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ESCOLA POLITÉCNICA
CURITIBA
2020
ALICE BLAZQUEZ BARBERIO
BERNARDO WOLF GASPARIN
LUANA MENDES DO NASCIMENTO
WILLIAM VARGAS BELASCO
CURITIBA
2020
RESUMO
1 INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVOS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O Rio Itajaí-Açu, nome de origem tupi-guarani (“o rio das pedras”), é o maior
curso d’água da bacia hidrográfica do Itajaí, maior bacia de Santa Catarina, com 15
mil km2, presente em 28 municípios. O rio, em contexto histórico, atraiu estrangeiros
interessados na exploração de minas de ouro e pedras preciosas, o que promoveu a
ocupação das margens do mesmo e, consequentemente, a criação de cidades ao
longo dele (D ’ÁVILA, 2020). O estado possui baixo índice de coleta e tratamento de
esgotos, sendo o local mais atingido por enchentes no Brasil. Esses fatores
contribuem para o lançamento de efluentes nas águas do rio (BROERING et al.,
2017).
A bacia abrange grandes centros urbanos (como a região do Vale do Itajaí),
demonstrando atividade humana ao longo das margens do estuário. Programas de
monitoramento vêm sendo desenvolvidos e estes demonstram que a qualidade da
água sofre deterioração e as ocupações das margens surgem como causa (DALL;
CONEJO; FILHO, 2010).
Após constante colonização e ocupação de áreas próximas do rio por
civilização, aglomerados urbanos, etc., outro fator muito significante é a expansão
agrícola. Esses são exemplos de ações antrópicas que alteraram de alguma
maneira a cobertura do solo, e por consequência, recursos hídricos também
(VIEIRA, 2019). Porém, essas ações podem gerar impactos ambientais quando
executadas em grande escala.
O estado de Santa Catarina, apesar do padrão alto de desenvolvimento
econômico (quando comparado a outros estados brasileiros), possui os mais baixos
percentuais de coleta e tratamento dos efluentes, o que trouxe à bacia do Itajaí
situação crítica (VON-AHN; FILHO, 2015). Von-Ahn e Filho (2015) também
argumentam que a porção final da bacia é um dos mais importantes polos industriais
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termotolerantes por 100 mL em pelo menos 80% das amostras analisadas, como
dita a Resolução CONAMA 357/2005 (SIQUEIRA; APRILE; MIGUÉIS, 2012). O
grupo dos termotolerantes se distingue dos coliformes totais devido a sua
capacidade de fermentar a lactose a 44,5 ± 0,2ºC em 24 horas, tendo como principal
representante a Escherichia coli, sendo considerada o indicador mais preciso de
contaminação de origem exclusivamente fecal (SOUZA et al., 2017).
3 METODOLOGIA
Figura 1 - Identificação dos três pontos de coleta de amostras ao longo do Rio Itajaí-Açu –
SC
bimestrais, sendo uma amostra por ponto, durante todo o ano de 2020 em pontos de
coordenadas 2712’S 4938’W (ponto A, com majoritariamente cidades em seu
entorno), 2705’S 4930’W (ponto B, com vegetação ao seu redor) e 2653’S
4900’W (ponto C, que apresenta área industrial nos arredores). Utilizando métodos
descritos por Siqueira, Aprile e Miguéis (2012) e o protocolo analítico da
Normalização Técnica da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental do
Estado de São Paulo – CETESB (1988), as amostras foram coletadas contra a
corrente, armazenadas em frascos de polietileno e conservadas em local
refrigerado.
A medição da turbidez foi realizada nos pontos com auxílio de sondas
multiparâmetros WTW e YSI, já as medidas de DBO e coliformes termotolerantes
foram feitas em laboratório, segundo APHA (2013). Os métodos analíticos oficiais
(APHA, 2017) utilizados foram DBO 5 dias a 20 °C – método 5210, coliformes
termotolerantes – método 9221 e turbidez (unidades nefelométricas de turbidez –
UNT) – método 2130.
Após análises, os dados foram comparados com os parâmetros de referência
estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/5 e 274/2000, que estabelece a
classificação das águas (BRASIL, 2000) e (BRASIL, 2005).
4 RESULTADOS
As discussões acerca dos dados serão realizadas com base nas tabelas
apresentadas a seguir. A Tabela 1 demonstra os parâmetros da Resolução
CONAMA 357/5. Os dados coletados em cada ponto amostral são indicados na
Tabela 2. O Quadro 1 apresenta a melhor equivalência de Classe em cada ponto
Tabela 1 – Classificação dos indicadores de qualidade da água de acordo com a resolução CONAMA
357/5
Mês zero
A 78 8,0 1600
B 50 4,0 920
C 43 7,5 1100
Mês 2
A 55 5,5 1100
B 55 4,1 350
C 46 7,0 1700
Mês 4
A 70 6,0 1100
B 50 4,0 540
C 50 6,6 1100
Mês 6
A 83 7,0 1600
B 90 4,2 920
C 57 8,1 1700
Mês 8
A 65 8,5 1700
B 57 4,1 430
C 57 7,2 1600
Mês 10
A 61 0,4 1100
B 62 4,0 540
C 70 3,5 1600
Fonte: Os autores (2020)
REFERÊNCIAS
APHA. Standard Methods for the examination of water and wastewater. 20 ed,
American Public Health Association, American, Water Works Association, Water
Environmental Federation: Washington, 2013, 1054 p.
APHA. Standard Methods for the examination of water and wastewater. 23 ed,
American Public Health Association, American, Water Works Association, Water
Environmental Federation: Washington, 2017, 1054 p.
DALL, D.; CONEJO, A.; FILHO, P. Rizicultura irrigada na região do baixo estuário do
Rio Itajaí. Revista de Estudos Ambientais, p. 26–37, 2010.