaçariam obscurecer o fascínio exercido pela História
Econômica.
abril de 1996
Luiz Eduardo Simões de Souza
[Bacharel em História pela FFLCH-USP, Bacharelando em Economia pela FEA-USP]
Bibliografia
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(datilografado)
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(datilografado)
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CHACON, Paulo Pan e FRANCO JÚNIOR, Hilário. História Econômica Geral.. São Paulo, Ed. Atlas, 1982.
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SANDRONI, Paulo. Novo dicionário de Economia. SP, Círculo do Livro, 5a. ed. 1996.
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SWEEZY, Paul. Teoria do desenvolvimento capitalista. SP, Abril Cultural, 1982.
5 o qual seria por si um forte argumento para o seu abandono por uma intelectualidade eventualmente acomodada
em seu lugar social.
6 BARBOSA, Wilson do Nascimento “A História Econômica como Disciplina Independente” Seminários de Pós-
graduação, FFLCH-USP, 1988. (datilografado)