Física e Produção de Polímeros

Física e Produção
de Polímeros
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR
Paulo Roberto de Carvalho Coelho Filho
- Engenheiro Químico – UFMG – 1992

- Mestre em Engenharia Mecânica área de atuação Engenharia Automotiva - 2004
- Doutor em Engenharia Metalúrgica e de Minas área de atuação Ciência e Engenharia de
Materiais – UFMG – 2009
- Atuação em Engenharia de Materiais na indústria automotiva por 29 anos
- Membro de comissões técnicas da ABM
- Membro de comissões técnicas da AEA
- Professor na pós-graduação em Design Automotivo da Fumec – Tecnologia dos Materiais –
2010
SUMÁRIO DA DISCIPLINA
- 02/05/22: Engenharia e Ciência dos Materiais

- 09/05/22 : Ciência dos Polímeros
- 16/05/22 : Ciência dos Polímeros e Tecnologia dos Plásticos
- 23/05/22 : Tecnologia dos Plásticos
- 30/05/22 : Tecnologia dos Plásticos
- 06/06/22: Tecnologia das Tintas, dos Adesivos e dos Materiais Compósitos
- 13/06/22: Tecnologia dos Elastômeros
- 20/06/22: Ecologia e Novos Materiais
Tel. 31 98838.6828
BIBLIOGRAFIA
1. CANEVAROLO, S V., Técnicas de Caracterização de Polímeros, 2004.

2. CANEVAROLO, S V., Ciências dos Polímeros, 3ª Edição, 2010.
3. MANO, E.B. Introdução aos Polímeros. Editora Edgard Blücher Ltda., São Paulo, 1999.
4. MANO, E.B. Polímeros como Materiais de Engenharia. Editora Edgard Blücher Ltda., São Paulo, 1991.
5. GUEDES, B. & FILAUSKAS, M. O Plástico. Livros Érica Editora, São Paulo, 1991.
6. RABELLO, M. Aditivação de Polímeros, Artliber Editora, São Paulo, 2007.
7. RODRIGUES, F. Principles of Polymer Systems. Taylor & Francis, Washington, 1996.
8. BRETAS, R. E. S., D’Avila, M. A., Reologia de Polímeros Fundidos, 2000.
9. STRONG, A.B. Plastics: Materials and Processing. Prentice-Hall, Columbus, 1996.
10. MICHAELI, W. e outros. Tecnologia dos Plásticos. Editora Edgard Blücher Ltda., São Paulo, 1995.
Notas de aula.
MATERIAIS
Conceito:
Conglomerado de matéria.
Matéria: substância que possui massa (ocupa espaço) e que constitui os objetos
A temperatura ambiente:
Sólido: ex. Ferro
Líquido: ex. Álcool
Gasoso: ex. Oxigênio
Origem:
Natural
Mineral: ex. Cobre
Vegetal: ex. Borracha natural
Animal: ex. Couro
Artificial
Obtido por processamento de transformação: ex. papel
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS
METAIS POLÍMEROS CERÂMICOS COMPÓSITOS
Aços Plásticos Vidro Concreto

Alumínio e suas ligas Borrachas (elastômeros) Porcelana Fibra de carbono
Bronze Tintas Refratários Fibra de vidro
Ferro fundido Adesivos Tijolos Pneus
HISTÓRIA
ENGENHARIA DE MATERIAIS Processamento
Fundição
Laminação
Extrusão
Estampagem
Injeção
Termoformagem
Sopro
Estrutura
Propriedade
Estrutura atômica
Químicas
Estrutura cristalina
Microestrutura Físicas
Macroestrutura Mecânicas
ENGENHARIA DE MATERIAIS
Propriedades Mecânicas
Conceito de propriedades:
Resposta a um estímulo a qual o material está submetido
Tipos de propriedades:
Mecânicas: resistência, dureza, limite de escoamento, tenacidade, fadiga
Físicas: densidade, óticas, elétricas, magnéticas
Químicas: corrosão, reatividade (durabilidade) química

ENGENHARIA DE MATERIAIS
Durante a especificação dos materiais, podemos classificar as propriedades:
Intrínsecas Extrínsecas
- Mecânicas - Fabricação
- Físicas e Químicas - Superficiais
- Microestruturais - Estéticas
- Econômicas
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS
Exemplos de esforços
Tração Compressão
<- Uniaxial ->
<- Biaxial ->

Exemplos de esforços
Flexão ou envergamento Torção Deslizamento ou Cisalhamento

- Resistência
- à ruptura
- ao escoamento Ensaios destrutivos
- à fluência Aplicação de forças
- à fadiga Tempo e velocidade de aplicação
- Rigidez Como determinar? Estática x dinâmica
- Dureza Magnitude
- Fragilidade Exposição ambientais
- Ductilidade Temperatura
- Tenacidade Atmosfera corrosiva
- Resiliência
- Módulo de elasticidade
- Medida da rigidez do material

- Resistência à deformação elástica
- Inclinação da reta
- Módulo de Young
- Rigidez x elasticidade
- Módulo de elasticidade
- Para os polímeros, forte dependência da temperatura

- Coeficiente de Poisson
- Medida da rigidez do material

- Resistência à deformação elástica
- Relação negativa entre deformação axial e lateral
- Valores típicos:
- Metais: 0,33
- Cerâmicos: 0,25
- Polímeros: 0,40
- Coeficiente de Poisson
- Materiais Auxéticos
- Valores negativos
- Expandem transversalmente quando tracionados
- Também chamados de anti-borracha
- Função da estrutura (macro, micro, nano)
- Exemplos:
- Macro: https://youtu.be/mKKC4dejJnU
- Micro: espumas especiais Nanotubos de carbono
para reforço de polímeros
- Nano (atômica): cristobalita (quartzo), nanotubos
- Ductilidade x Fragilidade
- Frágil: baixa deformação plástica

- Dúctil: alta deformação plástica
- Limite de Escoamento
- Medida da resistência à deformação permanente
Projetos estruturais
Considerar deformações elásticas
Usar a tensão limite antes da deformação plástica
ESCOAMENTO
Para alguns polímeros:

As borrachas (elastômeros)
Não existe limite de escoamento
Hiperelasticidade
Comparativo metais x polímeros

- Tensão máxima
- Medida do limite de resistência à tração

- Tensão máxima
Comparativo metais x polímeros

- Tenacidade
- Medida da capacidade de absorção de energia

antes da rutura
- Área sob a curva tensão deformação
- Fraturas:
- Frágil: deformação elástica
- Dúctil: deformações elástica e plástica
- Tenacidade
- Ensaios:
- Tração
- Impacto
- Charpy
- Izod
- Tenacidade
- Ensaios:
- Ball drop ou queda de peso
- Dart Falling ou queda de dardo
- Teste instrumentalizado:
- https://youtu.be/FbG_0EgKpkw
Área abaixo da curva =

energia absorvida pelo
material
- Tenacidade
- Ensaios:
- Ball drop ou queda de peso
- Dart Falling ou queda de dardo
- Não instrumentalizado
Ball drop test:

https://youtu.be/VRgCW6LB3dg
- Resiliência
- Medida da capacidade de absorção de energia
durante a fase elástica
- Área sob a curva tensão deformação (tração
ou compressão)
- Materiais resilientes possuem:
- Alta tensão de escoamento
- Baixo módulo de elasticidade
- Exemplos: molas, borrachas (elastômeros)
- Resiliência
- Borracha:
- Histerese mecânica
- Capacidade de preservar a
deformação
- Bouncing test (quicar)
- https://youtu.be/YIdwWAwfc_o
- Dureza
- Medida da resistência à deformação plástica localizada
- Compressão de outro material mais duro
- Calculada pela:
- impressão deixada – metais
- força aplicada - polímeros
- Menor impressão, maior dureza
- Fluência ou Creep
- Medida da deformação permanente
- Função do tempo – longa exposição
- Tensão constante abaixo do limite de escoamento
- Metais: relevante apena a alta temperaturas (~0,4Tfusão)

- Polímeros: relevante também a baixas temperaturas (amorfos)
- Entender o fenômeno para o diagnóstico de falhas

- Etapas do creep:
- 1ª- Deformação elástica instantânea
- 2ª- Velocidade de deformação baixa e constante
- 3ª- Velocidade de deformação alta seguida de ruptura
Propriedades Elétricas e Magnéticas
- Porque estudar as estas propriedades?
- Eletricidade ↔ Luz
- Lâmpadas; células solares; fotodiodos; CCDs
- Eletricidade ↔ Som
- Fones; microfones; sensores sísmicos
- Eletricidade ↔ Calor
- Aquecedores resistivos; termômetros; termopares;
- Porque estudar as estas propriedades?
- Eletricidade ↔ Reação Química

- Sensores químicos (ex. sonda lambda)
- Eletricidade ↔ Deformação mecânica (efeito piezoelétrico)

- Gerador de ultrassom; barômetro; sensores de força e pressão
- Propriedades Elétricas
- Resistividade e condutividade
- Constante dielétrica
- Propriedades Magnéticas
- Permeabilidade e suscetibilidade magnética
- Resistividade/Condutividade elétrica
- Medida do mobilidade dos elétrons nas camadas de valência

- Metais: os elétrons estão livres para se movimentar – condutores
- Polímeros e cerâmicos: os elétrons estão participando das ligações
químicas – isolantes e semicondutores
- Lei de Ohm:
- V=R.i
.
- R=
é a resistividade elétrica – propriedade do material
- σ=
- σ é a condutividade elétrica – propriedade do material
- Como explicar a condutividade elétrica?

- Teoria da nuvem eletrônica/mar de elétrons
- Teoria da banda de valência/banda de condução
- Teoria dos orbitais atômicos

Elementos químicos típicos dos Metais
Modelo atômico de Bohr

Distribuição eletrônica
“planetário”
Diagrama de Linus Pauling

Elementos químicos típicos dos Polímeros e Cerâmicos
Modelo atômico de Bohr
Distribuição eletrônica
“planetário”
Diagrama de Linus Pauling
C6 O8
K - 1s2 K - 1s2
L - 2s2 2p2 L - 2s2 2p4
H1 Cl17
K - 1s2 K - 1s2
L - 2s2 2p6
M - 3s2 3p5
H●
Os elétrons estão empenhados
em formar ligações entre os
● H átomos ou seja, não estão
●C● ꟾ livres
● Hꟷ C −̶ H
ꟾ
H
- Constante dielétrica e permissividade elétrica

- Capacidade de uma material acumular carga em um determinado
potencial elétrico
- A constante dielétrica (K) é uma propriedade do material
- Constante dielétrica e permissividade elétrica

- A energia acumulada nos capacitores (Capacitância) é uma função também
da área e da distância entre as placas além da natureza do material
isolante utilizado
- Sensores:
- Velocidade, posição, aceleração, força, temperatura
- Gases, impurezas
- Avalia como o campo elétrico afeta e é afetado pela natureza dos materiais

- A permeabilidade é resistência do material a formação de um campo
magnético. É o grau de magnetização do material em resposta a um
campo magnético aplicado.
é o campo magnético induzido (resultante)

é a permeabilidade magnética
é o campo magnético criado

- O comportamento magnético dos materiais está relacionados com o
momento de dipolo magnético dos elétrons
- Tais dipolos resultam do giro (spin) e da órbita ao redor do núcleo

- Resposta dos materiais ao campo magnético
- Diamagnéticos
- Fraca resposta. Orientação oposta
- Polímeros, cerâmicos, cobre, prata, chumbo
- Paramagnéticos
- Fraca resposta. Elétrons desemparelhados.
- Alumínio, magnésio
- Ferromagnéticos
- Forte resposta. Mesma orientação
- Ferro, cobalto, níquel

Propriedades Térmicas
- Condutividade / Resistividade térmica

- Calor específico
- Dilatação térmica
- Principais formas de transferência de calor:

. Irradiação
. Convecção
. Condução
- Definição: transferência de energia entre átomos e moléculas devido

a um gradiente de temperatura. Não há transferência de massa
- Capacidade de um material conduzir calor

- Condutividade é o inverso da resistividade
- Baixa condutividade: materiais isolantes térmicos

- Alta condutividade: materiais dissipadores de calor
- Comporta-se de forma análoga à condutividade elétrica

- Calor específico
- Calor necessário para aumentar a temperatura do material

Material C (kJkg-1K-1)
Chumbo 0,128
∆
Prata 0,235
Latão 0,387
Aço 0,469
Grafite 0,711
Granito 1,017
Madeira 1,760
Borracha 1,840
- Dilatação térmica
- Aumento dimensional (linear, área, volumétrica) de um corpo

devido ao aumento da temperatura
- Elementos estruturais: tomar cuidado!
- Gradiente térmico -> deformações não uniformes -> tensões

internas -> têmpera térmica. Exemplo: vidro temperado
- Temperatura máxima de uso contínuo Material Tfusão (oC) Tmáx (oC)
- Para metais: Alumínio 660 350

- Aproximadamente metade da temperatura de fusão. Cobre 1083 630
Efeito da fluência
Níquel 1453 880
Ferro 1536 930
Titânio 1668 1020
Zircônio 1852 1150
Cromo 1900 1180
Nióbio 2468 1550
Tântalo 2996 1910
Tungstênio 3410 2160
- Temperatura máxima de uso contínuo
- Para cerâmicos:
- Sofrem pouca interferência da fluência
- Baixa condutividade térmica
- Baixa resistência ao choque térmico
- Usados a altas temperaturas. Acima de 2000oC
- Temperatura máxima de uso contínuo
- Para polímeros:
- Resistências térmicas variadas, normalmente baixas
- Depende da estrutura molecular
Propriedades Óticas
- Transparência
- Cor
- Reflexão
- Refração
- Refração e Reflexão
Material transparente n
Água 1,00
Ar 1,33
Etanol 1,36
Acrílico 1,49
Vidro 1,50
Glicerina 1,90
Diamante 2,42
- Índice de refração depende da densidade e das características

elétricas e magnéticas dos materiais
- Birrefringência: índices de refração diferentes em direções

diferentes. Técnicas de avaliação de tensões internas residuais
- A reflexão é função direta da interação da

onda eletromagnética incidida e os elétrons
livres na superfície dos materiais. Os metais
possuem mais brilho
- A cor de um metal está relacionada a ao
comprimento de onda refletido
- A reflexão depende fortemente da rugosidade da superfície:

- Rugosa:
- Reflexão difusa
- Efeito opaco
- Aparecimento de cores
- Lisa
- Reflexão especular
- Efeito brilhante
- Espelho
- Absorção
- Metais: opaco à maioria das radiações eletromagnéticas e

transparente às ondas de alta energia (raios X e raios γ)
- Transmissão
- A transmitância (propriedade) é função das características

elétricas e microestruturais
- Microestrutura cristalina – opaco

- Microestrutura amorfa - transparente
PROPRIEDADES DOS METAIS
- Alta condutividade térmica

- Alta condutividade elétrica
- Alta densidade
- Alta resistência mecânica
- Alta ductibilidade / maleabilidade
- Alto brilho
PROPRIEDADES DOS CERÂMICOS

- Baixa condutividade elétrica
- Baixa densidade
- Alta resistência mecânica / dureza
- Alta rigidez / fragilidade
- Biocompatibilidade
PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS

- Baixa condutividade elétrica
- Baixa densidade
- Maleabilidade / flexibilidade
- Baixa reatividade / resistência química
PROPRIEDADES DOS COMPÓSITOS
- Muita variação
- Dependente da natureza das fases
- Propriedades intermediárias

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Paulo Roberto de Carvalho Coelho Filho

- Engenheiro Químico – UFMG – 1992

- 02/05/22: Engenharia e Ciência dos Materiais

1. CANEVAROLO, S V., Técnicas de Caracterização de Polímeros, 2004.

METAIS POLÍMEROS CERÂMICOS COMPÓSITOS

Aços Plásticos Vidro Concreto

Resposta a um estímulo a qual o material está submetido

Mecânicas: resistência, dureza, limite de escoamento, tenacidade, fadiga

Físicas: densidade, óticas, elétricas, magnéticas

Químicas: corrosão, reatividade (durabilidade) química

Durante a especificação dos materiais, podemos classificar as propriedades:

<- Uniaxial ->

<- Biaxial ->

Flexão ou envergamento Torção Deslizamento ou Cisalhamento

- Medida da rigidez do material

- Para os polímeros, forte dependência da temperatura

- Medida da rigidez do material

- Frágil: baixa deformação plástica

- Medida da resistência à deformação permanente

Considerar deformações elásticas

Usar a tensão limite antes da deformação plástica

Para alguns polímeros:

Comparativo metais x polímeros

- Medida do limite de resistência à tração

Comparativo metais x polímeros

- Medida da capacidade de absorção de energia

Área abaixo da curva =

Ball drop test:

- Metais: relevante apena a alta temperaturas (~0,4Tfusão)

- Entender o fenômeno para o diagnóstico de falhas

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Porque estudar as estas propriedades?

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Porque estudar as estas propriedades?

- Eletricidade ↔ Reação Química

- Eletricidade ↔ Deformação mecânica (efeito piezoelétrico)

Propriedades Elétricas e Magnéticas

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Medida do mobilidade dos elétrons nas camadas de valência

Propriedades Elétricas e Magnéticas

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Como explicar a condutividade elétrica?

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Como explicar a condutividade elétrica?

Modelo atômico de Bohr

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Como explicar a condutividade elétrica?

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Como explicar a condutividade elétrica?

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Constante dielétrica e permissividade elétrica

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Constante dielétrica e permissividade elétrica

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- Permeabilidade e suscetibilidade magnética

é o campo magnético induzido (resultante)

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- Permeabilidade e suscetibilidade magnética

Propriedades Elétricas e Magnéticas

- Permeabilidade e suscetibilidade magnética

Propriedades Elétricas e Magnéticas