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Química Ambiental – Prof.

Bruno Barbalho

Elaboração de laudo de qualidade da água

Amanda Hellen Pontes da Silva;


Darieli Bezerra de Medeiros.
INTRODUÇÃO
O que é a qualidade da água?
inúmeros fatores determinam a qualidade da água, estabelecendo questões
consideravelmente complexas! Conceito que evoluiu no século passado com o
aumento dos requisitos de uso da água e com a disponibilidade de equipamentos
para medir e interpretar as características da água

Qualidade do ambiente aquático


• Concentrações dos compostos orgânicos e inorgânicos;
• Composição e estado da biota aquática no corpo de água;
• Descrição de variações temporais e espaciais em função de fatores internos e
externos ao corpo de água.

Poluição do ambiente aquático


• Dano aos recursos naturais;
• Risco a saúde humana;
• Impedimento para as atividades aquáticas incluindo pesca;
• Prejuízo aos usos e, consequentemente, a atividade econômica.

Grupos de parâmetros poluidores da água


• Matéria orgânica: ocasiona o consumo de oxigênio dissolvido, tem como origem
mais comum o esgoto doméstico.

• Nutrientes (fósforo e nitrogênio): causam a eutrofização do corpo d’água.

• Organismos patogênicos: causam doenças de veiculação hídrica;


• Substâncias orgânicas (ex: agrotóxicos): provocam efeito tóxico nos organismos
aquáticos e podem se acumular em seus tecidos.

• Substâncias inorgânicas (ex: metais): provocam efeito tóxico nos organismos


aquáticos e podem se acumular em seus tecidos.

• Sólidos em suspensão: aumentam a turbidez da água afetando a biota aquática


e causando assoreamento do corpo d’água.

PORTARIA N.º 518, DE 25 DE MARÇO DE 2004 A Portaria N.º 518, de 25 de março


de 2004 estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade,
e dá outras providências.
Parâmetros de utilização geral: caracterização de águas de abastecimento,
residuárias, mananciais e corpos receptores
Padrões de potabilidade: Portaria 518 (2004) do Ministério da Saúde;
Padrões de corpos d´água e Padrões de lançamento: Resolução CONAMA 20 (1986)
modificada pela resolução 357 (03 /2005)

➢ Parâmetros físicos: cor, turbidez, sabor e odor, temperatura

➢ Parâmetros químicos: pH, alcalinidade, acidez, dureza, ferro, manganês,


cloretos, nitrogênio, fósforo, oxigênio dissolvido, matéria orgânica, micro
poluentes inorgânicos e orgânicos

➢ Parâmetros biológicos: organismos indicadores (coliformes fecais), algas, etc


Parâmetro: Cor
definição: coloração da água
Constituinte responsável: sólidos dissolvidos
Origem natural: decomposição da matéria orgânica (vegetais: ácidos húmicos e
fúlvicos); ferro e manganês
Origem antropogênica: resíduos industriais; esgotos domésticos
Importância: costuma não representar risco direto a saúde; poluição visual
(esteticamente desagradável ⇒ associação com presença de “impureza”); cloração
da água contendo matéria orgânica dissolvida responsável pela cor pode gerar
produtos potencialmente cancerígenos (ex.: trihalometanos); interferência nos
processos de fotossíntese e oxigenação do corpo d´água (equilíbrio de todo o
ecossistema)
Unidade: uC (unidades de cor). Mistura de cloroplatinato de potássio (K 2PtCl 6 ) e
cloreto de cobalto II (CoCl 2). Uma unidade de cor → cor de uma solução da mistura
de platina-cobalto na concentração de 1 mg L-1 (mg Pt L-1 )
⇒ cor aparente e cor verdadeira. No valor da cor aparente pode estar incluída uma
parcela devida à turbidez da água (remoção por centrifugação cor verdadeira); águas
com cor > 15 uC podem ser detectadas em um copo d´água pela a maioria das
pessoas;
valores de cor da água bruta inferiores a 5 uC usualmente dispensam coagulação
química;
valores superiores a 25 uC usualmente requerem a coagulação química seguida por
filtração.

Parâmetro: Turbidez
Definição: representa o grau de interferência com a passagem da luz através da
água, conferindo uma aparência turva à mesma.
Constituinte responsável: sólidos em suspensão.
Origem natural: partículas de rochas, argila; algas e outros microrganismos
Origem antropogênica: resíduos industriais, industriais, esgotos domésticos,
domésticos, erosão
importância: não representa risco direto a saúde; poluição visual (esteticamente
desagradável ⇒ associação com presença de “impureza”); pode atuar como
abrigo/suporte para microrganismos patogênicos (diminuindo a eficiência da
desinfecção); interferência nos processos de fotossíntese e oxigenação do corpo
d´água (equilíbrio de todo o ecossistema).
Unidade: uT (unidades de turbidez) mistura de sulfato de hidrazina com
hexametilenotretamina; unidade nefelométrica
⇒ águas com cor ≅ 10 uT ligeira “nebulosidade” pode ser notada em um copo d´água
pela maioria das pessoas; águas com cor ≅ 500 uT praticamente opaca ; valores de
cor da água bruta inferiores a 20 uT usualmente dispensam coagulação química;
valores superiores a 50 uT usualmente requerem a coagulação química seguida por
filtração.

Parâmetro: sabor e odor


definição: sabor interação entre o gosto (salgado, doce, azedo e amargo) e o odor
(sensação olfativa)
Constituinte responsável: sólidos em suspensão, sólidos dissolvidos e gases
dissolvidos;
Unidade: concentração limite mínima detectável.
Origem natural: matéria orgânica em decomposição, microrganismos; gases
dissolvidos (gás sulfídrico).
Origem antropogênica: resíduos industriais, esgotos domésticos.
Importância: não representa risco direto a saúde (porém é uma das principais causas
de reclamação da população); valores elevados podem indicar presença de
substâncias potencialmente tóxicas
⇒ identificação e vinculação com a origem

Parâmetro: pH
Definição: [H+]
Constituinte responsável: sólidos e gases dissolvidos;
Origem natural: dissolução de rochas; absorção de gases da atmosfera; oxidação
da matéria orgânica; fotossíntese
Origem antropogênica: esgotos domésticos, despejos industriais
Importância: pouca implicação em termos de saúde pública (a menos que os valores
sejam extremos – irritação na pele, olhos, etc); forte influência em diversas etapas de
tratamento (coagulação, desinfecção, complexação, etc); pH baixo aumenta potencial
de corrosão e pE; pH elevado promove precipitações e incrustações; valores distantes
da neutralidade podem afetar a vida aquática
⇒ diferentes valores de pH estão associados a diferentes faixas de atuação ótima de
coagulantes; variação do pH influencia no equilíbrio químico valores elevados de pH
podem estar associados a proliferação de algas

Parâmetro: Alcalinidade
definição: quantidade de íons na água que reagirão para neutralizar H+ - medida da
capacidade da água de neutralizar os ácidos (capacidade tampão)
Constituinte responsável: sólidos dissolvidos (principais espécies: HCO3-, CO32-,
OH-) Unidade: mg L-1 CaCO3
Origem natural: dissolução de rochas; reação com CO2 (da atmosfera ou oriundo da
decomposição da matéria orgânica)
Origem antropogênica: esgotos domésticos, despejos industriais
Importância: não tem implicação sanitária para água potável (mas em elevadas
concentrações confere um gosto amargo); em diversas etapas de tratamento
(coagulação, desinfecção, complexação, dureza, etc); variação de pH
processos oxidativos (como a nitrificação) tendem a consumir alcalinidade (que pode
levar a redução no pH e afetar taxa de crescimento de microrganismos responsáveis
pela oxidação)

Parâmetro: Dureza
Definição: concentração de cátions bivalentes precipitados dureza carbonato (HCO3-
e CO32-) dureza não carbonato (Cl- e SO42-)
Constituinte responsável: sólidos dissolvidos (Ca2+ e Mg2+)
Unidade: mg L-1 CaCO3
Origem natural: dissolução de minerais contendo cálcio e magnésio (ex.: rochas
calcárias)
Origem antropogênica: despejos industriais
Importância: não tem implicação sanitária para água potável (em determinadas
concentrações sabor desagradável e efeito laxativo; por outro lado: águas duras
menor incidência de doenças cardíacas); reduz formação de espuma, implicando num
maior consumo de sabão; causa incrustação nas tubulações de água quente,
caldeiras e aquecedores.
dureza < 50 mg L-1 CaCO : água mole -1 CaCO 3 : água mole dureza entre 50 e 150
mg L-1 CaCO 3: dureza moderada dureza entre 150 e 300 mg L-1 CaCO 3: água dura
dureza > 300 mg L-1 CaCO 3: água muito dura.
Parâmetro: Temperatura
Definição: intensidade de calor
Unidade: 0C
Origem natural: transferência de calor por radiação, condução e convecção
(atmosfera e solo)

Origem antropogênica: torres de resfriamento, despejos industriais


Importância: elevações da temperatura aumentam a taxa das reações químicas e
biológicas; diminuem a solubilidade dos gases (ex.:OD, transferência gases com
odores)
⇒ deve ser analisada em conjunto com outros paramêtros (ex.: OD) temperatura deve
proporcionar condições para as reações bioquímicas de remoção de poluentes

Forma física preponderante representada pelos parâmetros de qualidade.


Fonte: Von Sperling, M. “Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos”, Vol. 1, DESA-UFMG Parâmetros Unidade VMP

DADOS DA AMOSTRA
Equipe 5
pH = 10,03
Condutividade elétrica = 1870,00 𝞵mho/cm
Temperatura = 26 ⁰C
Turbidez: 10 mL da amostra foi diluída para 50 mL, obtendo a leitura de 0,5 UNT
Cor aparente: 10 mL da amostra foi diluída para 50 mL, obtendo a leitura de 10 uC.
Alcalinidade: volume do ácido sulfúrico titulado na padronização 119 mL; Volume de
ácido sulfúrico 0,02 N gasto até a viragem com o indicador fenolftaleína sendo de 5,2
mL e Volume total do ácido sulfúrico gasto na titulação da amostra foi de 11,4 mL.
Cloreto: volume titulado para a amostra de 25 mL e volume em branco de 0,5 mL
Dureza: volume do EDTA titulado na padronização foi de 95 mL; Volume total gasto
na titulação da amostra foi de 8,5 mL; e o volume gasto na titulação para a dureza de
cálcio foi de 3,5 mL.

CÁLCULOS E DISCUSSÃO
pH:
Segundo a portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde (MS): § 1º Recomenda-se
que, no sistema de distribuição, o pH da água seja mantido na faixa de 6,0 a 9,5.
Comparando com o pH da nossa amostra, 10,03, ele está fora do parâmetro da
portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde.

Condutividade elétrica:
é a medida da capacidade da água em conduzir eletricidade. Esta quando pura não
conduz eletricidade. Quanto maior a concentração de sais dissolvidos na água, maior
será sua condutividade elétrica. Uma vez que existe uma correlação entre o teor de
sais dissolvidos e a condutividade, essa propriedade pode ser empregada então, para
estimar a concentração dos sais em solução.
Comparando com a condutividade elétrica, 1870,00 𝞵mho/cm, ele está fora do
parâmetro da portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde

Temperatura
• Elevações da temperatura aumentam a taxa das reações químicas e biológicas (na
faixa usual de temperatura);
• Elevações da temperatura diminuem a solubilidade dos gases (ex: oxigênio
dissolvido);
• Elevações da temperatura aumentam a taxa de transferência de gases (o que pode
gerar mau cheiro, no caso da liberação de gases com odores desagradáveis)
• Transferência de calor por radiação, condução e convecção (atmosfera e solo

Cor Aparente:
não apresenta risco à saúde, mas consumidores podem questionar a sua
confiabilidade, e buscar águas de maior risco. Além disso, a cloração da água
contendo a matéria orgânica dissolvida responsável pela cor pode gerar produtos
potencialmente cancerígenos (trihalometanos – ex: clorofórmio)
• Decomposição da matéria orgânica (principalmente vegetais – ácidos húmicos e
fúlvicos);
• Ferro e manganês

Determinar a concentração da solução e o fator de correção:


C 1 .V 1 =C 2 .V 2
Onde,
C1: Concentração da solução inicial = ?
V1: Volume inicial.
C2: Concentração da solução encontrada.
V2: Volume encontrado.

Substituindo os termos pelos valores da amostra, temos:


C 1 .V 1 =C 2 .V 2
C1 . 10 = 10 . 50
C1= 10 . 50 / 10
C1= 50mg/L

Com isso, conclui-se que a cor aparente da nossa amostra não está nos parâmetros
estabelecidos pela Portaria n.º 1469, do Ministério da Saúde, em 29 de dezembro de
2000, e não está no limite permitido, visto que ultrapassa o valor máximo de 15mg/L.

Dureza

A dureza da água é especificada pela concentração de altos níveis de minerais na água,


especialmente sais de cálcio e magnésio. A água com alta concentração de minerais é
chamada de água dura, ao contrário da água macia que se destaca por sua baixa
concentração de minerais.

Padronização: Calcular a concentração do EDTA pela expressão:


C 1 .V 1 =C 2 .V 2
Substituindo os termos pelos valores da amostra, temos:
C 1 .V 1 =C 2 .V 2
0,02. 20 = C2 . 95
C2= 0,4/95
C2= 0,0042
A concentração do EDTA é 0,0042.
Após isso, aplicamos a seguinte fórmula para obter a dureza de cálcio

AxNx50000/VA

Aplicando os valores da nossa amostra na fórmula, obtivemos:

DUREZA DE CÁLCIO (mg/L CaCO3) = A . N . 50000 / Va

DUREZA DE CÁLCIO (mg/L CaCO3) = 3,5 . 0,0042 . 50000 / 50

DUREZA DE CÁLCIO (mg/L CaCO3) = 14,7 mg/L

Após isso, aplicamos os valores da nossa amostra na fórmula para descobrir a dureza total:

DUREZA TOTAL (mg/L CaCO3) = A . N . 50000 / Va


DUREZA TOTAL (mg/L CaCO3) = 14,7. 0,0042 . 50000 / 50
DUREZA TOTAL (mg/L CaCO3) = 61,74 mg/L
Com isso, conclui-se que a amostra está dentro dos parâmetros de dureza estabelecidos pela portaria n.º
1469, do Ministério da Saúde, em 29 de dezembro de 2000. Quanto à dureza, a amostra, de acordo com
a tabela de classificação da água, é uma água com dureza moderada.
TURBIDEZ
Calculo da turbidez: (UT) VE x FD

Substituindo os termos pelos valores da amostra, temos:


TURBIDEZ (UT) = 0,2 . 60
TURBIDEZ: 12UT
Com isso, concluimos que o valor da turbidez está acima do padrão máximo, de acordo com
parâmetros estabelecidos pela portaria n.º 1469, do Ministério da Saúde.

Alcalinidade:
C 1 .V 1 =C 2 .V 2
0,02 . 50 = C2 . 119
C2= 1 / 119
C2= 0,0084
Comparando o valor de F com o valor de T, para saber qual fórmula utilizar, temos:
F= 5,2
T= 11,4
Como T é maior que F, o cálculo da alcalinidade da nossa amostra vai ser obtida por:
ALCALINIDADE = 2(T-F) . 1000/ Va × Fc
Fc= 0,02
Fc= 0,02 / 0,0084
FC= 2,3809

Temos:
ALCALINIDADE = 2(11,4 – 5,2) . 1000/ 50 × 2,3809
ALCALINIDADE = 2. 6,2 . 1000/ 50 × 2,3809
ALCALINIDADE = 12.400/ 50 × 2,3809
ALCALINIDADE = 248× 2,3809
ALCALINIDADE = 590,46 ppm

Cloreto:
Nn= 25 . 0,0141 / 50
Nn= 0,00705
F= 2,3809
Conclusão
A agua se encontra inadequada para consumo ja que na portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde
(MS) determina que o pH fique entre 6 e 9,5. Comparando com o pH da nossa amostra, 10,03
amostra não se encontra adequada para o consumo humano, não atendendo aos padrões de potabilidade
da portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde
A condutividade elétrica está fora parâmetro da portaria n° 518/2004 do Ministério da Saúde valor
máximo é de 15000
cor aparente da nossa amostra não está nos parâmetros estabelecidos pela Portaria n.º 1469, do
Ministério da Saúde, em 29 de dezembro de 2000, está fora do limite Permitido
Valor máximo permitido da alcalinidade é 400 caso tenha dado mais não esta atendendo aos padrões
de potabilidade da portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde.

Portanto, conclui-se que a nossa amostra de água não pode ser utilizada para consumo humano,
visto que os parâmetros de qualidade da água estão, alguns fora das normas.

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