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INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DE MURRUPULA

CERTIFICADO VOCACIONAL 5

EM AGRICULTURA GERAL

Tema:

Produção e Comercialização de Feijão Vulgar no distrito de Malema

Autor: Supervisor:
Hélio Adolfo Passone Engª Adélia Martins
Código: 0680214

Murrupula, Abril 2022


INSTITUTO MÉDIO POLITÉCNICO DE MURRUPULA

Elaborado por mim, Hélio Adolfo


Passone e Supervisionado por Enga
Adélia Martins

Murrupula, Abril 2022


Índice
1. Introdução........................................................................................................................5

1.1 Objectivos.........................................................................................................................5

1.1.1 Geral:..............................................................................................................................5

1.1.2 Específicos.....................................................................................................................5

1.1.3 Justificativa....................................................................................................................5

1.2 Módulos relacionados:......................................................................................................6

2. Revisão bibliográfica..........................................................................................................7

2.1 Historial da cultura............................................................................................................7

2.1.1. Classificação Taxonómica............................................................................................7

2.1.2. Solo...............................................................................................................................9

2.2.1 Sementeira....................................................................................................................10

2.2.2 Maneio de Fertilidade do Solo.....................................................................................10

2.2.3 Fertilizantes Inorgânicos..............................................................................................11

2.3 Fertilizante orgânico.......................................................................................................11

2.3.1 Clima............................................................................................................................11

2.3.2. Tabela 1.......................................................................................................................12

2.4. Colheita..........................................................................................................................16

3. Analise FOFA...................................................................................................................17

4. Metodologia......................................................................................................................18

4.1. Localização....................................................................................................................18

4.1.1. Preparação do solo......................................................................................................18

4.1.2 Lavoura........................................................................................................................18

4.1.3 Gradagem.....................................................................................................................18

4.2 Construção de canteiro....................................................................................................18


4.2.1 Sementeira....................................................................................................................19

4.2.2 Adubação.....................................................................................................................19

4.2.3. Controlo de infestantes................................................................................................19

4.3. Controlo fitossanitário....................................................................................................19

4.3.1. Colheita.......................................................................................................................19

4.3.1. Transporte...................................................................................................................20

4.3.2. Rega............................................................................................................................20

4.3.3. Comercialização..........................................................................................................20

5. Orçamento......................................................................................................................21

5.1. Tabela 2......................................................................................................................21

5.1.1.Tabela 3........................................................................................................................22

7. Custo de Produção............................................................................................................23

8. Referências bibliográficas.............................................................................................27
Produção de feijão vulgar

1. Introdução
O feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa originária da América. Contudo,
várias hipóteses foram estabelecidas para explicar o seu centro primário destacando apenas
três centros primários de diversidade genética, tendo como: o mesoamericano (México e
Guatemala), sul dos Andes (desde Peru até o nordeste de Argentina) e norte dos Andes
(desde Colômbia a Venezuela). Além dos centros primários, varias espécies do género
Phaseolus também podem ser encontrados em outros centros secundários como Europa,
África e Asia (Diniz, 2006).

Em Moçambique, o feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma cultura alimentar básica e
de grande importância socioeconómica, por contribuir significativamente com proteínas e
minerais para a dietas de muitas famílias, e constituir uma fonte importante de renda para
pequenos produtores, comerciantes e exportadores (DEE, 2016).

1.1 Objectivos

1.1.1 Geral:
 Produzir Feijão Vulgar da variedade créme para a comercialização

1.1.2 Específicos:

 Aumentar a renda familiar;


 Criar postos de trabalho no distrito;
 Reduzir a demanda do produto no mercado;
 Fornecer um produto boa qualidade no mercado.

1.1.3 Justificativa
Com as condições económicas que a Agro-Passone Lda. apresenta, nesta surge a ideia de se
implementar este plano neste distrito visando fornecer produto de boa qualidade e em todas
as épocas do ano no mercado distrital assim como provincial, tendo como formas de
aumentar a produtividade no distrito, a abertura de grandes parcelas de produção no
distrito, aumento e informações acerca da produção desta cultura aos agricultores locais.

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Produção de feijão vulgar

1.2 Módulos relacionados:


UC AGR0445……………..Operar e realizar manutenção de sistemas de rega e drenagem

UC AGR02507181……….. Instalar e gerir um sistema de rega e drenagem


UC H01500221……….Demostrar compreensão sobre os fundamentos de gestão de
negócio

UC AGR01504181……Aplicar técnicas de marketing e garantia de qualidade dos produtos


agrários
MO AGR02503181………………… Produzir culturas arvenses
MO AGR02508181…………………….Elaborar um plano de produção para uma cultura
UC AGR02506181…………Planificar e implementar o maneio integrado de pragas,
doenças e infestantes
HG025003………………................Ler e responder a materiais escritos

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2. Revisão bibliográfica

2.1 Historial da cultura


O feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma leguminosa originária da América. Contudo,
várias hipóteses foram estabelecidas para explicar o seu centro primário destacando apenas
três centros primários de diversidade genética, tendo como: o mesoamericano (México e
Guatemala), sul dos Andes (desde Peru até o nordeste de Argentina) e norte dos Andes
(desde Colômbia a Venezuela). Além dos centros primários, varias espécies do género
Phaseolus também podem ser encontrados em outros centros secundários como Europa,
África e Asia (Diniz, 2006).

2.1.1. Classificação Taxonómica


Reino: Vegetal

Sub ramo: Angiosperma

Classe: Dicotiledônea

Ordem: Fabales

Família: Fabaceae

Subfamília: Faboideae

Tribo: Phaseoleae

Gênero: Phaseolus

Espécie: Phaseolus vulgares L.

Em Moçambique, o feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) é uma cultura alimentar básica e
de grande importância socioeconómica, por contribuir significativamente com proteínas e
minerais para a dietas de muitas famílias, e constituir uma fonte importante de renda para
pequenos produtores, comerciantes e exportadores (DEE, 2016).

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Produção de feijão vulgar

Segundo FILGUEIRA (2008), a cultura do feijão adapta-se melhor a solos de textura


média, sendo intolerante à acidez elevada e produzindo melhor na faixa de pH 5,6 a 6,8.
Em solos mais ácidos, a calagem deve ser efetuada, elevando-se a saturação por bases para
70%, procurando-se atingir pH 6,5. Além do efeito corretivo, a calagem fornece cálcio,
nutriente bastante exigido pela cultura. Experimentos conduzidos no Brasil evidenciaram
respostas acentuadas à aplicação de fósforo e cálcio, não havendo efeito da aplicação de
potássio em termos de produtividade.

O cultivo é bastante difundido em todo o território nacional, no sistema solteiro ou


consorciado com outras culturas É reconhecida como cultura de subsistência em pequenas
propriedades; Nos últimos 20 anos, crescente interesse de grandes produtores, adotando
tecnologias avançadas: a irrigação e a colheita mecanizada.

O cultivo é bastante difundido em todo o território nacional, no sistema solteiro ou


consorciado com outras culturas; É reconhecida como cultura de subsistência em pequenas
propriedades; Nos últimos 20 anos, crescente interesse de grandes produtores, adotando
tecnologias avançadas: a irrigação e a colheita mecanizada. O cultivo é bastante difundido
em todo o território nacional, no sistema solteiro ou consorciado com outras culturas; É
reconhecida como cultura de subsistência em pequenas propriedades; Nos últimos 20 anos,
crescente interesse de grandes produtores, adotando tecnologias avançadas: a irrigação e a
colheita mecanizada.

Tipos de semente de feijão vulgar mais comuns em Moçambique.

 Vermelho;
 o feijão Açúcar);
 o feijão Calima (vermelho manchado);
 o feijão Crème (manteiga);
 Branca;
 Preto.

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2.1.2. Solo
O solo é um mineral não consolidado na superfície da terra, influenciado por fatores
genéticos e ambientais, como: Material de origem; Topografia; Clima (temperatura e
umidade); Microrganismos, que se encarregaram de formar o solo; É sempre diferente, nas
suas propriedades e características físicas, químicas, biológicas e morfológicas do material
de origem.

De modo geral, a planta do feijoeiro exige:

1. Solos férteis;

2. Areno-argilosos;

3. Com bom teor de matéria orgânica;

4. Bem arejados e o pH em torno de 6,0 (5,0 a 6,5).

2.1.3. Preparação de solo

A preparação do solo deve começar antes das primeiras chuvas, de forma a proporcionar
condições adequadas para a germinação das sementes e o desenvolvimento das plantas,
incluindo a circulação de ar, melhorar a infiltração, a temperatura do solo, bem como o
controlo de ervas daninhas. A primeira lavoura utilizando tracção animal deve ser realizada
30-45 dias antes da sementeira, para quebrar possíveis camadas duras debaixo do canteiro e
para a decomposição de resíduos vegetais (de 25 a 35 cm). Solos pesados precisam de
lavouras mais profundas, isto para permitir uma melhor penetração da água. A primeira
gradagem deve contemplar 10 a 15 dias depois da lavoura. A segunda gradagem deve ser
imediatamente antes da sementeira, para nivelar o canteiro (Lynch jp. 1995).

2.2 Sementeira convencional

No preparo convencional do solo, objectivando-se também a semeadura convencional do


feijão, devem ser inicialmente destacadas as práticas conservacionistas, de acordo com as
propriedades físicas do solo e as condições topográficas do terreno. Como não se obtém
uma cobertura vegetal do solo em quantidade satisfatória nessa cultura, deve ser
estabelecida preferencialmente em áreas planas ou quase, com possibilidade de controle da
erosão, como, por exemplo, o cultivo em nível, em linhas de contorno. A construção de

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terraços será dependente da declividade do terreno: base larga e base estreita para terrenos
com, respectivamente, declividade de até 5% e de 5% a 12%. Outra prática
conservacionista bastante importante é a rotação ou sucessão com outras culturas, visando-
se também um controle fitossanitário adequado e complementar. Nesse sentido, deve-se
evitar o cultivo sucessivo do feijão por mais de dois anos consecutivos na mesma área, para
controle da população de fungos do solo (Ambrosano 1996).

2.2.1 Sementeira
Os agricultores devem escolher variedades que tem mercado. É importante verificar a
qualidade da semente, consultando os serviços de extensão rural e de inspecção de
sementes. Antes da sementeira, a semente deve ser tratada com Thiram. A taxa de
sementeira ou quantidade de semente por unidade de area pode variar de 45 a 65 kg /ha. O
espaçamento adequado é 60cm x 15cm para mono

culturas e 90cm x 25 cm para a consorciação, a fim de minimizar a concorrência entre as


plantas pela luz, nutrientes e água.

2.2.2 Maneio de Fertilidade do Solo


O feijão vulgar precisa de um bom maneio de fertilidade do solo para assegurar que as
quantidades certas de macro e micro -nutrientes essenciais estejam disponíveis no momento
certo, para o estabelecimento das plantas, crescimento e processo reprodutivo. Sob maneio
melhorado de fertilidade de solos, os pequenos agricultores devem aplicar certas
quantidades de nutrientes essenciais, dependendo do tipo de solo e variedades a serem
usadas. É importante manter o pH do solo na faixa de 5,8 a 6,2 para um óptimo crescimento
do feijoeiro. A fim de corrigir o pH do solo, a cal pode ser aplicado 6 meses antes do
plantio em quantidades que dependem do nível de acidez do solo. Para produzir feijão
vulgar, o teor de nutrientes do solo deve ser reforçado utilizando os seguintes fertilizantes e
correctivos (Broughton WJ, et all., 2003).

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2.2.3 Fertilizantes Inorgânicos


Cal (1-1,5 t / há, pelo menos 6 meses antes do plantio e repetida a cada 3-5 anos)

Fertilizante basal (composto L, 150-300 kg/há, após a sementeira)

Gypsum (100 – 300 kg /há, 7-8 semanas após a emergência).

Em solos arenosos dividir as aplicações para 7 e 10 semanas cada.

2.3 Fertilizante orgânico


Aplique 5.000 kg /ha de esterco de gado de boa qualidade (esta quantidade pode substituir a
quantidades para fertilizantes inorgânicos acima indicado) Consorciação. Na consorciação,
a densidade de plantas de ambas as culturas deve diminuir para reduzir a competição. O
espaçamento deve ser, por exemplo, para o milho de 80 a x 120 cm entre linhas e 25 cm
entre plantas na linha. O feijão deve ser plantado entre as linhas de sementeira de milho,
num espaçamento de 15 a 20 cm entre plantas dentro da linha. O espaçamento depende das
variedades ambas as culturas (milho e feijão). Se a variedade de milho é de maturação
precoce, o espaçamento entre linhas deve ser reduzido para 80-90 cm; se for maturidade
tardia, o espaçamento deve ser aumentado para até 120 cm. O mesmo em relação ao feijão:
espaçamento dentro de linhas de plantio deve ser reduzido a 10 cm para as variedades com
hábito de crescimento determinado. Para as variedades com hábito de crescimento
indeterminado, o espaçamento pode ser aumentado para 15-20 cm entre plantas dentro da
linha de plantio. Isso permitirá obter populações certas de plantas para ambas as culturas,
reduzindo a competição por recursos (luz, nutrientes e água) (Wortmann CS et all., 2004).

2.3.1 Clima
O feijão é uma planta de clima tropical; Dentre os elementos climáticos que mais
influenciam na produção de feijão salientam-se:

Temperatura = em torno de 25ºC (18º a 30ºC);

Precipitação pluvial = 100 mm mensais bem distribuídas;

Radiação solar. Em relação ao fotoperíodo, a planta de feijão pode ser considerada


fotoneutra (EMBRAPA., 2010).

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2.3.2. Tabela 1.
Principais doenças fúngicas e pragas de feijão vulgar em Moçambique
Doença Característica Tratamento
Phaeoisariopsisgriseola ALS afecta a folhagem e Fungicidas aprovadas devem
A mancha - angular das vagens de feijão em campo ser aplicadas quando a doença
folhas (ALS) Causada durante o período de aparece pela primeira vez e as
por Phaeoisariopsis crescimento. Todas as partes condições são favoráveis para
griseola acima do solo são o desenvolvimento da doença.
susceptíveis. As lesões da Variedades resistentes a
folha aparecem como mancha - angular das folhas
manchas irregulares estão disponíveis no mercado.
cinzentas ou marrom com
um halo clórico. As lesões da
vagem são marrom
avermelhado, manchas
circulares, geralmente
rodeado por uma cor mais
escura nas margens.
Ferrugem Abunda mais em zonas de As práticas de gestão são
altitude média aumenta com importantes na prevenção da
o pH do solo. Resíduos de infecção inicial. Duas a três
culturas são a principal fonte rotações ano são
de inoculo do fungo para a recomendadas. Na época
próxima campanha. A seguinte, todos os resíduos de
ferrugem afecta folhas e, por colheita anterior deve ser
vezes, caules e vagens. Os enterrado por aragem. O
primeiros sintomas aparecem controlo químico de infecções
na face inferior das folhas da ferrugem é feito se a doença
como brancos minúsculos, for identificada precocemente.
pontos, levantados. Essas Bravo, Maneb, Maneb+zinco,
manchas gradualmente vão e certos compostos de cobre e

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ampliando até formar enxofre estão actualmente


pústulas marrom - registados para uso. Deve
avermelhada que rompem seguir as instruções do rótulo.
para liberar massas Aplicar fungicidas sistémicos
enferrujadas de esporos nas taxas de 200g / 100 litros
de água
A antracnose, causada Mais frequente em áreas alta Atualmente os tratamentos de
por Colletotrichum altitude. O fungo sobrevive sementes com certos
lindemuthianum em restolhos de culturas e fungicidas de cobre são
pode ser transmitida através comuns. Procure usar
da semente, ar e água. Ela variedades resistentes e fazer
pode afectar todos os tecidos rotação cada três anos para
da planta do feijão acima do reduzir o acúmulo de inóculo
solo. As lesões aparecem de doenças. Aplicar o
pela primeira vez como mancozeb em taxas de 200 g
lesões encharcadas de água /100 litros de água.
que escurecem. Esporos
formam-se em seguida,
dentro de uma matriz
gelatinosa em uma estrutura
de suporte de esporos que
rompe a cutícula de
hospedagem.
Halo doença causada Ela pode afectar ambas as Para controlar a doença, tente
por Pseudomonas folhas e vagens. Nas folhas, fazer a rotação de culturas,
syringae bactéria pequenas manchas angulares, fazer aração profunda e
ensopados de água aparecem utilização de sementes livre de
primeiro na superfície patógenos. As sementes devem
inferior da folha. Nas vagens, ser tratadas com
as manchas ovais ensopados estreptomicina ou um
de água pode aumentar até 8 substituto. No campo,

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mm de diâmetro e se tornar pulverizar as plantas doentes


levemente afundado e com produtos químicos que
castanho-avermelhado com o contêm cobre semanalmente
tempo. depois da primeira observação
dos sintomas. Tente plantar
variedades resistentes. Faça a
colheita o mais cedo possível,
ou seja, antes que as lesões da
vagem tornam-se castanhas.
Larva do caule do Insecto que causa um Para controlar larva do caule
feijão (Ophiomyia problema de maior de feijão –, tente fazer o
spp.) preocupação durante o seguinte: Semear cedo antes
plantio tardio e crescimento que comecem as chuvas.
das sementes desfavorável Tratar a semente de feijão
em áreas semi áridas. As usando insecticidas: Remover
folhas das plantas restos de feijão dentro do
danificadas mostram faixas campo após a colheita. A praga
de mineração onde as larvas pode se esconder nas hastes
se alimentam. As partes velhas e atacar plantas jovens
inferiores das hastes tornam- na campanha seguinte.
se seca, inchadas e rachadas.
Ataque por esta praga muitas
vezes provoca a morte de
plantas jovens de feijoeiro.
Helicoverpacomplex ou Lagarta Africana alimenta-se As medidas incluem práticas
lagarta Africana de folhas, brotos, pontas em de maneio, tais como a rotação
crescimento, flores e frutos. de culturas e consorciação de
Os dano causados as folhas culturas; controlo biológico
reduzem a área foliar, o que por meio de inimigos naturais
pode retardar o crescimento que se alimentam de larvas e
das plantas. As larvas se ovos; controlo químico através

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alimentam de folhas, botões do uso de pesticidas


florais, flores, grãos, e recomendados; e o uso de bio
reproduz em vagens e frutas. pesticidas ou botânicas,
Excrementos (fezes/ incluindo o uso de Bt (Bacillus
resíduos) das lagartas thuringiensis ) subespécies.
alimentando-se são evidentes
nas partes de plantas
danificadas.
Bruquídeos , incluindo Inseto em áreas com O tratamento químico após a
Zabrotes subfasciatus e condições quentes. Pode colheita, antes do
Acanthoscelides causar perdas pesadas pós - armazenamento; Use
objectus colheita. variedades resistentes ao
bruquídeo
Fonte: Projecto (MOREP 2012-2015)

2.3.3. Doenças da cultura do feijão

O feijão, por ser cultivado o ano todo, está exposto a muitos fatores que lhe são
desfavoráveis. Entre esses fatores as doenças se destacam, e as doenças que atacam o
feijoeiro podem ser causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides. A importância de
cada doença varia de acordo com o ano, a época de cultivo, o local e o nível de resistência
do cultivar utilizado. As perdas causadas por doenças podem ser expressivas, o que justifica
a adoção de medidas apropriadas de controle.

A utilização de sementes certificadas e de cultivares resistentes são as formas mais eficazes


e econômicas de evitar a maioria das doenças. Contudo, o uso de sementes certificadas não
evita a ocorrência de todos os peptógenos, como aqueles disseminados pelo vento. A
resistência genética também não protege as plantas de todas as doenças. Assim, é preciso
utilizar outras medidas de controle, que, embora menos eficientes e/ou de maior custo,
funcionam bem quando empregadas em conjunto, de modo integrado.

Algumas medidas de controle visam à prevenção da doença pela fuga em relação ao


patógeno e/ou às condições ambientais mais favoráveis ao seu desenvolvimento. A escolha

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do local de cultivo livre do patógeno, o plantio em época cujo clima não favoreça a doença-
problema, o controle de insetos

vetores de doenças e a rotação de culturas são medidas que ajudam a prevenir algumas
doenças. A proteção da cultura com bactericidas e/ou fungicidas também é uma medida efi
ciente para o controle de muitas doenças, porém, de custo mais elevado.

Na Tabela 1 são apresentadas as principais doenças e pragas que atacam o feijoeiro. Entre
elas merecem destaque a antracnose, a mancha-angular, a ferrugem, o mofo-branco a
murcha-de-fusário, o crestamento-bacterianocomum, o mosaico-comum e o mosaico-
dourado (PAULA JÚNIOR, T. J. et al. Feijão ( Phaseolus vulgaris L .2007).

2.4. Colheita
O feijão vulgar pode ser colhido entre 60 a 120 dias após o plantio, dependendo do tipo de
variedade e de crescimento. Variedades de ciclo curto ou precoces podem ser colhidas mais
cedo. Essas variedades amadurecem mais rápido, mas resultam em rendimentos mais
baixos. É mais apropriada onde a chuva é incerta. As variedades tardias têm longo período
fenológico permitindo-lhes acumular mais biomassa que é então traduzida para formação e
enchimento de vagens. A colheita das vagens do campo deve ser feita cedo de manhã,
porque, quando a temperatura sobe, as vagens ficam muito secas e podem se abrir e deixar
cair os grãos no chão. Após a colheita das plantas do campo, estas devem ser deixadas a
secar durante dois dias antes de se separar as vagens das plantas. As vagens devem ser
deixadas a secar por um dia na luz solar, em seguida, manejado com um pedaço de pau para
permitir que os grãos saiam das vagens. Ao escolher as vagens trate de descartar as vagens
com sinais de doença, brote, ou danificadas por insecto. Separe as vagens dos grãos. Os
grãos devem ser postas a secar na luz solar até atingir 13-14% de humidade, um processo
que leva 2 á 4 dias dependendo da intensidade da luz solar e da temperatura. Tratamentos
químicos ou biológicos de pragas devem ser realizados antes do armazenamento em local
fresco e seco para evitar a infestação por insectos, como os coleópteros (Wortmann CS et
all., 2004).

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3. Analise FOFA
Força

 Uso de matérias de boa qualidade para a produção;


 Conhecimento básico acerca da produção da cultura;
 Uso de novas tecnologias de produção;
 Uso de sementes certificadas.

Oportunidade

 Via de acesso em boas condições;


 Mair demanda do produto a nível da província;
 Existência do terreno;
 Existência de um financiador disponível.

Fraqueza

 Dependência de financiadores para a implantação do plano;


 Avaria dos equipamentos no momento de execução de actividades;
 Incapacidade de fornecer toda a província;
 Falta de transportes na empresa.

Ameaça

 Ataque de pragas e doenças;


 Existência de concorrentes;
 Vandalização das instalações;
 Roubo na parte dos funcionários.

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4. Metodologia

4.1. Localização
A Agro-passone Lda. Localiza-se no distrito de Malema que é um distrito da província de
Nampula, em Moçambique, com sede na vila de Malema. Tem limite, a norte com os
distritos de Nipepe e Mauá ambos da província de Niassa, a noroeste com o distrito de
Metarica também da província de Niassa, a oeste com o distrito de Cuamba ainda da
província de Niassa, a sul com os distritos de Gurué e Alto Molocué da província da
Zambézia, e a este com os distritos de Ribaué e Lalaua.

4.1.1. Preparação do solo


A preparação do solo será efetuada consoante as exigências da cultura.

Começando antes das primeiras chuvas, de forma a proporcionar condições adequadas para
a germinação das sementes e o desenvolvimento das plantas, incluindo a circulação de ar,
melhorar a infiltração, a temperatura do solo, bem como o controlo de ervas daninhas.

4.1.2 Lavoura
A lavoura será praticada com ajuda de um tractor, e deve ser realizada 30-45 dias antes da
sementeira, para quebrar possíveis camadas duras debaixo do canteiro e para a
decomposição de resíduos vegetais com 25 a 35 cm de profundidade isto para permitir uma
melhor penetração da água no solo e para o bom enraizamento da cultura.

4.1.3 Gradagem
A gradagem será feita com ajuda de um tractor a copulado com grades de discos, a
gradagem deve contemplar 10 a 15 dias depois da lavoura destruindo os torões para
permitir uma boa sementeira e a segunda e ultima gradagem deve ser imediatamente antes
da sementeira, para nivelar o canteiro e deixar o solo afofado.

4.2 Construção de canteiro


Para a construção do canteiro será necessário o uso de uma enxada de cabo curto, fio de
alinhamento, fita métrica, canteiro de 120cm de largura e 8m de comprimento.
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Produção de feijão vulgar

4.2.1 Sementeira
Para a realização desta actividade será necessário o uso de uma enxada de cabo curto para
abrir os covachos e lançar as sementes com o espaçamento de 60x20cm.

4.2.2 Adubação
Aplicação de aduba visa suprir as necessidades nutricionais da cultura, para o efeito serão
feitas duas adubações, a primeira será nos dias antes da sementeira com um adubo
composto NPK 12˗24˗12, na quantidade de 250kg̸ha, e a segunda será a de fundo com ureia
numa quantidade de 200kg̸ha e, será feita 30 dias depois da sementeira.

4.2.3. Controlo de infestantes


O controlo de infestante visa livrar os campos das infestantes que concorrem água e
nutriente com as plantas, esta operação será manual (monda e sacha), prevendo-se duas
sachas ao longo do ciclo da cultura, as sachas serão feitas sempre que justificar a sua
realização.

4.3. Controlo fitossanitário


O controlo de pragas e doenças será através do uso de pesticidas aplicado com
pulverizadores a dorso, devendo ser aplicado segundo cronograma de actividades e sempre
que se justificar.

4.3.1. Colheita
A colheita será feita manual, devendo se colher produtos que estiver pronto para a
comercialização, esta operação terá o seu início cerca de 60 a 120 dias depois de a
sementeira fazendo‒se a colheita das vagens muito cedo de manhã, porque, quando a
temperatura sobe, as vagens ficam muito secas e podem se abrir e deixar cair os grãos no
chão.

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Produção de feijão vulgar

4.3.1. Transporte
Após a realização da colheita será necessário transportar o produto para um armazém para
realizem‐se o beneficiamento e a secagem recomendada, para execução desta actividade
serão necessários cestos, sacos, baldes e o transporte.

4.3.2. Rega
A rega tem por finalidade fornecer ao solo, nos momentos mais convenientes as
quantidades de água necessárias á obtenção da humidade do solo mais adequada ao
desenvolvimento das plantas cultivadas. A rega será efetuada com uma moto-bomba e será
realizada em dois turnos por dia, nas manhas e nas tardes no fim d0 dia.

4.3.3. Comercialização
Dependendo da demanda do produto no mercado será vendido em diferentes preços para
cada ponto de venda, em casos de existir um cliente que comprar o produto em grandes
quantidades terá um desconto de 4% e será feita uma entrega ao domicílio para o caso, para
ajudar a comunidade em redor será feita a venda em copos, num preço de 16mt cada. Os
cinco (5) principais mercados de referência na província.

 Waresta na cidade de Nampula 70mt/kg;


 Nacala-porto 90mt/kg
 Namigonha ˗ Ribáuè 50mt/kg;
 No mercado Central de Ribáuè 45mt/kg;
 Vila de Malema 35mt/kg.

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5. Orçamento
5.1. Tabela 2. Custos fixos para a implantação do plano

Designação Quantidade Valor unitário Valor total


Sazonais 10 3500mt 35000mt
Telefone fixo 2 2000mt 4000mt
Terreno Existente ‒‒‒‒‒‒ ‒‒‒‒‒‒
Motorizada 3 20000mt 60000mt
Carro 1 Aluguer 3000mt 3000mt
Técnico formado 1 12000mt 12000mt
Energia Variável 1000mt/mês 1000mt
Moto bomba 2 8000mt 16000mt
Pulverizador dorsal 6 700mt 4200mt
Cadeira 8 250mt 2000mt
Catana 6 120mt 720mt
Enxada 10 120mt 1200mt
Fio de alinhamento 150m 30mt 3000mt
Fita métrica 1/50m 250mt 250mt
Tubos 50m 150mt 7500mt
Total ‒ ‒ 125.370,00mt
Fonte: autor

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5.1.1.Tabela 3. Custos variáveis para a implantação do plano

Designação Quantidade Valor unitário Valor total


Lavoura 6ha 3500mt 21000mt
Gradagem 6ha 1500mt 9000mt
Sacha 5dias 1500mt 1500mt
Derrube e destronca 5dias 150mt 7500mt
Sementeira 5dias 1500mt 7500mt
EPI 6 800mt 4800mt
Sementes 540kg 3000mt 3000mt
Pesticida 3litros 300mt 900mt
Adubo 6sacos 3800mt/60kg 22800mt
Cesto 6 100mt 600mt
Carinha de mão 2 450mt 900mt
Faca 8 30mt 240mt
Saco 10 100mt 1000mt
Paus 30 25mt 750mt
Bambos 8molhos 50mt 400mt
Capim 6molhos 20mt 120mt
Estacas Variável ‒ ‒
Balde 8 80mt 640mt
Total ‒ ‒ 91.150,00mt
Fonte: autor

5.1.2 Justificação de aplicação

Para a implantação deste plano precisa‐se dos custos fixos acima designados na tabela 2.
Com a quantia avaliada em 125.370.00mt para sua aquisição e na tabela 3, estão
designados os custos variáveis avaliados em 91.150,00mt para a sua aquisição totalizando
para a implantação deste plano precisa‐se de um total orçado em 500.440,00mt sem incluir
a margem de erro de 5% que é 25.022.00mt isso significa que incluindo a margem de erro
será necessário um total de 525.462.00mt.

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6. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADE

Plano de actividades

Meses Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro

Semanas 1a 2a 3a 4a 1a 2a 3a 4a 1a 2 3a 4a 1a 2a 3a 4a 1a 2a 3a 4a 1a 2a 3a 4a
a

Preparação do solo

Sementeira

Rega

Adubação

Controlo de
infestantes

Controlo
fitossanitário
Colheita
Transporte
Comercialização

7. Custo de produção
Demonstração de cálculos de Mão-de-obra Sacha

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Lavoura 20m x 60m = 1200m2

1 ha¿ 3500 mts 10saz x 1200m2 = 12000m2 por dia

6ha________X 60000m2 ÷ 12000m2 = 10 saz x 150mt =1500mt x 5 dias

2 2
X =60000 m x 3500 mts ÷ 10000 m R: Para esta actividade é necessário 7500mt para 5 dias.

X = 210000000 ÷ 10000

X = 21000mts

R: O valor necessário para realização da lavoura será de 21000mts.

Gradagem Mecanica Derrube Destronca

1500mt________1ha 20m x 60m = 1200m2

X _______6ha 10sazonais x 1200m2 = 12000m2

X = 1500mt x 60000m2 ÷ 10000m2 60000m2 ÷ 1200m2 = 50dias

X = 90000000 ÷ 10000 50dias÷ 10sazonais = 5dias

X = 9000mt 150mt x 10saz =1500mt x 5dias=7500mt

R: o valor necessário para esta actividade é 9000mt. R: o valor necessário para a actividade acima é de 7500mt.

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Sementeira Cálculos de adubação

20m x 60m = 1200m2 1 ha¿ 60 kgNPK

10 saz x 1200m2 = 12000m2 por dia 6ha________X

60000m2 ÷ 12000m2 = 5dias X = 60000m2 x 60kg ÷ 10000m2

150mt x 10tr = 1500mt x 5dias =7500mt X = 360kg

R: O valor necessário para esta actividade é 7500mt para 5 dias. R: 6ha precisa de 360kg de adubo NPK.

Cálculo de pulverização Cálculo de colheita

8 ml ¿ 1ha 20m x 60m = 1200m2

X__________6ha 10saz x 1200m2 = 12000m2/dia

X=8ml x 60000m2 ÷ 10000 m2 60000m2 ÷ 12000m2 = 10saz x 170mt =1700mt x 8dias = 13600mt

X= 48ml

R: para a pulverização em 6ha é preciso 48ml. R: para a colheita é preciso de 13600mt.

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Produção de feijão vulgar

8. Referências bibliográficas
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WORTMANN CS, KIRKBY RA, CA ELEDU E ALLEN DJ. 2004. Atlas da Produção do
Feijão vulgar (Phaseolus vulgaris L.) em África. Cali, Colômbi.

LYNCH JP. 1995. Root architecture and plant productivity. Plant Physiology
BURUCHARA R, MUKANKUSI C E AMPOFO K. 2010. Identificação e maneio de
doenças e pragas do feijão. Cali, Colômbia.
BROUGHTON WJ., et all. 2003. Feijão (Phaseolus spp.) Modelo Leguminosas
Alimentare.
EMBRAPA. Embrapa Arroz e Feijão. Socioeconomia. Dados Conjunturais 2010.
AMBROSANO, E.J.; et all. Efeito do nitrogênio no cultivo de feijão irrigado no inverno.
Scientia Agricola.
FILGUEIRA, F. A R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna 2008.

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