Você está na página 1de 90

PÓS-GRADUAÇÃO EM PROCESSOS MECÂNICOS DE FABRICAÇÃO

IEC PUC MINAS

Disciplina:

CORROSÃO E PROCESSOS DE
REVESTIMENTO
Professora: Natália Lopes
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
DISCIPLINA:

Aula Data Conteúdo Aula Data Conteúdo


Aula 1 31/08 Unidade 1 Aula 7 23/11 Unidade 3
Aula 2 28/09 Unidade 1 Aula 8 30/11 Unidade 3
Aula 3 05/10 Unidade 2 Aula 9 07/12 Unidade 3
Aula 4 26/10 Unidade 2 Aula 10 14/12 Unidade 4
Aula 5 09/11 Unidade 2 Aula 11 19/12 Unidade 4
Aula 6 16/11 Seminário Aula12 21/12 Seminário
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
UNIDADES DE ENSINO:
Unidade 1: Introdução Unidade 3: Métodos de Proteção
1.1 Princípios básicos de corrosão. 3.1 Revestimentos metálicos e não-metálicos.
1.2 Importância econômica e social da corrosão. 3.2 Inibidores de corrosão.
1.3 Aspectos termodinâmicos e cinéticos. 3.3 Proteção catódica.
1.4 Formas de classificação. 3.4 Projeto e seleção de materiais.

Unidade 2: Mecanismos de Corrosão e Degradação Unidade 4: Avaliação e monitoramento da corrosão


2.1 Principais mecanismos de corrosão. 4.1 Testes acelerados e não-acelerados de resistência à
2.2 Degradação de materiais poliméricos, cerâmicos e corrosão.
compósitos. 4.2 Estratégias de monitoramento e controle da
corrosão.
CORROSÃO ATMOSFÉRICA

Mecanismo eletroquímico
CORROSÃO ATMOSFÉRICA
Classificação

Quanto à umidade: Quanto à presença de contaminantes:

• Atmosfera seca – atmosfera isenta de umidade - não • Rural – praticamente não tem poluentes (derivados
existe nenhum filme de eletrólito na superfície do de amônia e compostos nitrogenados);
metal. A corrosão é lenta ou inexistente. • Industrial – CO2, SO2 e SO3, material particulado;
• Atmosfera úmida – um filme de água adsorvida é
• Urbana – SO2 e SO3
formado – é o que sustenta a corrosão atmosférica
na maior parte do tempo de exposição • Marítima – Cloretos e gotículas de água (spray).

• Atmosfera saturada – umidade relativa de 100% -


presença de água na fase líquida devido à chuva, ou
condensação
CORROSÃO ATMOSFÉRICA

Corrosividade da atmosfera de acordo com as características


Classificação pela velocidade de deposição de SO2
Classificação pelo tempo de umedecimento

Classificação pela velocidade de deposição de cloreto

Normas ISO 9223 e 9224


Categorias de corrosividade

Norma ISO 12944-2


CORROSÃO ATMOSFÉRICA
Classificação do grau de corrosão - PETROBRAS N-2260

Corrosão leve Corrosão média Corrosão severa


CORROSÃO EM ÁGUA
CORROSÃO EM ÁGUA

• Água = solvente universal


o Dissolve, até certo ponto, a maioria das substâncias inorgânicas
que ocorrem na natureza.
o Contém uma variedade de impurezas que pode causar problemas
pela formação de depósitos nas tubulações de água, nos tubos de
caldeiras, etc.
• O oxigênio dissolvido, que sustenta a vida aquática, também é
responsável pela corrosividade da água.
• A corrosão pela água compromete a confiabilidade sistemas de
distribuição causando vazamentos e rompimentos, afetando também
a qualidade da água.
CORROSÃO EM ÁGUA
IMPACTOS
• Saúde:
o Contaminação mais significativa em água potável através da corrosão, do ponto de vista da saúde, é o chumbo.
o As principais fontes são encanamentos de chumbo e solda de chumbo e estanho 50/50, usada para soldar tubulações de
cobre.
o O chumbo contamina a água quando a água fica estacionária, em contato com a fonte de chumbo, por longos períodos.

• Propriedades organolépticas:
o Os produtos de corrosão da tubulação de cobre na água potável podem causar um gosto metálico e aumento na
turbidez (partículas de coloração azul-esverdeada).
o Espécies de ferro provenientes de tubulações de ferro fundido, aço-carbono e aço galvanizado escurecem a água,
formam precipitados, mancham de roupas e utensílios, conferem sabor metálico à água e promovem o crescimento de
bactérias de ferro e bactérias redutoras de sulfato.
o O zinco pode causar gosto amargo ou adstringente e em altas concentrações podem conferir um aspecto leitoso à água.
CORROSÃO EM ÁGUA
IMPACTOS
• Econômicos:
o A corrosão interna pode ter impactos econômicos adversos significativos em
sistemas de transmissão e distribuição de água.
o Normalmente, o encanamento doméstico é mais seriamente afetado por corrosão
interna, pois a tubulação não é revestida e seu diâmetro é pequeno, tendendo a
apresentar vazamento e desenvolver tubérculos que podem reduzir o e a pressão.

• Ambientais:
o A corrosão da tubulação de distribuição de água potável levanta preocupações ambientais devido à presença de
chumbo, cádmio, zinco e cobre. Esses metais entram no sistema de coleta de esgoto e eventualmente se acumulam no
lodo e acabam em aterros sanitários, terras de cultivo, etc.
o Os metais corroídos da tubulação de água são a maior fonte desses contaminantes nas águas residuais em muitas
comunidades.
CORROSÃO EM ÁGUA
TIPOS DE ÁGUA

Normalmente descrita em termos de sua natureza, uso ou origem.


• Classificação de acordo com sua composição:
o Água doce: contém menos de 1000 ppm de cloretos;

 Dura: elevado teor de cálcio e magnésio;


 Macia/mole: baixo teor de cálcio e magnésio;
o Água salobra: contém de 1000 a 25.000 ppm de cloretos;
o Água do mar: 2,5 e 3,5 % de cloreto;
o Salmouras: acima de 3,5% de cloreto.

A natureza corrosiva das águas varia consideravelmente de acordo sua composição e depende da liga exposta ao meio.
A atividade biológica também é muito importante pois produtos metabólicos de organismos aquáticos podem ser direta ou
indiretamente corrosivos para muitos metais.
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO

• Gases dissolvidos (oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono, amônia, gases sulfurosos);


• Constituintes minerais, incluindo sais de dureza, sais de sódio (cloreto, sulfato, nitrato,
bicarbonato e etc), sais de metais pesados e sílica;
• Matéria orgânica, incluindo a de origem animal e vegetal origem, óleo, resíduos comerciais
(incluindo agrícolas) constituintes e detergentes sintéticos;
• Microorganismos, incluindo vários tipos de algas e bactérias formadoras de lodo.
CORROSÃO EM ÁGUA
IMPUREZAS ENCONTRADAS NA ÁGUA E MÉTODOS DE TRATAMENTO
CORROSÃO EM ÁGUA
IMPUREZAS ENCONTRADAS NA ÁGUA E MÉTODOS DE TRATAMENTO
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO

Água pura, sem gases dissolvidos, não causa corrosão acelerada na maioria dos metais e ligas em
temperaturas até seu ponto de ebulição. Mesmo em temperaturas de até cerca de 450°C, quase todos os
metais estruturais comuns, com exceção do magnésio e do alumínio, oferecem resistência à corrosão
adequada para água e vapor de alta pureza.

Um componente significativo da água é o oxigênio dissolvido. O oxigênio atua tanto como despolarizador
catódico e como oxidante.
• Como despolarizador catódico: remove o hidrogênio do cátodo durante a corrosão eletroquímica e
acelera o ataque de corrosão.
• Como oxidante, é reduzido na superfície metálica, participando diretamente do processo de corrosão
eletroquímica.
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – OXIGÊNIO DISSOLVIDO E TEMPERATURA

• Aumento no teor de oxigênio dissolvido leva à um


aumento na taxa de corrosão;
• A solubilidade do oxigênio diminui com temperatura
e a salinidade;
• O aumento na temperatura aumenta a taxa de
corrosão do aço devido à cinética de reação mais
rápida.
Efeito da concentração de O2 dissolvido na taxa de corrosão do
aço carbono em água a diferentes temperaturas
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – OXIGÊNIO DISSOLVIDO

• Em um sistema aberto, a desaeração da água é


favorecida pela ebulição, levando à diminuição da
taxa de corrosão.
• Em um recipiente fechado, a solubilidade do
oxigênio na água aumenta com a pressão e a
corrosão continua a aumentar com a temperatura.
• Necessidade de remover o oxigênio dissolvido de
sistemas fechados de água, como caldeiras. Efeito do oxigênio na corrosão do aço carbono
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – OXIGÊNIO DISSOLVIDO E pH

• Em uma ampla faixa de pH de cerca 5 a 9, a taxa de


corrosão pode ser expressa simplesmente em
termos da quantidade de oxigênio dissolvido
presente.
• Em pH abaixo de 4,5, a corrosão ácida é iniciada,
superando a taxa de corrosão por oxigênio
dissolvido.
• Acima de pH 9,5 ocorre a deposição de hidróxido
férrico insolúvel, Fe(OH)3, ou magnetita, Fe3O4, que Corrosão de aço em água contendo 5 ppm de oxigênio dissolvido
em duas temperaturas diferentes, em função do pH
tende a retardar a corrosão.
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – pH

• Metais anfóteros como alumínio, zinco e


chumbo, também mostram um aumento da
taxa de corrosão em ambientes alcalinos.

Corrosão de aço e de alumínio em função do pH à uma mesma


temperatura
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – GASES DISSOLVIDOS

Gases Dissolvidos

Oxigênio Gases ácidos

CO2 H 2S
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – GASES DISSOLVIDOS
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – GASES DISSOLVIDOS
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – FLUXO/VAZÃO
CORROSÃO EM ÁGUA
FATORES QUE INFLUENCIAM A CORROSÃO – DEPÓSITOS

• Águas não tratadas e contaminadas;


• Formação de depósitos que abrigam a corrosão.
CORROSÃO EM ÁGUA
ÁGUA DO MAR

• A água do mar é uma solução salina uniforme consistindo


predominantemente de cloretos de sódio e magnésio dissolvidos em
água.
• Os sistemas de água do mar são usados ​por muitas indústrias para
resfriamento, combate a incêndios, injeção de água em campos
petrolíferos, etc.

Corrosão típica dos íons mais abundantes em água do mar


CORROSÃO EM ÁGUA
ÁGUA DO MAR
CORROSÃO EM ÁGUA
ÁGUA DO MAR

.
• A água do mar é normalmente mais corrosiva do que a água doce
devido à a maior condutividade e o poder de penetração do íon
cloreto através de filmes de superfície em um metal.
• A taxa de corrosão é controlada pelo teor de cloreto, disponibilidade
de oxigênio e temperatura.
• O teor de 3,5 % de teor de sal da água do mar está na faixa de
solução salina de cloreto com maior corrosividade (combinação de
alta condutividade e maior solubilidade de oxigênio - a solubilidade
do oxigênio é diminui com a concentração de sal).
Taxa de corrosão do aço em função da concentração de
cloreto de sódio
CORROSÃO EM ÁGUA
CONDENSADO DE VAPOR

• Condensado de vapor produzido em industrias se aproxima em pureza da água destilada, exceto por
contaminações por gases.
• A corrosão é causada por CO2 e agravada pela presença de O2.

• CO2 é produzido em caldeiras como resultado da quebra térmica de íons bicarbonato, que entram com a
água de alimentação.
• As seguintes reações são produzidas na caldeira em operação:
2NaHCO3 → Na2CO3 + CO2 + H2O

Na2CO3 + H2O → 2NaOH + CO2


CORROSÃO EM ÁGUA
CONDENSADO DE VAPOR

• Em pontos de condensação, alguma fração do dióxido de carbono (CO2) presente no vapor se dissolve
no condensado, formando ácido carbônico (H2CO3) que hidrolisa em íons de hidrogênio:

CO2(g) + H2O → H2CO3 → H+ + HCO3-


CORROSÃO EM ÁGUA
ÁGUA DE RESFRIAMENTO

• A maior parte da água utilizada industrialmente é para remover o calor da produção em processos.
• Os sistemas de refrigeração sofrem muitas formas de corrosão e falha.
• A diversidade de ataque decorre de grandes diferenças no projeto do sistema de água de
resfriamento, temperatura, fluxo, composição da água, composição da liga e condições de operação.
CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

• A corrosão microbiológica ou corrosão induzida por microorganismos é aquela onde o


material metálico sofre corrosão sob a influência de atividades de microrganismos e de
seus produtos metabólicos que transformam um meio originalmente inerte em
agressivo (ácido).
• As bactérias são mais frequentemente encontradas nesses processos corrosivos,
embora existam exemplos de corrosão atribuídos a algas e fungos.
CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

• Estão sujeitos à corrosão microbiológica, os equipamentos que operam em ambientes propícios à


proliferação de microrganismos, tais como água do mar, de rios, sistemas de refrigeração,
sedimentos oleosos, entre outros. Ambiente aquosos ou na presença de água em regime estagnado
ou de baixa vazão favorecem o crescimento dos microrganismos.
• Podemos encontrar esse mecanismo de dano em ambientes contendo resíduos orgânicos ou sais
como sulfatos, sulfetos, nitratos, fosfatos e enxofre.
CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

• Devido à grande variedade de tipos de microrganismos, podemos encontrá-los em diferentes condições


de operação, incluindo ausência de oxigênio, ambientes com ou sem iluminação, alto grau de salinidade,
escalas de pH entre 0 e 12 e temperaturas variando de -17°C até 113°C.
• As temperaturas mais favoráveis para o crescimento de colônias de bactérias é em torno de 30°C e 40°C
• O aumento do pH inibe o desenvolvimento de bactérias;
• A ausência de oxigênio possibilita o crescimento de bactérias anaeróbicas.
CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

• A corrosão microbiológica geralmente tem uma morfologia característica, apresentando perdas de


material localizadas (alvéolos/pitting). As perdas localizadas possuem formas arredondadas.
• É possível observar a proliferação dos alvéolos em dispersão do tipo “ilhas”. O depósito do biofilme
em regiões preferenciais é responsável por essa aparência.
CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION
CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

Corrosão por água de


resfriamento + corrosão
microbiológica
ESTUDO DE CASO - CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

Corrosão nos tubos do


sistema de ar condicionado
em um shopping

Trecho do tubo com furos onde foram feitas


soldas externas de reparo.
ESTUDO DE CASO - CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

Depósito espesso na superfície interna do tubo


ESTUDO DE CASO - CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

Superfície interna do tubo, realçando o entalhe profundo na costura.


ESTUDO DE CASO - CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

Amostra Água
• Análises
pH (a 2 5 ºC) 7 ,7 8
Sulfeto (como H2S) <0 ,0 5 mg/ L
Cloreto 1 9 ,7 mg/ L
Amônia (como NH3) <0 ,1 mg/ L
Dureza Cálcio 1 5 3 mg/ L
Sólidos Dissolvidos Totais 4 2 3 mg/ L
Carbonato (como CaCO3) 3 6 ,9 mg/ L

Elementos majoritários Elementos minoritários


Amostra Elementos medianos
(>5 0 %) (<1 %)
Depósito Fe 2 O3 CaO, Cl, SiO2 , NaO SO3 , MnO, Cr 2 O3 ,
ESTUDO DE CASO - CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION
ESTUDO DE CASO - CORROSÃO MICROBIOLÓGICA
MIC – MICROBIOLOGICALLY INDUCED CORROSION

Conclusões
• A tubulação sofreu uma falha precoce, causada por corrosão microbiológica sob depósito
devido ao surgimento de condições ideais para que os microrganismos presentes na água
iniciassem a corrosão e, à medida que os depósitos foram sendo formados, a corrosão foi se
tornando mais severa.
• A presença do defeito na solda funcionou como um abrigo para os microorganismos,
aumentando ainda mais a intensidade da corrosão.
CORROSÃO GALVÂNICA
CORROSÃO GALVÂNICA

• Ocorre quando dois materiais, com potenciais


diferentes, estão em contato.
• A velocidade de corrosão será tanto maior
quanto maior for a diferença de potencial
eletroquímico entre os materiais em contato.

Corrosão galvânica da fixação de partes de aço inoxidável


AISI 304 com fixadores de aço-carbono (anodo).
CORROSÃO GALVÂNICA
CORROSÃO GALVÂNICA
CORROSÃO GALVÂNICA
CORROSÃO GALVÂNICA
CORROSÃO GALVÂNICA
CORROSÃO GALVÂNICA

• O metal menos nobre é corroído mais intensamente


• O metal mais nobre corrói menos ou fica protegido (proteção catódica)

• Área anódica >>> área catódica – relação favorável de áreas;


• Isolar o contato:

• Aplicação de pintura – isolar o eletrólito


CORROSÃO GALVÂNICA

• Série galvânica em água do mar


CORROSÃO PELO SOLO
CORROSÃO PELO SOLO

• A corrosão pelo solo é uma grande preocupação, especialmente porque grande parte da
infraestrutura enterrada está envelhecendo.
• Requisitos de proteção ambiental cada vez mais rigorosos também estão chamando atenção
para sistemas enterrados ou em contato com o solo.
• As seguintes aplicações são exemplos típicos onde essa forma de corrosão é uma preocupação:
o Oleodutos, gasodutos e adutoras de água;
o Tanques de armazenamento enterrados (um grande número é usado por postos de
gasolina);
o Cabos e conduítes de comunicação elétrica.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS

• Tipo de solo – textura e estrutura;


• Teor de água e posição do lençol freático;
• Aeração e difusão de oxigênio;
• Resistividade do solo;
• pH;
• Sais solúveis presentes no solo;
• Presença de microrganismos.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS – TIPO DE SOLO
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - UMIDADE

• A água constitui o eletrólito essencial que suporta reações de corrosão eletroquímica


em solos saturados ou insaturados de água.
• O fluxo de água no solo depende do tamanho e distribuição dos poros, textura,
estrutura e matéria orgânica.
• O movimento da água no solo pode ocorrer por gravidade, capilaridade, pressão
osmótica (de espécies dissolvidas) e/ou interação eletrostática com partículas do
solo.
• A capacidade de retenção de água de um solo é fortemente dependente de sua
textura. As areias grossas retêm muito pouca água, enquanto solos argilosos finos
armazenam muita umidade.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - AERAÇÃO

• A concentração de oxigênio normalmente diminui com o aumento da profundidade


do solo;
• Em solos neutros ou alcalinos, a concentração de oxigênio tem um efeito importante
sobre a taxa de corrosão como resultado de sua participação na reação catódica.
• No entanto, na presença de bactérias redutoras de sulfato, as taxas de corrosão
podem ser muito altas, mesmo em condições anaeróbicas.
• A difusão de oxigênio é mais rápido em solos secos de textura grossa do que em
texturas finas e encharcadas.
• A escavação aumenta o grau de aeração em solos e consequentemente à taxa de
corrosão.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - AERAÇÃO
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - pH

• O pH do solo normalmente varia entre 5 e 8. Nesta faixa, o pH é geralmente não é


considerada a variável dominante que afeta as taxas de corrosão.
• Solos mais ácidos produzidos por lixiviação mineral, decomposição de plantas ácidas
(por exemplo, algumas árvores coníferas), resíduos industriais, chuva, e certas
formas de atividade microbiológica representam um sério risco de corrosão;
• Solos alcalinos tendem a ter altos teores de sódio, potássio, magnésio e cálcio, com
os dois últimos elementos formando depósitos calcários possivelmente protetores
em estruturas enterradas.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS – pH E UMIDADE
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - RESISTIVIDADE

• A resistividade é muito usada como um indicador de corrosividade do solo.


• Como o fluxo de corrente iônica está associado a reações de corrosão do solo, a alta
resistividade do solo geralmente retardará as reações de corrosão.
• A resistividade geralmente diminui com o aumento do teor de água e a concentração de
espécies iônicas.
• Uma alta resistividade por si só não garante a ausência de corrosão. Variações de
resistividade ao longo do comprimento de uma tubulação, por exemplo, podem levam à
formação de macrocélulas de corrosão.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - RESISTIVIDADE
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS – RESISTIVIDADE E UMIDADE
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - CLORETOS

• Os íons cloreto geralmente participam das reações de dissolução de muitos metais.


• Sua presença tende a diminuir a resistividade do solo.
• Os cloretos podem ser encontrados naturalmente nos solos como resultado de águas
subterrâneas salobras e fundos marinhos geológicos históricos, ou provenientes de fontes
externas, como sais aplicados para o descongelamento de estradas.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - SULFATOS

• Os íons sulfato são geralmente considerados mais benignos em sua ação direta na
corrosão pelo solo do que cloretos.
• No entanto, os sulfatos são nutrientes para bactérias redutoras de sulfato, que
convertem esses íons benignos em sulfetos, altamente corrosivos.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - CORRENTES DE FUGA

• São correntes elétricas de interferência que abandonam seu circuito normal para
fluir por uma região de menor resistência;
• Podem ter um efeito devastador em estruturas enterradas, em particular em dutos;
• A corrosão por corrente de fuga pode se desenvolver a longas distancias;
• É dependente de praticamente todos os parâmetros do solo.
CORROSÃO PELO SOLO
FATORES QUE AFETAM A CORROSIVIDADE DOS SOLOS - CORRENTES DE FUGA
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS

• A maioria dos metais e ligas utilizados industrialmente são suscetíveis à corrosão quando
expostos a agentes oxidantes como oxigênio, enxofre, halogênios, SO2, H2S e vapor de água.
• Em temperaturas elevadas, a reação de oxidação é favorecida cineticamente e a velocidade
de corrosão é consideravelmente maior.
• Mecanismo de corrosão química ou corrosão seca.
• Principais ocorrências:
• Oxidação
• Sulfetação
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO

• Na oxidação em alta temperatura, o metal em contato com uma atmosfera oxidante sofre
uma corrosão química, pela transferência direta de elétrons direta entre os átomos do metal
e os átomos do oxidante:

Oxidação:
4 M   →  4 Mn+ + 4n e-

Redução:
n O2 + 4n e- →  2n O2- 
 
Reação Global :
4 M + n O2 →  4 Mn+ + 2n O2- 
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO

• A camada de óxido incialmente formada na oxidação é, em geral, muito fina. Com o


aquecimento a espessura da camada vai aumentando e pode-se observar diferenças de cores
resultantes da interferência de luz na superfície superior e inferior da camada de óxido.
• Metais com vários estados de oxidação (exemplo: Fe, Cu, Co e Mn) podem formar camadas
de óxidos com diferentes composições.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO

• Exemplo: Ferro aquecido a 700°C, na presença de oxigênio a pressão atmosférica, forma uma
camada constituída por três óxidos.

• A composição da camada
varia com a temperatura e a
pressão parcial de oxigênio.

Constituintes da camada de óxido de uma amostra de ferro


aquecida à 700°C na presença de oxigênio.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO

• Chapas de aço laminadas a quente apresentam coloração chumbo/preta, devido a presença


da camada de óxidos formada em altas temperaturas (carepa). Quando exposta ao ar, a
chapa vai se tornando alaranjada, devido à formação de hidróxidos de ferro.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO

• O crescimento da camada de óxido, ou seja, o mecanismo de progressão da oxidação em alta


temperatura, depende das características da camada de óxido formada.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO

• Os principais fatores que afetam a oxidação em altas temperaturas são a composição da liga
e a temperatura;
• A oxidação do aço-carbono começa a se tornar significativa acima de 500°C e a taxa de perda
de massa aumenta com o aumento da temperatura;
• Os aços inoxidáveis da série 300 são mais resistentes à oxidação até cerca de 800°C;
• A oxidação é comum em fornos e caldeiras, e em quaisquer equipamentos e tubulações que
operem em temperaturas acima de 500°C.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO – MATERIAIS SUSCETÍVEIS

• Todos os materiais à base de ferro, incluindo os aço-carbono e os aços de baixa liga, tanto
fundidos como forjados;
• Todos os aços inoxidáveis das séries 300 e 400 e ligas à base de níquel também se oxidam em
algum nível, dependendo da composição e da temperatura.
• Cromo é o principal elemento de liga que influencia na resistência à oxidação em altas
temperaturas.
• Outros elementos de liga como silício e alumínio também são efetivos, mas sua concentração
deve ser limitada por causa de efeitos negativos nas propriedades mecânicas.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO – MATERIAIS SUSCETÍVEIS
Taxas de oxidação estimadas em mm/anos para diferentes aços
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO – MATERIAIS SUSCETÍVEIS
Taxas de oxidação estimadas em mm/anos para diferentes aços
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO – MATERIAIS SUSCETÍVEIS
Taxas de oxidação estimadas em mm/anos para diferentes aços
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
OXIDAÇÃO
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
SULFETAÇÃO

• Consiste no desgaste de metais que reagem com os compostos de enxofre, a uma temperatura
acima de 260°C.
• É um mecanismo de deterioração comum em refinarias de petróleo, especialmente em fornos,
caldeiras, tubulações e equipamentos que operam acima de 260°C, em contato com
compostos de enxofre.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
SULFETAÇÃO – MATERIAIS SUSCETÍVEIS

• Todos os materiais à base de ferro, incluindo os aço-carbono, os aços de baixa liga, aços
inoxidáveis da série 400, aços inoxidáveis da série 300 (em ordem de suscetibilidade);
• Ligas de níquel também são afetadas, dependendo da composição e, principalmente, do teor
de cromo. Acima de 645°C, ligas contendo alto teor de níquel podem sofrer uma forma de
sulfetação e perda de espessura associada à formação de sulfetos de níquel abaixo da
superfície do metal.
• Ligas de cobre formam sulfetos como produtos de corrosão em temperaturas ainda mais
baixas de o aço carbono.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
SULFETAÇÃO – FATORES CRÍTICOS

• Os principais fatores que afetam a sulfetação são composição química, temperatura e


concentração dos compostos de enxofre. Condições do fluxo também podem afetar as taxas de
corrosão.
• Em geral, a resistência de aços e de ligas de níquel é determinada pelo teor de cromo no material.
Ligas de níquel sem cromo tem baixa resistência à sulfetação.
• O teor de silício afeta significativamente a resistência à sulfetação:
• Aços carbono com teores de Si inferiores a 0,10% sofrem apresentam maiores taxas de perda
de massa por sulfetação do que aços com teores acima de 0,10%.
• A sulfetação é normalmente causada por H2S e outros sulfetos reativos formados pela
decomposição térmica de compostos de enxofre em altas temperaturas.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
SULFETAÇÃO

Efeito do teor de cromo e temperatura na taxa de


corrosão, para um teor de enxofre de 0,6%.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
SULFETAÇÃO – FATORES CRÍTICOS

Fator de multiplicação para taxas de corrosão em


função do aumento no teor de enxofre no fluido de
processo.

Obs: Taxas teóricas de corrosão são bastante úteis


para selecionar materiais adequados ao meio, mas
devem ser consideradas como uma “tendência”.
Taxas reais podem variar significativamente.
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
SULFETAÇÃO

Rompimento devido à perda de espessura causada pela


sulfetação. Refinaria da CHEVRON, Califórnia/EUA (2012)
CORROSÃO EM ALTAS TEMPERATURAS
SULFETAÇÃO

https://www.youtube.com/watch?v=bS9EhYSUeiU

Você também pode gostar