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Escola Politecnica de Minas Gerais – Polimig

Curso Tecnico de Quimica

Dureza da Agua

Thais dos Santos


Graziela Nunes
Evelise Lopes
231Q

Belo Horizonte
Junho de 2012

Introdução
1.1 Dureza da água

Dureza é um parâmetro característico da qualidade de águas de abastecimento


industrial e doméstico sendo que do ponto de vista da potabilização são
admitidos valores máximos relativamente altos, típicos de águas duras ou
muito duras. Quase toda a dureza da água é provocada pela presença de sais
de cálcio e de magnésio (bicarbonatos, sulfatos, cloretos e nitratos)
encontrados em solução.
Assim, os principais íons causadores de dureza são cálcio e magnésio tendo
um papel secundário o zinco e o estrôncio. Algumas vezes, alumínio e ferro
férrico são considerados como contribuintes da dureza.
A dureza total da água compõe-se de duas partes: dureza temporária e dureza
permanente.
A dureza é dita temporária, quando desaparece com o calor, e permanente,
quando não desaparece com o calor, ou seja, a dureza permanente é aquela
que não é removível com a fervura da água. A dureza temporária é a resultante
da combinação de íons de cálcio e magnésio que podem se combinar com
bicarbonatos e carbonatos presentes.
Normalmente, reconhece-se que uma água é mais dura ou menos dura, pela
maior ou menor facilidade que se tem de obter, com ela, espuma de sabão. As
águas duras caracterizam-se, pois, por exigirem consideráveis quantidades de
sabão para produzir espuma, e esta característica já foi, no passado, um
parâmetro de definição, ou seja, a dureza de uma água era considerada como
uma medida de sua capacidade de precipitar sabão. Esse caráter das águas
duras foi, por muito tempo, para o cidadão comum o aspecto mais importante
por causa das dificuldades de limpeza de roupas e utensílios. Com o
surgimento e a determinação dos detergentes sintéticos ocorreu também a
diminuição os problemas de limpeza doméstica por causa da dureza.
Também durante a fervura da água os carbonatos precipitam-se. Este
fenômeno prejudica o cozimento dos alimentos, provoca "encardido" em
panelas e é potencialmente perigoso para o funcionamento de caldeiras ou
outros equipamentos que trabalhem ou funcionem com vapor d’água, podendo
provocar explosões desastrosas.
Assim pode-se resumir que uma água dura provoca uma série de
inconvenientes: é desagradável ao paladar; gasta muito sabão para formar
espuma; dá lugar a depósitos perigosos nas caldeiras e aquecedores; deposita
sais em equipamentos; mancha as louças.
A despeito do sabor desagradável que referidos níveis podem suscitar elas não
causam problemas fisiológicos. No Brasil, o valor máximo permissível de
dureza total fixado pelo padrão de portabilidade, ora em vigor, é de 500mg
CaCO3/L.
Teores de dureza inferiores a 50 ppm não implicam em que a água seja
considerada dura.
Teores de 50 a 150 ppm não incomodam para efeitos de ingestão, mas acima
de 100 ppm provocam prejuízos sensíveis em trabalhos que envolvam o uso da
água com sabão e originam precipitações com incrustações anti-estéticas e até
potencialmente perigosas em superfícies sujeitas a aquecimentos. Em geral a
redução da dureza para concentrações inferiores a 100 ppm só é
economicamente viável para fins industriais, onde o produto final ou os
equipamentos dependem de água de melhor grau de pureza.

1.2 Fontes de dureza nas águas

A principal fonte de dureza nas águas é a sua passagem pelo solo (dissolução
da rocha calcárea pelo gás carbônico da água), conforme as reações:

H2CO3 + CaCO3  Ca (HCO3)2


H2CO3 + MgCO3  Mg (HCO3)2

Desta forma, é muito mais freqüente encontrar-se águas subterrâneas com


dureza elevada do que as águas superficiais. O mapa geológico do território
brasileiro permite a observação de regiões que apresentam solos com
características de dureza como no nordeste, centro-oeste e sudeste, mas o
problema é muito mais grave nos Estados Unidos e Europa onde muitas
regiões estão sujeitas a graus bastante elevados de dureza nas águas devido à
composição do solo.

1.3 Importância nos estudos de controle de qualidade das águas


Para o abastecimento público de água, o problema se refere inicialmente ao
consumo excessivo de sabão nas lavagens domésticas. Há também indícios da
possibilidade de um aumento na incidência de cálculo renal em cidades
abastecidas com águas duras, o que traduz um efetivo problema de saúde
pública. A Portaria n 1469/2000 do Ministério da Saúde, limita a dureza em
500 mg/L CaCO3 como padrão de potabilidade. Este padrão não é muito
restritivo, pois uma água com 500 mg/L de dureza é classificada como “muito
dura” mas, por outro lado, uma restrição muito severa pode inviabilizar muitos
abastecimentos públicos que utilizam água dura, por não disporem dos
recursos necessários para a remoção da dureza ou abrandamento da água.
Para o abastecimento industrial, a grande dificuldade da presença de dureza
nas águas está em seu uso em sistemas de água quente como caldeiras,
trocadores de calor.
Com o aumento da temperatura, o equilíbrio se desloca no sentido da formação
de carbonatos que precipitam e incrustam, o que já levou diversas caldeiras à
explosão.
Nas águas naturais, a dureza é uma condição importante, por formar
complexos com outros compostos, modificando seus efeitos sobre os
constituintes daquele ecossistema. Por isso, a dureza é um parâmetro
tradicionalmente utilizado no controle de bioensaios de avaliação de toxicidade
de substâncias ou de efluentes.

mg/L CaCO3 GRAU DE DUREZA


0 - 75 branda ou mole
75 – 150 moderadamente dura
150 – 300 Dura
acima de 300 muito dura

1.4 A utilização do EDTA


A utilização do ácido etilenodiaminotetraacético (EDTA) como agente
complexante iniciou-se logo no fim da Segunda Guerra Mundial. Este composto
Forma complexos estáveis de estequiometria 1:1 com um grande número de
íons metálicos em solução aquosa.
O EDTA pode ser obtido com alta pureza, na forma do ácido propriamente dito
ou na forma do sal dissódico hidratado. As duas formas possuem alto peso
molecular, mas o sal dissódico tem a vantagem de ser mais solúvel em água.
Este ácido é fraco e apresenta valores de pK1 = 2,00, pK2 = 2,66. pK3 = 6,16,
pK4 = 10,26.
Os valores de pKa mostram que os dois primeiros prótons são mais facilmente
ionizáveis, do que os dois restantes.
Muitos íons metálicos formam complexos estáveis e solúveis em água com o
EDTA, por exemplo, os íons cálcio e magnésio. A soma da concentração
destes íons é denominada de índice da dureza da água, e é um dado muito
importante na avaliação da qualidade da água. Outros cátions que se
encontram associados aos íons cálcio e magnésio, por exemplo, ferro,
alumínio, cobre e zinco, geralmente são mascarados ou precipitados antes da
determinação. Assim, águas brandas são encontradas em solos basálticos,
areníferos e graníticos, enquanto que águas que procedem de solos calcáreos
apresentam freqüentemente durezas elevadas.
Devido aos motivos expostos, pode-se deduzir facilmente a necessidade do
controle prévio da dureza da água, a fim de adotar as medidas de correções
necessárias, conforme o uso a que se destina.
Em numerosos processos industriais, tais como fábricas de cervejas,
conservas, papel e celulose, requerem águas brandas. Para o caso de
lavanderias as águas ocasionam um elevado consumo de sabão e resultam em
danos para os tecidos. Também é importante considerar que as águas duras
formam crostas em caldeiras de vapor, ocasionando com isso elevadas perdas
de calor e podendo também provocar explosões. Mediante um controle
periódico, utilizando-se titulações com EDTA, é possível garantir maior
segurança para estas instalações industriais.
Objetivo
Preparar e padronizar uma solução de EDTA a 0,010 mol/L e determinar a
dureza da água através da técnica de Volumetria de complexação, utilizando
como titulante a solução de EDTA preparada.

Procedimentos
A- Determinação da concentração de EDTA
1- Pipetar 20,00 ml da solução padrão de carbonato de cálcio para um balão
Erlenmeyer de 250 ml.
2- Adicionar 30 ml de água desionizada,1 ml de solução tampão e 3 gotas de
indicador Negro de Ericrómio T.
3- Titular com solução de EDTA até à viragem de vermelho-vinoso para azul.

B - Determinação da dureza total


1 - Pipetar 100,00 ml da água a analisar para um balão de Erlenmeyer.
2 - Adicionar 1 ml da solução-tampão e 0,1 mg de indicador Negro de
Eriocrómio T.
3 - Titular com a solução de EDTA. A viragem da cor vermelho-vinoso do
indicador para azul indica o ponto final da reação.
4 - Exprimir o resultado da análise em miligramas de carbonato de cálcio por
litro de água.
5- Repetir o procedimento até obter 3 resultados concordantes.
6- Calcular a dureza total da água expressa em mg/l de CaCO3

C - Determinação da dureza cálcica


1 - Pipetar 100,0 ml da água a analisar para um balão de Erlenmeyer.
2 - Adicionar 5 ml do solução de hidróxido de sódio, 0,25 g de indicador de
murexida e agitar.
3 - Titular com a solução de EDTA. A viragem da cor rosa para violeta indica o
ponto final da reação.
4- Repetir o procedimento até obter 3 resultados concordantes.
5 - Exprimir o resultado da análise em miligramas de carbonato de cálcio por
litro de água.
Suposição dos Cálculos e Conclusão
O resultado da dureza é expresso em mg/L CaCO 3, através da relação:

Dureza (mg/L CaCO3) = MEDTA . VEDTA x 100 000


VAMOSTRA

O número 100.000 representa o peso molecular do CaCO 3 expresso em


miligramas e VEDTA representa o volume gasto de EDTA na titulação de
determinado volume de amostra, descontando-se o volume gasto na prova em
branco (titulação com EDTA da água desionizada utilizada na determinação,
segundo o mesmo procedimento utilizado com a amostra).

Nestas determinações de dureza, deve ter certa experiência, pois as viragens


dos indicadores não são muito nítidas. O método fica bastante prejudicado
quando se tem amostras de águas poluídas, sobretudo as que possuem cor
elevada. O pré-tratamento das amostras com suspensão de hidróxido de
alumínio, procedimento recomendado, geralmente não é capaz de remover
totalmente a cor, permanecendo interferências residual

Referencias Bibliografias
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dureza_da_%C3%A1gua

Análise Volumétrica Volumetria de Complexação. UTFPR Departamento Acadêmico


de Química e Biologia

http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3280/material/QU
%C3%8DMICAAMBIENTAMAF1063.pdf

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/15475/Determinacao
%20da%20dureza%20de%20uma%20agua.pdf?sequence=1

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