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ANATOMIA

O tórax é dividido em mediastino, que é a cavidade central que abriga as vísceras torácicas
(exceto os pulmões), e nas cavidades pulmonares direita e esquerda (de cada lado do
mediastino). A maior parte da cavidade torácica é ocupada pelos pulmões, sendo o restante
ocupado pelo coração, vasos, traqueia e brônquios.
Embora o formato da caixa torácica proporcione rigidez, suas articulações e a pequena
espessura e flexibilidade das costelas permitem a absorção de muitos choques e
compressões externas sem fratura e a modificação do formato para permitir a respiração.
Como suas estruturas mais importantes (coração, grandes vasos, pulmões e traqueia), e
também seu assoalho e suas paredes, estão em constante movimento, o tórax é uma das
regiões mais dinâmicas do corpo.
O tórax é formado por 12 pares de costelas e cartilagens associadas, 12 vértebras torácicas
e discos intervertebrais, e o esterno. As costelas são leves e resilientes, possuem um
interior esponjoso com medula óssea (tecido hematopoiético), há 3 tipos de costelas, além
das típicas e atípicas:

 Verdadeiras (vertebroesternais I-VII): fixam-se diretamente ao esterno por meio de suas


próprias cartilagens costais;
 Falsas (vertebrocondrais VIII, IX e, geralmente, X): suas cartilagens unem-se à
cartilagem das costelas acima delas; portanto, a conexão com o esterno é indireta;
 Flutuantes (vertebrais, livres XI, XII e, às vezes, a X): as cartilagens rudimentares
dessas costelas não têm conexão, nem mesmo indireta, com o esterno; elas terminam
na musculatura abdominal posterior.
Costelas típicas (III-IX):

 Cabeça da costela: com duas faces articulares, separadas pela crista, uma para
articulação com a vértebra de mesmo número e outra para a vértebra superior a ela;
 Colo da costela: une a cabeça ao corpo;
 Tubérculo da costela: na junção do colo e do
corpo; uma face articular lisa articula-se com o
processo transverso da vértebra
correspondente, e uma face não articular rugosa
é o local de fixação do ligamento
costotransversário;
 Corpo da costela (diáfise): fino, plano e curvo,
principalmente no ângulo da costela. A face
interna côncava do corpo exibe um sulco da
costela, paralelo à margem inferior da costela,
que oferece alguma proteção para o nervo e os
vasos intercostais.
Costelas atípicas (I, II, X, XI e XII):

 I costela: mais larga, curta e curva, corpo quase horizontal, com apenas 1 face articular e
dois sulcos transversais (vasos subclávios);
 II costela: mais fino e longo e menos curvo que a I costela;
 X-XII costelas: 1 face articular, que se articula apenas com 1 vértebra, com exceção da X,
são curtas e não possuem colo nem tubérculo.
Os espaços intercostais separam as costelas e suas
cartilagens costais umas das outras. São denominados
de acordo com a costela que forma a margem superior do
espaço. Existem 11 espaços intercostais e 11 nervos
intercostais. Os espaços intercostais são ocupados por
músculos e membranas intercostais e dois conjuntos
(principal e colateral) de vasos sanguíneos e nervos
intercostais, identificados pelo mesmo número atribuído
ao espaço. O espaço abaixo da costela XII não se situa
entre as costelas e, assim, é denominado espaço
subcostal, e o ramo anterior do nervo espinal T12 é o
nervo subcostal. Os espaços intercostais são mais largos
anterolateralmente, e alargam-se ainda mais durante a
inspiração.
Vértebras torácicas (T1-T12):
Vértebras típicas (T2-T9): possuem corpo vertebral, arcos
vertebrais e 7 processos espinhosos.

 Fóveas costais bilaterais (hemifóveas) nos corpos vertebrais, geralmente em pares, uma
inferior e outra superior, para articulação com as cabeças das costelas;
 Fóveas costais dos processos transversos para articulação com os tubérculos das
costelas, exceto nas duas ou três vértebras torácicas inferiores;
 Processos espinhosos longos, com inclinação inferior.
Vértebras torácicas atípicas (T1, T10, T11 e T12): possuem fóveas costais inteiras no lugar
de hemifóveas e algumas apresentam características específicas.

 T1: não possui hemifóveas superiores, apenas uma hemifóvea inferior típica, pois a
vértebra C7 não possui hemifóveas para articular;
 T10: tem apenas um par bilateral de fóveas costais que ficam em parte no corpo e em
parte no pedículo;
 T11 e T12: têm apenas um par de hemifóveas costais em seus pedículos.
Esterno possui 3 partes (manúbrio, corpo e processo xifoide)
unidas por sincondroses (articulações cartilagíneas que ossificam
na meia-idade).

 Manúbrio: é a parte mais espessa do esterno, cujo centro


côncavo, chamado de incisura jugular (supraesternal) pode
ser facilmente palpada e forma as articulações
esternoclaviculares. O manúbrio se articula também com a 1ª
costela e com o corpo do esterno, com o qual forma o ângulo
do esterno (sínfise manubrioesternal);
 Corpo: longo, estreito e mais fino que o manúbrio, situado na
altura das vértebras. Possui quatro esternébras, que são
estruturas primárias do esterno, que começam a fundir entre a
puberdade e os 25 anos de idade. Em adultos, a superfície anterior possui três cristas
transversais variáveis, que são as linhas de fusão das esternébras;
 Processo xifoide: a menor parte do esterno, localizado na fossa epigástrica (nível de
T10), serve de referência para o limite superior do fígado, centro tendíneo do diafragma
e margem inferior do coração. O processo xifoide pode ser pontiagudo, rombo, bífido,
curvo ou defletido para um dos lados. É cartilaginoso em jovens e ossifica por volta dos
40 anos.
Músculos torácicos:
Os verdadeiros músculos da parede torácica são o m. serrátil posterior, m. levantadores das
costelas, m. subcostais e m. transverso do tórax. No entanto, alguns músculos do abdome
(anterolaterais – m. oblíquo externo e m. reto do abdome), dorso e pescoço (m. escalenos)
inserem-se na caixa torácica, que são os músculos toracoapendiculares (m. peitoral maior e
menor, m. serrátil anterior, trapézio e latíssimo do dorso), os quais se estendem até os
membros superiores. Além disso, o tórax também conta com os músculos intercostais, os
quais também participam dos movimentos respiratórios. A cavidade torácica também possui
o diafragma, sendo o principal músculo da inspiração.
Inervação:
A parede torácica é inervada por 12 pares de nervos espinais torácicos, os quais se dividem
em ramos primários anterior e posterior  ramos anteriores dos nervos T1 a T11 formam os
nervos intercostais e o ramo anterior de T12 forma o nervo subcostal. Os ramos posteriores
dos nervos espinais torácicos são laterais aos processos articulares das vértebras torácicas,
e suprem as articulações, músculos profundos e a pele do dorso do tórax.
Os nervos intercostais podem ser divididos em típicos e atípicos:

 Típicos (3º - 6º nervos) possuem ramos: comunicantes, colaterais, cutâneos laterais,


cutâneos anteriores e musculares, que basicamente se diferem em sua origem e/ou
função.
 Atípicos: ramo anterior de T1 se divide em grande parte superior e uma parte inferior
pequena. A parte superior se une ao plexo braquial, enquanto a parte inferior se torna o
1º nervo intercostal; 2º (e as vezes o 3º nervo intercostal) origina um grande ramo
cutâneo lateral chamado de nervo intercostobraquial; 7º -11º nervos intercostais, nas
suas porções fora do espaço intercostal, formam os nervos toracoabdominais.
A maioria dos nervos de T2 - T12 supre um dermátomo do tronco. O grupo de músculos
supridos pelos ramos posterior e anterior de cada par de nervos torácicos constitui um
miótomo. Assim, os miótomos dos nervos T2 a T11 incluem os músculos intercostal,
subcostal, transverso do tórax, levantador da costela e serrátil posterior associados ao
espaço intercostal, que inclui o nervo intercostal, além de uma parte dos músculos
profundos do dorso.
Vascularização
As artérias que irrigam a parede torácica se originam
da aorta (parte torácica), subclávia e artéria axilar e,
normalmente, a distribuição dos vasos dessa região
seguem os espaços intercostais, paralelamente às
costelas. A parte torácica da aorta origina as artérias
intercostais posteriores e subcostais, a artéria subclávia
dá origem as artérias torácica interna e intercostal
suprema e a artéria axilar origina a artéria torácica
superior e a artéria torácica lateral.
Os espaços intercostais, com exceção dos 10º e 11º
espaços, são irrigados por uma grande artéria
intercostal posterior, com seu ramo colateral, e um
pequeno par de artérias intercostais anteriores. As artérias intercostais posteriores emitem
um ramo posterior que acompanha o ramo correspondente do nervo espinal para suprir a
medula espinal, a coluna vertebral, os músculos do dorso
e a pele.
As artérias intercostais posteriores do 1º e do 2º espaços
intercostais originam-se da artéria intercostal suprema,
que é um ramo da artéria subclávia. As artérias torácicas
internas (mamária internas) se originam na base do
pescoço e terminam no 6º espaço intercostal, tocando a
pleura parietal posteriormente, e dividindo-se nas artérias
epigástrica superior e musculofrênica. A artéria
musculofrênica origina as artérias intercostais anteriores
do 7º ao 9º espaço intercostal.
As veias intercostais acompanham as artérias e nervos
intercostais. Há 11 veias intercostais posteriores, que se
unem às veias intercostais anteriores, e uma veia
subcostal de cada lado. A maioria das veias intercostais
posteriores termina no sistema venoso ázigo/hemiázigo,
que desemboca na veia cava superior (VCS). A veia
intercostal superior direita é tipicamente a última tributária
da veia ázigo, antes de sua entrada na VCS, mas a veia
intercostal superior esquerda drena para a veia braquiocefálica esquerda.

DOR TRAUMÁTICA E DOR PLEURÍTICA


DOR TORÁCICA
Além de representar alerta de sofrimento cardiovascular e risco iminente de morte, a dor
torácica pode ter origem respiratória, digestiva, musculoesquelética ou neurológica. A
repetição dos episódios dolorosos ou a cronicidade da dor modificam o comportamento
psíquico e causam ansiedade, pânico, depressão e repercussões negativas na qualidade de
vida dos pacientes. A distinção entre os quadros agudos e crônicos e dos diferentes tipos de
dor é necessária para instituir-se o tratamento adequado.
Quando o paciente é capaz de descrever bem uma dor torácica, contribui com uma preciosa
informação diagnóstica. São inúmeras as causas de dor no tórax. A isquemia do miocárdio
manifestada pelo quadro de angina do peito ou de infarto do miocárdio, as pleurites, as
alterações musculoesqueléticas, as disfunções do esôfago e as afecções pericárdicas são
as causas mais comuns.
VIAS E PROCESSAMENTO DE CONDUÇÃO DE DOR
Para se compreender a fisiopatologia da dor, é conveniente considerá-la sob três
características básicas: localização, irradiação e referência. Embora o parênquima
pulmonar, as vias respiratórias e a pleura visceral sejam ricamente inervados por filetes
sensitivos, estes não transmitem sensações dolorosas para o cérebro. Contudo, na
superfície corporal existem órgãos receptores (nociceptores) situados na pele, no tecido
celular subcutâneo, nos músculos, nas aponeuroses e nos tendões que, uma vez
estimulados, vão provocar dor. A liberação, nesse local, de peptídeos, principalmente as
bradicininas, é que desencadeia a dor. Essas substâncias surgem quando há inflamação,
isquemia, traumatismo, necrose, compressão e estiramento. As terminações nervosas estão
ligadas às raízes posteriores da medula por meio dos feixes espinotalâmicos laterais que
vão até o tálamo, que, por sua vez, mantém numerosas conexões com o córtex cerebral.
As vísceras, suas respectivas serosas e os vasos também contêm receptores, que fazem
parte do sistema nervoso autônomo. Neste caso, os estímulos são conduzidos pelas vias
aferentes do plexo simpático, chegando à medula juntamente com os estímulos dos
neurônios periféricos superficiais. Essa disposição explica a dor referida, sensação dolorosa
profunda que se projeta a distância, na superfície corporal, decorrente da convergência dos
neurônios aferentes cutâneos em um mesmo segmento da medula. O estímulo doloroso é
visceral, mas a dor é experimentada na superfície da pele. Tendo em conta que a projeção
das vísceras no cérebro é pequena, o cérebro as troca, sentindo a dor como se ela viesse
da superfície.
Assim, VÍSCERAS TORÁCICAS veiculam as informações nociceptivas pelas FIBRAS
NERVOSAS AFERENTES que trafegam através do sistema nervoso neurovegetativo
simpático (SNNVS) até o corno posterior da substância cinzenta da medula espinal (CPME).
A DOR DE ORIGEM CARDIOVASCULAR associa-se à liberação de enzimas das células
miocárdicas pela hipoxia. O TECIDO PULMONAR apresenta poucos receptores da dor,
ao contrário das vias aéreas superiores, da pleura parietal e da parede das grandes
artérias pulmonares.
As vias aferentes das vísceras digestivas torácicas são comuns às cardíacas. A
aferência sensitiva da região rostral do esôfago e da traqueia é veiculada pelos
nervos vagos. As estruturas somáticas da caixa torácica e região periférica são
inervadas pelos nervos intercostais, e a pleura diafragmática, pelos nervos frênicos.
Após integrar o trato de Lissauer, as aferências nociceptivas alcançam os neurônios do
CPME de vários segmentos da medula espinal. Por meio do mecanismo de dor referida,
afecções que acometem vísceras e estruturas somáticas podem gerar dor com
características similares em regiões do tórax ou distantes dele. A dor das vísceras torácicas
mediastinais é referida nas regiões centrais, laterais ou posteriores do tórax, membros
superiores (MMSS), face ou região cervical. O acometimento do diafragma, inervado pelo
nervo frênico, ou a lesão dessa estrutura nervosa, causa dor referida no ombro e/ou face
lateral da região cervical.
A informação dolorosa é processada no CPME e transmitida às regiões rostrais do
neuroeixo, no qual é decodificada e interpretada. Mecanismos reacionais somatoviscerais e
víscero-somáticos resultam, respectivamente, em anormalidades neurovegetativas e no
desencadeamento de síndromes dolorosas miofasciais em pacientes com dores viscerais,
neuropáticas, musculoesqueléticas ou cutâneas.
Alguns indivíduos, devido a mecanismos ainda não identificados, não percebem a dor que
se manifesta em afecções cardíacas isquêmicas e podem apresentar “isquemia silenciosa”,
fenômeno atribuído à hiperatividade endorfinérgica no sistema nervoso central (SNC) ou às
anormalidades do mecanismo de percepção da dor.
A concomitância de neuropatias centrais ou periféricas clínicas ou subclínicas (p. ex.,
neuropatia diabética), resulta em padrões aberrantes de expressões quanto à intensidade e
à localização da informação sensitiva torácica. Nessas eventualidades, lesões viscerais
torácicas podem não gerar dor ou a causam com maior magnitude ou com características
atípicas.
DOR SOMÁTICA
Superficial: tende a ser bem localizada (picada, pontada, rasgando, ardência), de acordo
com o estímulo aplicado. Sua intensidade é variável e, de certa maneira, proporcional à
intensidade do estímulo. Decorre, em geral, de trauma, queimadura e processo inflamatório.
Profunda: É a modalidade de dor nociceptiva consequente à ativação de nociceptores dos
músculos, fáscias, tendões, ligamentos e articulações. Suas principais causas são:
estiramento muscular, contração muscular isquêmica (exercício exaustivo prolongado),
contusão, ruptura tendinosa e ligamentar, síndrome miofascial, artrite e artrose. É mais
difusa que a dor somática superficial, apresenta localização imprecisa, sendo em geral
descrita como dolorimento (aching pain), dor surda, dor profunda e, no caso da contração
muscular isquêmica, como cãibra. Sua intensidade é proporcional à do estímulo causal, mas
comumente vai de leve à moderada. Às vezes, pode manifestar-se como dor referida.

DOR PLEURÍTICA
É causada por afecções que causam inflamação ou estiramento pleural e que acometem as
terminações nervosas provenientes dos nervos intercostais ou diafragmáticos presentes na
pleura parietal. A dor pleural apresenta intensidade variável, podendo chegar a ser
lancinante durante o esforço inspiratório e é referida no local da lesão (aguda, intensa e em
pontada). O comprometimento das regiões centrais da pleura diafragmática inervada
pelo nervo frênico causa dor cervical e nos ombros. O acometimento das regiões
periféricas causa dor referida na região superior do tórax, regiões lombar e abdominal
rostral.
Nas pleurites, por exemplo, nem sempre o decúbito sobre o lado da dor proporciona
alívio, é acompanhada de tosse seca (que exacerba a dor), pode ocorrer febre e, em
certa fase da doença, surgir dispneia, principalmente quando a dor desaparece, e isso
significa que o derrame se instalou.
A dor no pneumotórax espontâneo benigno dos jovens é inconfundível - súbita, aguda e
intensa. O paciente quase sempre a compara a uma punhalada. Acompanha-se de dispneia,
de maior ou menor intensidade, dependendo da pressão na cavidade pleural. Não há queixa
de febre.

Hemopneumotórax
PNEUMOTÓRAX (PTX)
É a presença de ar na cavidade pleural, resultante da ruptura de uma ou ambas as
membranas, podendo levar à compressão do parênquima pulmonar e insuficiência
respiratória. Nas contusões, dois mecanismos podem ser responsáveis pela lesão pulmonar
com extravasamento de ar para a pleura, uma laceração (rasgar) do pulmão pela
compressão aguda do tórax, ou uma espícula óssea, de uma costela fraturada, perfurando o
pulmão. Se houver fístula de parênquima pulmonar com mecanismo valvulado o
pneumotórax pode se tornar hipertensivo com desvio do mediastino para o lado
contralateral, com torção das veias cavas e choque e se não for rapidamente tratado pode
levar à morte.
ETIOLOGIA

 Primário Espontâneo (PEP): sem doença pulmonar ou fator precipitante clinicamente


aparente, acomete mais homens altos e magros, entre 20-40 anos. Há bolhas ou lesões
subpleurais que alteram a integridade da pleura, precipitando o pneumotórax. História
familiar de PEP, síndrome de Marfan, homocistinúria, endometriose torácica e tabagismo
são fatores de risco, estando este diretamente relacionado com a carga tabágica. Curso
relativamente benigno;
 Secundário Espontâneo (PES): relacionado à inúmeras doenças pulmonares
previamente conhecidas, sendo a DPOC a mais comum. É mais frequente em pacientes
acima dos 60 anos. Cerca de 2-6% de pacientes com HIV podem desenvolver PES,
sendo que em 80% dos casos há pneumonia por Pneumocystis jiroveci atual ou prévia.
Potencialmente fatal, tendo em vista a limitação cardiopulmonar subjacente;
 Iatrogênico Espontâneo: ligado a procedimentos médicos com finalidade terapêutica ou
diagnóstica (punção venosa central, ventilação mecânica, cirurgia laparoscópica);
 Não-iatrogênico Espontâneo: relacionado a traumas de tórax aberto ou fechado
(trauma penetrante, fratura de costelas).
FISIOPATOLOGIA
A pressão pleural é negativa em relação à atmosférica, e, com a penetração de ar, ela se
torna positiva, o que ocorre por rotura da pleura parietal, visceral ou mediastinal por lesão do
esôfago ou vias aéreas, causando um colapso do tecido pulmonar.
Reduz a capacidade de difusão, o volume e a complacência pulmonar. As consequências
dependem do tamanho do acometimento, do estado hipertensivo ou não, e da condição
pulmonar prévia. A hipoxemia arterial ocorrerá quando houver colapso de 50% ou mais do
parênquima pulmonar, persistindo a perfusão de áreas mal ventiladas, com efeito shunt.
O pneumotórax catamenial (dependente de ciclo menstrual) ocorre devido a alterações da
integridade anatômica do diafragma, junto com a menstruação, acometendo mulheres > 30
anos, com sintomas iniciando após 24-72 anos do início do fluxo, pode ter também como
causa a endometriose pulmonar.
Pneumotórax que surge após o nascimento (neonatal), decorre da rápida elevação da
pressão transpulmonar, negativa na aspiração de mecônio, muco ou sangue, e positiva na
ventilação mecânica na presença de síndrome da membrana hialina.
QUADRO CLÍNICO
O espontâneo geralmente ocorre com o paciente em repouso, com dor torácica aguda,
ipsilateral e dispneia, a intensidade da dispneia depende do tamanho do pneumotórax,
velocidade de acúmulo de ar e reserva cardiopulmonar.
No PEP, há ↓ do murmúrio vesicular e frêmito tóracovocal. Expansibilidade local ↓ com
timpanismo à percussão. Há suspeita de pneumotórax hipertensiva em caso de cianose,
hipotensão e ↑ FC.
Dependendo da causa do pneumotórax, pode haver enfisema subcutâneo (sentido como
uma crepitação na palpação) e pneumomediastino, às vezes visto com crepitação sobre a
área cardíaca.
DIAGNÓSTICO

 Dispneia (relacionada ao grau de compressão do parênquima pulmonar);


 Abaulamento do hemitórax afetado (mais nítido em crianças);
 Hipertimpanismo à percussão;
 Ausência ou diminuição do murmúrio vesicular;
 Nos casos de pneumotórax hipertensivo, aparecem sinais de choque com pressão
venosa alta (estase jugular);
 Radiografia de tórax revela a linha de pleura visceral afastada do gradil costal, sendo
necessário pelo menos 50 mL de ar para ser visível em posição ereta.
Quando o paciente estiver com condição clínica desfavorável (sinais de pneumotórax
hipertensivo), deve-se instituir a terapêutica sem os exames radiológicos, apenas com os
dados do exame físico.
A TC pode ser útil em pacientes com enfisema difuso ou em ventilação mecânica, com
análise da presença ou não de bolhas apicais subpleurais, suas dimensões, disposição
anatômica e doença contralateral. Pacientes com pneumotórax complexo (hemotórax ou
com empiema) precisam da TC para planejamento terapêutico. E também é indicado na
suspeita de pneumotórax com RX normal.
Na USG, o pneumotórax pode ser detectado como uma linha hiperecogênica que se
movimenta conforme o decúbito do paciente.
O Consenso Brasileiro de Doenças Pleurais adotou a medida da distância entre o ápice do
pulmão e o ápice do estreito superior da cavidade pleural para estimar o tamanho do
pneumotórax, e caso seja > 3 cm, é considerado de grande volume com indicação de
drenagem.
Pode-se seguir duas classificações para pneumotórax: Aberto x Fechado; Simples x
Hipertensivo.
- Pneumotórax Aberto: é caracterizado pelo contato do espaço pleural com o meio
ambiente (solução de continuidade entre a cavidade e o meio externo), levando a uma
equivalência entre as pressões atmosférica e intratorácica, o que ocasionará, em última
instância, o colapso pulmonar, queda da hematose e uma hipóxia aguda. Esse tipo de
pneumotórax geralmente não é causado por ferimentos por arma de fogo ou arma branca, já
que, nesses casos, os músculos da parede torácica tamponam a lesão. Pode ser causado,
no entanto, por, por exemplo, acidentes viários, devido à "arrancamentos" de caixa torácica,
o que é incomum. Seu tratamento baseia-se no tamponamento imediato da lesão através de
curativo quadrangular feito com gazes esterilizadas (vaselinada ou outro curativo pouco
permeável ao ar) de tamanho suficiente para encobrir todas as bordas do ferimento, e fixado
com fita adesiva em três de seus lados. A fixação do curativo oclusivo em apenas três lados
produz um efeito de válvula; desse modo, na expiração, tem-se a saída de ar que é
impedido de retornar na inspiração, evitando, assim, formar um pneumotórax hipertensivo.
- Pneumotórax Simples: tem sua etiologia baseada, principalmente, no trauma penetrante
e na contusão torácica. Seu diagnóstico é dado pela hipersonoridade à percussão e
diminuição ou ausência de murmúrio vesicular e complementado pelo Rx de tórax, onde há
uma maior radiotransparência (aparece escuro, pois o raio-x passa) do pulmão acometido,
devido ao acúmulo de ar no local que era para ser ocupado pelo parênquima pulmonar. O
tratamento preconizado para ele (ATLS) é a drenagem pleural feita no quinto ou sexto
espaço intercostal (EIC), na linha axilar média (LAM), a fim de se evitar complicações como
lesão de diafragma, fígado ou outros órgãos. Em casos em que há borbulhamento
persistente do selo d'água é indicado uma aspiração contínua com - 20 a - 30 cm de água
de pressão.
- Pneumotórax Hipertensivo: ocorre quando os níveis tensionais no interior da cavidade
pleural se elevam acima da pressão atmosférica, havendo um vazamento de ar para o
espaço pleural por um sistema de "válvula unidirecional" (geralmente por fratura do arco
costal). O sistema de válvula faz com que o ar entre para a cavidade torácica sem a
possibilidade de sair, colapsando completamente o pulmão do lado afetado. O mediastino e
a traqueia são deslocados para o lado oposto, diminuindo o retorno venoso e comprimindo o
pulmão oposto. Pode ocorrer óbito rápido do paciente devido à compressão do parênquima
pulmonar contralateral (e não pela compressão de veias cavas), que leva a hipóxia,
principalmente se já houver uma pneumopatia subjacente. Ocasionalmente, lesões
traumáticas da parede torácica podem causar PTX hipertensivo. Uma incidência significante
de PTX decorre dos procedimentos de inserção de cateteres em veia subclávia ou jugular
interna. É caracterizado por dispneia intensa, taquicardia, hipotensão, desvio da traqueia,
ausência de murmúrio vesicular unilateral, distensão das veias do pescoço (estase jugular),
hipersonoridade, desvio do ictus e cianose como uma manifestação tardia. Pela semelhança
dos sintomas, o PTX hipertensivo pode, inicialmente, ser confundido com tamponamento
cardíaco.
TRATAMENTO
Retirar o ar contido no espaço pleural, reestabelecer a função pulmonar e diminuir
recorrência.

 Paciente estável com pneumotórax pequeno (< 3 cm): conservador, analgésicos e


repouso relativo. RX em 4 - 6hrs para acompanhar progressão, se estável, liberar e
reavaliar no dia seguinte.
 Paciente estável com pneumotórax grande (> 3 cm): hospitalizar sempre. Aspiração
simples (toracocentese) é geralmente eficaz, com punção no 2º espaço intercostal
anterior, na linha hemiclavicular, homolateral ao pneumotórax. Se permanecer
sintomático e com primeira aspiração < 2,5 L, pode realizar 2ª aspiração simples. Pode-
se proceder a aspiração de todo o ar ou conectar um cateter a um sistema de válvula de
Heimlich. Pacientes que falham em re-expandir o pulmão, devem ser submetidos à
drenagem torácica com selo d’água (no 5º espaço intercostal).
 Paciente instável, independente do tamanho do pneumotórax: drenagem torácica. No
pneumotórax hipertensivo, a descompressão é imediata.
HEMOTÓRAX (HTX)
O hidropneumotórax é o termo utilizado para pacientes com presença de fluido e ar no
espaço pleural, como pacientes traumatizados que apresentam hemotórax e pneumotórax.
Na radiografia:
• Presença de nível de gás e líquido com o paciente em ortostase;
• Opacidade nebulosa em um paciente em decúbito dorsal, que pode obscurecer o
pneumotórax.
Hemotórax é a presença de sangue na cavidade pleural resultante de lesões do parênquima
pulmonar, de vasos da parede torácica ou de grandes vasos como aorta, artéria subclávia,
artéria pulmonar ou mesmo do coração. Apesar de na maioria dos doentes a presença do
hemotórax não significar uma lesão extremamente grave, todo doente traumatizado com
derrame pleural supostamente hemorrágico, deve ser encarado e acompanhado como um
doente potencialmente de risco, até o total esclarecimento da sua lesão e do volume do
sangue retido na cavidade pleural.
DIAGNÓSTICO

 Choque hipovolêmico na dependência do volume retido ou da intensidade da lesão;


 Dispneia decorrente da compressão do pulmão pela massa líquida nos casos volumosos;
 Propedêutica de derrame pleural;
 Radiografia de tórax revelando linha de derrame ou apenas velamento difuso do
hemitórax quando a radiografia é realizada com o doente deitado (o que normalmente
acontece no trauma).
A toracotomia está indicada quando houver saída imediata na drenagem pleural de mais de
1.500 ml de sangue (ou de mais de 20 ml/kg de peso) ou, se na evolução, o sangramento
horário for maior de 300 ml por hora no período de 2 horas consecutivas. A outra indicação
é nos casos em que, apesar da drenagem, mantém-se imagem radiológica de velamento
com possíveis coágulos no tórax. Além disso, a infusão de cristaloide para repor o volume
sanguíneo perdido, deve ser feita simultaneamente à descompressão da cavidade torácica e
assim que possível administra-se o sangue autotransfundido ou outro tipo-específico.

Gelol e salonpas
GELOL
É um medicamento indicado para o tratamento exclusivamente dermatológico dos sintomas
do reumatismo, nevralgias (dor intensa na região da lesão envolvendo nervos), torcicolos
(enrijecimento dos músculos do pescoço), contusões e dores musculares.
Atua promovendo analgesia (redução da dor) e hiperemia (aumento da quantidade de
sangue na superfície do local afetado) da pele, no local em que é aplicado; promove leve
anestesia local pela sensação de frio; age produzindo vasodilatação local, aliviando a dor
das estruturas profundas que se apresentam inflamadas ou lesionadas. Os sinais de
melhora nos sintomas podem ocorrer em um prazo variável de dias, após o início do
tratamento.
O uso de medicamentos com a substância salicilato de metila, como é o caso deste
medicamento, deve ser feito com cuidado por pacientes com risco aumentado de
desenvolver dores abdominais, náuseas e vômitos, principalmente pacientes com dispepsia
(indigestão) e sabidamente com lesões da mucosa gástrica.
É um medicamento à base de salicilatos, que não deve ser utilizado por pacientes com
hemofilia (problemas em estancar sangramento) ou outros distúrbios hemorrágicos.
Também devem ser utilizados com cuidado por pacientes asmáticos, com problemas
alérgicos ou com alteração da função renal e hepática. Pela razão do eventual aparecimento
de sangramento, este produto não deve ser utilizado por pacientes com dengue suspeita ou
diagnosticada. Não usar em pele ferida ou em mucosas ou em crianças menores de 2 anos.
• Aerossol: 2 – 3X ao dia, evitando inalação e protegendo os olhos.
• Pomada: friccionar a parte dolorida por alguns minutos e repetir de 2 – 3X ao dia no
máximo, até melhora da dor.
Reações adversas mais comuns: são as relacionadas com o trato gastrintestinal
(náuseas, dispepsia/indigestão e vômitos). Pessoas asmáticas, com urticária e rinite crônica
exibem notável sensibilidade aos salicilatos, que podem provocar aumento da urticária e
outras erupções cutâneas, angioedema (inchaço ao redor dos olhos e lábios), rinite,
broncoespasmos severos (dificuldades para respirar) e dispneia.
SALONPAS
Salonpas Gel é um analgésico, anti-inflamatório de uso tópico, que age sobre a região
afetada, aliviando a dor e o inchaço, indicado na fadiga muscular, dores musculares e
lombares, rigidez nos ombros, contusões, pancadas, torções, entorses, torcicolo, dores nas
costas, nevralgia e dores articulares. É contraindicado para pacientes que já apresentaram
alguma reação alérgica ao ácido acetilsalicílico, a outros anti-inflamatórios não esteroidais
ou já tenham demonstrado hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da fórmula.
Modo de uso: Lave e seque a área afetada. Aplique o Salonpas na pele de 3 – 4X ao dia. A
quantidade apropriada poderá variar dependendo da área afetada. Não massageie a região
durante e após a aplicação. Não utilize bandagem (faixa) ou qualquer material oclusivo na
área de aplicação. Não aplique o produto sobre a pele irritada, feridas e/ou escoriações
abertas.

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