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Escola de Química e Alimentos – EQA / SAP

Curso de Engenharia Agroindustrial


Disciplina de Físico-Química II

Eletroquímica – 3a aula
Corrosão

Prof. Gilber R. Rosa


CORROSÃO
introdução: conceitos

“Interação físico-química entre um METAL e o


meio envolvente, da qual resultam mudanças
nas propriedades do METAL, levando
freqüentemente à sua inutilização ou do
sistema técnico do qual faz parte ou ainda à
alteração do meio ”

(Federação Européia de Corrosão)


CORROSÃO
corrosão X metalurgia

Nos processos de
corrosão, os metais
reagem com os
elementos não
metálicos
presentes no meio,
produzindo compostos
semelhantes aos
encontrados na Nestes casos a corrosão
natureza, dos quais corresponde ao inverso dos
foram extraídos. processos metalúrgicos.
CORROSÃO
introdução: conceitos

Portanto, a deterioração de materiais não-metálicos


devido à ação do meio, como por exemplo:

Concreto – deterioração do cimento Portland, utilizado


no concreto, pela ação de sulfato;
Borracha – a perda de elasticidade devido à oxidação
por ozônio;
Madeira – perda da resistência pela hidrólise da
celulose em função da exposição à solução de ácidos
e sais ácidos...
... pode ser considerada também como corrosão.
CORROSÃO
conceito mais abrangente

“A corrosão consiste na deterioração dos


materiais pela ação química ou
eletroquímica do meio, podendo estar
ou não associada a esforços
mecânicos”.
MECANISMOS BÁSICOS
(em metais)
MECANISMOS BÁSICOS
Variáveis que devem ser consideradas...

• material metálico: composição química, impurezas,


estado da superfície, formato, contato com outros
metais, união (solda, rebites) etc...
• meio corrosivo: composição química, concentração,
pH, impurezas, temperatura, teor de oxigênio,
etc...
• condições operacionais: solicitações mecânicas,
movimento relativo entre o material metálico e o
meio, etc...
MECANISMOS BÁSICOS
...para evitar afirmativas erradas ou indicações de
materiais sem fundamento teórico ou prático,
como por exemplo:
“...os aços inoxidáveis - como o nome já diz - não sofrem
corrosão...”
os aços inoxidáveis podem sofrer corrosão, p.e., o AISI 304
em presença de cloreto e meio ácido;
“...o ácido sulfúrico concentrado é mais corrosivo que o
ácido diluído...”
O ácido sulfúrico concentrado pode ser armazenado em
tanques de aço carbono o que não pode ser feito com o
ácido diluído (formação de película protetora de sulfato ferroso FeSO4,
insolúvel no concentrado e solúvel no diluído).
MECANISMOS BÁSICOS
Dependendo do tipo de ação do meio
sobre o material, os processos corrosivos
podem ser classificados em dois grandes
grupos, abrangendo todos os casos
deterioração por corrosão:

- Corrosão eletroquímica;
- Corrosão química.
MECANISMOS BÁSICOS

Corrosão
Eletroquímica
MECANISMOS BÁSICOS
Corrosão Eletroquímica

Em face da necessidade
do eletrólito conter água
líquida, a corrosão
eletroquímica é também
denominada:

corrosão em meio
aquoso.
MECANISMOS BÁSICOS
Corrosão Eletroquímica
Se caracteriza basicamente por:

• necessariamente na presença de água no estado


líquido;
• temperaturas abaixo do ponto de orvalho da
água, sendo a grande maioria na temperatura
ambiente;
• formação de uma pilha ou célula de corrosão,
com a circulação de elétrons na superfície
metálica.
MECANISMOS BÁSICOS

Corrosão
Química
MECANISMOS BÁSICOS
Corrosão Química

Denominada corrosão ou oxidação em altas


temperaturas, tais processos corrosivos se
caracterizam basicamente por:
- ausência da água líquida;
- temperaturas em geral, elevadas, sempre
acima do ponto de orvalho da água;
- interação direta entre o metal e o meio
corrosivo.
MECANISMOS BÁSICOS
Corrosão Eletroquímica
Como na corrosão química não se necessita
de água líquida, ela também é denominada
corrosão em meio não aquoso ou
corrosão seca.

Estes processos são menos freqüentes na


natureza, envolvendo operações onde as
temperaturas são elevadas.
MECANISMOS BÁSICOS
Principais Meios Corrosivos e Respectivos Eletrólitos

- atmosfera: o ar contém umidade, sais em


suspensão, gases industriais, poeira, etc. O eletrólito
constitui-se da água que condensa na superfície
metálica, na presença de sais ou gases presentes no
ambiente. Outros constituintes como poeira e
poluentes diversos podem acelerar o processo
corrosivo;
MECANISMOS BÁSICOS
Principais Meios Corrosivos e Respectivos Eletrólitos

- solos: os solos
contêm umidade, sais
minerais e bactérias.
Alguns solos
apresentam também,
características ácidas
ou básicas. O eletrólito
constitui-se
principalmente da água
com sais dissolvidos;
MECANISMOS BÁSICOS
Principais Meios Corrosivos e Respectivos Eletrólitos
(continuação)

- águas naturais (rios, lagos e do subsolo): estas


águas podem conter sais minerais, eventualmente
ácidos ou bases, resíduos industriais, bactérias,
poluentes diversos e gases dissolvidos. O eletrólito
constitui-se principalmente da água com sais
dissolvidos. Os outros constituintes podem acelerar o
processo corrosivo;
MECANISMOS BÁSICOS
Principais Meios Corrosivos e Respectivos Eletrólitos
(continuação)
- água do mar: estas águas contêm uma quantidade
apreciável de sais. Uma análise da água do mar
apresenta em média os seguintes constituintes em
gramas por litro (g/l) de água:
Cloreto (Cl-) 18,9799 Sódio (Na+) 10,5561
Sulfato (SO4 -2) 2,6486 Magnésio (Mg2+) 1,2720
Bicarbonato (HCO3 - ) 0,1397 Cálcio (Ca2+) 0,4001
Brometo (Br-) 0,0646 Potássio (K+) 0,3800
Fluoreto (F-) 0,0013 Estrôncio (Sr 2+) 0,0133
Ácido Bórico (H3BO3) 0,0260
MECANISMOS BÁSICOS
Principais Meios Corrosivos e Respectivos Eletrólitos
(continuação)

- produtos químicos: os produtos químicos, desde que


em contato com água ou com umidade e formem um
eletrólito, podem provocar corrosão eletroquímica.
PILHAS
DE
CORROSÃO
ELETROQUÍMICA
Pilhas de Corrosão Eletroquímica
São constituídas de quatro elementos fundamentais:

• área anódica: superfície


onde verifica-se a corrosão
(reações de oxidação);
• área catódica: superfície
protegida onde não há
corrosão (reações de
redução);
• eletrólito: solução
condutora ou condutor
iônico que envolve
simultaneamente as áreas •ligação elétrica entre as
anódicas e catódicas; áreas anódicas e catódicas.
Pilhas de Corrosão Eletroquímica
área anódica

Na área onde se
processa a corrosão
ocorrem reações de
oxidação, sendo a
principal a de passagem
do metal da forma
reduzida para a forma
iônica.
Pilhas de Corrosão Eletroquímica
área catódica:
Na área catódica, que é uma área protegida, não ocorre
corrosão. As reações são de redução de íons do meio
corrosivo, onde as principais reações são:

- em meios aerados: caso normal de água do mar e


naturais
H2O + 1/2 O2 + 2e 2 OH-
- em meios desaerados - caso comum em águas doces
industriais

2 H2O + 2e H2 + 2 OH-
PRINCIPAIS TIPOS DE
PILHA

• Eletrodos Diferentes;
• Ação Local;
• Ativa-Passiva;
• Concentração Diferencial;
• Aeração Diferencial.
Pilha de Eletrodo Diferente
é também denominada
de pilha galvânica e
surge sempre que dois
metais, ou ligas
metálicas, diferentes
são colocados em
contato elétrico na
presença de um
eletrólito.
Pilha de Ação Local
ela aparece em um
mesmo metal devido
a heterogeneidades
diversas, decorrentes
de composição
química, textura do
material e tensões
internas, dentre
outras.
Pilha de Ação Local
Causas determinantes da pilha de ação local:

• inclusões, segregações, bolhas, trincas;


• estados diferentes de tensões e deformações;
• acabamento superficial da superfície;
• diferença no tamanho e contornos de grão;
• tratamentos térmicos diferentes;
• materiais de diferentes épocas de fabricação;
• gradiente de temperatura.
Pilha Ativa-Passiva
Ocorre nos materiais
formadores de película
protetora. Se a película for
danificada em algum
ponto,
por ação mecânica ou
pela ação de íons, será
formada uma área ativa
(anódica) na presença
de uma grande área
passiva (catódica)
formando uma forte pilha.
Pilha de Concentração
Iônica Diferencial:
Surge sempre que um
material metálico é
exposto a concentrações
diferentes de seus próprios
íons. Ela ocorre porque o
eletrodo torna-se mais
ativo quando decresce a
concentração de seus íons
no eletrólito.
Pilha de Concentração
Iônica Diferencial:

É muito freqüente em frestas e quando o


meio corrosivo é líquido.
Pilha de Aeração Diferencial
Esta pilha é formada
por concentrações
diferentes do teor de
oxigênio.

A corrosão ocorrerá
na região menos
aerada (anódica).
POLARIZAÇÃO
POLARIZAÇÃO
Polarização é a modificação do potencial de um
eletrodo devido à variações de concentração,
sobre-voltagem de um gás ou variação de
resistência ôhmica.

Caso não houvesse o efeito do fenômeno da


polarização a corrente entre anodos e catodos
seria muito mais elevada, à semelhança de um
quase curto circuito. Isto se daria porque as
resistências elétricas do metal e do eletrólito são
muito baixas, restando apenas as resistências de
contato dos eletrodos.
POLARIZAÇÃO
Os fenômenos de polarização promovem a
aproximação dos potenciais das áreas anódicas
e catódicas e produzem aumento na resistência
ôhmica do circuito, limitando a velocidade do
processo corrosivo.

Graças a existência destes fenômenos as taxas


de corrosão observadas na prática são
substancialmente inferiores àquelas que
ocorreriam caso as pilhas de corrosão
funcionassem ativamente em todas as
condições dos processos corrosivos.
PASSIVAÇÃO
PASSIVAÇÃO
Passivação é a modificação do potencial de
um eletrodo no sentido de menor atividade
(mais catódico ou mais nobre) devido a
formação de uma película de produto de
corrosão. Esta película é denominada
película passivante.

Os metais e ligas metálicas que se passivam


são os formadores de películas protetoras.
PASSIVAÇÃO
Como exemplo podem ser citados:
· cromo, níquel, titânio, aço inoxidável, monel que
se passivam na grande maioria dos meios corrosivos,
especialmente na atmosfera;
· chumbo que se passiva na presença de ácido
sulfúrico;
· o ferro que se passiva na presença de ácido
nítrico concentrado e não se passiva na presença de
ácido nítrico diluído;
A maioria dos metais e ligas passivam-se na
presença de meios básicos, com exceção dos metais
anfóteros (Al, Zn, Pb, Sn e Sb).
VELOCIDADE DE
CORROSÃO
VELOCIDADE DE CORROSÃO
A velocidade com que se processa a
corrosão é dada pela massa de material
desgastado, em uma certa área, durante um
certo tempo, ou seja, pela taxa de corrosão.

A taxa de corrosão pode ser representada pela


massa desgastada por unidade de área na
unidade de tempo.
VELOCIDADE DE CORROSÃO

Os valores das taxas de corrosão podem ser expressos


por meio da redução de espessura do material por
unidades de tempo, em mm/ano ou em perda de massa
por unidade de área, por unidade de tempo, por exemplo
mg/dm2/dia (mdd). Pode ser expressa ainda em
milésimos de polegada por ano (mpy).
VELOCIDADE DE CORROSÃO
O cálculo das taxas de corrosão em mm/ano e mpy, quando
se conhece a perda de massa pode ser dada pelas
seguintes expressões:

onde:
mm/ano = é a perda de espessura, em mm por ano;
∆m = perda de massa, em mg;
S = área exposta, em cm2;
t = tempo de exposição, em dias;
ρ = massa específica do material, em g/cm3.
VELOCIDADE DE CORROSÃO

onde:
mpy = é a perda de espessura, em
milésimos de polegada por ano;
∆m = perda de massa, em mg;
S = área exposta, em pol2;
t = tempo de exposição, em horas;

ρ = massa específica do material, em


g/cm3.
TIPOS DE CORROSÃO
TIPOS DE CORROSÃO
Podemos classificar a corrosão segundo:
• a morfologia (forma):
uniforme, por placas, alveolar, puntiforme ou por “pit”,
intergranular (intercristalina), intragranular (transgranular
ou transcristalina), filiforme, por esfoliação, grafítica,
dezincificação, em torno de cordão de solda e
empolamento pelo hidrogênio.
• pelas causas ou mecanismos:
aeração diferencial, eletrolítica, correntes de fuga,
galvânica, seletiva (grafítica e dezincificação), associada
a fatores mecânicos, empolamento ou fragilização pelo
hidrogênio.
TIPOS DE CORROSÃO
• por presença de fatores mecânicos:
sob tensão, sob fadiga, por atrito, associada à
erosão e cavitação.
• o meio corrosivo:
ar, solo, induzida por microorganismos, água do mar,
etc...
• pela localização do ataque:
ataque corrosivo generalizado ou localizado.
TIPOS DE CORROSÃO
Uniforme:
• se processa em
toda a extensão
da superfície,
ocorrendo perda
uniforme de
espessura;
• é comum em
metais que não
formam películas
protetoras
TIPOS DE CORROSÃO
corrosão por placas:
quando os produtos de
corrosão formam-se em
placas que se desprendem
progressivamente. É
comum em metais que
formam película
inicialmente protetora mas
que, ao se tornarem
espessas, fraturam e
perdem aderência,
expondo o metal a novo
ataque;
TIPOS DE CORROSÃO
corrosão alveolar: quando
o desgaste provocado pela
corrosão se dá sob forma
localizada, com o aspecto
de crateras.
É freqüente em metais
formadores de películas
semi protetoras ou quando
se tem corrosão sob
depósito, como no caso da
corrosão por aeração
diferencial
TIPOS DE CORROSÃO
A corrosão por “pites” é freqüente em metais formadores de
películas protetoras, em geral passivas que, sob a ação de certos
agentes agressivos, são destruídas em pontos localizados, os
quais tornam-se ativos, possibilitando corrosão muito intensa.
Exemplo comum é representado pelos aços inoxidáveis
austeníticos em meios que contêm cloretos.

Corrosão por “pites” em tubo de aço


inoxidável AISI304
TIPOS DE CORROSÃO

d
seção parcial
verifica-se aí a
de um tubo profundidade do
caracterizando desgaste causado
a corrosão por pelo processo
corrosivo.
“pit”;

e
TIPOS DE CORROSÃO
É normal ocorrer - em alguns processos de
corrosão - dificuldade de se caracterizar se as
cavidades formadas estão sob a forma de
placas, alvéolos ou pites, criando
divergências de opinião entre os técnicos de
inspeção e/ou manutenção. Entretanto,
devemos dar importância maior à
determinação das dimensões dessas
cavidades, a fim de se verificar a extensão do
processo corrosivo.
TIPOS DE CORROSÃO
corrosão intergranular ou
intercristalina:

quando o
ataque se
manifesta
no contorno dos grãos,
como no caso dos aços
inoxidáveis austeníticos
sensitizados, expostos a
meios corrosivos.
TIPOS DE CORROSÃO

Corrosão intergranular ou intercristalina


TIPOS DE CORROSÃO

Sensitização em aço inox


TIPOS DE CORROSÃO
•Corrosão intragranular,
transgranular ou
transcristalina:
•quando o fenômeno se
manifesta sob a forma
de trincas que se
propagam pelo interior
dos grãos do material,
como no caso da
corrosão sob tensão de trincas intragranulares
aços inoxidáveis em tubo de aço
austeníticos. inoxidável
TIPOS DE CORROSÃO
Filiforme:

• se processa sob a forma de finos filamentos, mas não


profundos, que se propagam em diferentes direções.
• ocorre geralmente em superfícies metálicas
revestidas com tintas ou metais.
• é observada mais freqüentemente quando a UR é
maior que 85% e em revestimentos mais permeáveis à
penetração de oxigênio e água, ou ainda apresentando
falhas e riscos.
TIPOS DE CORROSÃO
Esfoliação:

Se processa de forma paralela à superfície metálica.


Ocorre em chapas ou componentes extrudados
cujos grãos foram achatados ou alongados, criando
condições para que inclusões ou segregações
sejam transformadas, devido ao trabalho mecânico,
em plaquetas alongadas. Caso estas sejam
atingidas pela corrosão (por frestas p.e.) ocorre a
separação das camadas e desintegração do
material.
TIPOS DE CORROSÃO

esfoliação
em liga de
alumínio
TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão seletiva:

• consiste na dissolução preferencial de um


elemento constituinte de uma liga.

• o caso mais comum é o do latão (dezincificação),


podendo ocorrer também em outras ligas com
remoção de alumínio (desaluminização), cobalto
(descobaltização), ferro (grafitização), cromo, etc...
TIPOS DE CORROSÃO
• na corrosão seletiva do latão, o zinco é corroído
preferencialmente, deixando o material frágil e
poroso.
• é facilmente detectada pelo aparecimento de
regiões de cor avermelhada, típica do cobre, que
contrasta com a cor amarelada dos latões.
TIPOS DE CORROSÃO
empolamento pelo hidrogênio:

o hidrogênio atômico penetra no material metálico e,


em função de seu pequeno volume, difunde-se
rapidamente em regiões com descontinuidades,
como inclusões e vazios, transformando-se em H2,
exercendo pressão e originando a formação de
bolhas (empolamento).
TIPOS DE CORROSÃO

Tubo de aço carbono com empolamento pelo


hidrogênio, ocasionado por H2S e água.
TIPOS DE CORROSÃO
Em torno do cordão de solda:
Ocorre em aços inoxidáveis não-estabilizados
ou com teores de C >0,03% e a corrosão é
intergranular (sensitização ou sensibilização da
solda).
TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão associada a Solicitações Mecânicas:

• sob fadiga (dinâmica)


•sob tensão (estática)
• erosão e cavitação
• sob atrito
TIPOS DE CORROSÃO

Corrosão por
fadiga em junta de
expansão
TIPOS DE CORROSÃO

Parte de peça
de aço
inoxidável
AISI 304 :
fraturada por
corrosão sob
tensão
fraturante.
TIPOS DE CORROSÃO

Pites ou
alvéolos
ocasionados
por cavitação,
onde ocorreu
redução
brusca do
diâmetro da
tubulação
TIPOS DE CORROSÃO
água – ação corrosiva:
Impurezas – sais dissolvidos, gases
dissolvidos, sólidos suspensos, crescimento
biológico, temperatura, velocidade de
circulação, solicitações mecânicas.
TIPOS DE CORROSÃO
água para geração de vapor - caldeiras:
incrustações

Depósito de
carbonato
de cálcio
devido ao
emprego de
água com
dureza
elevada.
TIPOS DE CORROSÃO
corrosão do concreto

Está associada a fatores:


• Mecânicos – vibrações e erosão
• Físicos – variações de temperatura
• Biológicos – bactérias
• Químicos – produtos químicos como ácidos e
sais
TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão/deterioração de polímeros
Pelo conceito mais abrangente: “corrosão = deterioração
por ação do meio...” podemos incluir a degradação dos
polímeros.
Os polímeros não se corroem como os metais: são
degradados por inchamento, perda das propriedades
mecânicas, amaciamento, endurecimento, descoloração,
etc...
Os plásticos podem estar sujeitos à corrosão sob tensão: o
ataque conjugado de um agente químico + tensão pode
causar deterioração do polímero. Ex: poliestireno ou o
polietileno em meios como ácidos oxidantes ou solventes
orgânicos.
TIPOS DE CORROSÃO
Corrosão/deterioração de polímeros

Parte de tubo
de poliéster
reforçado
com fibra de
vidro:
solubilização
da resina
restando
somente a
fibra.
MÉTODOS PARA
COMBATER A CORROSÃO
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• Variáveis • Variáveis
dependentes do dependentes do meio
material metálico: corrosivo:

• Composição química • Composição química


• Processo de obtenção • Concentração
• Presença de • Impurezas
impurezas • pH
• Tratamentos térmicos • Teor de oxigênio
e mecânicos • Temperatura
• Condições de • Pressão
superfície
• Sólidos em suspensão
• Forma
• União de materiais:
solda, rebites, etc...
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• Variáveis
dependentes da
forma de emprego:

• Meios de proteção
contra a corrosão
• Solicitações
mecânicas
• Movimento relativo
entre o material
metálico e o meio
• Condições de
imersão no meio:
total ou parcial
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• Métodos que se fundamentam na
modificação do meio corrosivo

– Desaeração
– Purificação ou diminuição da umidade do ar
– Emprego de inibidores
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• Métodos que se fundamentam em
revestimentos protetores

– Revestimentos com produtos da própria reação


(tratamento químico ou eletroquímico)
– Revestimentos metálicos
– Revestimentos orgânicos (tintas e resinas)
– Revestimentos inorgânicos (esmalte e
cimentos)
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• Métodos que se fundamentam na
modificação do processo

– Proteção catódica com ânodos de


sacrifício
– Proteção catódica com tensões elétricas
impostas
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• Métodos baseados na modificação do
metal:

– Pelo aumento da pureza do metal base


– Pela adição de elementos de liga
– Pelo tratamento térmico
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• Modificação do meio corrosivo:
– Métodos de Desaeração:
• Químicos – adicionando substâncias que consomem
O2 sem modificar o pH;
• Físicos – abaixamento de pressão, aumento de
temperatura ou borbulhamento de gases inertes;
– Inibidores :
• substâncias capazes de reduzir a velocidade das
reações anódicas e catódicas, pela precipitação do
composto insolúvel sobre os pontos mais favoráveis
à ocorrência de oxidação bloqueando a difusão do
O2 em direção ao metal (o mais utilizado é o
bicarbonato).
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• Tratamento do metal: provocar a formação de
uma camada protetora que inibe a corrosão e não se solte nos
diferentes ambientes em que o metal é aplicado.

• Revestimento com produtos da própria


reação:
– Anodização : oxidação anódica para produção de
uma camada pura de óxido artificial protetor
• A camada é transparente, mantendo o aspecto inicial do
metal
• Muito utilizado para a proteção do alumínio com uma fina
camada de óxido muito resistente à corrosão.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
cromatização : o revestimento é obtido a partir de
solução de cromato e ácido crômico.

• pode ser feito sobre metal ou sobre óxidos.


• são usados para revestir vários metais não ferrosos,
como: Al, Zn, Cd, Mg e também pode ser aplicados
sobre peças revestidas por oxidos anodizados ou
fosfatizados.
• a peça é imersa rapidamente em uma cuba
eletrolítica com solução contendo cromo
hexavalente e um ácido inorgânico, por exemplo
ácido sulfúrico , além de bifosfatos, fluoretos,
nitratos e outros.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• fosfatização : processo de proteção de metais que
consiste em recobrir as peças metálicas com fosfatos
neutros (PO4-3) e monofosfátos [H(PO4) -2], de zinco,
manganês ou ferro.

• as principais propriedades da película de fosfato são:


baixa porosidade; alto poder isolante, o qual impede
a propagação de correntes galvânicas; grande
aderência superfície metálica; boa afinidade pelos
óleos e vernizes e baixo custo de aplicação.
• etapas do processo: desengraxe, decapagem,
fosfatização, apassivação, secagem, proteção final.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
Revestimentos superficiais:
Quando não é possível mudar o ambiente ou o
material pode-se utilizar revestimentos superficiais,
que podem ser:
•Metálicos
•Não metálicos
Revestimentos metálicos:
Formam camadas protetoras de óxidos e hidróxidos
que reagem com o meio corrosivo impedindo a
continuidade do ataque à superfície da peça.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO

MÉTODOS DE APLICAÇÃO DOS


REVESTIMENTOS METÁLICOS
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO

Eletrodeposição
Imersão à quente
Aspersão térmica
Cementação-Difusão
Revestimento metálico eletrolítico
Cladização ou cladeamento
Metalização à vácuo
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
ELETRODEPOSIÇÃO:
• método mais utilizado na produção comercial de
revestimentos metálicos;
• os metais mais usados neste tipo de aplicação são: Zn,
Sn, Ni, Cr, Cu, Au e Ag;
• a peça a ser revestida é colocada como cátodo de uma
cuba eletrolítica, em que se tem como eletrólito sais do
metal recobridor e podendo ter como ânodo o metal
recobridor ou um eletrodo inerte;
• a uniformidade da eletrodeposição depende do formato
da peça ( cantos arredondados tem maior uniformidade).
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
propriedades da camada eletro-depositada:
•Aderência: dependerá da limpeza completa da peça e da
estrutura do metal a ser depositado.
•Porosidade: se a camada ficar porosa é devido a falhas na
superfície da peça, impurezas, bolhas de gases, etc...
•Brilho: adição de sais de cádmio, zinco, selênio, molibdênio e
colóides orgânicos.
•Espessura: Variável, conforme a intensidade da corrente
elétrica aplicada.
•Propriedades mecânicas: as camadas muito puras suportam
dobramentos (ductibilidade) e outras deformações mecânicas.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
principais eletro-depósitos:
• cobreação: fins ornamentais: servir de base para
deposição de outros metais e onde se requer
uma espessura apreciável.
• niquelagem: propriedades físicas, químicas e
mecânicas: decoração e base para a
cromagem.
• cromagem: uma das eletrodeposições mais usada:
dureza: resistência a corrosão: aparência e
resistência ao calor.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
principais eletro-depósitos:
(continuação)

•zincagem ou eletrogalvanização: o zinco é


extensamente utilizado na proteção do ferro, pois
forma com este metal um revestimento anódico
de alto valor anticorrosivo.
• estanhagem: processo caro; muito usado em
revestimentos de latarias para produtos
alimentícios.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
IMERSÃO A QUENTE:
Neste processo o metal base é mergulhado em um
banho fundido do metal que o recobrirá, como:
zinco, chumbo, estanho, etc.
· Galvanização (zincagem a fogo) - forma-se
uma liga entre o metal base e o zinco fundido do
banho ( 440 a 470 °C).
· Estanhação - a peça é mergulhada em banho
fundido de estanho (270 a 325 °C).
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
ASPERSÃO TÉRMICA (METALIZAÇÃO):
Consiste na aplicação de um revestimento, metálico ou
não, utilizando-se uma pistola de aspersão.

A pistola é dotada
s
de chama oxi-
acetilênica ou arco-
voltaico e é
alimentada com fio
ou pó do material
que será utilizado
como revestimento
metálico.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
CEMENTAÇÃO-DIFUSÃO:
O material metálico é posto no interior de tambores
rotativos em contato com com mistura de pó
metálico e um fluxo adequado. O conjunto é
aquecido a altas temperaturas para permitir a
difusão do metal no material metálico.
Utilizado comumente para revestimento com:
alumínio (calorização), zinco (sherardização) e silício
(siliconização).
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
sherardização

• zincagem de objetos pequenos de ferro de


fabricação em grande escala.
• as peças são colocadas em tambores com pó
de zinco e areia (normalmente > 20% de
conteúdo metálico) .
• os tambores são aquecidos a temperaturas
que variam entre 250 a 400 °C, enquanto giram
com velocidade de 20 a 40 rpm.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
cobreação:
pode ser obtido por banho de cobre ácido ou
banho de cobre básico.

Substâncias Banho ácido Banho básico

CuSO4 150 A 180 g/l -

H2SO4 (96%) 40 a 75 g/l -


exemplos de
CuCN - 20 g/l
banhos para
cobreação.
KCN - 30 g/l

Na2CO3 - 15 g/l
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
fonte de
• os banhos ácidos têm um corrente
grande poder de nivelamento da
e Cobre
superfície metálica.
• a agitação do banho favorece a
Peça
deposição e normalmente o
tratamento é feito a temperatura Cu+ 2
ambiente.
• intensidades de corrente
As reações eletrolíticas são:
utilizadas:
No eletrodo de cobre (ânodo): Cu ⇒ Cu+2 +
2e
sem agitação - 2 A/dm2
Na peça (cátodo) : Cu+2 + 2e ⇒ Cu

com agitação - 5 A/dm2


MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
fonte de
niquelagem: corrente
contínua
• a temperatura da
e Níquel
solução é mantida a 50 -
60 °C e a intensidade de
Peça
corrente é a seguinte:
Ni+ 2

sem agitação - 2 a 6 A/dm2


As reações que ocorrem no ânodo e
com agitação - 10 A/dm2 cátodo são:
Ânodo- Ni ⇒ Ni+2 + 2e

Cátodo - Ni+2 +2e ⇒ Ni


MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
cromagem:
• a temperatura da
solução é mantida a
45 °C e a intensidade
de corrente é de 8 a
16 A/dm2
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
CLADIZAÇÃO: método muito
utilizado na
indústria química,
podendo ser
executado pela
laminação
conjunta, a quente,
de chapas do metal
base com a chapa
A- direção de detonação; B- do revestimento,
explosivo; C- metal do clad; D- jato;
E- material a ser revestido. pelo processo de
explosão ou solda.
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
PROTEÇÃO CATÓDICA:

• este método de proteção contra a corrosão é


empregado principalmente em estruturas metálicas de
grandes dimensões (navios, tubulações) sujeitas a
ação corrosiva da água do mar ou terrenos úmidos.
• tem como princípio a formação de uma pilha
galvânica entre o material a proteger e um eletrodo de
sacrifício, que faz o papel de ânodo, ou aplicando um
potencial elétrico. As representações esquemáticas
das figuras a seguir ilustram os dois métodos:
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO

ânodo de magnésio
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO

proteção à
tanques de
combustível
subterrâneos
pela aplicação
de corrente
imposta
MÉTODOS PARA COMBATER
A CORROSÃO
• REVESTIMENTOS NÃO METÁLICOS

Existem dois tipos de revestimentos não


metálicos contra a corrosão:
• Revestimentos inorgânicos - vidrados,
esmaltes cerâmicos, etc.
• Revestimentos orgânicos - vernizes e tintas

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