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INSTITUTO POLITÉCNICO INDUSTRIAL DE LUANDA ``IPIL´´

ÁREA DE FORMAÇÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL


CURSO TÉCNICO DE OBRAS

TÉCNICAS DE CONDUÇÃO DE
OBRAS - EDIFÍCIOS
``APONTAMENTOS DAS AULAS TEÓRICAS´´

12ª CLASSE

TÉCNICO DE CONSTRUÇÃO CÍVIL

Prof. MSc. Engº. Hermenegildo Dala

Email: gildodala@gmail.com

4ª Edição (Revista)

Ano

2022-2023
Profº Hermenegildo Dala Instituto Politécnico Industrial de Luanda ``IPIL´´

METODOLOGIA DE ESTUDO E BIBLIOGRAFIA

O método de ensino da disciplina é baseado em quatros vectores:

− Transmissão de conhecimentos básicos em aulas presenciais (aulas teóricas);

− Exercício e treino da aplicação dos conhecimentos em aulas práticas;

− Estudo individual e em grupos de alunos com base em elementos de estudo


disponibilizados e em outros sugeridos;

− Esclarecimento de dúvidas por parte dos docentes.

Todos estes vectores são essenciais para o aluno atingir os objectivos propostos na
disciplina. Salienta-se, em particular, o acompanhamento da matéria através do estudo
individual o qual permite consolidar e aprofundar os conhecimentos básicos
transmitidos nas aulas.

Indicam-se seguidamente alguns elementos de estudo e bibliografia complementar


aconselhada.

1. Elementos de base:

a) Manual dos sistemas Prediais de distribuição e drenagem de águas. LNEC, Lisboa,


2004. Autor: Victor M.R. Pedroso.

b) “Apontamentos complementares das aulas teóricas”. IPIL, Angola, 2018-2021.


Autor: Hermenegildo M. Dala.

c) Águas e esgotos em urbanização e instalações prediais. Lisboa, 1996. Autor: Mário


de Assis Paixão.

d) Regulamento Geral dos Sistemas Prediais Públicos de Distribuição de Águas e


Drenagem de Águas Residuais (RGSPPDADAR).

e) Instalações hidráulicas e sanitárias. 6ª Edição. Rio de Janeiro, LTC, 2012. Autor:


Hélio Credor.

f) Guia das profissões Canalizador. Lisboa, 2010. Autor: Plural Editores.

g) Consulta de trabalhos de fim de curso sobre ``Dimensionamento Predial de


Abastecimento de Água e Drenagem de águas Residuais´´. Projecto Tecnológico.
Luanda, 2019.

h) Consulta de apontamentos do Curso de Mestrado em Engenharia Hidráulica da


Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto. Angola, 2014-2017.

(*) Bibliografia especialmente recomendada.

Recomenda-se vivamente a consulta de outros livros de hidráulica, nomeadamente


os que existem na biblioteca da Instituição.

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Índice Geral

PROGRAMA E DESCRIÇÃO POR TRIMESTRES ...................................................... iv

CAPÍTULO 1. NOÇÕES DE HIDRÁULICA ............................................................... - 1 -

1.1.1 – A vida e a água ......................................................................................... - 2 -

1.1.2 - Ciclo Natural da água ................................................................................. - 3 -

1.1.3 – Distribuição da água na natureza .............................................................. - 3 -

1.1.4 - Ciclo Urbano da Água ................................................................................ - 4 -

1.1.5 – Conceito de Hidráulica .............................................................................. - 5 -

CAPÍTULO 2. SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA ................................................. - 7 -

2.1 Sistemas de Alimentação ................................................................................ - 8 -

2.1.1 Generalidades .............................................................................................. - 8 -

2.1.2 Alimentação directa ...................................................................................... - 8 -

2.6 Objectivo de Instalação da rede predial de água ........................................... - 29 -

2.7 Dimensionamento da rede predial de água ................................................... - 29 -

2.8 Reservatórios de água .................................................................................. - 34 -

2.8.1 Capacidade dos Reservatórios ................................................................... - 34 -

2.8.1.1 Dimensionamento de Reservatório residencial ........................................ - 34 -

2.8.1.2 Dimensionamento de Reservatório de um Edifício Residencial ............... - 35 -

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PROGRAMA E DESCRIÇÃO POR TRIMESTRES

Iº TRIMESTRE

1. NOÇÕES DE HIDRÁULICA

2. SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA

IIº TRIMESTRE

3. SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA QUENTE

4. SISTEMA PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO

IIIº TRIMESTRE

5. TANQUE SÉPTICO, SUMIDOUROS E VALAS DE INFILTRAÇÃO

6. SISTEMA PREDIAL DE DRENAGEM PLUVIAL

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CAPÍTULO 1. NOÇÕES DE HIDRÁULICA

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1.1 Introdução

1.1.1 – A vida e a água


A vida na terra depende, essencialmente, da água conjuntamente com o sol. À luz dos
conhecimentos actuais no campo biológico pode afirmar-se, com uma certa
segurança, que os seres vivos, embora de estrutura elementar, surgiram
primitivamente na água.

Nos seres vivos a água é o elemento predominante representando cerca de setenta


por cento (70%) do peso do corpo humano, no qual, além de ser um constituinte dos
tecidos, é o dissolvente dos elementos interveniente nos processos fisiológicos.

A falta de água tem como consequência a debilidade e, por vezes, a morte dos seres
vivos necessitando o Homem de ingerir, bebida ou integrando os alimentos, uma
quantidade de água diária, mínima, de dois litros.

Por análise de casos verídicos constatou-se que, em regra, um ser humano pode
sobreviver cinquenta dias sem ingerir alimentos sólidos, mas perece (morre) ao fim de
quatro dias sem beber água.

A água é uma substância mineral essencial à vida. Já na antiguidade Tales de Mileto,


considerado um dos sete sábios da Grécia, a definia como ‘‘O princípio de todas as
coisas’’.

Fig.1.1: Água é vida

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1.1.2 - Ciclo Natural da água


Admite-se que a quantidade total de água existente na terra, se tem mantido constante
desde o alvorecer da Humanidade.

A Hidrosfera (a água da terra nas faces sólida, liquida e gasosa) distribui-se por três
reservatórios principais, por ordem decrescente: os oceanos, os continentes e a
atmosfera.

Entre eles existem uma circulação eterna e ininterrupta, mantida pela energia radiante
de origem solar e pela atracção gravítica que se designa por ciclo natural da água
(fig. 1.2) ou ciclo hidrológico.

Fig.1.2: Ciclo natural da água

1.1.3 – Distribuição da água na natureza


Embora exista muita água no planeta, o maior volume, cerca de 97%, está nos
oceanos e é salgada. Da restante parcela de 3%, que representa a totalidade de água
doce existente, cerca de 2% está concentrada nas regiões polares, no estado sólido, e
menos de 0.1% encontra-se na atmosfera, sob a forma de vapor. Dos cerca de 1%
que existem no estado liquido, a maior parte encontra-se no subsolo a elevadas
profundidades, o que dificulta a sua utilização, e apenas 0.01% se encontra disponível
em lagos e rios superficiais.

Observa-se no Quadro 1 e Figuras 1.3 que, de toda a água existente no planeta


Terra, somente 2,7% é água doce. Pode-se também verificar que de toda a água
doce disponível para uso da humanidade, cerca de 98% está na forma de água
subterrânea (HARTMAN, 1996).

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Quadro 1. Distribuição da água na Terra (HARTMAN, 1996).

Fig.1.3: Distribuição da água na terra

1.1.4 - Ciclo Urbano da Água


A água utilizada para consumo humano deve obedecer a certos critérios de qualidade,
de modo a não causar danos à saúde dos seus consumidores. Para isso, é necessário
estabelecer limites de impurezas de modo a que as técnicas convencionais de
tratamento possam minimizá-las tornando então a água potável.

O conceito de águas doces superficiais refere-se à água de rios, lagos e albufeiras. As


águas dos rios são, em geral, águas com elevada turvação, pequena contaminação
bacteriológica e baixa temperatura. A zona jusante das águas dos rios, devido a se
encontrar, geralmente, junto de regiões com elevada densidade populacional e
industrial, apresenta contaminações significativas de natureza bacteriológica, orgânica
e inorgânica. Estas águas podem sofrer ao longo do tempo uma perda de qualidade, já
que o armazenamento de grandes quantidades de água favorece a decomposição da
matéria orgânica e a dissolução de metais.

A água para consumo humano é normalmente captada de rios, lagos e albufeiras.


Posteriormente a selecção do esquema de tratamento dessa água depende dos
objectivos de qualidade definidos e das características da “água bruta” a usar. O
tratamento vai-se processar em várias etapas que se interligam num espaço físico,
conhecido por Estação de Tratamento de Água (ETA). As etapas, ou métodos
individuais de tratamento, classificam-se em operações físicas e processos químicos.

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Após tratamento da água na ETA, a água fica apta para abastecimento público.

Fig.1.4: Ciclo Urbano da Água

1.1.5 – Conceito de Hidráulica


Etimologicamente, a palavra Hidráulica significa ‘‘condução de água’’. Na actualidade
dá-se à palavra Hidráulica um significado mais abrangente: é o estudo do
comportamento da água e de outros líquidos, quer em repouso, quer em movimento.

A Hidráulica Teórica divide-se em:

Hidrostática – Estuda os
líquidos em repouso
Geral ou
Teórica Hidrodinâmica – Analisa
o comportamento dos
líquidos em movimento
HIDRÁULICA

TEÓRICA
Hidráulica urbana – Abarca os
Aplicada ou Sistemas de Abastecimento de
Hidrotécnica água, Esgotos Sanitários, Galerias
de Águas Pluviais e Drenagem
Urbana

Fig.1.5: Divisão da Hidráulica

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Algumas aplicações na Área de Hidráulica:

Acção de fluidos sobre superfícies submersas. Ex.: barragens, pontes, etc.

Equilíbrio de corpos flutuantes. Ex.: embarcações.

Acção das intempéries (chuva, vento) sobre construções. Ex: patologias.

Cálculo de instalações hidráulicas. Ex.: instalação de bombagem.

Cálculo de máquinas hidráulicas. Ex.: bombas e turbinas.

Instalações de vapor. Ex.: caldeiras.

Barragens Pontes Embarcações

Patologias nas edificações Instalação de bombagem

Bombas e turbinas Caldeiras

Fig.1.6: Algumas áreas de Hidráulica

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CAPÍTULO 2. SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA FRIA

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2.1 Sistemas de Alimentação


2.1.1 Generalidades
A alimentação de água aos edifícios é normalmente obtida através de ramal de
ligação que estabelece a ligação entre a conduta de distribuição pública de água
potável e o sistema predial; nas situações de inexistência de rede pública de
distribuição poder-se-á recorrer a captação de água de poços, a qual deverá sofrer os
tratamentos adequados de modo a garantir a sua potabilidade, salvaguardando as
condições indispensáveis à garantia da saúde pública.

Os valores das pressões máximas e mínima na rede pública de distribuição, no


ponto de inserção da rede predial, deverão ser fornecidos pela entidade gestora da
distribuição pública de água potável.

A estimativa da pressão mínima da água necessária à entrada do edifício a


servir, tendo em vista a satisfação dos consumos domésticos, poderá ser obtida pela
expressão:

H = 100 + 40n (1)

H – pressão mínima (kPa)

n – nº de pisos acima do solo, incluindo o piso térreo

2.1.2 Alimentação directa

A alimentação do sistema predial de distribuição é feita directamente, através


da sua ligação à rede pública de distribuição de água, intercalando ou não entre
ambas um elemento sobrepressor.

Quando não se verifica a necessidade de recorrer à utilização de elemento


sobrepressor no início da rede predial (fig. 2.1), isto é, quando da parte do sistema
público de distribuição de água são disponibilizadas as condições de pressão e
caudal que permitem o correcto funcionamento dos dispositivos de utilização
instalados no edifício a servir, estamos em presença do tipo de alimentação que
deverá ser considerado como o ideal, uma vez que se apresenta como o mais
favorável, quer sob o ponto de vista económico, quer como garante da manutenção
da qualidade da água distribuída.

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Fig. 2.1 Alimentação directa

Quando pelo contrário as condições de pressão disponibilizadas na rede


pública de distribuição não são de modo a garantir o correcto desempenho funcional
dos dispositivos de utilização instalados, poder-se-á recorrer à instalação de
elemento sobrepressor no início do sistema predial, o qual possibilitará a obtenção das
condições desejáveis de pressão na rede (fig. 2.2). A adopção deste tipo de
alimentação deverá ser ponderada, uma vez que só deverá ser equacionada nos
casos onde exista a garantia de que a rede pública de distribuição é abundantemente
servida em termos de caudal e o seu estado de conservação seja satisfatório.

Fig. 2.2 Alimentação directa com elemento sobrepressor

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2.1.3 Alimentação indirecta


A alimentação do sistema predial de distribuição é feita indirectamente através
da adopção de reservatórios onde a água proveniente da rede pública de distribuição
é acumulada, sendo posteriormente e a partir destes feita a sua distribuição pelo
Edifício.

O recurso a este tipo de alimentação só deverá ser equacionado em situações


em que seja inviável proceder à alimentação do sistema predial por um dos
processos descritos em 2.1.2, uma vez que a acumulação de água em reservatórios
requer cuidados especiais de concepção e manutenção dos mesmos, de forma a
garantir a potabilidade da água armazenada.

Quando as condições de pressão e caudal disponibilizadas pela rede pública de


distribuição são insuficientes para alimentar todos os dispositivos de utilização
instalados, de molde a garantir da parte destes um desempenho funcional satisfatório,
poder-se-á recorrer à acumulação de água num reservatório de acumulação, colo-
cado na parte mais elevada do edifício, fazendo-se a distribuição predial a partir
deste, nos casos em que a pressão disponibilizada pela rede pública possibilite o
seu abastecimento (fig. 2.3).

Se, nas condições anteriormente descritas, a pressão disponibilizada pela rede


pública de distribuição não permite o abastecimento de um reservatório de acumu-
lação colocado na parte mais elevada do edifício, poder-se-á optar pela instalação
de um reservatório de acumulação na base do edifício, a partir do qual, por sistema
de bombagem, a água será conduzida para outro reservatório de acumulação
colocado na parte mais elevada do edifício, fazendo-se toda a distribuição predial
a partir deste (fig. 2.4).

Sempre que, nas condições atrás referidas, não se pretenda a instalação de


um reservatório de acumulação na parte mais elevada do edifício, pode-se recorrer
apenas à implantação de um reservatório de acumulação na base do edifício, a partir
do qual, através de um sistema elevatório e sobrepressor, se procederá à alimen-
tação do sistema predial de distribuição (fig.2.5).

Fig. 2.3 Alimentação indirecta com reservatório no topo do edifício

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Fig. 2.4 Alimentação indirecta com reservatórios na base e no topo do edifício

Fig. 2.5 Alimentação indirecta com elemento elevatório

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2.1.4 Soluções mistas de alimentação

Nos casos de edifícios de grande altura deverá ser equacionada a possibilidade


de a distribuição predial ser feita por recorrência à utilização de diferentes andares
de pressão, no sentido de obtenção quer da melhor solução técnica, quer da solução
mais económica.
A figura 2.6 ilustra uma solução em que parte do sistema predial é alimentada
directamente pela rede pública de distribuição, cuja pressão disponível possibilita
o abastecimento até determinado piso, fazendo-se a alimentação dos restantes pisos
com auxílio dum sistema sobrepressor.

Fig. 2.6 Sistema misto de alimentação

2.2 Consumo de água nos edifícios


2.2.1 Generalidades

O consumo de água potável num edifício será função do tipo de edifício


(residencial, hoteleiro, escolar, etc.), bem como das características de consumo das
próprias populações (grandes aglomerados populacionais, pequenos aglomerados
Populacionais, etc.).

A previsão dos consumos mínimos a considerar será feita em função dos


aglomerados populacionais, para os casos .de consumos domésticos, e em função
tipo de edifício, para outras situações.

No quadro I são apresentados valores de consumos mínimos a considerar, em


função dos requisitos atrás expressos.

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QUADRO 2: Consumo de água nos edifícios


Tipos de consumo Volume ( l) População
(nª de habitantes)
Domésticos 80/habitante. dia 1000

100/habitante. dia 1000 a 10 000

125/habitante .dia 10 000 a 20 000


150/habitante. dia 20 000 a 50 000
175/habitante. dia > 50 000

. Hospitais . 300 a 400/cama. dia


Hotéis 70/quarto s/banheira
230/quarto e/banheira

Escritórios 15/pessoa. dia

Restaurantes 20 a 45/pessoa. dia


..
.' ,'"
"

Escolas 10/aluno. dia


.
,

, "

2.3 Constituição das redes de distribuição

O abastecimento predial de água de um qualquer edifício pressupõe a


existência a montante de um sistema fornecedor, que poderá ser público ou privado.
Na presente obra será abordado o abastecimento proveniente da rede pública.

O ciclo de distribuição de água passa por três etapas distintas. Inicialmente


existe um escoamento nas condutas de abastecimento público que, através de ramais
de ligação, vai proporcionar, por fim, o abastecimento predial.

Em relação à circulação de água entre a rede pública e os dispositivos de alimentação,


o RGSPPDADAR faz referência, no Anexo III, à terminologia adoptada. Citando o
mesmo regulamento, a ligação entre o sistema público e os dispositivos de utilização
é, como se pode observar na Figura 2.7, constituída por:
Ramal de Ligação – Canalização entre a rede pública e o limite da propriedade a
servir;
Ramal de Introdução Colectivo – Canalização entre o limite da propriedade e os
ramais de introdução individuais dos utentes;
Ramal de Introdução Individual – Canalização entre o ramal de introdução colectivo
e os contadores individuais dos utentes ou entre o limite da propriedade e o contador,
no caso de edifício unifamiliar;
Ramal de Distribuição – Canalização entre os contadores individuais e os ramais de
alimentação;

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Ramal de alimentação – Canalização para alimentar os dispositivos de utilização;


Coluna – Troço de canalização de prumada de um ramal de introdução ou de um
ramal de distribuição.

Fig. 2.7 Rede de distribuição de água

2.4 Simbologia, instalação e traçado das redes de distribuição


2.4.1 Simbologia de representação dos sistemas de distribuição

A representação esquemática, em projecto dos sistemas de distribuição predial


de água, conduz normalmente à obrigação do uso de uma representação simbólica
dos elementos representados, devendo o projectista em todas as peças desenhadas
referenciar a simbologia utilizada.

Neste contexto, e como forma de possibilitar uma mais fácil leitura e enten-
dimento pelo universo dos projectistas no domínio dos edifícios, é de todo o
interesse usar a mesma simbologia para a representação dos sistemas prediais de
distribuição de água.

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Fig. 2.8- Simbologia das canalizações e acessórios

2.4.2 Instalação e traçado das redes de distribuição

Após a coordenação e definição, com as restantes especialidades intervenientes


no projecto, dos espaços e percursos destinados à implantação do sistema predial de
distribuição de água, procede-se ao seu traçado definitivo, tomando em consi-
deração os seguintes aspectos:
 O traçado das canalizações deverá. ser constituído por troços rectos, com
trajectórias horizontais e verticais, ligados entre si através de acessórios
apropriados; os troços com trajectórias horizontais deverão possuir inclinação
ascendente no sentido do escoamento do fluido. de cerca de 0,5%, de forma
a facilitar a saída do ar das tubagens (fig. 2.9)

Fig. 2.9 - Declive das tubagens

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Fig. 2.10 - Instalação de tubagem sem acessórios

 As canalizações podem ser instaladas à vista, embutidas, em caleiras, galerias


ou tectos falsos (fig. 2.11);

Fig. 2.11 - Instalação de tubagens

2.5 Materiais constituintes e instalação

A utilização dos materiais na execução de canalizações para os sistemas tem


vindo a sofrer algumas alterações ao longo dos anos. A aplicação de materiais
metálicos tem vindo a ser reduzida, devido ao surgimento dos polímeros
caracterizados principalmente pela ausência de corrosão. A sua leveza, flexibilidade e
preço mais baixo são também características que lhes conferem vantagens
relativamente aos metais.

Como exemplo destas alterações constata-se que materiais como o ferro


fundido, mais utilizado nos sistemas públicos de abastecimento, têm vindo a cair em
desuso, verificando-se o aparecimento de novos materiais plásticos, como, por
exemplo, o polietileno.

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Seguidamente enumerar-se-ão os principais tipos de tubagem utilizados na


distribuição predial de água, quer metálicos quer termoplásticos.

1. Polietileno (PE)

O polietileno, à semelhança dos restantes plásticos, tem vindo a ser utilizado


nas redes de abastecimento de água fria, desde as décadas finais do séc. XX. Na
fabricação deste polímero é possível, dependendo da forma de como o etileno é
polimerizado, obter-se soluções com diferentes massas volúmicas. Assim sendo,
podem definir-se 3 tipos distintos deste composto, o polietileno de baixa, de média e
de alta densidade, correspondendo respectivamente às siglas PEBD, PEMD, PEAD.

Figura 2.12 - Varas de tubagem de PEAD

2. Polietileno reticulado (PEX)

Inicialmente utilizados em sistemas de aquecimento, nomeadamente em


países nórdicos, os tubos de polietileno reticulado começaram, em inícios dos anos
90, a ser bastante aplicados também em redes de abastecimento de água.

Como se pode ver na Figura 2.13, estes tubos apresentam, normalmente, uma
cor branca meio translúcida, podendo, no entanto, conter alguma outra coloração. A
sua identificação, impressa em cada tubo, consiste, normalmente, no nome do
fabricante, material constituinte, método de reticulação, dimensões nominais,
condições de utilização e data de fabrico.

Figura 2.13 - Tubagem e bainha para a tubagem em PEX

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3. Policloreto de vinilo (PVC)

A invenção do PVC está datada de meados do séc. XIX e desde ai foi sofrendo
alterações, que proporcionaram o alargamento da sua gama de utilizações.

Os tubos de PVC apresentam, normalmente, uma cor cinzenta, ou creme (Figura


2.14). Contudo, podem, por vezes, ter uma tonalidade diferente para que, por
exemplo, consigam garantir uma maior resistência às radiações solares. Devem ser
identificados, à semelhança do que acontece com as outras tubagens plásticas, em
intervalos máximos de 1 metro, com o fabricante e tipo de produto, a data de produção
e também as suas características físicas, como o diâmetro e a espessura. Deverão
igualmente apresentar as pressões e temperaturas a que podem estar sujeitos.

Figura 2.14 - Tubo de PVC alargado na extremidade e Joelho em PVC

4. Policloreto de vinilo clorado (PVC-C ou C-PVC)

À semelhança com o que acontece com outros plásticos, os tubos de PVC-C,


devido às facilidades de aplicação (grande leveza) e ao facto de não oxidarem, são
cada vez mais utilizados na construção.

As tubagens de policloreto de vinilo clorado são normalmente opacas e de cor


branca (Figura 2.15), podendo por vezes ser comercializadas noutros tons. Estes
tubos deverão ser marcados de 1 em 1 metro e devem conter, no mínimo a
identificação do fabricante e respectiva designação comercial, a identificação do
material, o diâmetro e espessura, a temperatura máxima de utilização, a pressão
máxima de serviço a essa temperatura, a pressão máxima de serviço à temperatura
de 20 ºC, a data de fabrico e a prova de homologação (sigla LNEC DH e respectivo
número atribuído)

Figura 2.15 - Tubagens e acessório em Tê de PVC-C

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5. Polipropileno (PP)

Presentemente são utilizados dois tipos distintos de polipropileno nas tubagens


de abastecimento de águas, o polipropileno homopolímero e o polipropileno
copolímero (PP-B – polipropileno em bloco ou PP-R – polipropileno random). Ambos
os polímeros são obtidos pela polimerização do propileno, no entanto na execução do
polipropileno copolímero é adicionado etileno, que lhe altera as características.

A utilização do polipropileno tem vindo a aumentar devido às suas características


(leveza, resistência à oxidação, entre outras), tanto em redes de água quente e fria
como também de aquecimento.

Figura 2.16 - Tubagem e Curva de 90º em PP

6. Cobre

Presentemente, a utilização de cobre para distribuição de água para consumo


humano tem vindo a decrescer, devido principalmente ao seu peso e à possibilidade
(apesar de ser inferior comparativamente com outros metais) de se originarem
fenómenos de corrosão. Ainda assim, para certos tipos de água (dependendo do pH),
a utilização do cobre deverá ser considerada, uma vez que estas tubagens
apresentam soluções economicamente apetecíveis. Outra vantagem que o cobre
apresenta prende-se com o facto de este material suportar altas temperaturas (a sua
temperatura de fusão é da ordem dos 1080 ºC), o que permite que estas tubagens
sejam utilizadas tanto para transporte de água quente, como também para redes de
combate a incêndio.

Figura 2.16 - Tubagens de cobre

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7. Aço

O aço, ou ferro preto, é uma liga constituída maioritariamente por ferro e também
por carbono. As primeiras indicações da sua utilização remontam a 900 a.C., sendo os
Egípcios o primeiro povo a utilizar esta liga metálica para a fabricação de espadas e
facas. Desde então que a sua utilização foi crescendo, devido principalmente às suas
boas características de maleabilidade e resistência.

Os tubos de aço apresentam normalmente uma tonalidade negra, como se pode


verificar na Figura 2.17. À semelhança do que acontece com as outras tubagens,
estas canalizações devem estar concordantes com as respectivas normas e devem
ser devidamente identificadas.

Figura 2.17 - Tubagens de aço

8. Aço inox

A alta resistência à corrosão e a sua grande durabilidade, faz com que o aço
inoxidável, juntamente com o cobre, seja um metal bastante utilizado em tubagens de
transporte de água para consumo humano. A utilização de tubagens de aço inox em
redes de abastecimento de água quente e de combate a incêndio deverá ser feita
mediante determinadas considerações.

As tubagens de aço inox apresentam uma cor prateada (Figura 2.18) e devem
estar devidamente identificadas com o diâmetro nominal, líquido transportado,
percentagem de crómio presente nas tubagens, entre outras características já
referidas noutros materiais. Pode ainda recorrer-se ao revestimento do exterior das
tubagens.

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Figura 2.18 - Tubagens e abraçadeira em aço inox

9. Aço galvanizado

A utilização das tubagens de aço galvanizado tem a grande vantagem,


comparativamente com o aço, de se conseguir uma resistência considerável à
oxidação, conferida pela camada de zinco. Por ser um aço tem igualmente grandes
capacidades resistentes, o que permite que estas tubagens, para além de serem ainda
bastante utilizadas na distribuição de água fria, sejam capazes de suportar
temperaturas elevadas podendo, por isso, ser utilizadas quer com águas quentes, quer
em redes de incêndio.

As tubagens de aço galvanizado apresentam, normalmente, uma tonalidade


prateada, como se pode observar na Figura 2.19. A homologação destas tubagens,
bem como a sua identificação são obrigatórias, como acontece com as tubagens de
outros materiais.

Figura 2.19 - Tubagens de aço galvanizado

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10. Multicamada

Na demanda pelo material que apresentasse as melhores características do


mercado, surge naturalmente a tubagem multicamada. No espaço europeu, já há
alguns anos que se observa uma tendência para a utilização de tubos multicamada, de
geração mais recente, que combinam as vantagens das tubagens metálicas e das
tubagens termoplásticas. Este tipo de tubagem pode ser utilizado na realização de
instalações para distribuição de água quente e fria para uso sanitário e instalações de
aquecimento.

Relativamente à tonalidade da tubagem, esta pode tomar diversas cores,


consoante o material exterior utilizado. Importa também referir que estas tubagens
devem estar devidamente homologadas e identificadas, tanto com as suas
características como também com o material que transportam. Na Figura 2.20, que
contem alguns tubos multicamada, assim como alguns acessórios, pode observar-se
essa identificação.

Figura 2.20 - Acessórios e tubagens em multicamada

Figura 2.21 - Tubagem em multicamada

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ANEXOS DE QUADROS DE MATERIAIS

MATERIAIS UTILIZADOS NAS TUBGENS DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE


ÁGUA E DE COMBATE A INCÊNDIO

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2.6 Objectivo de Instalação da rede predial de água

Os principais objectivos de um projecto desse tipo de instalação são:

 Instalação e, evitando-se assim, consequentes vazamentos e ruídos nas


canalizações e aparelhos;

 Preservação da qualidade da água através de técnicas de distribuição e


reservação coerentes e adequadas propiciando aos usuários boas condições
de higiene, saúde e conforto.

 Fornecimento contínuo de água aos usuários e em quantidade suficiente,


amenizando ao máximo os problemas decorrentes da interrupção do
funcionamento do sistema público de abastecimento;

2.7 Dimensionamento da rede predial de água

Limitação de certos valores de pressões e velocidades, definidos na referida Norma


Técnica, assegurando-se dessa forma o bom funcionamento da água. Para o
dimensionamento da rede predial de água será necessário seguir os passos
importantes:

1. Definidos os traçados, estimam-se os caudais de alimentação instantâneos, de


acordo com o mínimo de utilizações sendo os valores mais usuais os que
constam da tabela 2.1.

Tabela 2.1 Caudais mínimos nos dispositivos de água fria e de água quente

Recorde-se: 10mca ≈ 100 kPa

2. Os caudais determinam-se pelo somatório dos caudais das utilizações (q)


afectados de coeficiente de simultaneidade (Ks) adequados.

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O coeficiente de simultaneidade (Ks) obtém-se a partir do número de utilizações


(n) aplicando a expressão:

(2)

As normas internacionais recomendam a não utilização de valores abaixo de 0,20.

3. O caudal de cálculo será igual ao produto do somatório dos caudais das


utilizações pelo coeficiente de simultaneidade;

(3)

4. Arbitra-se a velocidade entre 0,5 a 2,0 m/s;

5. Unindo com uma régua os valores do caudal calculado e a velocidade


arbitrada nas escalas respectivas, a recta traçada vai determinar, nas outras
escalas, o diâmetro do tubo e a perda de carga unitária;

6. Obter os outros parâmetros hidráulicos, ou seja, velocidade V, em m/s, e a


perda de carga J, em m/m (figs 5, 6), conhecidos os diâmetro e o caudal; caso
a velocidade seja superior a 2.0 m/s, devemos escolher um diâmetro maior;

7. Para saber o comprimento real L da tubagem, basta medirmos na planta,


indicando o comprimento em m; o comprimento equivalente é resultante das
perdas localizadas nas conexões, nos registros, nas válvulas etc., e representa
um acréscimo ao comprimento real de 20%; o comprimento total Lt é a soma
do comprimento real com o equivalente;

8. A pressão disponível no ponto considerado representa a diferença de nível


entre o meio do reservatório e esse ponto. É medida em metros de coluna de
água (mca);

9. Segundo o Decreto Regulamentar nº23/95, Artigo 87º, a pressão regulamentar


situa-se entre 5 a 60 m.c.a (50 a 600kPa), preferencialmente, por questão de
durabilidade dos materiais e para evitar turbulências nas canalizações, as
pressões de serviço ou de conforto devem situar-se entre 15 a 30 m.c.a (150
kPa e 300kPa);

10. A perda de carga unitária, em mca, é obtida do modo indicado no item 6;

11. A perda de carga total, em mca, é obtida, multiplicando-se o comprimento total


(item 8) pela perda de carga unitária (item 10), ou seja:

J=Hp/Lt ou Hp= J x Lt (4)

12. De posse da pressão disponível (item 8), subtraindo a perda de carga total
(item 11), temos a pressão dinâmica a jusante, em mca. Essa pressão deve ser
verificada para cada peça, para ver se está dentro dos limites específicos (item
9).

Este método de dimensionamento também é valido para canalizações de água quente.

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A seguir os abacos de dimensionamento:

Fig. 2.22 Abacos para tubos de cobre e PVC

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Fig.2.23 Abacos para tubos de aço galvanizado e ferro fundido

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Exercícios de aplicação

1. Determinar gráfica e analiticamente o caudal de água numa canalização com


diâmetro de 30mm e uma perda de carga de 0,1 m/m.

2. Tomando como velocidade limite1,2m/s e o coeficiente de simultaneidade mínimo


de 20%, determinar, pelo método de pontos alinhados, os diâmetros da coluna
montante (em tubo de plástico) e a pressão à saída do
contador C.

O edifício consta de 5 fogos iguais com as seguintes

utilizações, cada um:

1 lava-loiça;

1 maquina de lavar roupa;

1 retrete com autoclismo;

1 bidé; 1 Lavatório; 1 banheira.

3. Uma conduta circular, com a secção de 0.066 m² transporta determinado caudal à


velocidade de 1.5 m/s. Aplicando a equação da continuidade, qual deverá ser o
diâmetro da tubagem, em milímetros, para uma velocidade média de 2 m/s?

4. Determine a secção de uma conduta circular que transporta um caudal de água de


138 l/s à velocidade de 0.90m/s.

5. Determine graficamente e analiticamente a velocidade e o caudal numa canalização


de plástico com diâmetro de 0.15m e uma perda de carga j=0.0067 m/m.

6. Um reservatório cilíndrico tem de altura 6.0 metros. Sendo a sua capacidade de 800
quilolitros, qual deverá ser o diâmetro da base?

7. Determine graficamente e analiticamente o caudal de água numa canalização com


diâmetro de 0.30mm e uma perda de carga j=0.1 m/m.

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2.8 Reservatórios de água


2.8.1 Capacidade dos Reservatórios
O volume útil dos reservatórios destinados a fins alimentares e sanitários não deve
exceder o valor correspondente ao volume médio diário do mês de maior consumo,
tendo em conta a ocupação previsível do edifício a abastecer.

No caso em que a instalação comporte dois reservatórios, um posicionando na base


do edifício (inferior) e outro no topo (superior), o reservatório superior deverá possuir
uma capacidade equivalente a cerca de 2/5 o consumo diário estimado e o inferior a
cerca de 3/5 do mesmo consumo.

Reservatório superior (RS) = 2/5 CD (Em Litros) (5)

Reservatório inferior (RI) = 3/5 CD (Em Litros) (6)

Vt= RS+RI (7)

Devemos prever também a reserva de incêndio, estimada em 15 a 20% do consumo


diário.

Reserva de Incêndio = (15% - 20%) CD (8)

2.8.1.1 Dimensionamento de Reservatório residencial


Exemplos de aplicação:

1. Dimensionar o reservatório de uma residência com. 3 dormitórios, 2 banheiros,


cozinha, área de serviço, dormitório de empregada e banheiro de empregada.

A taxa de ocupação é de 2 pessoas por dormitório em residências;

A estimativa de consumo, varia entre 200 a 400 litros per capita, adoptar 250 litros per
capita/dia;

A capacidade do reservatório pode variar de 1 a 3 dias. Adoptar 1,5

Solução:

A B C D E V
Estimativa de Extra
Número de Taxa de Capacidade
Consumo (dependencia de Total (V=AxBxC+E)Xd (l)
Dormitórios ocupação em dias
(l/dia) empregada)
3 2 250 1,5 200 2550

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Vtotal = (3x2x250+200)x1,5 = 2550 Litros

2.8.1.2 Dimensionamento de Reservatório de um Edifício Residencial


2. Dimensionar o reservatório de um edifício residencial de 10 andares com 4
apartamentos por andar. Cada apartamento tem 2 dormitórios, 2 banheiros, e área
de serviço.

A taxa de ocupação é de 2 pessoas por dormitório em residências ou apartamentos;

A estimativa de consumo, varia entre 120 a 400 litros per capita, adoptar 250 litros per
capita/dia;

A capacidade do reservatório pode variar de 1 a 3 dias. Adoptar 1,5 dia.

Resolução:

Vtotal = (2x10x4x2x250)x1,5 = 60.000 Litros para 1,5 dia

Estimativa de
Número de No. de No. De aptos Taxa de Capacidade
Consumo Total (l)
Dormitórios andares por andar ocupação em dias
(l/dia)
2 10 4 250 2 1,5 60000

Reserva de Incêndio= 15%CD= 0,15x60.000= 9.000 Litros

Total= Vol. Reservatório + Reserva de Incêndio= 69.000 Litros

Reservatório superior: 2/5 do total (40%)= 27.600 Litros

Reservatório inferior: 3/5 do total (60%)= 41.400 Litros

Exercícios propostos

1. Dimensionar o reservatório de uma residência com. 4 dormitórios, 2 banheiros,


cozinha, 2 áreas de serviço, dormitório de empregada e banheiro de empregada.

A taxa de ocupação é de 2 pessoas por dormitório em residências;

A estimativa de consumo, varia entre 200 a 400 litros per capita, adoptar 300 litros per
capita/dia;

A capacidade do reservatório pode variar de 1 a 3 dias. Adoptar 3

2. Edifício de apartamento de 10 pavimentos, com 4 apartamentos por pavimento,


tendo cada apartamento 3 quartos sociais e um de empregada.

Qual a capacidade dos reservatórios superior e inferior?

A estimativa de consumo, 200 litros por pessoa. A capacidade de armazenamento é


de 2 dias. Considerar uma reserva de incêndio de 20% do consumo diário.

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