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UNIVERSIDADE ROVUMA
EXTENSÃO DE CABO DELGADO
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Índice
1. Introdução.............................................................................................................................1
2. Conceitos preliminares.........................................................................................................2
2.1. Resistência........................................................................................................................2
2.2. Escravo..............................................................................................................................2
Conclusão.....................................................................................................................................6
Referência Bibliográfica..............................................................................................................7
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1. Introdução
A presente pesquisa, referente a cadeira de História de África II, basea-se num estudo teórico e
visa abordar aspectos ligados as resistências dos escravos nas Américas, com o objectivo de
definir a escravidão e resistência; e descrever as resistências dos escravos nas Américas.
A utilização de escravizados negros, nas minas, fazia-se necessária em lugares onde não havia
nativos à mão, a exemplo de Nova Granada, atualmente Colômbia, ou quando estes já haviam
sido exterminados. Nas minas de prata de Potosi, por exemplo, ocorreu um verdadeiro
morticínio, gerando preocupação, por parte da Coroa espanhola, e a ideia de utilizar – no lugar
dos nativos-, escravizados africanos. Diante do alto custo monetário para comprá-los, por meio
do tráfico negreiro, os castigos e maus-tratos poderiam diminuir por parte dos exploradores das
minas. Acreditava-se que os senhores passariam a valorizar a mão de obra do escravizado,
evitando, assim, o prejuízo financeiro com a morte devido a excessos físicos e a punições. Com
essas palavras, levanta-se a seguinte pergunta: Quais foram as formas de resistências dos
escravos nas Américas?
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2. Conceitos preliminares
2.1. Resistência
Para Carvalho (2002), é prática social em que um ser humano assume direitos de propriedade
sobre outro, designado por escravo, imposta por meio da força.
2.2. Escravo
É todo indivíduo que vive privado da liberdade, em absoluta sujeição a um senhor que pertence
como propriedade, (Duarte,2003).
No transcorrer do século XV, a expansão de Portugal, ao longo da costa africana, favoreceu, com
o aval de bulas papais, o tráfico negreiro. Totalizando 1.552.000 escravizados, trazidos nos
tumbeiros ou navios negreiros, a América espanhola perde em índice numérico para o Brasil que,
atingiu o total de 4,8 milhões de escravizados, (Munanga, 2006).
Para o autor acima citado, o número inferior de escravizados negros, na América espanhola,
justifica-se pelo fato de que o nativo conhecia técnicas de mineração e já havia sido subjugado
pelos espanhóis em suas conquistas neste continente. Além disso, a taxa de mortalidade nas
minas, em virtude da insalubridade, era grande e repor constantemente esta mão de obra com a
compra, por meio do tráfico negreiro, significava investimento financeiro.
A passividade do escravizado, diante da sua condição, constitui-se num mito. Havia várias
formas de resistência à escravidão, como a fuga para os quilombos, o assassinato do seu senhor e
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o aborto dos nascituros. Esta última forma, somada ao fato de chegarem mais escravizados do
sexo masculino que mulheres, justifica o baixo índice de reprodução e nascimentos de negros nas
colônias ibéricas. Já nas colônias inglesas da Virgínia e Carolina do Sul havia verdadeiros
criadores de escravos que se encarregavam da tarefa de reposição de futura mão de obra, (Santos,
1985).
De acordo com Pesavento (1988), onde houve escravidão houve resistência, e, vale mencionar,
de vários tipos. Mesmo sob a ameaça do chicote, o negro escravizado negociava espaços de
autonomia com os senhores ou boicotava a produção, quebrava propositadamente as ferramentas,
incendiava as plantações, agredia senhores e feitores ou rebelava-se, individual e coletivamente.
No pensar do autor, a lista é grande e conhecida. Houve, no entanto, um tipo de resistência que
poderíamos caracterizar como a mais típica da escravidão – e de outras formas de trabalho
forçado. Trata se da fuga e formação de grupos de negros fugidos.
É importante ressaltar que a fuga nem sempre levava à formação desses grupos. Ela podia ser
individual ou até grupal, e os escravos terminavam procurando se diluir no anonimato da massa
escrava e de negros livres. Nesses casos, o destino podia ser as cidades, onde não se estranhava a
circulação de homens e mulheres de vários matizes raciais, que vieram a formar setores
consideráveis, em muitas regiões até maioritários da população livre (Reis e Gomes, 1996, p.9,
citado por Lopes, 1999).
Para Lopes, (1999), aconteceram nas Américas, onde vicejou a escravidão, fugas que levavam à
formação de grupos de escravos fugidos, aos quais frequentemente se associavam outros
personagens sociais. Tinha nomes diferentes:
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No Brasil, esses grupos eram chamados, principalmente, quilombos e mocambos e seus
membros, quilombolas, calhambolas ou mocambeiros.
Segundo José, Curto (2005, p. 67-68), et al, citado por Santos (1985), seria também muito
comum do outro lado do Atlântico, onde alguns aprisionados já tentavam escapar das mãos dos
pombeiros que os carregavam para o litoral onde seriam traficados. (Curto, 2005, p. 67-68)
Embora não tivessem sido as únicas, a revolta e a formação de quilombo foram das mais
importantes formas de resistência coletiva contra a escravidão.
O Haiti, sob a dominação francesa, vivenciou uma revolução sangrenta (1791-1804), que
colocou no poder líderes negros. Após um ano, realizada a independência, instalou-se uma
monarquia e depois se instituiu uma república dirigida por ex-escravos. A Revolução Haitiana é
considerada um marco na história dos africanos nas Américas, (Freitas, 1986).
No caso da América portuguesa, no Brasil, o Quilombo dos Palmares (1630-1695) ficou famoso.
Resistindo aos ataques e emboscadas de expedições militares, este quilombo se destacou devido
à sua organização político-social e pela força do seu líder Zumbi (1655-1695), cujo nome nos
remete ao “Dia da Consciência Negra“, comemorado, em 20 de novembro, em alusão ao dia da
morte desse líder. Oficialmente instituído, em âmbito nacional, mediante a lei nº 12.519 de 10
/11/ 2011, a data foi reconhecida devido à mobilização do Movimento Negro e da liderança do
ativista gaúcho e professor Oliveira Silveira (1941-2009) que teve a iniciativa de propor o
reconhecimento da figura de Zumbi, como símbolo de resistência e luta dos afrodescendentes no
Brasil, José, Curto (2005, p. 78-82, citado por Carvalho, 2002).
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Segundo o autor acima citado, os historiadores, no início da década de 1970, descobriram a data
da morte de Zumbi dos Palmares, motivando o Movimento Negro Unificado contra a
Discriminação Racial, em um congresso, que se realizou, em 1978, ainda no período da Ditadura
Militar (1964-1985), a eleger a figura do líder Zumbi, como um ícone da luta e da resistência dos
negros escravizados, assim como da luta por direitos que os afrodescendentes reivindicam no
Brasil.
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Conclusão
Embora alguns fugitivos lograssem reinventar-se forros, mudando de nome e passando a viver de
ganhos eventuais no campo e nas cidades, e outros, raros, embarcassem em navios mercantes e
regressassem a África, a maior parte dos que jamais foram recapturados encontrava alternativa
distinta. Do Rio de la Plata ao sul dos Estados Unidos, os palenques, quilombos, cumbes,
marrons e mainels constituíam-se e reconstituíam-se nas franjas das plantations, minas e cidades.
Só na Nueva Granada, entre os rios Cauca e Magdalena e ao redor de Cartagena, foi identificada
mais de meia centena de palenques entre os séculos xvi e xviii, dos quais os de San Basílio, La
Ramada, Santa Cruz de Mazinga, Betancur, Uré, Matuderé e San Jacinto são os mais famosos.
Em fim, nas regiões de fronteira aberta era frequente a criação de redes de interação com as
comunidades indígenas, com as quais os fugitivos se mesclavam e até se diluíam, seja porque o
poder militar dos nativos inibia as forças coloniais, seja pelo facto de a sua existência minorar as
dificuldades dos recém-escapados.
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Referência Bibliográfica