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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO


Curso de Gestão Ambiental

O papel e Função dos Ecossistemas da Terra e Aquáticos em Moçambique e no Mundo

Bruno Francisco Forquia: 71220921

Quelimane, julho 2022


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO

Curso de Gestão Ambiental

O papel e Função dos Ecossistemas da Terra e Aquáticos em Moçambique e no Mundo.

Bruno Francisco Forquia: 71220921

Trabalho de Campo a ser submetido na


Coordenação do Curso de Licenciatura em Gestão
Ambiental, no ISCED

Pelo tutor:

Quelimane, julho 2022


Índice
1. Introdução ............................................................................................................................ 1

1.1. Objectivos......................................................................................................................... 2

1.1.1. Objectivo Geral: ........................................................................................................... 2

1.1.2. Objectivos específicos: ................................................................................................. 2

Revisão de Literatura .................................................................................................................. 3

2. O papel e Função dos Ecossistemas da Terra e Aquáticos em Moçambique e no Mundo .. 3

2.1. Conceitos .......................................................................................................................... 3

2.2. Tipos de Ecossistemas ...................................................................................................... 3

2.2.1. Ecossistemas aquáticos ................................................................................................. 3

2.2.2. Ecossistemas dulcícolas ................................................................................................ 3

2.2.3. Ecossistemas marinhos ............................................................................................. 4

2.2.4. Ecossistemas terrestres ................................................................................................. 4

2.3. Conservação dos Ecossistemas Costeiros ........................................................................ 4

2.4. Diversidade das Ervas Marinhas nos Ecossistemas Costeiros de Moçambique .............. 6

2.5. Importância dos ecossistemas aquáticos .......................................................................... 6

Conclusão .................................................................................................................................... 8

Bibliográfias ................................................................................................................................ 9
1. Introdução

Moçambique é um país rico em diversidade biológica, com 14 regiões ecológicas (Olson et al.
2001) compostas por uma vasta diversidade de ecossistemas terrestres, marinhos, costeiros e
aquáticos. Estes ecossistemas contêm habitats que sustentam uma enorme diversidade de espécies,
incluindo mais de 5500 espécies de plantas, 220 de mamíferos, 690 de aves, 167 répteis e 79
anfíbios, algumas das quais são endémicas (MICOA 2009, p.32).

A diversidade de espécies marinhas inclui cinco espécies de tartarugas, 18 espécies de mamíferos,


2626 espécies de peixe, 1363 espécies de moluscos e 194 espécies de corais (MICOA 2009, p.32).
Os resultados do Millennium Ecosystem Assessment indicam que a biodiversidade é a base para
uma enorme variedade de serviços do ecossistema para o homem, incluindo: serviços de
abastecimento, que são os produtos que as pessoas obtêm dos ecossistemas, incluindo alimentos,
fibra, água, combustível e recursos genéticos; serviços reguladores, que são os benefícios que as
pessoas obtêm da regulação dos processos dos ecossistemas, incluindo a regulação do clima,
purificação da água e do ar, controle de doenças e pragas; serviços culturais (espiritual, estético e
educacional), que são os benefícios não materiais que as pessoas obtêm dos ecossistemas e serviços
de apoio, que são os processos naturais que mantêm os outros serviços.

Contudo, o crescimento da população humana, o desenvolvimento de infraestruturas sociais e


económicas públicas e privadas, a agricultura e a mineração têm causado fragmentação e perda de
habitats. A consequência é a perda de biodiversidade e redução do acesso aos bens e serviços que
os ecossistemas fornecem ao homem.

Uma abordagem relativamente recente mas em rápida expansão ao nível global para permitir
alguma remoção do habitat para o desenvolvimento enquanto conserva-se a biodiversidade é o uso
de contrabalanços de biodiversidade ou do habitat (Burgin 2008, Maron et al. 2010).
Contrabalanços da biodiversidade são resultados mensuráveis de conservação resultantes de
acções elaboradas para compensar os impactos residuais adversos significativos na biodiversidade
resultantes do desenvolvimento de projetos (BBOP 2012).

O presente trabalho, debruça sobre o papel e Função dos Ecossistemas da Terra e Aquáticos em
Moçambique e no Mundo.

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1.1.Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral:
 Compreender o papel e Função dos Ecossistemas da Terra e Aquáticos em Moçambique e
no Mundo;
1.1.2. Objectivos específicos:
 Descrever os tipos de Ecossistemas da Terra e Aquáticos em Moçambique;
 Explicar a relação existente entre Ecossistemas da Terra e Aquáticos em Moçambique e no
Mundo;
 Diferenciar a ecossistemas da Terra e Aquáticos.
1.2.Metodologias

No dizer de Gil (1991, p.43), a pesquisa bibliográfica é um trabalho de natureza exploratória, que
propicia bases teóricas ao pesquisador para auxiliar no exercício reflexivo e crítico sobre o tema
em estudo. Em primeiro momento é bastante útil para aguçar a curiosidade do pesquisador e
despertar inquietações sobre o tema a ser estudado o papel e Função dos Ecossistemas da Terra e
Aquáticos em Moçambique e no Mundo.

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Revisão de Literatura

2. O papel e Função dos Ecossistemas da Terra e Aquáticos em Moçambique e no Mundo

2.1.Conceitos

Os ecossistemas terrestres e os aquáticos são caracterizados pela coexistência dos seres vivos
(componentes bióticos) e dos elementos não vivos (componentes abióticos), como água, solo e
atmosfera, nos ambientes, mantendo complexas relações entre si.

Os ambientes terrestres são enunciados pelas temperaturas anuais e pelas médias de pluviosidade
(quantidade de chuvas), características importantes para a sobrevivência dos seres vivos nesses
ecossistemas. A maior parte da diversidade de vida do planeta encontra-se nos ecossistemas
aquáticos. As propriedades físico-químicas das águas.

2.2.Tipos de Ecossistemas

2.2.1. Ecossistemas aquáticos

Os ambientes dos ecossistemas aquáticos variam de acordo com suas propriedades físico-
químicas, como temperatura, concentração de sais minerais dissolvidos (salinidade), quantidade
de gás oxigênio dissolvido (oxigenação), acidez, quantidade de partículas (turbidez) em suspensão
e capacidade da penetração da luz solar na coluna de água (luminosidade). Eles podem ser
dulcícolas ou marinhos.

2.2.2. Ecossistemas dulcícolas

Os ecossistemas dulcícolas são formados pelo conjunto de seres vivos que vivem em águas doces,
como lagos, lagoas, rios, córregos etc. Uma característica importante que diferencia esses
ecossistemas entre si é a movimentação da água.

Zona lêntica: em um lago, por exemplo, as águas se movimentam pouco. As águas da superfície
são aquecidas pelo Sol e, por serem menos densas que as águas frias do fundo, tendem a
permanecer na superfície. Já as águas mais profundas recebem menos radiação solar e, portanto,
são mais frias e mais densas, permanecendo no fundo. É possível perceber essa diferença de
temperatura na coluna de água ao entrarmos devagar em uma piscina ou em um lago, em um dia
quente e ensolarado. Zona úmida: os alagados são áreas onde o solo encontra-se saturado de água,
como por exemplo os pântanos.

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2.2.3. Ecossistemas marinhos

Os ecossistemas marinhos representam a maior parte da superfície do planeta, abrigando grande


diversidade de vida, superior à dos ecossistemas terrestres. De modo geral, os seres vivos que
habitam os oceanos podem ser divididos em três grandes grupos: plâncton, nécton e bentos.

2.2.4. Ecossistemas terrestres

Nos ambientes de ecossistemas terrestres, a disponibilidade de água e as variações na temperatura


são fatores abióticos determinantes para a diversidade de seres vivos.

A tundra e os desertos são regiões com temperaturas extremas e baixa pluviosidade. Os


ecossistemas da tundra apresentam baixas temperaturas ao longo de todo o ano e, portanto, grande
parte da água nessas regiões está em estado sólido. Já os ecossistemas de desertos apresentam
grande variação de temperatura ao longo de um dia e, assim, as águas dessas regiões encontram-
se no estado de vapor em pequena quantidade, existindo em baixíssima quantidade no estado
líquido.

Nos ecossistemas de taiga, as temperaturas são mais amenas, havendo pelo menos um período do
ano mais chuvoso, que geralmente corresponde ao verão. Já os ecossistemas de florestas
temperadas são conhecidos por apresentarem quatro estações bem definidas, com temperaturas
mais amenas que as da taiga, e chuvas mais bem distribuídas ao longo do ano. Essa região
apresenta ainda invernos rigorosos, nos quais as águas congelam.

As florestas tropicais são os biomas com maior pluviosidade entre todos, com temperaturas amenas
ao longo de todo ano. Em razão dessas características, é o ecossistema terrestre que abriga a maior
diversidade de vida. Os ecossistemas de savana e pradaria apresentam temperaturas amenas, porém
com uma estação de estiagem definida, ou seja, com severa falta de chuvas.

2.3.Conservação dos Ecossistemas Costeiros

As alterações climáticas e os previsíveis impactos sobre os recursos naturais do planeta centralizam


muito das atuais preocupações ambientais sendo as zonas costeiras, onde centenas de milhões de
pessoas habitam e desenvolvem as suas atividades, especialmente sensíveis às perturbações

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negativas. A diversidade marinha da África-austral é uma das mais ricas a nível mundial e, apesar
das ameaças de que é alvo, encerra, ainda, uma significativa extensão de zonas costeiras
relativamente bem conservadas e pouco perturbadas pelo homem. O reconhecimento da
necessidade de proteção destas zonas, identificado há cerca de 50 anos, levou ao estabelecimento
de parques e reservas

naturais marinhas, como é o caso do National Marine Park Watamu-Malindi, no Quénia, da


Reserva da Ilha de Inhaca, ao largo de Maputo, em Moçambique ou, mais recentemente em 2002,
do Parque Nacional das Quirimbas, em Moçambique. Relativamente ao Oceano Índico Ocidental,
o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP - United Nations Environment
Programme) classificou os ecossistemas costeiros formados por ervas marinhas, os recifes de
corais e os mangais entre os habitats mais complexos e importantes da África Oriental, onde se
inclui nomeadamente o Quénia, a Tanzânia, Moçambique e a África do Sul (UNEP / Nairobi
Convention Secretariat, 2009).

Atualmente, estas áreas costeiras enfrentam várias ameaças, como uma forte pressão antrópica,
poluição e destruição dos habitats. Quase metade (48%) das espécies que compõem os recifes de
corais encontram-se em categorias de ameaça; embora menos significativos, mas igualmente
preocupantes, são os valores registados para os mangais, com 26% das espécies classificadas como
ameaçadas, e os prados marinhos, com 14% de espécies com elevado risco de extinção e 24%
ameaçadas ou vulneráveis (POLIDORO et al. 2010, SHORT et al. 2011).

Embora ainda não classificadas pela IUCN em alguma das categorias de ameaça, verifica-se que
um terço das espécies de ervas marinhas estão em declínio ou ameaçadas a nível global
necessitando de medidas de conservação dos seus habitats. Há, também, a referir muitas outras
espécies que dependem destes habitats para áreas de nidificação, abrigo ou alimentação,
nomeadamente a tartaruga-verde-marinha (Chelonia mydas) ou o cavalo-marinho (Hippocampus
capensis) que se encontram em vias de extinção.

Classificado pela IUCN como vulnerável, encontra-se o dugongo (Dugong dugon), mamífero
marinho que pode atingir os três metros de comprimento e quinhentos quilos de peso, que ocorria
em extensas áreas das regiões tropicais do Índico e do Pacífico, mas que atualmente se encontra
restrito a áreas mais limitadas, encontrando-se já extinto nalguns locais (MARSH, 2008).

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2.4.Diversidade das Ervas Marinhas nos Ecossistemas Costeiros de Moçambique

Situado na região austro-oriental de África, Moçambique, com uma extensa linha de costa de
cerca de 2 500 km, é referido no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP)
com particular ênfase, dado que a conservação dos ecossistemas costeiros é uma das prioridades
ambientais para o desenvolvimento desta região de África, devido ao seu papel na produção
alimentar (através das atividades piscícolas e de aquacultura) bem como na preservação da
biodiversidade e sustentabilidade dos recursos naturais.

Neste âmbito, refira-se que as zonas costeiras têm sido, tradicionalmente, um importante foco de
desenvolvimento da sociedade moçambicana, tendo a utilização do mar, para o transporte e
comércio, bem como a abundância de alimentos disponíveis nas águas costeiras, encorajado a
fixação de pessoas. Não menos importante é o grande potencial turístico que as regiões costeiras
possuem, destacando-se as praias e zonas propícias ao mergulho.

Em Moçambique, as ervas marinhas têm um importante papel nos ecossistemas costeiros, não só
pela sua produtividade, mas também por servirem de refúgio a muitas espécies animais, como
moluscos (e.g. amêijoas), caranguejos e algumas espécies de peixes. As ervas marinhas,
designação que provém do fato das suas folhas se assemelharem, ainda que superficialmente, às
das ervas terrestres da família Poaceae (gramíneas), são plantas vasculares com flores
(Magnoliophyta ou Angiospermae) que se adaptaram aos ambientes marinhos costeiros.

As cerca de 60 espécies que se conhecem a nível mundial pertencem às famílias Posidoniaceae,


Zosteraceae, Hydrocharitaceae e Cymodoceaceae. Entre as principais características que permitem
a estas espécies viverem em ambiente aquático salino, citem-se: (1) a morfologia específica do
sistema radicular; (2) os tecidos providos de lacunas de ar; (3) a polinização hidrofílica; (4) a
presença de viviparia em algumas espécies; e (5) a absorção de nutrientes através de raízes e folhas
(DEN HARTOG, 1970; ELMQVIST & COX, 1996).

2.5.Importância dos ecossistemas aquáticos

Os ecossistemas aquáticos são essenciais para preservação da biodiversidade marinha e para a


sobrevivência humana. Isso porque — além das milhões de espécies de animais, vegetais e
microrganismos que dependem dos ecossistemas marinhos para sobreviver — é justamente deste
ecossistema que retiramos um recurso indispensável para a vida humana: a água.

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Apesar disso, a biodiversidade marinha é constantemente ameaçada pelas ações do homem, que
destrói os ecossistemas aquáticos por meio da pesca predatória, aquicultura e poluição. Evitar a
poluição de rios, lagos, mares e oceanos é a principal maneira de preservar esse importante
ecossistema e valorizar a vida de diversas espécies de animais e vegetais.

A preservação dos ecossistemas aquáticos também é importante para garantir a economia e


sobrevivência de famílias e vilas que dependem de atividades ribeirinhas para sobreviver.

Os ecossistemas representam a unidade básica do estudo da Ecologia. Além disso, é nele que se
desenvolvem todas as relações ecológicas entre as espécies e a interação destas com os fatores do
ambiente. Porém, as atividades humanas modificam drasticamente os ecossistemas aquáticos. Um
exemplo é a eutrofização, um processo que adiciona matéria orgânica aos ambientes aquáticos em
decorrência do escoamento de esgotos ou resíduos industriais.

Essa condição altera o funcionamento da cadeia alimentar, provocando um desequilíbrio ao


ecossistema e contaminando a água. A poluição da água é outro fator que pode ocasionar a
destruição de ecossistemas aquáticos e desaparecimento de espécies.

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Conclusão

Para finalizar os ecossistemas fornecem uma larga escala de benefícios à sociedade conhecidos
por serviços de ecossistemas No entanto, as mudanças nos ecossistemas num contexto global de
crescente procura de terras para a agricultura, plantação de florestas e áreas urbanas estão a
comprometer as suas capacidades em suportarem o bem-estar humano.

Contudo, ao serem ignorados os benefícios que a Natureza proporciona, a humanidade coloca-se


em perigo, degradando os SE para além do limite da sustentabilidade, um factor com um impacto
importante na provisão dos SE, é a mudança de uso e cobertura do solo. A gestão efectiva dos
locais responsáveis pela manutenção dos SE têm sido considerados essenciais para prevenir o seu
declínio.

Todavia, esforços consideráveis têm sido realizados no sentido de se chamar a atenção para a
preservação do Capital Natural, e também para se obterem informações úteis para tomada de
decisão através da avaliação económica. Para esse fim, vários estudos têm sido realizados a nível
mundial, e/ou a nível nacional. Alguns desses estudos de avaliação incluíram também abordagens
espaciais explícitas.

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Bibliográfias

Bandeira, S.O. & Gell, F. 2003. The seagrasses of Mozambique and Southeastern Africa. Pp. 93–
100 in E.P. Green & F.T. Short (editors), World Atlas of Seagrasses. Prepared by the UNEP World
Conservation Monitoring Centre. Berkeley, University of California Press.

MINAG (2011). Zoneamento Agro-ecológico Nacional. Ministério da Agricultura, Maputo,


Moçambique. (em preparação)

Duarte, M.C., Bandeira, S., Romeiras, M.M. 2012. “Systematics and ecology of a new species of
seagrass (Thalassodendron: Cymodoceaceae) from Southeast African coasts”. Novon 22(1): 16-
24.

MICOA. (2006). Relatório sobre o estado de conservação das tartarugas marinhas em


Moçambique. Centro de Desenvolvimento Sustentável para as Zonas Costeiras.

Parker, V. (s.d). Important Bird Areas in Africa and associated islands – Mozambique. 627 – 638
pp.

República de Moçambique (2002) Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia (Decreto


12/2002, de 06 de Junho), Maputo

World Bank (2015) Biodiversity Offsets in Mozambique - A Roadmap for Implementation:


Summary. Maputo

USAID. (2008). Mozambique Biodiversity and Tropical Forest Assessment. 115 pp.

White, F. (1983). The vegetation of Africa: a descriptive memoir to accompany the


Unesco/AETFAT/UNSO vegetation map of Africa. 356 pp. Paris, UNESCO.

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