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CALDEIRA
TIPOS DE CALDEIRAS
CALDEIRAS A VAPOR –
O vapor é o fluído de transferência mais versátil e de uso mais difundido mas
acima de 100 0 C requer pressurização e acima de 200 0 C a pressão necessária
sobe rapidamente tornando o uso de vapor d’água cada vez mais vantajoso
porém exigem equipamentos mais caros e de segurança e outras desvantagens
de causar corrosão ao sistema.
CALDEIRAS FLAMOTUBULARES
CALDEIRAS AQUATUBULARES
A água circula no interior dos tubos aquecidos por fora pelos gases de
combustão. A circulação da água nos tubos funciona pelo principio da
diferença de densidade ou seja a água aquecida fica mais leve e sobe
enquanto a água mais fria, sendo pesada desce, desta forma é criado um
movimento contínuo nos tubos ligados aos tubulões até que a água entre em
ebulição.
Nas caldeiras tubulares são usadas pressões de até 200 kgf/cm2 , temperatura
de 200 0 C a produção de vapor vai até valores de 750 toneladas de vapor
por hora.
INTRODUÇÃO :
A água para uso industrial deve obedecer a certas especificações, de acordo com
a finalidade a que é destinada. Assim, a água que se destina à produção de vapor, deve
ser isenta ou conter quantidades limitadas, de sais de cálcio, magnésio, ferro,
manganês, alumínio bem como a sílica pois esses compostos provocam a formação de
incrustações no interior dos tubos das caldeiras, provocando a queda do rendimento
térmico e constituindo ameaça para graves acidentes.
A água sendo ótimo solvente, nunca é encontrada em estado absoluto de pureza .
A própria água da chuva contêm várias impurezas que normalmente, se encontram na
atmosfera. O Dióxido de carbono (CO2) existente na atmosfera e também no solo
provenientes da decomposição de matéria orgânica, dissolve-se na água, que adquire um
caráter ácido. Essa água, ao correr sobre o solo ou através dele, dissolve outras
substâncias nele existentes, tais como, sais de cálcio, magnésio, sódio, ferro, manganês
e sílica. Portanto, as características do solo determinam a qualidade da água que o
atravessa.
Com relação às impurezas gasosas contidas na água de chuva, há uma diferença
entre aquelas que normalmente estão presentes em zonas residenciais ou de campo e as
das zonas industriais. Nas zonas residenciais ou de campo, tem-se comumente, ar
(oxigênio), dióxido de carbono e amônia. Nas zonas industriais além desses gases, a
água pode conter: Dióxido de Enxôfre, Trióxido de Enxôfre, Óxidos de Nitrogênio, Gás
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Sulfídrico, etc. Esses gases constituem o que se chama de fumos ácidos. Com relação
aos cursos d’água, a sua poluição tem fontes diferentes a saber:
a- Poluição de origem industrial, em que normalmente são encontrados ácidos,
matéria orgânica, sais, óleos e detergentes.
b- Poluição de origem doméstica (esgoto), que apresenta como poluentes
principalmente matéria orgânica, detergentes.
c- Poluição de origem natural, apresentando principalmente, limo, argila, matéria
orgânica oriunda da decomposição das plantas, etc.
As substâncias em suspensão na água são removidas pelos processos clássicos
de floculação, clarificação e filtração. Como esses processos são sobejamente
conhecidos e amplamente explicados em livros que tratam sobre tratamento de água,
vamos nos ater somente às substâncias sólidas e gasosas, que normalmente são
encontradas dissolvidas na água.
Do que foi exposto no item anterior, vamos nos ater um pouco mais ao problema
dos sais de cálcio e magnésio, que são os principais constituintes causadores da dureza.
Como já foi explicado anteriormente, quando a água cai na forma de chuva, ela
não só lava parcialmente a atmosfera carregada de poeiras e bactérias, mas também
dissolve os gases normalmente presentes e, quando alcança o solo já se encontra
saturada de oxigênio, nitrogênio e pequenas quantidades de dióxido de carbono. Essa
água, misturando-se com a matéria orgânica em decomposição, presente na superfície
da terra, torna-se ainda mais carregada de dióxido de carbono e outros produtos de
decomposição, iniciando assim, sua viagem através das camadas do solo, para formar
lençóis subterrâneos. A ação dissolvente da água sobre as rochas calcáreas, é devida ao
conteúdo de dióxido de carbono.
As reações que se processam são as seguintes:
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Além dos bicarbonatos oriundos das reações acima, a água também dissolve
outros sais normalmente presentes no solo, e então, se tem, por exemplo, a presença de
cloretos, nitratos, sulfatos de cálcio e magnésio.
A dureza da água devida a bicarbonatos é chamada dureza temporária, em
carbonatos, ou alcalina, enquanto a dureza devida a outros sais de cálcio e de magnésio,
tais como cloretos, sulfatos, etc chama-se dureza permanente, em não carbonatos ou não
alcalina.
No caso de caldeiras a pressão elevada, da mesma maneira que impurezas como
matéria orgânica, óleo, detergentes, sílica, etc, a dureza da água de reposição deve ser
totalmente eliminada.
DESTILAÇÃO:
DESMINERALIZAÇÃO
O dióxido de carbono pode ser eliminado da água, quase que totalmente, pela
passagem de ar e esse fato é aproveitado no processo de desmineralização, fazendo a
água que sai do trocador catiônico passar por uma torre ( Torre de remoção de CO2 ),
na qual é injetado ar em contra corrente. Como as resinas trocadoras de cátions possuem
evidentemente, uma capacidade limitada para o fornecimento de Hidrogênio, é
necessário, de tempos em tempos proceder-se a uma regeneração. Isso é feito pela
passagem de uma solução de Ácido (geralmente ácido clorídrico ou sulfúrico), através
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da resina. Dessa maneira, todos os cátions que foram retidos pela resina (cálcio,
magnésio, sódio, etc.) entram em solução e são substituídos por ÍONS de hidrogênio. As
reações que se processam, são as seguintes:
A fim de assegurar uma ótima qualidade da água que está sendo purificada, esta,
após passar pelas colunas de resina catiônica, torre de remoção de CO2 e coluna de
resina aniônica, passa por uma coluna de leito-misto (mistura de resinas catiônicas e
aniônicas). Essa coluna de LEITO-MISTO equivale a uma série enorme de colunas
individuais de resinas catiônicas e aniônicas.
AMÔNIA
DIÓXIDO DE CARBONO
OXIGÊNIO DISSOLVIDO
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Além de, por si só, ser altamente corrosivo, torna a amônia corrosiva ao cobre e
suas ligas, como já vimos, e aumenta também o poder corrosivo do dióxido de carbono.
A 60 C, à mesma concentração molar, a corrosão provocada pelo oxigênio dissolvido é
cerca de oito vezes maior que a provocada pelo dióxido de carbono.
Quando os dois gases estão dissolvidos na mesma solução a taxa de corrosão é
cerca de 10 a 400 % maior que a soma das taxas de corrosão que se teria com os dois
gases separadamente.
MEDIDAS PREVENTIVAS
É evidente que a melhor medida preventiva a se tomar para evitar a corrosão por
uma certa substância é eliminá-la se ela estiver presente. No entanto, essa eliminação
nem sempre é facil, ou totalmente eficiente e, nesse caso, outras medidas preventivas
devem ser tomadas. Vejamos o que se pode fazer, com relação à amônia, dióxido de
carbono e oxigênio dissolvido que como já dissemos, são as substâncias gasosas mais
comumente presentes na água de alimentação de caldeiras.
AMÔNIA
DIÓXIDO DE CARBONO
Traços desse gás são dificilmente eliminados por processo físico (desaeração) e
são suficientes para causar sensível queda do pH de uma água de alto grau de pureza.
Dessa maneira, há a necessidade da adição de um produto alcalino que neutralize o seu
efeito. A recomendação, no caso é para o uso de substâncias voláteis que não se
concentrarão na caldeira, saindo com o vapor e dando proteção ao ciclo. A amônia e
aminas voláteis, como morfolina e ciclo hexamina, são os produtos comumente usados.
Há controvérsias sobre as vantagens ou desvantagens do uso de uma ou outra dessas
substâncias. Quanto à amônia, é o produto mais barato dos três e a que precisa ser
adicionada em menores quantidades, para a elevação do pH. Durante alguns anos, o uso
da amônia chegou a ser quase abandonado mas, ultimamente, está voltando a ter
preferência. Outra amina que tem sido indicada como medida preventiva contra o
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OXIGÊNIO DISSOLVIDO
O oxigênio é o gás que oferece maior perigo, do ponto de vista da corrosão de
caldeiras. A sua solubilidade na água é pequena, e diminue com o aumento da
temperatura da água.
O sulfito ainda é e pode ser usado, mas somente em caldeiras à baixa pressão.
Nas de alta pressão o seu uso tem sido condenado, devido à sua decomposição, que
pode produzir ácido sulfídrico (H2S) ou dióxido de enxôfre (SO2 ). Além do fato de sua
adição causar o aumento na concentração de sólidos na água de caldeira, obrigando a
purgas contínuas da água. Mesmo em pressões consideradas médias, o perigo de
decomposição do sulfito existe, pois já foi observada a sua ocorrência em caldeiras
operando a 40 Kg/cm2 onde a concentração do sulfito era superior a 60 ppm.
Atualmente, o produto mais utilizado tem sido a hidrazina, que é um produto
volátil não aumentando o conteúdo de sólidos na água de caldeira, o que, sem dúvida é
uma vantagem considerável. A sua reação com o oxigênio dá como resultado, água e
nitrogênio.
N2H4 + O2 → 2H2O + N2
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Assim o uso de hidrazina não deve ser feito sem um controle perfeito e sem um
conhecimento da concentração de oxigênio dissolvido que se precisa eliminar. Deve-se,
portanto, estar aparelhado para que esse controle seja possível.
ÁGUA DE CALDEIRA
Inúmeros tipos de tratamento interno de água de caldeira têm sido utilizados nos
últimos cem anos. Esses tipos variam desde a adição de uma variedade de produtos
químicos orgânicos e inorgânicos até a adição de produtos químicos não específicos,
tais como variados produtos, e, tem três objetivos principais:
a- prevenir e contolar a formação de depósitos na caldeira.
b- prevenir a corrosão da caldeira e seus auxiliares.
c- conduzir vapor de alta pureza.
1- Carbonato de Sódio
É usado apenas em caldeiras de até 14 Kg/cm2 de pressão. O carbonato de sódio
é parcialmente convertido em soda cáustica. Com esse processo, se precipitam os sais
de cálcio e de magnésio, desde que se mantenha um excesso de cerca de 300 ppm de
carbonato de sódio (para remoção do cálcio) e apenas poucas partes por milhão de soda
cáustica (para remoção do magnésio). Tem a vantagem do baixo custo e fácil manuseio
e a desvantagem de liberar gás carbônico que dará características ácidas ao vapor, além
do que, a possibilidade da presença de soda cáustica em altas concentrações oferece o
perigo da fragilização cáustica do metal (fenômeno que explicaremos posteriormente,
neste trabalho) e da destruição da película protetora de magnetita. As reações
envolvidas no processo seriam as seguintes:
Na2CO3 + H2O → 2NaOH + CO2
2Fe + 2NaOH + H2O → 2NaFeO2 + 3H2
Fe3O4 + 2NaOH → 2NaFeO2 + FeO + 3H2
Para que essas reações sejam possíveis, é evidente que se deverá ter sempre um
excesso tanto de fosfato trisódico como de soda cáustica e o valor do pH deve ser
mantido acima de 10 para assegurar uma melhor remoção do cálcio, e no máximo de 11
para evitar concentrações elevadas de soda cáustica.
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ÁLCALIS VOLÁTEIS
Nas especificações para água de caldeira é sempre dado um valor máximo para a
concentração de sílica, valor esse tanto menor, quanto maior for a pressão da caldeira.
Para as caldeiras de alta pressão, esses limites máximos são muito pequenos, ou seja,
muito inferiores aos que se admitiria para muitos problemas de incrustações de silicatos
na própria caldeira.O que se tem em vista, porém, é evitar a presença de sílica no vapor
que sai da caldeira.
A passagem de substâncias sólidas, em solução na água da caldeira, para o
vapor, pode ser dado por arraste, volatilidade ou por dissolução no vapor. Em caldeiras
modernas de alta pressão, com a manutenção de baixa concentração de sólidos na água
e o uso de ciclones separadores e lavadores de vapor, o arraste dificilmente ocorre. Por
outro lado, os sólidos normalmente presentes são praticamente não voláteis nas
temperaturas e pressões de caldeiras.
No entanto, eles tem apreciável solubilidade em vapor a alta pressão, e das
substâncias presentes normalmente na água de caldeira, que podem se dissolver no
vapor, geralmente se dá maior importância à sílica, porque caso ela se deposite nas
palhetas das turbinas, a sua remoção será muito difícil.
O problema da solubilidade da sílica no vapor tem sido estudado com muita
profundidade, e dos resultados obtidos destacaremos os seguintes:
1. A quantidade de sílica dissolvida no vapor super-saturado é
aproximadamente, proporcional ao conteúdo de sílica na água da caldeira.
2. Essa proporção decresce, com o aumento do valor do pH da água da caldeira
e aumenta, sensivelmente, com o aumento da pressão.
3. A solubilidade da sílica no vapor aumenta na presença de sílica sólida ou
silicato de sódio e com o grau de super-aquecimento no vapor.
Essa reação faz com que haja uma concentração dos grãos, devido à uma
diferença de densidade entre o carbeto de ferro (Fe3C) e o ferro formado. Em
consequência disso, o aço perde sua resistência às deformações, isto é se torna
fragilizado, podendo sofrer fendimento.
Uma evidência física da fragilização pelo hidrogênio, é uma míriade de micro-
fissuras (inter-granulares) acompanhada por uma descarbonatação completa ou parcial
do aço, na área em que ocorrer a falha.
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