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AP 11 – “OSSO FRACO”

Objetivos Por volta dos 23 anos de idade, os três ossos separados


se fundem. Embora cada osso do quadril atue como um
1- Estudar a anatomofisiologia da pelve; osso isolado, os anatomistas comumente estudam cada
2- Citar as medidas preventivas para evitar osso do quadril dividido em três partes (TORTORA, 14ª
acidentes domésticos em idosos; ed.).
Cíngulo do Membro Inferior

↠ O cíngulo do membro inferior (cintura pélvica) liga os


membros inferiores à coluna vertebral e dá suporte aos
órgãos viscerais da pelve. Além disso, transmite o peso
da parte superior do corpo para os membros inferiores
(MARIEB, 7ª ed.).

↠ A cintura pélvica é presa ao esqueleto axial por alguns


dos ligamentos mais fortes do corpo (MARIEB, 3ª ed.).
IMPORTANTE COMPARAÇÃO: Além disso, a cavidade glenoidal da
escápula é rasa, enquanto as cavidades correspondentes na cintura
pélvica são profundas e apresentam um formato de cálice, o que
possibilita que a cabeça do fêmur mantenha-se firmemente acoplada
ao quadril. Portanto, mesmo que as articulações do ombro e do quadril
tenham o mesmo formato de suas superfícies articulares (esferóideas),
poucas pessoas são capazes de rodar ou balançar os membros
inferiores com o mesmo grau de liberdade dos membros superiores.
A cintura pélvica não tem a mobilidade da cintura escapular, mas é ↠ No ponto da fusão do ílio, ísquio e púbis encontra-se
muito mais estável. (MARIEB, 3ª ed.). uma profunda cavidade hemisférica chamada de
acetábulo ("taça de vinho") sobre a superfície lateral da
↠ O cíngulo do membro inferior (quadril) é formado
pelve. O acetábulo recebe a cabeça do fêmur, o osso da
pelos dois ossos do quadril, também chamados de ossos
coxa, formando a articulação do quadril (MARIEB, 3ª ed.).
coxais (TORTORA, 14ª ed.).

↠ Os ossos do quadril se unem anteriormente na ÍLIO


articulação chamada de sínfise púbica; unem-se ↠ O ílio ("flanco") é a região alargada que forma a parte
posteriormente com o sacro nas articulações sacroilíacas superior do osso do quadril (MARIEB, 3ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).
↠ O ílio, o maior dos três componentes do osso do
quadril, é composto por uma asa superior e um corpo
inferior. O corpo é um dos integrantes do acetábulo, o
encaixe para a cabeça do fêmur (TORTORA, 14ª ed.).

↠ O anel completo composto pelos ossos do quadril,


sínfise púbica, sacro e cóccix forma uma estrutura
profunda, em forma de bacia, chamada de pelve óssea
(TORTORA, 14ª ed.).

↠ Os ossos do quadril são largos, apresentam um


formato irregular e na infância consistem de três ossos
separados: o ílio (superior), o ísquio (posteroinferior) e o
púbis (anteroinferior) (MARIEB, 3ª ed.).

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↠ A margem superior do ílio, a crista ilíaca, termina glútea anterior e linha glútea inferior. Os músculos glúteos
anteriormente em uma espinha ilíaca anterossuperior se fixam ao ílio entre essas linhas (TORTORA, 14ª ed.).
romba (TORTORA, 14ª ed.). Essa crista é mais espessa em
uma região chamada de tubérculo ilíaco (MARIEB, 3ª ed.). ÍSQUIO

Quando você coloca as mãos sobre os quadris, você as apoia sobre a ↠ O ísquio, a parte posteroinferior do osso do quadril
margem superior espessada das asas, as cristas ilíacas (MARIEB, 3ª ed.). (com um formato semelhante a um L, ou a um arco),
compreende um corpo superior e um ramo inferior
↠ Abaixo da espinha ilíaca anterossuperior encontramos
(TORTORA, 14ª ed.).
a espinha ilíaca anteroinferior. Posteriormente, a crista
ilíaca termina em uma crista ilíaca posterossuperior aguda ↠ O ramo é a parte do ísquio que se funde com o púbis.
(TORTORA, 14ª ed.). Os acidentes anatômicos do ísquio englobam a
proeminente espinha isquiática, a incisura isquiática menor
↠ A espinha ilíaca ântero-superior é um ponto de
abaixo da espinha e um túber isquiático rugoso e espesso
referência anatômico especialmente importante. Ela é
(TORTORA, 14ª ed.).
facilmente palpável e é visível em pessoas magras. A
espinha ilíaca póstero-superior é mais difícil de palpar, mas Sua espinha isquiática projeta-se medialmente para a cavidade pélvica
sua posição é evidenciada pelas covinhas na pele na e serve corno um ponto de fixação para o ligamento sacroespinal,
que se origina no sacro. Logo abaixo da espinha isquiática, situa-se a
região sacral (MARIEB, 3ª ed.). incisura isquiática menor. Vários nervos e vasos sanguíneos passam
por essa incisura para suprir a área urogenital (MARIBE, 3ª ed.).
IMPORTANTE: As espinhas servem de pontos de inserção
dos tendões dos músculos do tronco, quadril e coxas Quando sentamos, nosso peso é completamente sustentado pelos
(TORTORA, 14ª ed.). túberes isquiáticos, que são as partes mais fortes dos ossos do quadril
(MARIEB, 3ª ed.). Uma vez que essa tuberosidade proeminente se
↠ Abaixo da espinha ilíaca posteroinferior está a incisura encontra logo abaixo da pele, é comum que comece a doer após um
isquiática maior, pela qual passa o nervo isquiático, o nervo tempo relativamente curto na posição sentada sobre uma superfície
dura (TORTORA, 14ª ed.).
mais longo do corpo, juntamente com outros nervos e
músculos (TORTORA, 14ª ed.). ↠ Juntos, o ramo e o púbis circundam o forame
obturado, o maior forame do esqueleto. O forame é assim
chamado porque, mesmo que vasos sanguíneos e nervos
passem por ele, ele é quase que completamente fechado
pela fibrosa membrana obturadora (TORTORA, 14ª ed.).

PÚBIS
↠ O púbis, que significa osso púbico, é a parte
anteroinferior do osso do quadril. Um ramo superior, um
ramo inferior e um corpo entre os ramos compõem o
púbis (TORTORA, 14ª ed.).

↠ A margem anterossuperior do corpo é a crista púbica


e em sua extremidade lateral há uma projeção chamada
↠ A face medial do ílio contém a fossa ilíaca, uma de tubérculo púbico (um dos locais de fização para o
concavidade onde está fixado o tendão do músculo ilíaco. ligamento inguinal). Esse tubérculo é o começo de uma
Posteriormente a essa fossa se encontra a tuberosidade linha elevada, a linha pectínea, a qual se estende superior
ilíaca, um ponto de fixação para o ligamento sacroilíaco, e lateralmente ao longo do ramo superior para se fundir
e a face auricular (“forma de orelha”), que se articula com com a linha arqueada do ílio (TORTORA, 14ª ed.).
o sacro para formar a articulação sacroilíaca. Projetando- Essas linhas, conforme será mostrado brevemente, são importantes
se anterior e inferiormente a partir da face auricular, há referenciais para a distinção das porções superior (maior ou falsa) e
uma crista chamada de linha arqueada (TORTORA, 14ª ed.). inferior (menor ou verdadeira) da pelve óssea (TORTORA, 14ª ed.).

↠ Os outros acidentes notáveis do ílio são três linhas em ↠ A sínfise púbica é a articulação entre os dois púbis dos
sua face lateral chamadas de linha glútea posterior, linha ossos do quadril e consiste em um disco de
fibrocartilagem (TORTORA, 14ª ed.).

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↠ Inferiormente a essa articulação, os ramos inferiores ↠ A pelve falsa faz parte do abdome e ajuda na
dos dois ossos púbicos convergem para formar o arco sustentação das vísceras abdominais. Porém, isso não
púbico (TORTORA, 14ª ed.). O grau de abertura desse determina nenhuma limitação para o parto (MARIEB, 3ª
arco ajuda a diferenciar a pelve masculina da pelve ed.).
feminina (MARIEB, 3ª ed.).
↠ O espaço encerrado pela pelve maior é parte do
Nos estágios finais da gravidez, o hormônio relaxina (produzido pelos abdome inferior; contém a parte superior da bexiga
ovários e pela placenta) aumenta a flexibilidade da sínfise púbica a fim urinária (quando cheia) e o intestino grosso nos dois
de facilitar o parto do bebê. O enfraquecimento da articulação, junto
com o centro de gravidade já alterado decorrente do útero
gêneros, e o útero, os ovários e as tubas uterinas na
aumentado, também altera a marcha da mãe durante a gravidez mulher (TORTORA, 14ª ed.).
(TORTORA, 14ª ed.).

↠ O acetábulo é uma fossa profunda formada pelo ílio,


ísquio e púbis. Atua como um soquete que acolhe a
cabeça redonda do fêmur. Juntos, o acetábulo e a cabeça
do fêmur formam a articulação do quadril. Na parte
inferior do acetábulo há um entalhe profundo, a incisura
do acetábulo, que forma um forame pelo qual passam
vasos sanguíneos e nervos e que serve de ponto de
inserção de ligamentos femorais (p. ex., o ligamento da
cabeça do fêmur) (TORTORA, 14ª ed.).

Pelve maior X Pelve menor

↠ A pelve óssea consiste da pelve falsa (ou maior) e da


pelve verdadeira (ou menor) separadas pela linha terminal,
uma linha oval contínua que se estende desde a crista
púbica até a linha arqueada e o promontório do sacro
(MARIEB, 3ª ed.). ↠ A pelve verdadeira, a região inferior à linha terminal, é
praticamente cercada apenas por estruturas ósseas. Ela
É possível delinear a linha terminal seguindo os referenciais de partes forma urna bacia profunda que contém os órgãos
dos ossos do quadril para formar o traçado de um plano oblíquo.
Começando por trás no promontório da base do sacro, faça um traço
pélvicos (MARIEB, 3ª ed.). Apresenta uma abertura
lateral e inferiormente ao longo das linhas arqueadas do ílio. Continue superior, uma abertura inferior e uma cavidade e é
no sentido inferior ao longo das linhas pectíneas do púbis. Por fim, limitada pelo sacro e cóccix posteriormente, pelas
traceje anteriormente ao longo da crista púbica até a parte superior porções inferiores do ílio e ísquio lateralmente e pelos
da sínfise púbica. Juntos, esses pontos formam um plano oblíquo, mais
ossos púbicos anteriormente (TORTORA, 14ª ed.).
alto atrás do que na frente. A circunferência desse plano é a linha
terminal (TORTORA, 14ª ed.).
↠ A pelve menor contém o reto e a bexiga urinária nos
dois gêneros, a vagina e o colo do útero nas mulheres e
a próstata nos homens (TORTORA, 14ª ed.).

↠ A abertura superior da pelve, circundada pela linha


terminal, é a entrada da pelve menor; a abertura inferior
da pelve é a saída da pelve menor, coberta pelos
músculos do assoalho pélvico (TORTORA, 14ª ed.).

↠ O eixo pélvico é uma linha imaginária que segue a


curvatura da pelve menor a partir do ponto central do
↠ A pelve falsa, localizada superiormente à linha terminal, plano da abertura superior da pelve até o ponto central
é limitada pelas asas do ílio lateralmente e pelas vértebras do plano da abertura inferior da pelve. Durante o
lombares posteriormente (MARIEB, 3ª ed.). Ademais, a nascimento da criança, o eixo pélvico é a rota seguida
parede abdominal anteriormente (TORTORA, 14ª ed.). pela cabeça do bebê conforme ele vai descendo pela
pelve (TORTORA, 14ª ed.).

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Suas dimensões, particularmente das aberturas superior e inferior da


pelve, são críticas para a passagem do bebê sendo cuidadosamente
medidas pelo obstetra (MARIEB, 3ª ed.).

Pelvimetria é a medida do tamanho das aberturas superior e inferior


do canal do parto, que pode ser feita por ultrassonografia ou exame
físico. A medida da cavidade pélvica em mulheres grávidas é
importante porque o feto precisa passar pela abertura mais estreita
da pelve na hora de nascer. Uma cesariana é normalmente planejada
quando é determinado que a cavidade pélvica é muito pequena para
permitir a passagem do bebê (TORTORA, 14ª ed.).

Comparação entre as pelves feminina e masculina

↠ Em geral, os ossos masculinos são maiores e mais


pesados e possuem acidentes superficiais maiores que os
ossos femininos de idade e estrutura física comparáveis.
As diferenças relacionadas com o sexo nas características
ósseas são prontamente aparentes quando se comparam
as pelves masculinas e femininas adultas (TORTORA, 14ª
ed.).

↠ A maioria das diferenças estruturais pélvicas são


adaptações às necessidades da gravidez e do parto. A
pelve feminina é mais larga e mais rasa do que a
masculina. Consequentemente, há mais espaço na pelve
Articulação do quadril
menor da mulher, sobretudo nas aberturas superior e
inferior da pelve, para acomodar a passagem da cabeça ↠ A articulação do quadril é uma articulação esferóidea
do bebê durante o parto (TORTORA, 14ª ed.). formada pela cabeça do fêmur e pelo acetábulo do osso
↠ A pelve feminina é modificada para o parto: é mais do quadril (TORTORA, 14ª ed.).
larga, mais rasa, mais fina e mais oval que a masculina
(MARIEB, 3ª ed.).

COMPARAÇÕES DAS PELVES MASCULINA E FEMININA


CARACTERÍSTICAS FEMININA MASCULINA
ESTRUTURA GERAL Leve de delgada Pesada e espessa
PELVE MAIOR Rasa Profunda
(FALSA)
LINHA TERMINAL Ampla e mais oval Estreita e em
(ABERTURA DA PELVE forma de coração
SUPERIOR
ACETÁBULO Pequeno e Grande e orientado
orientado lateralmente
anteriormente
FORAME OBTURADO Oval Redondo
ARCO PÚBICO Mais de 90º Menos de 90º
CRISTA ILÍACA Menos encurvada Mais encurvada
ÍLIO Menos vertical Mais vertical
INCISURA Larga Estreita
ISQUIÁTICA MAIOR
↠ A profundidade do acetábulo é aumentada por uma
CÓCCIX Mais móvel e mais Menos móvel e
curvado menos curvado borda circular de fibrocartilagem chamada de lábio do
anteriormente anteriormente acetábulo. As superfícies articulares do lábio e da cabeça
SACRO Mais curto, mais Mais longo, mais do fêmur apresentam um bom encaixe, por isso
largo e menos estreito e mais
encurvado encurvado deslocamentos da articulação do quadril são raros
anteriormente anteriormente (MARIEB, 3ª ed.).

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COMPONENTES ANATÔMICOS que aumenta a sua profundidade. Por isso, a


luxação do fêmur é rara (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Cápsula articular: Cápsula muito densa e forte ➢ Ligamento transverso do acetábulo: Forte
que se estende da margem do acetábulo até o ligamento que cruza a incisura do acetábulo.
colo do fêmur e envolve completamente a Sustenta parte do lábio do acetábulo e está
articulação. Com seus ligamentos acessórios, conectado ao ligamento da cabeça do fêmur e
essa é uma das estruturas mais fortes do corpo. à cápsula articular (TORTORA, 14ª ed.).
A cápsula articular consiste em fibras
longitudinais e circulares. As fibras circulares,
chamadas de zona orbicular, formam um colar
ao redor do colo do fêmur. Ligamentos
acessórios conhecidos como ligamento
iliofemoral, ligamento pubofemoral e ligamento
isquiofemoral reforçam as fibras longitudinais da
cápsula articular (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Ligamento iliofemoral (em forma de V): Porção
espessada da cápsula articular que se estende
da espinha ilíaca anteroinferior do osso do quadril
até a linha intertrocantérica do fêmur. É
considerado o ligamento mais forte do corpo e
evita a hiperextensão do fêmur na articulação
do quadril em posição ortostática (TORTORA,
14ª ed.).
➢ Ligamento pubofemoral (triangular): Porção
espessada da cápsula articular que se estende
da parte púbica da margem do acetábulo até o
colo do fêmur. Esse ligamento evita a abdução
excessiva do fêmur na articulação do quadril e
reforça a cápsula articular (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Ligamento isquiofemora (espiralado)l: Porção
espessada da cápsula articular que se estende
da parede isquiática do acetábulo até o colo do
fêmur. Esse ligamento encontra-se frouxo
durante a adução, tenso durante a abdução e
reforça a cápsula articular (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Ligamento da cabeça do fêmur (ligamento
redondo): Faixa plana e triangular (originalmente
uma dobra sinovial) que se estende da fossa do
acetábulo até a fóvea da cabeça do fêmur
(TORTORA, 14ª ed.). Este ligamento permanece
frouxo durante a maioria dos movimentos do
quadril; portanto, não é tão importante para a Tendões musculares que cruzam a articulação e o quadril e os
músculos da coxa que circundam a articulação contribuem para sua
estabilização da articulação. De fato, sua função
estabilidade e força. Entretanto, a cavidade profunda que mantém a
mecânica (se existe) é incerta, mas ele contém cabeça do fêmur firmemente encaixada e os fortes ligamentos são
uma artéria que ajuda a manter o suprimento da os principais estabilizadores da articulação do quadril (MARIEB, 3ª ed.).
cabeça do fêmur. Dano a essa artéria pode
Movimentos do quadril
causar uma artrite grave na articulação do
quadril (MARIEB, 3ª ed.). ↠ A articulação do quadril possibilita: (TORTORA, 14ª ed.).
➢ Lábio do acetábulo: Uma borda de
fibrocartilagem fixada à margem do acetábulo

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➢ Flexão e extensão ➢ circundução da coxa

➢ Abdução e adução

↠ A extrema estabilidade da articulação do quadril está


relacionada com a forte cápsula articular e seus
ligamentos acessórios, com a maneira pela qual o fêmur
se encaixa no acetábulo e com os músculos ao redor da
articulação (TORTORA, 14ª ed.).

↠ Embora as articulações do ombro e do quadril sejam


esferóideas, as articulações dos quadris não apresentam
arco de movimento amplo (TORTORA, 14ª ed.).
➢ rotação lateral e rotação medial
↠ A flexão é limitada pela face anterior da coxa que entra
em contato com a parede abdominal anterior quando o
joelho é flexionado e pela tensão dos músculos
isquiotibiais quando o joelho está estendido (TORTORA,
14ª ed.).

↠ A extensão é restrita pela tensão dos ligamentos


iliofemoral, pubofemoral e isquiofemoral (TORTORA, 14ª
ed.).

↠ A abdução é contida pela tensão do ligamento


pubofemoral e a adução pelo contato com o membro
oposto e pela tensão do ligamento da cabeça do fêmur
(TORTORA, 14ª ed.).

↠ A rotação medial é limitada pela tensão no ligamento


isquiofemoral e a rotação lateral pela tensão dos
ligamentos iliofemoral e pubofemoral (TORTORA, 14ª ed.).

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Densidade óssea ↠ Devido ao cálcio ser tão importante para diversas


funções fisiológicas, a concentração plasmática de Ca+2 é
O crescimento ósseo, assim como o desenvolvimento dos tecidos
estreitamente regulada.
moles, requer os hormônios apropriados e quantidades adequadas de
proteínas e de cálcio. O osso contém uma matriz extracelular ↠ Três hormônios regulam o movimento de Ca+2 entre
calcificada formada quando os cristais de fosfato de cálcio precipitam
e se fixam a uma rede de suporte constituída de colágeno. A forma
osso, rim e intestino: (SILVERTHORN, 7ª ed.).
mais comum de fosfato de cálcio é a hidroxiapatita. Embora a grande
quantidade de matriz inorgânica no osso faça algumas pessoas
➢ hormônio da paratireoide;
pensarem nele como algo não vivo, o osso é um tecido dinâmico, ➢ calcitriol (vitamina D3);
sendo constantemente formado e degradado, ou reabsorvido. Espaços ➢ calcitonina.
na matriz cálcio-colágeno são ocupados por células vivas que são bem
supridas de oxigênio e nutrientes pelos vasos sanguíneos que correm Efeitos do envelhecimento sobre o sistema esquelético
ao longo de canais adjacentes (SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ Desde o nascimento até a adolescência, mais tecido
↠ A densidade mineral óssea (DMO) é o resultado de um ósseo é produzido do que perdido durante a
processo dinâmico de formação e reabsorção do tecido remodelação óssea. Em adultos jovens, as taxas de
ósseo chamado de remodelação. A reabsorção causa a deposição e reabsorção óssea são mais ou menos as
deterioração desse tecido enquanto a formação do mesmas. Com o declínio do nível dos hormônios sexuais
mesmo é responsável pela reconstrução e na meia-idade, especialmente depois da menopausa,
fortalecimento do tecido deteriorado. Esse processo ocorre diminuição da massa óssea porque a reabsorção
ocorre ao longo da vida em ciclos de quatro a seis meses óssea realizada pelos osteoclastos ultrapassa a deposição
de duração (CADORE et. al., 2005). óssea feita pelos osteoblastos (TORTORA, 14ª ed.).
↠ Durante a infância e a adolescência, tanto a deposição ↠ Na velhice, a perda óssea por reabsorção ocorre mais
quanto a formação da massa óssea excedem a rápido do que o ganho. Uma vez que os ossos das
reabsorção, implicando aumento do conteúdo mineral mulheres geralmente são menores e menos compactos
ósseo (CMO) e da densidade mineral óssea (DMO) em do que os dos homens, a perda de massa óssea nos
fases que coincidem com o crescimento idosos tipicamente exerce um efeito adverso maior sobre
ponderoestatural acelerado. É durante as fases finais da as mulheres. Esses fatores contribuem para a incidência
puberdade (11 a 14 anos para meninas e 13 a 17 para os mais elevada de osteoporose em mulheres (TORTORA,
meninos) e início da fase adulta que se observa maior 14ª ed.).
formação da massa óssea, caracterizando o chamado
“pico de formação óssea” (ANDRADE et. al., 2010). ↠ As modificações mais significativas ligadas à idade no
sistema esquelético afetam a qualidade e a quantidade de
Metabolismo ósseo matriz óssea. Lembre-se que um mineral (hidroxiapatita)
na matriz óssea oferece força de compreensão ao osso
↠ Assim como a pele, os ossos se formam antes do
(suporte de peso), mas as fibras de colágeno tornam esse
nascimento, porém se renovam de maneira contínua
tecido flexível (SEELY, 10ª ed.).
depois disso (TORTORA, 14ª ed.).
↠ A matriz em um osso mais velho é mais frágil do que
↠ Remodelação óssea é a substituição contínua do
a de um osso novo porque a redução da produção de
tecido ósseo antigo por tecido ósseo novo. Esse processo
colágeno resulta em relativamente mais fibras minerais e
envolve reabsorção óssea, que consiste na remoção de
poucas fibras de colágeno (SEELY, 10ª ed.).
minerais e fibras de colágeno do osso pelos osteoclastos,
e deposição óssea, que é a adição de minerais e fibras ↠ A perda de massa óssea resulta da desmineralização,
de colágeno ao osso pelos osteoblastos (TORTORA, 14ª que consiste na perda de cálcio e outros minerais da
ed.). matriz óssea extracelular. (TORTORA, 14ª ed.).
↠ A maior parte do cálcio do corpo – 99%, ou ↠ Com o envelhecimento, a quantidade de matriz
aproximadamente 1,1 kg – é encontrada nos ossos. também diminui porque sua taxa de formação pelos
Entretanto, esse pool é relativamente estável, por isso é osteoblastos se torna mais lenta do que a taxa de quebra
a menor fração corporal de cálcio não ósseo que é mais de matriz pelos osteoclastos (SEELY, 10ª ed.).
crítica para o funcionamento fisiológico (SILVERTHORN,
7ª ed.).

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↠ A massa óssea está no seu máximo por volta dos 30 entanto, homens mais velhos também desenvolvem
anos de idade, e homens geralmente possuem ossos mais osteoporose (SILVERTHORN, 7ª ed.).
densos do que mulheres pelos efeitos da testosterona e A osteoporose é uma doença complexa com componentes
maior peso corpóreo. Após 35 anos de idade, tanto o genéticos e ambientais. Os fatores de risco incluem tipo
homem quanto a mulher sofrem perda óssea a uma taxa corporal pequeno e magro, idade pós-menopausa, fumo e baixa
de 0,3 a 0,5% ao ano. Essa perda pode aumentar em 10 ingestão de Ca+2 na dieta (SILVERTHORN, 7ª ed.).
vezes nas mulheres após a menopausa, quando elas
Os fármacos mais efetivos para a prevenção e o tratamento da
podem perder a massa óssea a uma taxa de 3 a 5% ao osteoporose atuam mais diretamente sobre o metabolismo ósseo. Eles
ano por aproximadamente 5 a 7 anos (SEELY, 10ª ed.). incluem bifosfonatos, que induzem a apoptose dos osteoblastos e
suprimem a reabsorção óssea, e teriparatida, um derivado do PTH
↠ A princípio, osso esponjoso é perdido quando as que estimula a formação de novo osso. A teriparatida consiste nos
trabéculas se tornam mais finas e fracas. A habilidade das primeiros 34 aminoácidos dos 84 aminoácidos que formam a molécula
trabéculas de fornecer suporte também diminui assim de PTH e precisa ser injetada, em vez de ser ingerida por via oral.
Atualmente, os estudos clínicos estão focados na investigação de se
que elas se desconectam umas das outras. Por fim,
alguma combinação de bifosfonatos e teriparatida é mais eficaz no
algumas das trabéculas desaparecem por completo. A combate à osteoporose do que a ação individual desses fármacos
perda de osso trabecular é maior nas trabéculas que (SILVERTHORN, 7ª ed.).
estão sob menor estresse. Em outras palavras, indivíduos
Para evitar a osteoporose na idade avançada, as mulheres jovens
mais sedentários experimentam maior perda óssea precisam manter uma dieta adequada em cálcio e realizar exercícios
(SEELY, 10ª ed.). com sustentação do peso do corpo, como corrida ou exercícios
aeróbios que aumentem a densidade óssea. A perda de massa óssea
↠ Uma perda lenta de osso compacto começa por volta inicia aos 30 anos, muito antes de as pessoas pensarem estar em risco,
de 40 anos e aumenta após os 45 anos. Entretanto, a e muitas mulheres sofrem de baixa massa óssea (osteopenia) muito
taxa de perda de osso compacto é aproximadamente antes de estarem cientes do problema. O exame da massa óssea
(densitometria óssea) pode ajudar no diagnóstico precoce da
metade daquela vista no trabecular (SEELY, 10ª ed.).
osteopenia (SILVERTHORN, 7ª ed.).
↠ Ossos se tornam mais finos, mas suas dimensões Medidas preventivas para evitar acidentes domésticos em
externas são pouco alteradas, porque a maior parte do
idosos
osso compacto é perdida abaixo do endósteo nas
superfícies internas. Além disso, o osso compacto ↠ O processo de transição demográfica iniciou-se nos
remanescente enfraquece devido ao remodelamento países desenvolvidos e já alcança os países em
ósseo incompleto. Em um osso jovem, quando os ósteons desenvolvimento. Este processo é causado pelo declínio
são removidos, os espaços resultantes são preenchidos da taxa de mortalidade e fecundidade, resultando no
com ósteons novos. Com o envelhecimento, os ósteons envelhecimento da população (RODRIGUES et. al, 2016).
novos não conseguem completar os espaços produzidos
quando os ósteons velhos são removidos (SEELY, 10ª ed.). ↠ A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o idoso
regularmente por meio da idade cronológica a partir de
OSTEOPOROSE 60 anos em países em desenvolvimento e em países
A manutenção da DMO é muito importante para a prevenção desenvolvidos a partir de 65 anos (GARCIA et. al., 2020).
da osteoporose, caracterizada por uma diminuição acentuada
da DMO, no qual a matriz e os minerais ósseos são perdidos ↠ Quedas em idosos são consideradas um problema de
devido ao excesso de reabsorção óssea em relação à saúde pública, devido ao seu alto índice que vem
formação. Esse processo é normalmente associado ao avanço aumentando a cada ano (PAIVA et. al., 2019).
da idade e à ocorrência da menopausa e leva a uma maior
↠ Definimos queda como um acontecimento não
incidência de fraturas. Embora a perda óssea seja mais intensa
nas mulheres, os homens também apresentam uma diminuição ocasional, onde o indivíduo muda sua posição inicial
devido a idade avançada (CADORE et. al., 2005). bruscamente para o mesmo nível ou para um nível mais
baixo (PAIVA et. al., 2019).
A maior parte da reabsorção óssea ocorre no osso trabecular
esponjoso, particularmente nas vértebras, nos quadris e nos ↠ A incidência de quedas é alta em idosos. Este evento
punhos (SILVERTHORN, 7ª ed.). pode ocasionar graves consequências, como: a
diminuição da autonomia e capacidade funcional, o
A osteoporose é mais comum em mulheres após a
menopausa, quando a concentração de estrogênio cai. No isolamento social e até mesmo provocar a morte. As
quedas podem ser ocasionadas por vários fatores, como:

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psicológicos, fisiológicos ou ambientais, que na maioria das ➢ Selecionar os sapatos adequados para o idoso
vezes se encontram associados (RODRIGUES et. al, 2016). (sola antiderrapante);
➢ Colocar grades na cama dos idosos;
O principal fator psicológico relacionado às quedas é o próprio medo
de cair. Estudos mostram que indivíduos que sofrem uma queda
desenvolvem um medo de cair, que pode levar a comportamentos
ATIVIDADE FÍSICA
cautelosos auxiliares na prevenção de quedas ou reduzir a confiança,
↠ A prática de atividade física regular pode minimizar o
o que pode causar um maior risco de quedas (RODRIGUES et. al, 2016).
risco de queda, favorecendo a melhora da saúde do idoso,
Dentre os fatores fisiológicos, podemos citar àqueles que são inerentes sendo uma medida importante na prevenção de queda e
ao processo de envelhecimento, como: a hipotrofia, sarcopenia,
oferecendo ao idoso mais confiança para realizar suas
diminuição da mobilidade articular, mudanças no equilíbrio, diminuição
da acuidade visual, entre outros (RODRIGUES et. al, 2016). atividades diárias (PAIVA et. al., 2019).

Juntamente com o processo fisiológico, estão os fatores ambientais. A ↠ A atividade física poderia contribuir em todos os
estrutura das cidades em geral não está muito bem preparada para processos: desde o retardo de algumas alterações
receber os idosos, ao passo que existem muitas calçadas desniveladas, fisiológicas – contribuindo para a manutenção da força,
ruas esburacadas, degraus muito altos para entrada nos ônibus,
semáforos com tempo de travessia muito curto, etc (RODRIGUES et.
melhora da flexibilidade e do equilíbrio - até mesmo para
al, 2016). evitar o surgimento do medo de cair, pois os indivíduos
reconhecerão a própria independência e as suas
Além disso, a residência dos idosos muitas das vezes não está adaptada
limitações (RODRIGUES et. al, 2016).
às suas necessidades, por exemplo: presença de tapetes, pisos
escorregadios, degraus, ausência de bancos ou barras de apoio no
↠ Mostrou que o treinamento de seis meses de
banheiro, ausência de corrimão nas escadas, entre outros (RODRIGUES
et. al, 2016). exercício direcionados para a prevenção de quedas
resultou na melhora do equilíbrio e da marcha, através do
↠ A prevenção de quedas e suas consequências é um aumento do comprimento das passadas e da diminuição
urgente desafio de saúde pública internacional. Várias do tempo de execução do Time up and Go Test (TUGT)
intervenções têm sido descritas: abordagem multifatorial (RODRIGUES et. al, 2016).
dos fatores de risco identificados, programas de exercício
físico, revisão terapêutica, correção de deficiências visuais, ↠ Uma atividade realizada por muitos idosos é a dança
tratamento da hipotensão postural, abordagem de de salão, que o ajuda não somente na manutenção do
alterações do ritmo e de frequência cardíaca, tratamento corpo, como também da alma. A dança de salão pode
de afecções do pé, modificação de fatores de risco ser caracterizada como uma expressão corporal em que
ambientais do domicílio e a educação do indivíduo vivenciamos emoções, alegria e liberdade (PAIVA et. al.,
(BENTO; SOUSA, 2017). 2019).

ADAPTAÇÕES INFRAESTRUTURAIS ↠ A dança promove benefícios como o equilíbrio, a


flexibilidade, a coordenação motora e a consciência
↠ Segundo (BAIXINHO; DIXIE, 2020) algumas adaptações corporal, promovendo a elevação da qualidade de vida. A
podem ser utilizadas para minimizar o risco de queda em dança como atividade física tem fundamental importância
idosos: no processo de envelhecimento, buscando recuperar as
capacidades funcionais e, consequentemente,
➢ Adaptar o espaço do quarto do idoso de modo
aumentando a qualidade de vida (PAIVA et. al., 2019).
a facilitar a sua mobilidade;
➢ Remover obstáculos que dificultem a marcha no ↠ A análise deste estudo evidenciou que houve
quarto; diferença significativa entre os dois grupos estudados, já
➢ Reajustar a altura da cama durante a noite, para que os praticantes de dança tiveram maior equilíbrio e,
que esta fique mais baixa; consequentemente, menor risco de quedas (PAIVA et. al.,
➢ Manter a cadeira travada sempre que parada; 2019).
➢ Verificar se o piso da casa não está molhado;
➢ Manter as barras laterais de apoio no banheiro
na posição de utilização;
➢ Assegurar que as zonas de circulação estejam
bem iluminadas;

Júlia Morbeck – 2º período de medicina


@jumorbeck
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Referências

TORTORA. Princípios de Anatomia e Fisiologia. Disponível


em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2016.

SILVERTHORN, Dee U. Fisiologia Humana. Disponível em:


Minha Biblioteca, (7th edição). Grupo A, 2017.
MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e Fisiologia, 3ª ed.,
Porto Alegra: Artmed, 2008.
REGAN, J.; RUSSO, A.; VVANPUTTE, C. Anatomia e
Fisiologia de Seely, 10ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016.
MARIEB, E.; WILHELM, P.; MALLATT, J. Anatomia
humana, 7ª ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2014.
ANDRADE et. al. Densidade mineral óssea e composição
corporal em adolescentes com déficit de crescimento.
Eistein, 2010.
CADORE et. al. Efeitos da atividade física na densidade
mineral óssea e na remodelação do tecido ósseo. Revista
brasileira de medicina e esporte, 2005.
RODRIGUES et. al. Prevenção de quedas no idoso: revisão
da literatura brasileira. Revista Brasileira de Prescrição e
Fisiologia do Exercício, 2016
GARCIA et. al. Educação em saúde na prevenção de
quedas em idosos. Brazilian Journal of Development, 2020.
PAIVA et. al. Dança de salão na prevenção de quedas em
idosos: estudo caso controle. Revista Cuidarte, 2019.

BAIXINHO, C. L.; DIXE, M. A. Quais as práticas dos


cuidadores para prevenir as quedas nos idosos
institucionalizados? Revista Brasileira de Enfermagem,
2020.
BENTO, J. R.; SOUSA, N. D Exercício físico na prevenção
de quedas do idoso da comunidade: revisão baseada em
evidência. Revista Brasileira de Família e Comunidade, 2017.

Júlia Morbeck – 2º período de medicina


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