Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

CRISA DA ÁGUA NO MUNDO

Ana Luíza de Souza Rezende


UNESP Guaratinguetá, Departamento de Engenharia de Produção
KPC5001CA – Turma 511T
E-mail: ana.rezende@unesp.br

Resumo: A ONU prevê um crescimento populacional mundial de 1 bilhão na próxima


década e 2 bilhões nas próximas duas décadas — crescimento que adicionará
imensas demandas nos recursos hídricos, principalmente nas nações em
desenvolvimento. A extensão dessas demandas quando colocadas contra as
restrições de tempo, água e recursos, e a falta de planos concretos para gerenciar as
secas confirmam que o mundo enfrenta uma grave crise hídrica. No entanto, a maioria
das ações propostas no debate de hoje oferecem soluções questionáveis, muitas
baseadas em suposições equivocadas. Os mercados de água e o aumento da
eficiência da irrigação pouco farão para atender às necessidades desses países. As
realocações terão repercussões sociais de longo alcance. As restrições de tempo
ditam que a situação seja tratada com um maior senso de urgência e que medidas
comprovadas, mesmo que controversas, devem ser prontamente implementadas,
enquanto os estudos devem se concentrar em abordagens que possam oferecer ajuda
significativa nas décadas seguintes.

Palavras-chave: meio ambiente, desenvolvimento, sustentável

1
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

Sumário

1. OBJETIVO ........................................................................................................... 3
2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 3
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 3
4. DESENVOLVIMENTO ......................................................................................... 4
4.1 Água atualmente ............................................................................................... 4
4.2 Mudanças esperadas ........................................................................................ 8
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................... 11
6. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 12

2
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

1. OBJETIVO

A escassez da água será cada vez maior enquanto mantivermos o crescimento


populacional e aumentarmos as áreas urbanas, sobrecarregando cada vez mais os
recursos hídricos. As demandas das mudanças climáticas e bioenergia também
devem agravar a relação já complexa entre desenvolvimento e demanda de água. Ao
levantar dados, estudar e compartilhar informações e ações, será possível revisar o
progresso e aplicar o que funciona baseado em evidências e fatos concretos, para ser
possível aprender rapidamente com os insucessos e adaptar para mudar a realidade.

2. JUSTIFICATIVA

Mais de um bilhão de pessoas não tem acesso a água potável para consumo;
metade da população mundial não possui saneamento básico adequado e é estimado
que estamos a uma geração de entrarmos em uma crise hídrica global. A chave para
utilizar os recursos hídricos de maneira sustentável é por uma abordagem integrada
da sociedade. Um planejamento estratégico cuidadoso pode ser fundamental para
realizar as mudanças necessárias, enquanto que as implicações de não se lidar com
a crise da água são enormes. Esse trabalho pretende estudar os principais fatos do
cenário atual da crise da água no âmbito global, para assim, contribuir para as ações
necessárias para a mudança no panorama.

3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica, que consiste na investigação do


material teórico sobre o assunto de interesse. Ela precede o reconhecimento do
problema ou do questionamento que funcionará como delimitador do tema de estudo.
A pesquisa bibliográfica é o passo inicial na construção efetiva do processo de

3
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

investigação, quer dizer, após a escolha de um assunto é necessário fazer uma


revisão bibliográfica do tema apontado. A pesquisa bibliográfica compreende a
identificação, localização, compilação e fichamento das informações e ideias mais
importantes de um texto.
O tipo de pesquisa utilizado é a pesquisa descritiva se busca essencialmente a
enumeração e a ordenação de dados, sem o objetivo de comprovar ou refutar
hipóteses exploratórias, abrindo espaço para uma nova pesquisa explicativa,
fundamentada na experimentação. Já o processo de pesquisa é o qualitativo, no qual
os dados recebem tratamento interpretativo, com interferência maior da subjetividade
do pesquisador. A abordagem é mais reflexiva.

4. DESENVOLVIMENTO

4.1 Água atualmente

A importância da água doce para o nossa sociedade e modo de vida é amplamente


reconhecida e pode ser visto claramente em um contexto internacional, na elaboração
de diversos relatórios, fóruns e conjuntos de metas por diversas organizações e
lideranças políticas. A água doce é indispensável para todas as formas de vida e é
necessária, em grandes quantidades, em quase todas as atividades humanas. Os
sistemas climáticos, de água doce, biofísica e socioeconômica estão interligados de
formas complexas, por isso uma mudança em qualquer um deles induz uma mudança
em outro. A mudança climática adiciona uma grande pressão às nações que já estão
enfrentando a questão do uso sustentável da água doce.
Segundo a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), menos da metade
da população mundial tem acesso à água potável. A irrigação corresponde a 73% do
consumo de água, 21% vai para a indústria e apenas 6% destina-se ao consumo
doméstico. Um bilhão e 200 milhões de pessoas (35% da população mundial) não têm
acesso a água tratada. Um bilhão e 800 milhões de pessoas (43% da população
mundial) não contam com serviços adequados de saneamento básico. Diante desses
dados, temos a triste constatação de que dez milhões de pessoas morrem anualmente
em decorrência de doenças intestinais transmitidas pela água. Os principais desafios

4
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

relacionados à água doce são: ter muita água, ter pouca água e ter muita poluição.
Cada um desses problemas pode ser exacerbado pelas mudanças climáticas. As
questões relacionadas à água doce desempenham um papel fundamental entre as
principais vulnerabilidades regionais e setoriais. Segundo muitos especialistas, a
água, seu acesso e qualidade serão algumas das principais questões para as
sociedades e o meio ambiente sob as mudanças climáticas que estamos enfrentando
e, por isso, é necessário aumentar a nossa compreensão dos problemas envolvidos.

O aumento na temperatura média observado ao longo das últimas décadas tem


ocorrido associado a alterações em larga escala no ciclo hidrológico, tais como:
aumento do teor de vapor de água na atmosfera; mudanças nos padrões das chuvas,
na intensidade e em extremos; menor cobertura de neve e derretimento das calotas
polares e mudanças na umidade e escoamento do solo. Em especial, as mudanças
de precipitação apresentaram uma variação considerável.
Temperaturas mais altas da água e mudanças nos fenômenos associadas as
chuvas, incluindo inundações e secas, são projetadas para afetar a qualidade da água
e intensificar muitas formas de poluição da água – como sedimentos, alterações nos
nutrientes, dissolução de gás carbônico, patógenos, pesticidas e sal, bem como a
poluição térmica, com possíveis impactos negativos sobre os ecossistemas, a saúde
humana e a confiabilidade e custos operacionais dos sistemas de tratamento de água.
Além disso, projeta-se que o aumento do nível do mar se estenda a áreas de
salinização de águas subterrâneas e estuários, resultando em uma diminuição ainda
maior da disponibilidade de água doce para consumo humano e ecossistemas em
áreas costeiras.
Mundialmente, é esperado que os impactos negativos das futuras mudanças
climáticas nos sistemas de água doce superem os possíveis benefícios. As áreas em
que é projetado a diminuição ainda maior de escoamento enfrentam uma clara
redução no valor dos serviços prestados pelos recursos hídricos. Já o aumento do
escoamento anual em algumas áreas deve levar ao aumento do abastecimento total
de água.
As atuais práticas de gerenciamento da água podem não ser consistentes e
assertivas o suficiente para lidar com os impactos das mudanças climáticas na

5
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

confiabilidade do abastecimento de água, risco de inundação, saúde, agricultura,


energia e ecossistemas aquáticos. Em muitos locais, a gestão dos assuntos
relacionados ao fornecimento de água não consegue lidar satisfatoriamente com a
variabilidade climática atual, de modo que grandes danos causados por enchentes e
secas ocorram. Como primeiro passo, a melhoria da incorporação de informações
sobre a variabilidade climática atual na gestão relacionada à água ajudaria a
adaptação aos impactos das mudanças climáticas a longo prazo. Fatores climáticos e
não climáticos, como o crescimento da população e o potencial de danos, tendem a
agravar esses problemas no futuro.
Algumas intervenções podem reduzir a magnitude dos impactos do aquecimento
global sobre os recursos hídricos, reduzindo, por sua vez, as necessidades de
adaptação. No entanto, eles podem ter efeitos colaterais negativos consideráveis,
como o aumento da demanda de água para atividades de arborização/reflorestamento
ou culturas de bioengenho, se os projetos não forem gerenciados e executados de
forma sustentável. Por outro lado, as medidas das políticas de gestão da água podem
influenciar as emissões de gases de efeito estufa. As hidroelétricas são um exemplo
de fonte de energia renovável que produzem a emissão de gases de efeito estufa. A
magnitude dessas emissões depende das circunstâncias e os modos de operação
específicos.
É evidente o tamanho do impacto da gestão dos recursos hídricos em muitas
outras áreas políticas, como, por exemplo, energia, saúde, segurança alimentar e
preservação ambiental. Assim, a avaliação das alternativas de adaptação e atenuação
de problemas de abastecimento precisa ser realizada em vários setores dependentes
da água. Países e regiões de baixa renda provavelmente permanecerão vulneráveis
a médio prazo, com menos opções do que países de alta renda para se adaptarem às
mudanças climáticas. Portanto, estratégias de adaptação devem ser desenhadas no
contexto do desenvolvimento, do meio ambiente e das políticas de saúde.
O uso da água, em particular a que é destinada para a irrigação, geralmente
aumenta com a temperatura e diminui com a precipitação; no entanto, não há
evidências do registro das tendências a longo prazo que relacionam o clima ao de uso
da água. Isso se deve, em parte, ao fato de que o uso da água é impulsionado
principalmente por fatores não climáticos, e também se deve à má qualidade dos

6
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

dados de uso da água em geral. A disponibilidade de água de fontes de água


superficiais ou poços de águas subterrâneas rasas depende da sazonalidade e
variabilidade interanual do fluxo de fluxo, e um fornecimento de água seguro é
determinado por baixos fluxos sazonais. Nas bacias dominadas pela neve,
temperaturas mais altas levam à redução do fluxo de fluxo e, portanto, diminuição do
fornecimento de água no verão (Barnett et al., 2005). Em áreas que a água é mais
escassa, a população e ecossistemas são particularmente mais vulneráveis à
diminuição da precipitação que ocorre devido às mudanças climáticas.
Na maioria dos países, com exceção de algumas nações industrializadas, o uso
da água aumentou nas últimas décadas, devido ao crescimento populacional e
econômico, mudanças no estilo de vida e a expansão dos sistemas de abastecimento
de água, sendo que o uso de água na irrigação é de longe a causa mais importante
desse aumento. A irrigação é responsável por cerca de 70% do total de retiradas de
água em todo o mundo e por mais de 90% do uso de água que é consumida (ou seja,
o volume de água que não está disponível para reutilização). A irrigação gera cerca
de 40% da produção agrícola total (Fischer et al., 2006). A área de terra irrigada
globalmente aumentou a uma taxa de cerca de 2% ao ano desde 1960, de 140 milhões
de hectares em 1961/63 para 270 milhões de hectares em 1997/99, representando
cerca de 18% do total de terras cultivadas atuais (Bruinsma, 2003).
Embora as taxas de alterações na concentração populacional diferem amplamente
na média global, a taxa de aumento populacional global já está diminuindo. O uso
global de água provavelmente está aumentando devido ao crescimento econômico
nos países em desenvolvimento, mas não há dados confiáveis em relação à taxa de
aumento. A qualidade da água superficial e das águas subterrâneas tem geralmente
diminuído nas últimas décadas devido, principalmente, ao crescimento das atividades
agrícolas e industriais (ONU, 2006). Para combater esse problema, muitos países (por
exemplo, na União Europeia e no Canadá) estabeleceram ou impuseram normas de
água de efluentes e reabilitaram instalações de tratamento de águas residuais. A água
desempenha um papel crucial na produção de alimentos. Por um lado, mais de 80%
das terras agrícolas globais são alimentadas pela chuva; nessas regiões, a
produtividade das culturas depende apenas de precipitação suficiente para atender à
demanda evaporativa e distribuição associada da umidade do solo (FAO, 2003). Onde

7
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

essas variáveis são limitadas pelo clima, como nas regiões áridas e semiáridas nos
trópicos e subtrópicos, bem como em regiões do tipo Mediterrâneo na Europa,
Austrália e América do Sul, a produção agrícola é muito vulnerável às mudanças
climáticas (FAO, 2003).
Por outro lado, a produção global de alimentos depende da água não apenas sob
a forma de precipitação, mas também, e criticamente, na forma de recursos hídricos
disponíveis para irrigação. De fato, a terra irrigada, representando apenas 18% das
terras agrícolas globais, produz 1 bilhão de toneladas de grãos anualmente, ou cerca
de metade da oferta total do mundo; isso ocorre porque as culturas irrigadas
produzem, em média, 2-3 vezes mais do que suas contrapartes alimentadas pela
chuva (FAO, 2003).

4.2 Mudanças esperadas

É esperado que haja um aumento no tratamento de águas residuais em países


desenvolvidos e em desenvolvimento no futuro, mas a poluição de metais pesados e
substâncias orgânicas provavelmente aumentarão nos países em desenvolvimento.
Tanto nos países desenvolvidos quanto nos desenvolvimentos, as emissões de micro-
poluentes orgânicos (por exemplo, substâncias endócrinas) para águas superficiais e
águas subterrâneas podem aumentar, uma vez que a produção e o consumo de
produtos químicos, com exceção de algumas substâncias altamente tóxicas,
provavelmente aumentarão. Vários desses poluentes não são removidos pela
tecnologia atual de tratamento de águas residuais.
Alterações na qualidade da água podem ser causadas pelos impactos do aumento
do nível do mar nas operações de drenagem de águas pluviais e pelo descarte de
esgoto em áreas costeiras. As emissões difusas de nutrientes e pesticidas
provenientes da agricultura provavelmente continuarão a ser importantes nos países
desenvolvidos e são muito propensas a aumentar nos países em desenvolvimento,
afetando criticamente a qualidade da água. De acordo com os quatro cenários da
Avaliação do Ecossistêmica do Milênio (Carpenter, 2005), o uso global de fertilizantes
nitrogenados chegará a 110-140 Mt até 2050, em comparação com 90 Mt em 2000.

8
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

Entre os mais importantes impulsionadores do uso da água estão o


desenvolvimento populacional e econômico, mas também a mudança da visão da
sociedade sobre o valor da água. Este último refere-se à priorização do abastecimento
de água nacional e industrial sobre o abastecimento de água de irrigação e ao uso
eficiente da água, incluindo a aplicação estendida de tecnologias de economia de
água e preços da água. Em todos os quatro cenários da Avaliação Ecossistêmica do
Milênio, o uso per capita da água doméstica em 2050 é amplamente semelhante em
todas as regiões do mundo, em torno de 100 m3/ano, ou seja, a média europeia em
2000 (Avaliação Ecossistêmica do Milênio, 2005). Os principais fatores não
relacionados às mudanças climáticas do uso futuro da água de irrigação são: a
extensão da área irrigada, o tipo de cultura, a intensidade de cultivo e a eficiência do
uso da água de irrigação.

De acordo com as projeções da FAO (Organização das Nações Unidas para a


Alimentação e a Agricultura), os países em desenvolvimento, com 75% da área
irrigada global, provavelmente expandirão suas áreas irrigadas em 0,6% ao ano até
2030, enquanto a intensidade de cultivo da terra irrigada deverá aumentar de 1,27
para 1,41 culturas por ano e a eficiência do uso da água de irrigação aumentará
ligeiramente (Bruinsma, 2003). Essas estimativas excluem as mudanças climáticas, o
que não é esperado por Bruinsma para afetar a agricultura antes de 2030. A maior
parte da expansão está prevista para ocorrer em áreas já desaguadas, como o sul da
Ásia, norte da China, o Oriente Próximo e o norte da África.

No entanto, uma expansão muito menor da área irrigada é assumida em todos


os quatro cenários da Avaliação do Ecossistema do Milênio, com taxas de crescimento
global de apenas 0-0,18% ao ano até 2050. Após 2050, a área irrigada deve estabilizar
ou diminuir ligeiramente em todos os cenários, exceto a "orquestração global"
(semelhante ao cenário DO IPCC SRES A1) (Avaliação Ecossistêmica do Milênio,
2005). Em outro estudo, utilizando um cenário populacional revisado com projeções
de longo prazo da FAO, projeta-se que aumentos em terras irrigadas globais de mais
de 40% até 2080 ocorram principalmente no sul da Ásia, África e América Latina,
correspondendo a um aumento médio de 0,4% ao ano (Fischer et al., 2006).

9
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

Os fatores climáticos mais dominantes para a disponibilidade de água são a


precipitação, a temperatura e demanda evaporativa (determinada pela radiação
líquida no solo, umidade atmosférica e velocidade do vento e temperatura). A
temperatura é particularmente importante em bacias dominadas pela neve e em áreas
costeiras, esta última devido ao impacto da temperatura no nível do mar (aumento do
nível do mar devido à expansão térmica da água).
A gestão integrada dos recursos hídricos deve ser um instrumento para explorar
medidas de adaptação às mudanças climáticas, mas até agora está em seus primeiros
passos. Estratégias integradas para a gestão da água incluem, entre outros: captação
da visão da sociedade e conscientização, reformulação de processos de planejamento
da produção agrícola, coordenação da gestão de recursos hídricos e terrestres,
reconhecimento da quantidade e qualidade da água, utilização conjunta de água
superficial e águas subterrâneas, proteção e restauração de sistemas naturais e
inclusão da consideração das mudanças climáticas. Além disso, estratégias
integradas abordam explicitamente impedimentos ao fluxo de informações. Uma
abordagem totalmente integrada nem sempre é necessária, mas, a escala adequada
para a integração dependerá da medida em que facilita a ação efetiva em resposta a
necessidades específicas (Moench et al., 2003). Em particular, uma abordagem
integrada ao gerenciamento da água poderia ajudar a resolver conflitos entre uso
concorrente da água. Em vários lugares do oeste dos EUA, gestores de água e vários
grupos de interesse têm experimentado métodos para promover a tomada de
decisões baseadas em consenso. Esses esforços incluem iniciativas locais de
utilização da bacia hidrográfica e esforços patrocinados pelo estado ou pelo governo
federal para incorporar o envolvimento das partes interessadas em processos de
planejamento (por exemplo, Departamento do Interior dos EUA, 2005). Esses tipos de
iniciativas podem facilitar as negociações entre grupos de interesse concorrentes para
alcançar uma solução de problemas mutuamente satisfatória que considere uma
ampla gama de fatores. No caso de grandes bacias hidrográficas, como a Bacia do
Rio Colorado, esses fatores atravessam várias escalas de tempo e espaço.

10
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existem várias lacunas no conhecimento em termos de observações e


necessidades de pesquisa relacionadas às mudanças climáticas e à água. Dados
observacionais e acesso a dados são pré-requisitos para a gestão para contenção de
danos. É necessário melhorar a compreensão e modelagem das mudanças climáticas
relacionadas ao ciclo hidrológico em escalas relevantes para a tomada de decisões.
As informações sobre os impactos das mudanças climáticas são inadequadas –
especialmente no que diz respeito à qualidade da água, ecossistemas aquáticos e
águas subterrâneas – incluindo suas dimensões socioeconômicas. Finalmente, as
ferramentas atuais para facilitar avaliações integradas de opções de adaptação e
mitigação em vários setores dependentes da água são também inadequadas.
A gestão da água é um componente crítico que precisa se adaptar diante das
pressões climáticas e socioeconômicas nas próximas décadas. As mudanças no uso
da água serão impulsionadas pelos efeitos combinados de: mudanças na
disponibilidade de água, mudanças na demanda de água da terra, bem como de
outros setores concorrentes, incluindo urbano, e mudanças na gestão da água.
Práticas que aumentam a produtividade do uso da água de irrigação – definida como
produção de cultura por unidade de uso de água – podem fornecer um potencial de
adaptação significativo para todos os sistemas de produção terrestre sob futuras
mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, melhorias na eficiência da irrigação são
fundamentais para garantir a disponibilidade de água tanto para a produção de
alimentos quanto para as necessidades humanas e ambientais concorrentes.
A adaptação integrada e estratégica, que inclua mudanças nas políticas, nas
instituições e infraestrutura dedicadas a gestão da água, será necessária para facilitar
e maximizar os benefícios a longo prazo das respostas de adaptação às mudanças
climáticas da utilização dos recursos hídricos.

11
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CAMPUS DE GUARATINGUETÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO MECÂNICA

6. BIBLIOGRAFIA

BARNETT, T & ADAM, J. & LETTENMAIER, D. (2005). Potential Impacts of a


Warming Climate on Water Availability in Snow-Dominated Regions. Nature. 438.
303-9. 10.1038/nature04141.

BRUINSMA J. ed. 2003. World Agriculture: Towards 2015/2030 An FAO


Perspective. Earthscan Publications Ltd., London.

CARPENTER S. R. et al. Relatório-síntese da Avaliação Ecossistêmica do Milênio


Minuta Final. Economia, p. 1-57, [s.d.].

FAO (2003). State of Forest and Tree Genetic Resources in Dry Zone Southern
Africa Development Community Countries. Document prepared by B.I. Nyoka.
Forest Genetic Resources Working Papers, Working Paper FGR/41E, Forest
Resources Development Service, Forest Resources Division. FAO, Rome
(unpublished).

FISCHER, P. ET AL. “The bystander-effect: a meta-analytic review on bystander


intervention in dangerous and non-dangerous emergencies.” Psychological
bulletin. 137 4 (2011): 517-37.

MOENCH, M.; DIXIT, A.; JANAKARAJAN, M.; RATHORE, S.; MUDRAKARTHA, S.


(2003). The fluid mosaic, water governance in the context of variability,
uncertainty and change. Nepal Water Conservation Foundation, Kathmandu, and the
Institute for Social and Environmental Transition, Boulder, Colorado, USA

ONU. Human Development Report 2006. Beyond scarcity: Power, poverty and
the global water crisis. UNDP, 2006

12

Você também pode gostar