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Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI - Campus Santo Ângelo/RS

Departamento de Engenharia e Ciência da Computação


Disciplina de Fundamentos Engenharia Ambiental
Prof. Dr. Emitério da Rosa Neto

Trabalho referente a aula prática

Autores:
Cristiano César Ghisleni
Gabriel Zagonell Guma
Mikele da Silveira Vianna
Rafael Zavalik Castro

1 – Os parâmetros analisados, se enquadram em que categoria: Químicos, Físicos ou Biológicos?

Dentre os parâmetros analisados, a alcalinidade pode ser definida como uma característica química.
Do mesmo modo, o pH também é considerado um parâmetro químico e descreve a concentração de íons de
hidrogênio (H+) presentes na água. Enquanto isso, a cor refere-se à aparência visual devido à presença de
impurezas, como materiais orgânicos em suspensão e trata-se de um parâmetro físico. Semelhantemente, a
turbidez é uma medida da clareza da água e indica o grau de opacidade causado por partículas em
suspensão, enquadrando-se na categoria física.
A condutividade elétrica mede a capacidade da água para conduzir eletricidade devido à presença de
íons dissolvidos e caracteriza-se como um parâmetro físico. Além disso, a Concentração de Oxigênio
Dissolvido (OD) é um parâmetro químico que indica a quantidade de oxigênio disponível para organismos
aquáticos respirarem. Por fim, a dureza da água se refere à concentração de íons de cálcio e magnésio
dissolvidos na água, sendo definida como um parâmetro químico.

2 – Sobre o parâmetro cor, qual é o principal constituinte que confere cor na água?
O principal componente que dá tonalidade à água natural é a matéria orgânica dissolvida, que pode
incluir substâncias como taninos, lignina, ácidos húmicos e fúlvicos, entre outras. A coloração da água
geralmente varia de amarelo a marrom, dependendo da quantidade e da natureza da matéria orgânica
presente.

3 – Diferencie aspectos de cor na água, quanto:


a) origem natural;
 Fonte Biológica: A cor natural da água pode ser atribuída à presença de substâncias orgânicas
dissolvidas, como taninos, lignina, ácidos húmicos e fúlvicos. Essas substâncias são liberadas
pela decomposição de material vegetal, como folhas, galhos e plantas aquáticas, e são típicas
de corpos d'água em áreas naturais, conferindo tons que variam de amarelo a marrom,
dependendo de sua quantidade e composição.

 Origem Mineral: Águas subterrâneas podem adquirir coloração devido à presença de minerais
dissolvidos, como ferro e manganês. Elevadas concentrações desses minerais podem dar à
água uma tonalidade avermelhada ou marrom.

b) Origem Humana (Antropogênica):

 Poluição Industrial: A coloração da água pode ser influenciada pela liberação de resíduos
industriais, incluindo produtos químicos, tintas, metais pesados e compostos orgânicos. Esses
poluentes industriais frequentemente conferem cores distintas à água, muitas vezes diferentes
das cores naturais.

 Descarga de Esgotos Domésticos: Efluentes domésticos, como esgoto não tratado ou tratado
inadequadamente, podem introduzir cor na água devido à presença de matéria orgânica,
produtos químicos de limpeza e outras substâncias que não são comuns na água de forma
natural.

4 – Conceitue turbidez.
A turbidez é a opacidade da água devido a partículas em suspensão, como sedimentos, argila, matéria
orgânica, areia e microorganismos. Maior concentração de partículas resulta em água mais turva,
diminuindo a transparência. Ela é geralmente expressa em unidades de NTU (Nephelometric Turbidity
Units) e é medida usando um instrumento chamado turbidímetro. A medida da turbidez é importante em
várias aplicações, como tratamento de água, monitoramento de qualidade, avaliação da saúde dos
ecossistemas aquáticos e controle de processos industriais. Águas com alta turbidez podem indicar
problemas de qualidade, como poluição ou erosão do solo, e podem afetar a vida aquática, a potabilidade da
água e o uso industrial.

5 - Sobre o parâmetro turbidez, qual é o principal constituinte que confere turbidez na água?
O principal constituinte que confere turbidez à água são as partículas em suspensão, que podem
incluir sedimentos, argila, areia, matéria orgânica em suspensão, microorganismos e outros sólidos que não
estão dissolvidos na água. Quanto maior a concentração e o tamanho dessas partículas em suspensão, maior
será a turbidez da água, resultando em uma menor capacidade de transmitir a luz e uma aparência turva.

6 – Diferencie aspectos de turbidez na água, quanto:


a) origem natural;
 Sedimentos Naturais: A turbidez natural na água pode ser causada pela presença de
sedimentos minerais, como argila, areia e partículas rochosas, que são erodidas de forma
natural devido às condições climáticas e geológicas. Isso é comum em rios e córregos que
transportam sedimentos das áreas circundantes para a água.

 Matéria Orgânica Natural: A decomposição de matéria orgânica, como folhas, plantas


aquáticas e detritos naturais, pode liberar partículas orgânicas em suspensão, contribuindo
para a turbidez em ambientes aquáticos naturais.

b) Origem Antropogênica:

 Erosão do Solo: A atividade humana, como desmatamento, construção civil, agricultura


intensiva e mineração, pode aumentar a erosão do solo e, consequentemente, a entrada de
sedimentos na água, elevando a turbidez.

 Poluição por Resíduos: Descargas de poluentes industriais, efluentes domésticos e resíduos


sólidos podem introduzir partículas em suspensão, como produtos químicos, materiais
particulados e substâncias tóxicas, na água, contribuindo para a turbidez.

 Alterações do Habitat: Atividades de construção, como barragens e dragagem, podem


perturbar o leito do rio ou do lago, aumentando a turbidez da água devido à agitação das
partículas sedimentares.

7 – Qual a importância da verificação do nível de oxigenação em um corpo d’água?


A verificação dos níveis de oxigenação desempenha um papel fundamental na gestão e conservação
dos ecossistemas aquáticos, na qualidade da água e na saúde dos organismos vivos. A escassez ou excesso
de O2 pode gerar impactos devastadores, levando à morte dessas espécies e causando desequilíbrios no
ecossistema aquático como um todo.

Além disso, os níveis de oxigênio dissolvido são um indicador fundamental da qualidade da água,
onde baixos índices podem representar problemas como poluição, eutrofização (o enriquecimento excessivo
da água com nutrientes) e florações de algas nocivas. Tal fato também é crítico em processos de tratamento
de água potável, afetando negativamente a eficiência do processo e a qualidade da água distribuída para
consumo humano.

Destarte, a disponibilidade excessiva de oxigênio influencia os processos biogeoquímicos, como a


decomposição da matéria orgânica, causando problemas de odor e gosto na água. Por fim, o monitoramento
dos níveis de oxigênio também tem implicações no que diz respeito às mudanças climáticas, já que a
decomposição anaeróbica da matéria orgânica em ambientes com baixo oxigênio pode liberar gases de efeito
estufa, como o metano.
8 – Preencha os dados obtidos nas análises da amostra, nas tabelas abaixo:

Resultados da amostra coletada na URI

Parâmetro de Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6


qualidade
Cor (mg/L Pt. 0 0 0 0 0 0
Co/L)
Turbidez (UNT) 8,80 8,79 0 28,43 0 0
pH 8,80 10,79 8,89 9,18 7,34 9,30
Oxigênio 6,5 6,5 5 3,4 3 4,75
Dissolvido (mg/L)
Dureza ppm 2 5 2 18 3 25
CaCO3
Alcalinidade 280,67 282,27 281,37 76,2 254 267
mg/L CaCO3

9 – Qual a importância da análise do indicador alcalinidade para amostras de água?

Primeiramente, esse indicador desempenha um papel fundamental na avaliação da qualidade da água.


Especialmente em corpos de água naturais e aquíferos, onde sua variabilidade pode ser significativa, a
monitorização frequente desse parâmetro auxilia na detecção de oscilações e tendências ao longo do tempo.

Adicionalmente, a alcalinidade está diretamente ligada à habilidade da água de resistir a alterações


em seu nível de acidez. Isso é particularmente significativo em ecossistemas aquáticos, como rios e lagos,
onde pequenas variações desse índice podem ter impactos adversos na vida aquática. Essa correlação entre
alcalinidade e estabilidade do pH também possui relevância em ambientes de criação de peixes e aquários,
onde manter um pH constante é essencial para o bem-estar dos organismos. Além disso, ela influencia
diretamente processos vitais como coagulação e floculação, portanto, seu controle é vital para otimizar a
eficiência do tratamento e a qualidade da água resultante.

Ademais, a alcalinidade pode funcionar como um indicador de poluição. A diminuição acentuada de


seus níveis pode indicar a presença de poluentes ácidos, tais como descargas industriais ou poluição
agrícola, demandando uma investigação minuciosa e a implementação de medidas de controle para prevenir
impactos ambientais prejudiciais.

10 - Qual a importância do parâmetro alcalinidade na etapa de floculação de uma estação de


tratamento de água para abastecimento público?
A alcalinidade exerce influência sobre a eficiência da coagulação e floculação. O controle adequado
desse parâmetro cria condições ideais para que produtos químicos de coagulação, como sulfato de alumínio
ou cloreto férrico, ajam de maneira eficaz na remoção de partículas suspensas na água. Isso resulta na
formação de flocos maiores e mais pesados, facilitando sua posterior remoção.

Além disso, a alcalinidade também desempenha um papel crucial na manutenção do pH estável


durante o processo de tratamento, o que é fundamental para garantir que as reações químicas envolvidas no
processo ocorram de forma eficiente. Nesse contexto, variações substanciais no pH podem prejudicar a
formação e o crescimento dos flocos, comprometendo a eficácia do processo.

Em resumo, a alcalinidade exerce um papel fundamental na etapa de floculação de uma estação de


tratamento de água para abastecimento público. Sua influência abrange desde a eficiência da coagulação até
a estabilidade do pH, a redução da turbidez, a economia de produtos químicos e a manutenção das
infraestruturas de distribuição de água. O controle adequado da alcalinidade é crucial para fornecer água
tratada de alta qualidade de maneira segura e eficaz para a população.

11 – Qual a importância de medir a dureza da água?

A medição da dureza da água é crucial para garantir a qualidade da água potável, prevenir depósitos
minerais em encanamentos, economizar sabão e detergentes, manter eficiência em processos industriais,
operar sistemas de tratamento de água e proteger contra corrosão em infraestruturas. Em suma, é
fundamental para o uso sustentável e eficaz dos recursos hídricos.

12 – Qual a importância do parâmetro dureza da água para fins industriais?

Águas excessivamente duras podem causar incrustações em equipamentos, tubulações e trocadores


de calor, resultando em redução da eficiência e aumento dos custos de manutenção. Além disso, a eficiência
energética é outra área impactada pela dureza da água. A incrustação causada por águas duras pode
aumentar a resistência ao fluxo de água em sistemas de resfriamento, caldeiras e trocadores de calor,
resultando em um consumo maior de energia para manter a operação.

De outra perspectiva, as águas duras podem afetar a qualidade e a consistência dos produtos, bem
como interferir nos processos de fabricação. A medição e o controle da dureza da água são necessários para
garantir a qualidade dos produtos finais e a conformidade com padrões regulatórios.

13 – Dentre os valores obtidos para o parâmetro de dureza, qual a classificação para cada um dos
valores obtidos?

Os valores obtidos para o parâmetro de dureza podem ser classificados da seguinte forma:
 2: Baixa Dureza;
 5: Baixa Dureza;
 2: Baixa Dureza;
 18: Dureza Média;
 3: Baixa Dureza;
 25: Dureza Alta.
Essa classificação é baseada na concentração de íons de cálcio e magnésio na água, onde valores
baixos indicam baixa dureza e valores mais altos indicam dureza média ou alta.

14 – É possível estabelecer uma relação entre os parâmetros pH e alcalinidade? Se sim, qual?

A alcalinidade representa a capacidade da água de atuar como um tampão contra mudanças no pH.
Águas com alta alcalinidade são mais resistentes a variações significativas no pH, enquanto águas com baixa
alcalinidade são mais sensíveis a essas mudanças. Essa relação é importante em várias aplicações, como
tratamento de água e controle de qualidade da água.

15 - Apresente um gráfico para cada parâmetro analisado, indicando a média geral e as respectivas
curvas de variação, conforme os resultados.

Figura 1 – Parâmetro de Cor

Fonte: os Autores.
Figura 2 – Parâmetro de Alcalinidade

Fonte: os Autores.

Figura 3 – Parâmetro de Oxigênio Dissolvido

Fonte: os Autores.
Figura 4 – Parâmetro de Dureza

Fonte: os Autores.

Figura 5 – Parâmetro de pH

Fonte: os Autores.
Figura 6 – Parâmetro de Turbidez

Fonte: os Autores.

Quadro 1 – Média dos Parâmetros Adquiridos

Parâmetro de qualidade Média Geral

Cor (mg/L Pt. Co/L) 0

Turbidez (UNT) 7,67

pH 9,05

Oxigênio Dissolvido (mg/L) 4,858333

Dureza (ppm CaCO3) 9,166667

Alcalinidade mg/L CaCO3 240,2517

Fonte: os Autores.

16 – Consulte a Resolução do CONAMA 357/05, e analise os resultados obtidos pelos outros grupos e
apresente informações relativas quanto ao enquadramento conforme resolução acima citada, para
cada parâmetro.
 Cor (mg/L Pt. Co/L): Os valores de cor próximos a zero se encaixam geralmente nas classes de água
destinadas ao abastecimento humano (Classe 1), pois a água para consumo humano deve ser de alta
qualidade visual.

 Turbidez (UNT): Valores de turbidez próximos a 8,80 UNT e 8,79 UNT podem se adequar à Classe
2 (águas destinadas à proteção das comunidades aquáticas). O valor de 28,43 UNT pode não se
encaixar em nenhuma classe, pois é alto para a maioria delas.

 pH: Os valores de pH entre 6 e 9 são geralmente aceitáveis em muitas classes de água, incluindo
Classe 1 e 2.

 Oxigênio Dissolvido (mg/L): Valores de oxigênio dissolvido entre 3 e 6,5 mg/L podem ser
adequados para a Classe 2 (proteção das comunidades aquáticas) e Classe 3 (recreação de contato
primário). Valores mais baixos podem ser aceitáveis na Classe 1 (abastecimento humano).

 Dureza (ppm CaCO3): Valores de dureza podem variar significativamente, mas valores mais baixos
(2 ppm) podem ser aceitáveis em várias classes.

 Alcalinidade (mg/L CaCO3): Valores de alcalinidade próximos a 254 mg/L CaCO3 e 267 mg/L
CaCO3 podem ser adequados para a Classe 2 (proteção das comunidades aquáticas), enquanto
valores mais elevados podem ser aceitáveis em outras classes, dependendo das características locais.

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