Você está na página 1de 31

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

Área de Ciências Exatas e Tecnológicas – ACET

PADRÕES DE CONTROLE E
MO
T
N
A
M
R
IN
E
T
O
Prof. Dra. Adriana Biasi Vanin

Eng.Química
Parâmetros físicos
1. Cor
Conforme Sperling (1996), a cor é devida á presença de substâncias
dissolvidas na água. Classifica-se como cor verdadeira, devido somente às
substâncias dissolvidas, e cor aparente, aquela associada à cor e turbidez,

ou seja, determinada sem separação do material em suspensão.

2. Turbidez

Para Prodemge (1999), a turbidez representa o grau de interferência da


passagem de luz na água, conferindo-lhe uma aparência turva.
3. Sabor e Odor
Conforme Sperling (1996) pode-se definir como sabor à interação entre o
gosto (salgado, doce, azedo e amargo), e o odor. O odor está
basicamente

relacionado com a sensação olfativa.

 4. Temperatura
 Segundo Sperling (1996), a temperatura possui duas origens quando
 realcoinada com o parâmetro de caracterização de águas. A primeira é a
 origem natural, que está relacionada à transferência de calor por
radiação,
 condução e convecção entre atmosfera e solo, enquanto a origem
 antropogênica está relacionada com águas de torres de resfriamento
e

despejos industriais.
Parâmetros químicos
1. pH
2. Conforme Sperling (1996), o parâmetro pH (Potencial Hidrogeniônico),
3. representa a concentração de íons hidrogênio (H+) em escala anti-logarítima,

dando uma indicação da condição da água.

A medição de pH fornece as seguintes condições:

- pH < 7, condições de águas ácidas;

- pH = 7, condições de neutralidade das águas;

- pH > 7, condições de águas alcalinas (básicas).

- Em função do pH a água pode causar nos geradores de vapor, corrosão

- (ácida) e/ou incrustação (alcalina). Por isso, o pH deve ser mantido no mínimo

- de 10,5, o que implica na presença de alcalinidade hidroxila (mantém a


sílica

solúvel).
2. Alcalinidade
Segundo Prodemge (1999), o parâmetro alcalinidade é uma medida dos componentes
básicos da água, geralmente bicarbonatos, carbonatos e hidróxidos no caso de águas
naturais.

Através da alcalinidade, podem-se interpretar os resultados como:


- pH > 9,4, presença de hidróxidos e carbonatos;
- pH entre 8,3 e 9,4, presença de carbonatos e bicarbonatos;
-pH entre 4,4 e 8,3, presença de bicarbonatos;

De acordo com Sarev & Martinelli (1998), o controle da alcalinidade é importante para
se evitar a corrosão do ferro pela água. Uma alcalinidade mais alta provoca formação
de espuma e ataca a camada preta protetora de magnetita (Fe3O4), podendo provocar
corrosão intergranular. pode ser controlada pelo processo de dealcalinização,
desmineralização ou evaporação.
 3. Acidez
Conforme Sperling (1996), o parâmetro acidez é a capacidade da água em
resistir às mudanças de pH causadas pelas bases. Isso é devido,
principalmente, à presença de gás carbônico (CO2) livre.

Os constituintes responsáveis pela acidez são sólidos e gases dissolvidos


(CO2 e H2S).

Este parâmetro fornece as seguintes informações:


- pH > 8,2, ausência de CO2 livre na água;
- pH entre 4,5 e 8,2, acidez carbônica;
- pH < 4,5, acidez por ácidos minerais fortes.
 4. Dureza
 Segundo Drew (1979), a dureza de uma água é proporcional ao conteúdo de sais
de
 ociál (Ca+2) e magnésio (Mg+2). Conforme Sperling (1996), a dureza é classificada
como: dureza carbonatada ou não carbonatada.

Este parâmetro fornece as seguintes informações:


- Dureza < 50 mg/l CaCO3, água mole;
- Dureza entre 50 e 150 mg/l CaCO3, água moderada;
- Dureza entre 150 e 300 mg/l CaCO3, água dura;
- Dureza > 300 mg/l CaCO3, água muito dura.

De acordo com Drew (1979), águas com dureza elevada causam incrustações nas
tubau
çlões de água quente (caldeiras e aquecedores), prejudicando a troca
térmica. Podem ocasionar um superaquecimento nos tubos, que levará a ruptura do
material ou possivelmente a um ataque corrosivo. Os sais podem ser removidos por
abrandamento, desmineralização ou evaporação.
 5. Cloretos
 Conforme Sperling (1996), todas as águas naturais, em maiores
ou
 meno
e
rs escalas, contêm íons resultantes da dissolução de minerais. Os
 íons cloretos (Cl-) são advindos da dissolução de sais, como por
exemplo,
do cloreto de sódio (NaCl).
De acordo com Drew (1979), os cloretos se não removidos da água por
evaporação ou desmineralização, ocasionarão um processo corrosivo no
interior da caldeira.
 6. Resistividade e Condutividade

Segundo Breda (2001) são dois parâmetros relacionados à concentração


de íons presentes na água, ou seja, à concentração de materiais neal
dissolvidos, por exemplo, íons cálcio e magnésio (Ca++ e Mg++).

A condutividade é medida em microsiemens/cm (µS/cm) e é msai


adequada para água com grande quantidade de íons; a resistividade é
medida em megohm.cm (MΩ.cm) e é mais adequada para água com poucos
íons dissolvidos.
 7. Gás Carbônico
Conforme Santos (1976) apresenta-se dissolvido nas águas brutas, numa
concentração variando de 2 a 15 ppm.
Este gás dissolvido em água é altamente corrosivo ao ferro e ligas de
cobre que constituem as tubulações, aquecedores, condensadores,
rotores de bombas, etc., de sistemas geradores de vapor. O CO2 pode
ser removido por degaseificadores e desmineralizadores.

8. Sulfatos
Segundo Santos (1976), os sulfatos estão presentes na forma
de
fsa
utlos de cálcio, sódio e magnésio. Suas concentrações variam
grandemente podendo apresentar valores de 5 a 200 ppm.
Causam os mesmos inconvenientes que a dureza na água. Podem ser
removidos por abrandamento, desmineralização ou evaporação.
9. Sílica
Para Sarev & Martinelli (1998), a sílica é um constituinte de todas as
águas naturais, encontra-se principalmente no estado iônico, podendo-se
encontrar também no estado coloidal.
Segundo Mascia (1989), juntamente com a dureza, a sílica ocaso
ina
depóstios duros e de difícil remoção sobre os tubos da caldeira,
prejudicando a troca térmica, além de ocasionar processos incrustantes
nos superaquecedores e nas turbinas. Para sua remoção aplica-se a
desmineralização ou evaporação.
 10. Ferro
 Conforme Drew (1979), a forma mais comum, em que o ferro solúvel
é
a
d
e
rn
o
c
t nos corpos de água, é como bicarbonato ferroso -
Fe(HCO3)2.
O ferro provoca o aparecimento de depósitos e crostas de óxido de
fero (Fe2O3) sobre as superfícies dos tubos da caldeira, podendo
provocar rupturas e princípio de corrosão.
Pode ser removido por aeração, cloração, abrandamento cal sodada,
desmineralização ou evaporação.
 11. Manganês
 Segundo Santos (1976), está presente em águas brutas como
b
cairbonatos, onde sua concentração é normalmente baixa, podendo variar
de 0 a 5 ppm.
Seus inconvenientes em superfícies de troca de calor são os mesmos que o
ferro. Pode ser removido por precipitação, durante o abrandamento da
água no processo de cal sodada, por desmineralização ou por evaporação da
água.
 12. Oxigênio Dissolvido

Conforme Sperling (1996), o OD é de essencial importância para os


m
sg
o
ran
ios aeróbios (que vivem na presença de oxigênio). Caso o oxigênio
seja totalmente consumido, têm-se as condições anaeróbias (ausência de
oxigênio), com geração de maus odores.

As informações obtidas com esse parâmetro são as seguintes:


-É necessário um teor mínimo do oxigênio de 1 mg/l nos reatores
dos
sistemas aeróbicos;

A solubilidade do OD varia com altitude e temperatura. Ao nível do mar,


na temperatura de 20 ºC, a concentração de saturação é igual a 9,2 mg/l
-com relação aos corpos das águas;
 Oxigênio Dissolvido
 - Valores de OD superiores à saturação são indicativos da presença
de
g
aa
ls;
Valores de OD inferiores a saturação são indicativos da
presença de
-mataéri orgânica em decomposição;
- Com OD em torno de 4 a 5 mg/l morrem os peixes mais resistentes; com
OD igual a 2 mg/l todos os peixes estão mortos; com OD igual a zero mg/l
têm-se condições de anaerobiose.
ÁGUAS
 13. Matéria Orgânica
 Segundo Sperling (1996), os principais componentes orgânicos são
 componentes de proteínas, carboidratos, gordura e os óleos, além da uréia,
surfactantes, fenóis, pesticidas e outros.
A importância na qualidade das águas se dá por três fatores:
- A matéria orgânica é responsável pelo consumo e pelos microorganismos
decompositores do oxigênio dissolvido na água;
A DBO retrata, de uma forma indireta, o teor de matéria orgânica nos
esgotos ou no corpo d’água, sendo, portanto, uma indicação do potencial do
-consumo de oxigênio dissolvido;
-A DBO é um parâmetro de fundamental importância na caracterização
do
grau de poluição de um corpo d’água.
 a) Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
Conforme Valente (1997), é um indicador que determina indiretamente a
concentração de matéria orgânica biodegradável através da demanda de
oxigênio exercida por microorganismos através da respiração.

No período de 5 dias a 20°C (DBO5) são consumidos 70% a 80% da


matéri orgânica (esgoto doméstico); após 5 dias começa a demanda
nitrogenada, em que durante cerca de 20 dias, são consumidos 100% da
matéria orgânica.

O esgoto é considerado biodegradável quando a relação DQO/DBO5 é


menor que 5.
b) Demanda Última de Oxigênio (DBOu)
Segundo Sperling (1996), como a estabilização praticamente se completa
aos 20 dias de teste, pode-se determinar a DBOu aos 20 dais.
Concetiuam
l ente, o teste é similar à DBO5, variando somente o tempo da
determinação final do oxigênio dissolvido.
Vários autores adotam, de maneira geral, a relação DBOu/DBO5 (esgotos
doméstcios) igual a 1,46. Portanto, caso se tenha uma DBO5 de 3000 mg/l,
a DBOu será igual a 1,46 x 300 = 438 mg/l.
c) Demanda Química de Oxigênio (DQO)
d) Para Valente (1997), é um indicador de matéria orgânica baseado
na
e) concenra
tção de oxigênio consumido para oxidar a matéria orgânica,
f) biodegradável ou não, em meio ácidos e condições energéticas por
ação
de um agente químico oxidante forte.
Sua principal vantagem é a rapidez, pouco mais de 2 horas.
A DQO ocorre em condições mais energéticas, temperaturas acima de
150°C e meio muito ácido.

d) Carbono Orgânico Total (COT)


Segundo Tchobanoglous & Schroeder apud Sperling (1996), o carbono
orgânico é medido diretamente, e não indiretamente.
Conforme Eckenfelder apud Sperling (1996), o teste do COT mede todo o
carbono liberado na forma de CO2.
 14. Nitrogênio
 Para Sperling (1996), no meio aquático, o nitrogênio pode ser encontrado
nas seguintes formas:
- Nitrogênio Molecular (N2);
- Nitrogênio Orgânico (dissolvido e em suspensão);
- Amônia (livre – NH3 e ionizada – NH4+);
- Nitritos (NO2-);
- Nitratos (NO3-).
Essas formas são conjuntamente, determinadas em laboratório
pelo
método Kjeldah. Assim temos:
- NTK (Nitrogênio Total Kjeldahl) = amônia + nitrogênio orgânico
- NT (Nitrogênio Total) = NTK + NO2- + NO3-
 15. Fósforo
Conforme Sperling (1996), o fósforo é encontrado na água geralmente
nas formas de ortofosfatos, polifosfatos e fósforo orgânico.
Segundo DEQ (2006), para lançamentos em corpos hídricos (represas) P
é climatizado a PT (fósforo total) em 1,0 mg/l (esgoto).
Os seguintes valores de fósforo total podem se utiz
lados
como
indicativos aproximados de estado de eutrofização de lagos:
- P < 0,01 - 0,02 mg/l (não eutrófico);
- P entre 0,02 - 0,05 mg/l (estágio intermediário);
- P > 0,05 mg/l (eutrófico).
 16. Óleos e Graxas
 Para CETESB (2005), os óleos e graxas são substâncias orgânicas
de
 ge
orm
i mineral, vegetal ou animal. Estas substâncias geralmente são
 hidrocarbonetos, gorduras, ésteres, ácidos graxos, sabões, graxas,
óleos
vegetais e minerais, ceras, etc.
Conforme Jordão (1995), estas substâncias também são denominadas
sólidos flutuantes ou de escuma, ou ainda, simplesmente de gorduras. São
extraídas em laboratório por meio de éter de petróleo, hexano ou
triclorotrifluoretano.
Na legislação brasileira não existe limite estabelecido para esse
parâmetro.
 17. Sólidos
Para Medri (1997), os sólidos são responsáveis pelo aparecimento da cor e
turbidez nas águas.
 18. Micropoluentes Inorgânicos
 De acordo com Sperling (1996), uma grande parte dos micropoluentes
 inorgânicos é tóxica. Ex: metais pesados que se dissolvem na água -
 arsênico (As), cádmio (Cd), cromo (Cr), cobre (Cu), mercúrio (Hg),
níquel
 (Ni), chumbo (Pb) e zinco (Zn), outros micropoluentes inorgânicos
de
 importância em termos de saúde pública, como os cianetos, o flúor e
outros.

 19. Micropoluentes Orgânicos


Segundo Sperling (1996), são materiais orgânicos resistentes à
degradação biológica (pelos microorganismos), os quais, não são
ntiegrados aos ciclos biogeoquímicos. Ex: defensivos agrícolas,
detergentes de estrutura molecular fechada e por grande número de
produtos químicos.
Parâmetros biológicos
De acordo com Breda (2001), a água de superfície contém grande
vareidade de microorganismos (agentes patogênicos), incluindo bactérias,
protozoários, vírus, algas e outros.
O grupo coliforme de bactérias se divide como indicador de contaminação
fecal, da seguinte forma: coliformes totais (CT), coliformes fecais (CF) e
estreptococos fecais (EF).
Segundo Weibull (2001), a contaminação fecal é geralmente medida em
númeo
r mais provável de coliformes por cem mililitros de água amostrada
(NMP/100 ml).
Conforme Jordão (1995), o esgoto bruto contém cerca de 109 a 1010
NMP/100 ml de CT e de 108 a 109 NMP/100 ml de CF.
Utilização dos parâmetros
Requisitos e Padrões de qualidade da água
a) Requisitos de qualidade
b) Padrões de qualidade

Segundo Sperling (1996), em termos práticos, há três tipos de padrões


de interesse direto dentro da Engenharia Ambiental no que tange à
quad
ilade da água:

- Padrões de lançamento no corpo receptor;


- Padrões de qualidade do corpo receptor;
- Padrões de qualidade para determinado uso imediato (exemplo:
padrões de potabilidade).
 Padrões de lançamento no corpo receptor
 A resolução CONAMA nº 430 de 13/05/2011
Complementa a Resoulção
 357/2005 que dividiu às águas do território nacional em
águas doces
(salinidade menor que 0,05%), salobras (entre 0,05% a 0,3%) e
salinas
(salinidade maior que 0,3%). Em função dos usos da água previstos, foram
craidas nove classes.
Tabela 5 – Padrão de potabilidade da água destinada ao consumo humano
Parâmetro Umidade Valor máximo permissível
Características físicas e organolépticas
- Cor UH 15
- Odor - não objetável
- Turbidez UT 5
- Sabor - não
objetável
Componentes que afetam a qualidade organoléptica
- Alumínio mg/l 0,2
- Cloretos mlg/ 250
- Cobre mlg/ 2,0
- Dureza total mlg/ 500
- Ferro total mg/l 0,3
- Manganês CaC 0,1
- Sólidos totais dissolvidos O3 1000
mgl/
mgl/
Componentes inorgânicos que afetam a saúde
- Arsênio mg/l 0,01
- Chumbo mlg/ 0,01
- Cianetos mlg/ 0,07
- Mercúrio mlg/ 0,001
- Prata mg/l 0,05
Componentes orgânicos que afetam a saúde
- Diversos : consultar padrão
Bacteriológicos
- Coliformes fecais org/100 ml Ausentes
Fonte: Portaria n° 2914, de 12 de dezembro de 2011, do MINISTÉRIO DA SAÚDE.
 Padrões de potabilidade

Você também pode gostar