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MANUAL DE

MANUTENÇÃO DA
MALHA HIDRÁULICA

2016
1
Conteúdo
INTRODUÇÃO. ..................................................................................................................................... 4
A MANUTENÇÃO................................................................................................................................. 4
MANUTENÇÃO PREVENTIVA. ............................................................................................................. 5
MANUTENÇÃO CORRETIVA. ............................................................................................................... 5
MALHA HIDRÁULICA E EMISSORES..................................................................................................... 5
O porquê da manutenção................................................................................................................... 5
Monitoramento. ................................................................................................................................. 6
Limpeza do sistema (Lavagem). .......................................................................................................... 6
Limpeza química. ................................................................................................................................ 6
Limpeza mecânica/física. .................................................................................................................... 6
1. MONITORAMENTO. ........................................................................................................................ 7
1.1 Monitoramento das pressões / vazões no campo. ...................................................................... 7
1.2 Monitoramento dos emissores. ................................................................................................... 7
1.3 Monitoramento das limpezas. ...................................................................................................... 8
2. LIMPEZA POR ARRASTE................................................................................................................... 9
2.1 Procedimento para limpeza por arraste. ...................................................................................... 9
3. LIMPEZA QUÍMICA. ......................................................................................................................... 9
Métodos de injeção do oxidante. ....................................................................................................... 9
Injeção continua. .............................................................................................................................. 10
Injeção intermitente. ........................................................................................................................ 10
Injeção corretiva. .............................................................................................................................. 10
Ponto de injeção do produto químico. ............................................................................................. 10
3.1 TRATAMENTO COM CLORO. ....................................................................................................... 11
Cálculos da dosagem – Cloro Liquido ou Sólido. .............................................................................. 12
Procedimento para aplicação de cloro. ............................................................................................ 13
3.2 TRATAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO. ..................................................................... 14
Uso do peroxido de hidrogênio. ....................................................................................................... 14
Propriedade físicas e químicas do peroxido de hidrogênio. ............................................................ 15
Dosagem de peroxido de hidrogênio. .............................................................................................. 15
Medir a concentração do peroxido de hidrogênio no sistema. ....................................................... 16
Determinar a quantidade de peróxido de hidrogênio para injetar no sistema. .............................. 16
3.3 TRATAMENTO COM ÁCIDO......................................................................................................... 16

2
Aplicação........................................................................................................................................... 18
Exemplo de dosificação. ................................................................................................................... 18
Tratamentos Especiais. ..................................................................................................................... 19
4. LIMPEZA MECÂNICA. .................................................................................................................... 19
PROTOCOLO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA (PROJETO NOVO)..................................................... 20
PROTOCOLO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA (PROJETO VELHO). ................................................... 20

3
INTRODUÇÃO.
A implementação de um programa de manutenção simples, mas rigorosa para os sistemas
de irrigação localizada vai conseguir no mínimo o seguinte:
 Manter o sistema operacional com o máximo desempenho.
 Aumentar a expectativa de vida do sistema.

Este guia irá ajudá-lo a determinar o procedimento adequado e a aplicação deste programa
de manutenção. A melhor maneira de determinar se seu programa de manutenção é eficaz,
é através do monitoramento constante e registro dos dados levantados no sistema de
irrigação.
A manutenção é dividida em duas categorias: PREVENTIVA e CORRETIVA:

MANUTENÇÃO

PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO
PREVENTIVO. CORRETIVO.

A Manutenção preventiva EVITA as A Manutenção corretiva ELIMINA a


obstruções dos emissores no sistema obstrução dos emissores no sistema de
de irrigação. irrigação.

A MANUTENÇÃO.
A manutenção preventiva é, no momento, a mais eficaz, mais econômica e mais rentável.
Se a manutenção é realizada a partir do momento da instalação, o sistema irá funcionar de
forma otimizada. A manutenção preventiva evita obstrução física, química e biológica do
sistema. Algumas operações são realizadas na fonte de água, e algumas no cabeçal de
controle do sistema de irrigação.
Se o sistema permanecer cheio de água durante um longo período, a temperatura da água
pode aumentar. Isso gera um filme biológico e de sedimentos (minerais insolúveis), que se
acumulam rapidamente
A seguir temos uma lista dos tratamentos preventivos mais comuns:
 Lavagem de arraste de todo o sistema.
 Tratamentos de oxidação e desinfecção (ex.: cloro, peróxido de hidrogénio, etc...).
 Tratamentos de acidificação.

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MANUTENÇÃO PREVENTIVA.
A manutenção preventiva do sistema pode ser dividida em três categorias:
1. Monitoramento.
2. Limpeza do sistema (lavagem).
3. Injeção química.

MANUTENÇÃO
PREVENTIVA

Limpeza do
Monitoramento sistema Injeção química
(lavagem).

MANUTENÇÃO CORRETIVA.
Na manutenção corretiva do sistema considerar as ações abaixo:
1. Monitoramento.
2. Limpeza Mecânica/Física (PIG).
3. Injeção química.

MANUTENÇÃO
CORRETIVA

Limpeza
Monitoramento Mecanica/Fisica Injeção química
(PIG).

MALHA HIDRÁULICA E EMISSORES.


As tubulações são desenvolvidas para conduzir certa quantidade de água, sob uma
pressão específica, a um ponto extremo. O diâmetro interno da tubulação pode ficar
reduzido por sedimentos de materiais orgânicos e/ou inorgânicos, e se eles não forem
retirados o sistema funcionará abaixo do padrão esperado.

O porquê da manutenção.
 Para evitar a reposição da tubos e emissores.
 Diminuir o desgaste da bomba e reduzir as despesas de eletricidade
 Para que toda malha hidráulica funcione satisfatoriamente.
 Para garantir performance e eficiência no seu sistema ao longo da vida útil.

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Monitoramento.
Uma vez implantado o sistema de irrigação a melhor ferramenta é o Monitoramento. Ao
monitorar é registrado todas as ocorrências do sistema de forma que o conhecimento da
situação é de total domínio, e nos permite implementar ações para corrigir ou alterar
resultados que não estão dentro de parâmetros aceitáveis. Sob pena de comprometimento
da vida útil do sistema de irrigação, a manutenção deve ser realizada impreterivelmente de
forma preventiva e rotineira.

Limpeza do sistema (Lavagem).


Nas tubulações adutora/principais, secundaria/ramal e de emissores deve promover a
limpeza por arraste e também química impreterivelmente com frequência
MENSAL/TRIMESTRAL/SEMESTRAL.
No caso de águas de poços onde comprovadamente os contaminantes de natureza
orgânica se apresentam com valores baixos, admite-se maior intervalos para limpeza por
arraste, sendo SEMESTRAL.
NOTA:
a) As linhas de emissores são lavadas com a mesma frequência que as demais tubulações.
A água deve fluir pelos finais de linha abertos durante algum tempo, até que saia limpa
e sem impurezas. Logo depois começa-se a fechar as laterais, sem interromper o fluxo
da água, para impedir a entrada de impurezas.
b) Quando as linhas de emissores estão enterradas, é necessário, e impreterivelmente que
as limpezas por arraste e química sejam realizadas MENSAL.

Limpeza química.
A limpeza química da tubulação é uma recomendação de manutenção preventiva, com o
uso de oxidantes para a remoção dos sedimentos orgânicos e lodo bacteriano, e de ácidos
na remoção de sedimentos inorgânicos e minerais.

Limpeza mecânica/física.
A limpeza mecânica deve ser programada sempre que o monitoramento das pressões nos
indicar esta necessidade, e deve ser executada por profissionais ou pessoas com
experiência já que se trata de uma opção mais trabalhosa, onde é forçada a passagem de
uma espuma solida por dentro da tubulação.

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1. MONITORAMENTO.
O Monitoramento deve ser encarado como a melhor ferramenta para acompanhamento
dos sistemas de irrigação localizada, e abrangem as áreas de Pressurização, Filtragem,
Malha Hidráulica e Emissores.

1.1 Monitoramento das pressões / vazões no campo.


Este monitoramento deve ser realizado mensal, onde se aguarda a pressurização do
sistema e documenta-se em cada operação as pressões no bombeamento, na filtragem,
nas válvulas e nos blocos. Esse tipo de monitoramento é uma análise dos resultados da
manutenção preventiva, parâmetros inadequados aos sistemas de irrigação devem ser
corrigidos imediatamente para não comprometer a performance do projeto.

1.2 Monitoramento dos emissores.


Monitoramento semestral / anual, onde serão investigados (vazão, sedimentos e intrusão)
18 emissores por bloco, assim distribuídos:
a) 2 emissores sequenciais, posicionado no terço inicial, no meio e terço final da linha de
emissores.
b) Este procedimento deverá ser realizado na 3ª linha do início, na linha do meio e na 3ª
linha do final do bloco.
NOTA: Ao identificar vazão alterada, retirar o emissor e investigar a parte interna
(sedimentos e intrusão). Tudo deve ser documentado em formulário próprio.

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1.3 Monitoramento das limpezas.
Registro simples das informações quanto aos tratamentos de limpezas na malha hidráulica,
para auxiliar a determinar as frequências das limpezas por arraste e química, bem como a
quantificar os produtos aplicado.

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2. LIMPEZA POR ARRASTE.
A Limpeza por arraste deve ser realizada impreterivelmente com frequência MENSAL. No
caso de águas de poços onde os contaminantes de natureza orgânica se apresentam em
menor valores, admite-se uma frequência SEMESTRAL, porem o monitoramento das
pressões e vazões no campo são a base para possíveis readequações destes intervalos.
A limpeza é feita na seguinte sequência: Adutora, Principal, Secundaria, Ramal e linha de
emissores.
NOTA: É muito importante, criar e treinar equipes para a limpeza do sistema, estas
limpezas devem ser realizadas em um dia de trabalho.

2.1 Procedimento para limpeza por arraste.


 Abrir o final da linha adutora, ligar a motobomba e aguardar tempo suficiente para arraste
de todo material sedimentado nesta tubulação.
 Abrir a operação, ligar a motobomba e aguardar pressurizar, abrir válvula do final da
linha principal, e aguardar tempo suficiente para arraste de todo material sedimentado
nesta tubulação. Para principais com várias ramificações limpar uma de cada vez.
 Fechar a válvula de limpeza da principal e aguardar estabilizar a pressão do sistema.
 Abrir o final de ramal de um bloco, aguardar tempo suficiente para arraste de todo
material sedimentado nesta tubulação, e depois fechar.
 Com quatro pessoas, duas de cada lado do bloco (uma abre e a outra fecha), iniciar a
abertura dos finas de linha de emissores limitando a no máximo x linhas abertas de cada
lado, portanto máximo de X + X linhas abertas por bloco (X equivale a quantidade que
não comprometa a velocidade de arraste, na maioria dos casos de 6 a 8).

3. LIMPEZA QUÍMICA.
As composições de produtos químicos são perigosas para os seres humanos e animais.
Deve-se observar rigorosamente as instruções do fabricante, evitar o contato da substância
com a pele, com os olhos e ter o cuidado de não ingerir o produto.
Ao manusear o produto deve-se usar equipamentos de proteção (EPI).
Preparar a solução do produto químico em tanque destinado exclusivamente para este fim
ou devidamente limpos para evitar a mistura entre produtos incompatível.

Métodos de injeção do oxidante.


Existe 3 métodos de injeção, são a injeção continua, a intermitente e a corretiva.

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Injeção continua.
É a mais recomendada, considerando que as fontes de água disponíveis em sua maioria
são de superfície (Rios, Represas, etc). No caso da presença de matéria orgânica gerado
por efluentes de esgoto urbano, a aplicação continua é obrigatória.
No caso de a fonte ser de poços com alto teor de Ferro Total, deve se tratar a Água.
Na injeção continua o equipamento injeta o produto químico de forma continuada para
manter o sistema livre de “poluentes” e agentes aglomerantes que poderiam interferir no
funcionamento dos emissores.
É necessário monitorar o teor residual e promover a limpeza por arraste na malha
hidráulica.

Injeção intermitente.
É recomendada, para fontes de Água de boa qualidade.
Significa que teremos o equipamento injetando produto químico um determinado período e
outro não, por exemplo: semana sim, semana não. Para manter o sistema livre de
“poluentes” e agentes aglomerantes que poderiam interferir no funcionamento dos
emissores.
É necessário monitorar o teor residual e promover a limpeza por arraste na malha
hidráulica.

Injeção corretiva.
Os tratamentos corretivos são indicativos de que as manutenções preventivas foram
deficientes ou não realizadas. Após analisar os dados do plano de pressão (leitura de
vazões, pressões, etc), é possível chegar a conclusão da necessidade de um tratamento
“drástico” no sistema. Presença de camadas de Matéria Orgânica e Ferro nas tubulações,
mangueiras e nos emissores, que não permitem o funcionamento “normal” deles.
A aplicação de altas concentrações do produto químico é recomendada para este tipo de
tratamento, respeitando os valores máximo por aplicação de cada produto. É obrigatório a
limpeza por arraste antes e depois de cada tratamento corretivo. Nos casos que exige a
limpeza mecânica, esta deve ser executada antes da injeção corretiva, melhorando a
eficiência dos agentes químicos.

Ponto de injeção do produto químico.


As opções são duas, com suas respectivas vantagens e desvantagens:

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 Ponto de injeção localizado na bomba de recalque e/ou bomba de pressurização
essa alternativa permite o tratamento incluindo os filtros e em toda malha hidráulica,
protegendo melhor o sistema.
 Ponto localizado na unidade de filtragem, esta alternativa permite o tratamento em
toda linha principal, secundaria e emissores.

3.1 TRATAMENTO COM CLORO.


NOTA: É perigoso injetar cloro e ácido no mesmo ponto simultaneamente.
Sempre que necessário reduzir o pH usando injeção de ácido, se deve injetar o cloro e o
ácido em 2 pontos diferentes com uma separação mínima entres estes pontos de 3 metros.
O ponto de injeção de ácido para fins de redução do pH, sempre será antes do ponto de
injeção de cloro.
É recomendável, durante a injeção de cloro, de reduzir o nível do pH na água para valores
entre 3 e 6. Recomenda a utilização do injetor continuo na sucção da bomba para a injeção
do ácido, uma alternativa a este tipo de tratamento é utilizar o peroxido de hidrogênio no
lugar das aplicações de ácido e cloro juntos.

ATENÇÃO: O contato direto do cloro com fertilizantes poderá gerar uma reação térmica
com risco de explosão. Isto é extremamente perigoso!

NOTA: O contato direto do cloro com fertilizantes dentro da água de irrigação não apresenta
riscos, entretanto recomenda-se evitar a aplicação simultânea de fertilizantes e cloro.
Objetivos:
O cloro é um forte oxidante, e excelente para os seguintes fins:
Prevenir sedimentos orgânicos, lodo bacteriano, a base de ferro ou enxofre, em toda malha
hidráulica.
Melhorar a eficácia da filtração, especialmente dos filtros de areia.
NOTA: O cloro não afeta os sedimentos inorgânicos como areia.
Os produtos se encontram no mercado em várias formas, como: cloro líquido (Hipoclorito
de sódio), cloro sólido (hipoclorito de cálcio e similares). Outro oxidante também utilizado é
o peróxido de hidrogênio. Cada produto tem suas características, pelo qual é preciso
considerar a conveniência, a disponibilidade e o preço de cada produto.
Quando o cálcio e a alcalinidade da água estão acima do nível médio e o pH é maior ou
igual a 8.0, não utilizar o Hipoclorito de Cálcio no tratamento.
O cloro líquido não é estável e se decompõe espontaneamente a medida que transcorre o
tempo e varia a temperatura. Não deve armazenar a substância líquida por muito tempo,
se recomenda mantê-la a sombra protegido do sol. Veja no gráfico anexo o efeito da

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decomposição do cloro em função da temperatura x tempo de armazenamento, observar
também a importância de manter o controle do pH da água de irrigação (ver gráfico).

Método de Injeção Concentração a ser injetado * Concentração residual **

Injeção contínua. ≤ 10 ppm. até 0.5 ppm


Injeção intermitente ≤ 15 ppm. 0,5 – 1 ppm.
Injeção Corretiva ≤ 30 ppm. 2 – 3 ppm.
* A concentração de cloro deve ser readequada conforme o valor máximo do residual.
** A medida deve ser tomada no ponto mais afastada do ponto de injeção.

NOTA: Quando a concentração de cloro na água tratada excede a capacidade de medição


do seu equipamento, dissolva a solução de prova unicamente com água destilada e realizar
nova leitura.

NOTA: O cloro residual deve ser controlado no ponto mais distante do sistema e na última
meia hora da aplicação. Não abrir o final da lateral, descartar os cinco últimos emissores
desde a borda da parcela e realizar a coleta de água para leitura residual no emissor.

NOTA: A presença de amônio ou uréia na água de irrigação reduz a eficiência da cloração.


Portanto, recomenda-se evitar a aplicação simultânea de fertilizantes e cloro.

Cálculos da dosagem – Cloro Liquido ou Sólido.


A estabilidade do cloro líquido é muito menor do que a do cloro sólido. Por precaução, deve
manter o cloro líquido armazenado em local arejado e protegido da luz solar, e também não
armazenar por longos períodos.

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O cálculo é simples, depende da concentração do produto (veja exemplo).

Exemplos:
Demanda = Concentração desejada do oxidante na água (5 ppm).
Vazão m³/h = Vazão do sistema tratado por hora (100 m³/h).
Tempo de aplicação = Tempo que deseja realizar o tratamento (2 h).
Concentração do produto = Concentração de princípio ativo no produto usado (10%).
10 = Constante que simplifica a conversão de unidades.
Volume do produto = quantidade do produto a ser utilizado (10 l).

Procedimento para aplicação de cloro.


Preparar a solução de cloro em tanque apropriado e destinado exclusivamente para este
fim.
Diluir o cloro em quantidade apropriada de água para garantir que o tempo de injeção seja
no mínimo de duas horas.
Obrigatoriamente manter solução de cloro em reservatório fechado.
Aguardar a pressurização do sistema e iniciar a injeção da solução.
Iniciar a injeção e respeitar o tempo mínimo de duas horas do tratamento.
O cloro residual deve ser monitorado no ponto mais distante do sistema em relação ao
ponto de injeção da solução, e na última meia hora da aplicação. Não abrir o final da linha
de emissor, descartar os cinco últimos emissores desde a borda da parcela e realizar a
coleta de água para leitura residual no emissor.
Desligar o setor assim que acabar de concluir a injeção.
Deixar o setor de repouso por um período de 12 a 24 horas.
Promover a limpeza por arraste para retirar do sistema as incrustações que foram liberadas
pela ação do agente oxidante.

A limpeza por arraste nos tratamentos preventivos devem coincidir com a última injeção
para os casos das intermitentes ou continuas, seguir os procedimentos para limpezas por
arraste, conforme item 2.1.

NOTA: Tratamento descrito para determinada área, pode não ter a mesma eficiência
quando aplicado em outra área.

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3.2 TRATAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO.
Vantagens de peróxido de hidrogênio (H²O²) como um agente oxidante.
O peróxido de hidrogénio é um dos mais poderosos oxidantes conhecidos. O peróxido de
hidrogénio sempre se decompõe em uma reação exotérmica de água e oxigénio gasoso.

A utilização de peróxido de hidrogénio para a desinfecção e oxidação da água de irrigação


tornou-se muito difundido nos últimos anos, substituindo o cloro.

O peróxido de hidrogénio é um forte oxidante. Ele libera átomos de oxigênio que reagem
rapidamente para oxidar a matéria orgânica.
As vantagens do peróxido de hidrogénio são: sua rápida velocidade de reação, sua
inocuidade para o meio ambiente, e não gera subprodutos perigosos. O peróxido de
hidrogênio é amigável com o meio ambiente, não contamina o solo, não prejudicar o
aquífero, e, indiretamente, coloca mais oxigênio disponível para o solo e as plantas.
A velocidade da reação de oxidação implica que o peróxido de hidrogénio é consumido
imediatamente após contato com a água de irrigação; é biodegradável.
O peróxido de hidrogénio é também apropriado para a oxidação do ferro e manganês.
A concentração de peróxido de hidrogénio requerida na entrada do sistema depende da
qualidade da água (potencial de oxidação, a redução e concentração de matéria orgânica
na água).

Uso do peroxido de hidrogênio.


O peróxido de hidrogênio é um agente oxidante poderoso e é eficaz para atingir o seguinte:
 Evitar o acúmulo de lodo bacteriano nas linhas ramais e laterais de emissores.
 Limpar os sistemas de irrigação dos sedimentos orgânicos acumulados e lodo
bacteriano.
 Oxidar microelementos (tais como ferro e enxofre) e elementos vestigiais (tais como
o manganês), e evita a propagação de bactérias.
 Desinfecção de águas residuais, esgoto, água potável e piscinas.
 Prevenir e eliminar os odores da água e interferência com atividade biológica.
 Reduzir os valores de DBO / DQO por oxidação de materiais poluentes orgânicos e
inorgânicos.

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NOTA:
 Não use peróxido de hidrogênio quando tubos e / ou tanques de armazenamento são
feitos de aço, cimento amianto ou coberto com cimento.
 O peróxido de hidrogênio não é eficaz para prevenir ou dissolver sedimentos minerais,
areia, etc.
 O contato direto entre o peróxido de hidrogênio e fertilizantes ou outros produtos
químicos pode criar uma reação térmica que poderia causar a explosão do tanque. Isto
é extremamente perigoso.
 A injeção de peróxido de hidrogênio em água de irrigação contendo fertilizantes não é
perigosa.

Propriedade físicas e químicas do peroxido de hidrogênio.

5. Propriedades Concentração
35% 50% 60% 70%
Estado físico Liquido Liquido Liquido Liquido
Cor Incolor Incolor Incolor Incolor
Odor característico Sim Sim Sim Sim
Molecular H2O2 Peso 34,01 34,01 34,01 34,01
Ponto de Ebulição 108°C 114°C 125°C
Ponto de Congelamento -32°C -51°C -37°C
Pressão de Vapor a 25°C 23 mm Hg. 18 mm Hg. 11 mm Hg.
Densidade específica (H²O = 1) 1.132 1.195 1.240 1.288
pH <5 <4 <2

Nota: Devido a razões de custo e de segurança, a Netafim™ recomenda o uso de uma


concentração de no máximo 50% de peróxido de hidrogénio.

Dosagem de peroxido de hidrogênio.


Concentração residual
Método de Injeção / Objetivo Concentração a ser injetado
*
Injeção contínua. 50 ppm. 0,5 – 1 ppm.
Injeção intermitente. 50 a 100 ppm. 2 – 3 ppm.
Tratamento anual de manutenção 200 a 500 ppm. 8 – 10 ppm.
* A concentração de peróxido de hidrogénio, no ponto de injeção é no máximo de 500ppm
** As medidas devem ser tomadas no ponto mais afastadas do ponto de injeção.

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Medir a concentração do peroxido de hidrogênio no sistema.
1. O kit de peróxido de hidrogênio inclui reagentes utilizados para a medição das
concentrações de peróxido de hidrogênio.
2. Nos casos que não seja possível a utilização do kit para análise do residual, pode se
realizar o monitoramento visual, através do borbulhamento (espuma) nos emissores, que
indica a existência de resíduo do produto ativo, porém sem conhecer a concentração.

Determinar a quantidade de peróxido de hidrogênio para injetar no sistema.


Os exemplos a seguir mostram como calcular a dosagem inicial para várias concentrações
de peróxido de hidrogênio. Após a injeção, pode ser necessário ajustar a quantidade para
injeções futuras com base nas concentrações residuais, onde:
Demanda = Concentração desejada do peróxido de hidrogénio na água (ppm).
Vazão m³/h = Vazão do sistema tratado por hora (m³/h).
Tempo de aplicação = Tempo que deseja realizar o tratamento (máximo 1 hora).
Concentração do produto = Concentração de princípio ativo no produto usado (%).
10 = Constante que simplifica a conversão de unidades.
Volume do produto = quantidade do produto a ser utilizado.

Exemplo:
Calcular o volume de peróxido de hidrogénio requerido a 50%, a ser injetado na água de
irrigação, usando os seguintes dados:
Demanda = 200 ppm.
Vazão = 100 m³/h.
Concentração do produto = 50%.
Volume do produto = Volume (l) de peróxido de hidrogénio a ser injetado na água de
irrigação (40 L).

NOTA: O tempo recomendado de injeção é mínimo o tempo de avanço.

3.3 TRATAMENTO COM ÁCIDO.


O tratamento com ácidos tem como objetivo diluir sedimentos minerais (carbonatos,
hidróxidos, fosfatos etc.), este tratamento não serve para sedimentos orgânicos no sistema
de irrigação.

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Os tubos de polietileno e de PVC são resistentes aos diferentes ácidos, porém os tubos de
alumínio, aço, cimento ou asbesto (amianto) não o são. Quando se tem este tipo de tubos,
recomenda-se injetar os ácidos por seções que não possuam tais tipos de tubos.
Antes do tratamento com ácidos, é necessário lavar todos os componentes do sistema.
Os ácidos de uso industrial como o clorídrico, o nítrico e o fosfórico são adequados. Estes
ácidos são vendidos em diferentes graus de concentração e diferem na sua valência. A
concentração recomendada de ácido na água depende de sua concentração e valência.
Veja tabela abaixo com fundo verde.

Se utilizado um ácido de diferente concentração, deve ser corrigida sua concentração na


água, pela formula abaixo e tabela acima com fundo amarelo.
Por exemplo:
Se utilizado um ácido Sulfúrico a 98%, a correção será: 65/98 x 0.6 = 0.4%.

A duração da injeção do ácido no sistema é igual ao tempo de avanço. Ao finalizar a injeção


do ácido, é necessário continuar irrigando por um período maior que o tempo de avanço,
para garantir que todo o ácido injetado saiu dos emissores sem deixar resíduos nas
tubulações. Da mesma forma, é necessário deixar que flua água limpa pelo sistema injetor
para limpá-lo.
O ácido deve ser injetado com uma bomba fertilizante, resistente a estas substâncias.
É de suma importância calibrar a vazão real da bomba injetora e conhecer a vazão real que
passa pelas diferentes seções de irrigação. Isto permite aplicar a injeção na concentração
correta.

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Aplicação.
Limpeza por arraste antes do tratamento. Lembre-se, o tratamento com ácido sem prévia
lavagem coloca em perigo o sistema!
Certificar-se de que o injetor de fertilizante tenha alta capacidade e seja resistente aos
ácidos.
O tratamento se efetua em 2 etapas:
Injeção do ácido
Distribuição no sistema
Injetar o ácido durante período igual ao tempo de avanço e desligar o injetor. Continuar
irrigando após a injeção de ácido por período maior ou igual ao tempo de avanço. Após a
retirada do oxidante do sistema execute a limpeza por arraste, para descartar as
incrustações que se soltaram.

Exemplo de dosificação.
Vazão da parcela a ser tratada: 50 m3/h (50.000 l/h)
Injetor de fertilizante tipo venturi 2” x 12 que injeta 1200 l/h
Tempo de injeção de 15 minutos (tempo de injeção = tempo de avanço).
Portanto em 15 minutos será injetado 300 litros.
E o volume irrigado em 15 minutos será de 12.500 litros.

Como a concentração recomendada para limpeza do sistema é de 0,6% do volume de água


aplicado, isso equivale a 75 litros de ácido, que deve ser adicionado a 225 litros de água,
totalizando os 300 litros que o venturi injeta nos 15 minutos.

Os ácidos são tóxicos e perigosos para o ser humano. Antes de usá-los leia
atentamente as instruções de segurança do fabricante. Todas as instruções para o
tratamento com ácidos devem ser/estar condicionadas à legislação vigente em cada
país e às instruções do fabricante.

O contato do ácido com a pele pode causar queimaduras, seu contato com os olhos
pode provocar cegueira, a ingestão de ácidos ou a inalação de seus vapores podem
ser fatais. PROTEJA-SE com óculos, luvas, mangas e calças, botas etc. Permaneça
no terreno durante todo o transcurso do tratamento e afaste do local às pessoas não
autorizadas.

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Tratamentos Especiais.
Antes de decidir submeter o equipamento a algum destes tratamentos especiais,
recomenda-se consultar um representante de nossa empresa para evitar danos aos
equipamentos, a cultura ou a utilização incorreta destas substâncias.

4. LIMPEZA MECÂNICA.
A limpeza com Pig (porco em Inglês) de modo geral é realizada com o auxílio de uma
espuma (densidade 28 a 33) para limpeza das tubulações das linhas adutora e principal.
A limpeza mecânica deve ser programada sempre que o monitoramento das pressões nos
indicar esta necessidade, gerado por incrustações de materiais nas paredes dos tubos
(geralmente) mudando o coeficiente de atrito na mesma. Trata-se de uma operação de
risco, bastante complicada de ser operacionalizada, que deve ser executada por
profissional experiente. Consiste em um dispositivo a ser inserido no duto e que viaja
livremente, dirigido pelo próprio fluxo da água. Necessita de um acesso no início e outro no
final do trecho a ser limpo. Durante o percurso remove as incrustações, depósitos
orgânicos, ou qualquer material aderido. Este é aplicável em tubulações sem elementos
que atrapalhem a passagem do mesmo. Em malha muito ramificada pode ser necessário
interferências para viabilizar a condução do PIG. Sempre fazer uma aplicação de cloro para
limpeza e desinfecção após da aplicação do PIG.
Uma vez capacitado, o PIG pode ser executado pelo cliente, salvo outra recomendação da
Netafim.

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PROTOCOLO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA (PROJETO NOVO).
1. Injeção de oxidante (cloro / peroxido de hidrogênio) ............................................ mensal.
2. Limpeza por arraste (lavagem do sistema) * .......................................................... mensal.
3. Monitoramento das pressões e vazões ................................................................ mensal.
4. Monitoramento dos emissores .......................................................................... semestral.
* Realizada no dia seguinte a aplicação do oxidante para o caso de uso do cloro, podendo
ser no mesmo dia nos casos de peróxido de hidrogênio.

Observação:
1. Os dados obtidos no monitoramento das pressões e vazões devem ser avaliados com
os dados do check list. Caso observar uma estabilidade nas informações; manter as
frequências ações de manutenção. Caso observar uma deteriorização nas informações;
intensificar as ações de manutenção.
2. No caso de água com presença de Fe ≥ 1,5 ppm, a injeção continua de oxidante é
obrigatório.
3. Projetos com fertirrigação intensiva, a injeção intermitente do oxidante é indicada (injetar
oxidante durante a lavagem do fertilizante no último ciclo de irrigação do dia em cada setor).

PROTOCOLO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA (PROJETO VELHO).


1. Monitoramento das pressões e PIG se for o caso*.....................................ação corretiva.
2. Injeção de oxidante (cloro / peroxido de hidrogênio) ............................................ mensal.
3. Limpeza por arraste (lavagem do sistema) ** ........................................................ mensal.
4. Monitoramento das pressões e vazões ................................................................ mensal.
5. Monitoramento dos emissores .......................................................................... semestral.
* O “PIG” só deve ser utilizado se o monitoramento indicar a pressão na entrada do cavalete
abaixo da pressão mínima requerida.
** Realizada no dia seguinte a aplicação do oxidante para o caso de uso do cloro, podendo
ser no mesmo dia nos casos de peróxido de hidrogênio.

Atentar as observações registrada no protocolo de manutenção de projetos novos.

IMPORTANTE
A manutenção preventiva causa pouco ou nenhum impacto na produção, enquanto que a
manutenção corretiva tem impacto diretamente na produção. O monitoramento é a melhor
e maior ferramenta da manutenção, portanto monitore desde o startup do projeto. Além
disto, a Manutenção preventiva tem baixo custo e mantém a boa performance do sistema.

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ANOTAÇÕES.
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