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ÁGUAS RESIDUÁRIAS I

REGRAS DO JOGO
 Bibliografia Adotada
 VON SPERLING, M. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de
esgotos. Vol. 01. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 1996. 243p.
 VON SPERLING, M. Princípios do Tratamento Biológico de Águas
Residuárias. Vol. 02. Belo Horizonte: DESA/UFMG, 1996. 211p.
 VON SPERLING, M. Lagoas de Estabilização. Vol. 03. Belo Horizonte:
DESA/UFMG, 1986. 196 p.
 CHERNICHARO, C.A.L. Reatores Anaeróbicos. 4. Belo Horizonte:
DESA/UFMG, 2003. 245 p.
 TSUTIYA M. T e SOBRINHO P. A. Coleta e Transporte de Esgoto Sanitário.
1 ed. São Paulo: Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da
Escola Politécnica da USP, 1999. 548p.
 Chamadas
 Avaliações (N1 - 2 avaliações escritas)
Água e seus Usos

Fonte: Plano Nacional de Recursos Hídricos – Sec. de


Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente
Ciclo Hidrológico
Água e seus Usos
Água e seus Usos
Abastecimento Humano:
Uso mais nobre e prioritário.
Água potável é aquela que apresenta condições
toxicológicas e sanitárias adequadas, ou seja, não
causa risco à saúde humana, nem prejuízo aos
sentidos.
Abastecimento Industrial:
Qualidade da água depende de cada caso.
Ex: Água de Resfriamento
Lavanderia
Refrigerantes
Água e seus Usos
Irrigação:
Qualidade da água depende da cultura a ser irrigada.
Resolução CONAMA 274/00 define essa qualidade.
Geração de Energia Elétrica:
Utilização da água como vapor em termelétricas ou pelo
aproveitamento da energia potencial e/ou cinética da
água nas usinas hidroelétricas.
Água e seus Usos
Aquicultura:
Criação de organismos aquáticos de interesse
econômico.
Recreação:
Utilização da água para desenvolvimento de atividades
esportivas. Contato pode ser primário ou secundário.
Navegação:
Utilização da água para transporte de cargas e
passageiros.
Água e seus Usos
Preservação da fauna e flora:
Manutenção do equilíbrio ecológico do meio aquático,
independente dos usos que se faça do corpo d’água.
Diluição de Poluentes:
Utilização da água para diluir o efeito de poluentes.
Água e seus Usos
Conceitos Básicos

Usos da Água e Geração de Águas Residuárias

 Abastecimento Doméstico

Água potável Impurezas devido Águas Residuárias/


+ ao uso = Esgotos domésticos
Conceitos Básicos
 Água Bruta: Retirada do curso d’água, lago,
ou aqüífero subterrâneo;
 Água tratada: Água que teve seus parâmetros
físicos químicos e biológicos adequada ao uso
previsto;
 Água residuária: Água que incorporou
resíduos e teve suas características físicas,
químicas e biológicas alteradas em decorrência
do seu uso.
Conceitos Básicos
 Efluente tratado: Águas residuárias que foram
tratadas com a remoção dos seus principais
poluentes e que serão devolvidas ao corpo
receptor.
 Corpo receptor: Local onde são recebidos os
efluentes tratados e que promoveram a
diluição e autodepuração dos despejos.
Água e seus Usos
Sempre analisado sobre o ponto de vista de
quantidade e qualidade.

Como medimos quantidade de água?

Como determinamos a qualidade de uma


água?
QUANTIDADE DA ÁGUA
Conceito de Vazão – Q
Quantidade em volume de fluido que
atravessa uma dada seção do
escoamento por unidade de tempo.

Q=V/T ou

Q = vmed X As
QUALIDADE DA ÁGUA
QUALIDADE DA ÁGUA
Características
Físicas – Teor de Sólidos,Temperatura,
Turbidez, Cor, Sabor, Odor.
Químicas – pH, OD, Matéria Orgânica, Gases
Dissolvidos, Dureza, Salinidade, Alcalinidade,
Nutrientes, Metais
Biológicas – Microrganismos (vírus, bactérias,
fungos, protozoários), Peixes, Moluscos,
Crustáceos, Anfíbios, Répteis, Aves,
Mamíferos e etc.
PARÂMETROS FÍSICOS DE
QUALIDADE DA ÁGUA
Série Sólidos

SSV Sólidos
SST Sedimentáveis
Cone Imhoff
SSF
ST

Legenda
SDT ST = sólidos totais
SST = s. suspensos totais
SDT = s. dissolvidos totais
SSV = s. suspensos voláteis
SSF = s. suspensos fixos
Cor

 Constituinte principal: Sólidos dissolvidos


 Origem:
 Natural – Presença de Fe e Mn
 Antropogênica – Despejos Industriais (tinturarias,
lavanderias) e domésticos
 Importância: Não representa risco direto à
saúde, no entanto, consumidores podem
questionar sua confiabilidade e buscar águas
de maior risco.
 Unidade: uH (Unidade Hazen) ou mg/L.
Cor
 Determinação analítica: Teste de comparação
de padrões
 Curiosidade: Não confundir a cor aparente com
a cor real.
 A cor aparente é aquela e sofre influência
dos sólidos em suspensão presentes na
água.
 Para a comparação com o padrão a amostra
deve ter pH padronizado.
 Padrão de aceitação de consumo humano =
15 uH
Turbidez
 Representa o grau de interferência a passagem de
luz numa amostra de água.
 Constituinte principal: Sólidos em Suspensão
 Origem:
 Natural – Partículas de rocha, silte, argila, Microrganismos
(Algas principalmente)
 Antropogênica – Erosão, despejos domésticos e indutriais.
 Importância:
 Não desejável na água antes da desinfecção da água de
abastecimento.
 Em corpos d’água podem reduzir a penetração de luz no
meio e prejudicando a fotossíntese de
Turbidez

 Unidade: UT (Unidade de Turbidez) ou NTU


(Unidade Nefelométrica de Turbidez).
 Determinação analítica: Turbidímetro.
 Curiosidade:
 Padrão de aceitação de consumo humano =
5 UT.
Temperatura
 Medida da intensidade de calor numa amostra de água.
 Origem:
 Torres de Resfriamento
 Despejos industriais.
 Importância:
 Eleva as taxas de reações químicas e biológicas
 Reduz a solubilidade dos gases na água.
 Unidade: °C, °F, K
 Determinação analítica: Termômetro.
 Curiosidade:
 Padrão de lançamento de efluentes < 40°C e não
pode haver variação em 3 °C no corpo receptor.
PARÂMETROS QUÍMICOS DE
QUALIDADE DA ÁGUA
pH
 Medida da concentração de íons H+ no meio.
 Constituinte principal: Sólidos dissolvidos e gases
dissolvidos
 Origem:
 Despejos domésticos e industriais.
 Importância:
 Fora da neutralidade pode afetar a biota aquática
 Unidade: -
 Determinação analítica: pHmetro.
 Curiosidade:
 Padrão de lançamento de efluentes 5<pH<9.
Cloretos
 Medida da concentração de íons Cl no meio.
 Constituinte principal: Sólidos dissolvidos
 Origem:
 Natural: Intrusão Salina
 Antropogênica: Despejos domésticos e industriais.
 Importância:
 Utilizado como indicador de poluição das águas
 Unidade: mg/L
 Determinação analítica: Titulometria com Nitrato de Prata
 Curiosidade:
 Padrão de aceitação de consumo humano < 250
mg/L.
Nitrogênio
 Medida da concentração das formas nitrogenadas
numa amostra de água.
 Constituinte principal: Sólidos dissolvidos e em
suspensão
 Origem:
 Antropogênica: Despejos domésticos, industriais,
fertilizantes, atividades agro industriais.
 Importância:
 Nutriente limitante para o crescimento dos organismos
vivos.
 O nitrogênio amoniacal em excesso pode causar
toxicidade em peixes ósseos.
 Nitrato em excesso na água de consumo pode causar
metemoglobinemia infantil – doença do bêbe azul
Nitrogênio
 Em excesso em corpos d’água lênticos pode desencadear
eutrofização – Fenômeno onde ocorre o crescimento excessivo
de plantas aquáticas, tanto planctônicas quanto aderidas a
níveis tais que sejam considerados como causadores de
interferências com os usos desejáveis do corpo d’água.
 Formas nitrogenadas na água:
 Nitrogênio Orgânico
 Nitrogênio Amoniacal
 Nitrato
 Nitrito

Nitrogênio Total
NTK – Nitrogênio Total Kjeldahl (Soma do Norgânico com o
Namoniacal)
 Unidade: mg/L
Fósforo
 Medida da concentração de fósforo numa amostra
de água (Fósforo total – P total).
 Constituinte principal: Sólidos dissolvidos e em
suspensão
 Origem:
 Antropogênica: Despejos domésticos, industriais,
fertilizantes, atividades agro industriais.
 Importância:
 Nutriente limitante para o crescimento dos organismos
vivos.
 Pode desencadear eutrofização em corpos de água
lênticos
 Unidade: mg/L
OD
 Medida da concentração de OD numa amostra de água.
 Constituinte principal: Gases dissolvidos
 Origem:
 Natural: Dissolução o O2 atmosférico, Produção por
organismos fotossintéticos.
 Antropogênica: Introdução de aeração artificial.
 Importância:
 Vital para a biota aeróbia do meio aquático
 Principal parâmetro de identificação de poluição por despejos
orgânicos biodegradáveis
 Unidade: mg/L
 Determinação analítica: Oxímetro
Matéria Orgânica
 Principal problema de poluição das águas
(proteínas, gorduras, carboidratos, etc.)
 Pode ser biodegradável ou não biodegradável
 Método direto: COT
 Métodos indiretos: DBO e DQO
 Constituinte principal: Sólidos Dissolvidos e em
Suspensão
 Origem:
 Natural: Ciclagem de matéria orgânica morta.
 Antropogênica: Despejos industriais e Domésticos.
 Unidade: mg/L
COT - Carbono Orgânico Total

Indica a quantidade de material orgânico no


efluente, através da conversão do carbono
orgânico à dióxido de carbono por meio de uma
combustão a alta temperatura. O método baseia-
se na medição do CO2 através de um analisador
infra-vermelho ou por titulação. COT é expressa
em mg/L.
DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio

Indica a quantidade de material orgânico


biodegradável no efluente, através da medição da
quantidade de oxigênio necessária para oxidar a
matéria orgânica biodegradável numa amostra
pela ação de microrganismos. O método baseia-se
na medição do nível de oxigênio dissolvido antes e
após um período de incubação (5 dias) a uma
temperatura cte. de 20oC. A DBO é expressa por
mg de O2 por litro, ou simplesmente mg/l.
DBO5 = ODinicial - ODfinal

DBO DBO5

20o C
Tempo zero Após 5 dias

- -
- -
- -

ODinicial incubadora
ODfinal
DQO - Demanda Química de Oxigênio

 É uma medida do oxigênio consumido durante


a oxidação química do material orgânico no
efluente. Quantifica a quantidade de um
oxidante químico (dicromato de potássio ou
permanganato de potássio) consumido por uma
amostra de efluente, sendo expressa por mg/L.
 Medida rápida.
 DQO>DBO
Relação entre DBO/DQO
 Essa relação matemática nos dá noção do grau
de biodegradabilidade da matéria orgânica
presente numa amostra de água.
 É importante no auxílio da tomada de decisão
durante a concepção do sistema e dos níveis de
tratamento a serem implementados.
 DBO/DQO ~ 1 – Indica que a matéria orgânica
presente no efluente é biodegradável.
 DBO/DQO ~ 0 – Indica que a matéria orgânica
presente no efluente é não biodegradável
(recalcitrante).
PARÂMETROS BIOLÓGICOS DE
QUALIDADE DA ÁGUA
Toxicidade Aguda

 CL50 - Concentração de efluente que


causa a morte de 50% dos organismos
(selecionados) após 96 horas

Toxicidade Crônica
 Relaciona os efeitos a longo prazo dos
efluentes no crescimento, reprodução e
letalidade de uma espécie
ÁGUAS RESIDUÁRIAS I
RESOLUÇÕES CONAMA’s 357/05,
397/08 e 430/11
PROFESSOR: Nelson R. N. Del’ Antonio
MSc. Tecnologia de Celulose e Papel
(Tratamento de Efluentes)
Eng. Ambiental (Analista do IEMA –
Equipe de Efluentes Orgânicos )
CONAMA 430/11

Art. 3º Os efluentes de qualquer fonte poluidora


somente poderão ser lançados diretamente nos
corpos receptores após o devido tratamento e
desde que obedeçam às condições, padrões e
exigências dispostos nesta Resolução e em outras
normas aplicáveis.
CONAMA 430/11
Parágrafo único. O órgão ambiental competente
poderá, a qualquer momento, mediante
fundamentação técnica:
I - acrescentar outras condições e padrões para o
lançamento de efluentes, ou torná-los mais
restritivos, tendo em vista as condições do corpo
receptor; ou
II - exigir tecnologia ambientalmente adequada e
economicamente viável para o tratamento dos
efluentes, compatível com as condições do
respectivo corpo receptor.
CARACTERÍSTICAS TÍPICAS DOS ESGOTOS

Fonte: Von Sperling, 2006

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