Você está na página 1de 8

PROBLEMA 2 - “Quando eu for eleito Prefeito, eu prometo reabrir o Pronto Socorro do

Jardim das Flores”!

Dona Vânia trabalha na casa do prefeito recém-eleito do município de Jardins. Ela está
inconformada com a transferência de um serviço de Pronto Socorro que funcionava anexo a
uma UBS no bairro onde mora há 20 anos. Este serviço foi transferido para a área física de um
hospital com adequada infraestrutura e leitos de UTI, em local central da cidade. O prefeito, ao
se eleger, percebeu que não bastava a sua vontade para a reabertura do serviço, pois ele não
poderia passar por cima de uma decisão tomada na Conferência Municipal de Saúde realizada
há dois anos. Assim, no dia da reunião do Conselho Municipal de Saúde, pediu que o secretário
de saúde, representante do segmento dos gestores, fosse para a reunião com a
responsabilidade de reverter a decisão tomada na Conferência. Para pressionar o Conselho
Municipal, o prefeito convidou vários moradores do bairro, inclusive dona Vânia. O presidente
do conselho, representante dos usuários, não concordava com essa mudança, dizendo que o
Secretário de Saúde desconhecia o que significava o controle social na gestão do SUS, queria
rasgar a Lei 8142/90 e o Plano Municipal de Saúde. Ao final da reunião, a maioria deliberou por
manter o Pronto Socorro no hospital com estrutura para atender as urgências e emergências
de toda população. Dona Vânia pensou – “Não basta o prefeito querer. As coisas na saúde
mudaram, pois até o pessoal da igreja e os trabalhadores da saúde não votaram na proposta
do Secretário de Saúde”.

PERGUNTAS E HIPÓTESES:

1) O que é uma Conferência Municipal de Saúde? Qual a sua periodicidade?


 É uma reunião a nível municipal que delibera acerca da gestão e das
necessidades de saúde locais. A Conferência reafirma as decisões do
conselho.
 A periodicidade é de 2 em 2 anos.
2) Quais os tipos de conferências de saúde e suas hierarquias?
 Os tipos de conferências de saúde são: municipais, estaduais e federais.
3) O que é Conselho Municipal? Qual a sua constituição?
 O conselho municipal é composto por um grupo de pessoas que se
reúnem periodicamente para discutir a formulação e execução das
estratégias.
 O conselho é constituição por representantes dos gestores, trabalhadores
e usuários.
4) O que é controle social na gestão do SUS?
 É a atuação da população na formulação e fiscalização das ações realizadas
pelo SUS, por meio de conselhos e conferências.
5) Do que se trata a Lei 8142/90?
 A lei diz respeito a participação social do SUS e a distribuição de verbas.
6) O que é o Plano Municipal de Saúde?
 O plano municipal de saúde é um projeto municipal que o prefeito e o
conselho de saúde formula a fim de guiar ações e estipular metas.

OBJETIVOS:

1) Definir Conferência de Saúde (municipal, estadual e federal) e compreender as suas


características (constituição, função e periodicidade etc).
2) Definir Conselho de Saúde (municipal, estadual e federal) e compreender as suas
características (constituição, função e periodicidade etc).
3) Compreender o controle social na gestão do SUS.
4) Conhecer os principais pontos da Lei 8142/90.
5) Entender o Plano Municipal de Saúde.

DEFINIR CONFERÊNCIA DE SAÚDE E COMPREENDER AS


SUAS CARACTERÍSTICAS
 Na realização da 1ª Conferência Nacional de Saúde, a partir da validação
do artigo 90 da Lei nº 378, iniciava-se um debate periódico e sistemático
sobre a saúde no país, apontando as diretrizes de formulação de políticas
para a área da saúde nas esferas de gestão municipal, estadual e nacional.
 Com a Constituição Federal de 1988, a participação comunitária no
contexto da saúde é estabelecida, sendo regulada pela Lei nº 8142/90 e
definida a partir das conferências e dos conselhos de saúde, nas três
esferas de governo e também em colegiados de gestão nos serviços da
área.
 No artigo 1º desta lei, estabelece-se que: “O  SUS  contará,  em  cada
esfera  de  governo,  sem  prejuízo  das  funções  do Poder Legislativo,
com as seguintes instâncias colegiadas: I  –  a  Conferência  de  Saúde
reunir-se-á  a  cada  quatro  anos  com representação dos vários
segmentos sociais, para avaliar a situação da saúde e  propor  as
diretrizes  para  a  formulação  da  política  de  saúde  nos  níveis
correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou,
extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde; (...)”. 
 Até 2015, foram realizadas 15 Conferências Nacionais de Saúde. Entidades
ligadas à área da saúde, gestores e prestadores de serviços do setor,
sociedade civil organizada e usuários ganham legitimidade para ocupar
esses espaços  fazer valer a democracia popular e a gestão
participativa no SUS.
 As deliberações discutidas nas Conferências Nacionais de Saúde são
resultantes dos debates ocorridos no Estados, através das Conferências
Estaduais, que resultam das propostas decorrentes das Conferências
Municipais.
 É esta representatividade local que garante a legitimidade do evento como
instância colegiada dos vários segmentos representados.
 As Conferências proporcionaram transformações históricas para a gestão
da saúde no Brasil, como no caso da 8ª Conferência Nacional de Saúde,
em 1986, cujo relatório final serviu de base para a elaboração do capítulo
sobre saúde da Constituição Federal de 1988, resultando na criação do
SUS.
 Conferência Municipal de Saúde:
 É convocada pelo chefe do Poder Executivo, e excepcionalmente
pelo Conselho Municipal, a quem cabe estabelecer a
periodicidade de convocação, estruturar a comissão
organizadora e convocar a sociedade para a participação nas pré-
conferências e conferências.
 As datas das conferências municipais devem estar de acordo com
a data da conferência estadual e nacional, sempre observando a
legislação municipal e lembrando que não podem ocorrer com
periodicidade maior do que a cada quatro anos.
 O Conselho Nacional de Saúde define a data da Conferência
Nacional, a partir daí, o estado define a data de sua conferência,
permitindo ao município agendar a sua.
 Então acontecem as municipais com a eleição de seus delegados,
que participam da estadual com a eleição de delegados para
participarem da nacional.
 O delegado eleito recebe uma “delegação” para, em nome dos
outros colegas, levar, discutir e propor o que ficou definido em
seu território. Ele não tem autonomia, ele representa seus pares.
 Pode haver conferência municipal exclusiva e prévia à
elaboração do Plano Municipal de Saúde, assim como outra com
assunto específico, independentemente das conferências
estadual e nacional, desde que acordada entre o conselho e a
gestão, com temas e objetivos definidos.
 Representação dos vários segmentos sociais (ex: 13ª Conferência
Municipal de Saúde de Londrina)
 150 delegados usuários
 75 delegados trabalhadores de saúde
 34 delegados prestadores de saúde
 33 delegados gestores em saúde
 Conferência Estadual de Saúde: é o fórum de debate, entre todos os segmentos da
sociedade representada através de entidades, com a finalidade de avaliar a situação
de saúde do Estado, fixar diretrizes da política de saúde, definir e priorizar propostas
para melhorar a qualidade dos serviços de saúde do Estado, proporcionando à
população melhor qualidade de vida.
 Avaliar experiências e avanços organizacionais dos conselhos de saúde é
condição imprescindível para o aprimoramento e ajustes comuns na
consolidação desta instituição mediadora entre o Estado e a Sociedade.
 Atualmente vivemos em um processo de afirmação democrática na
concepção da gestão do interesse público na área da saúde.
 Todo processo de descentralização e municipalização da saúde condiciona-se
a existência legal da instância do controle social, o conselho de saúde, ainda
que persistam entraves culturais e políticos para que esse exercício se faça
pleno e de direito.

DEFINIR CONSELHO DE SAÚDE E SUAS


CARACTERÍSTICAS
 O Conselho Nacional de Saúde (CNS) é uma instância colegiada, deliberativa e
permanente do Sistema Único de Saúde (SUS), integrante da estrutura organizacional
do Ministério da Saúde. Criado em 1937, sua missão é fiscalizar, acompanhar e
monitorar as políticas públicas de saúde nas suas mais diferentes áreas, levando as
demandas da população ao poder público, por isso é chamado de controle social na
saúde. As atribuições atuais do CNS estão regulamentadas pela Lei n° 8.142/1990.

 O conselho é composto 48 conselheiros(as) titulares e seus respectivos primeiros e


segundos suplentes, que são representantes dos segmentos de usuários,
trabalhadores, gestores do SUS e prestadores de serviços em saúde. Além do
Ministério da Saúde, fazem parte do CNS movimentos sociais, instituições
governamentais e não-governamentais, entidades de profissionais de saúde,
comunidade científica, entidades de prestadores de serviço e entidades empresariais
da área da saúde.

 O CNS tem eleições a cada três anos para escolher seus membros, que podem se
candidatar seguindo as regras regimentais. A presidência do órgão é eleita entre os
próprios conselheiros e conselheiras. Dentre as principais atribuições, o CNS é
responsável por realizar conferências e fóruns de participação social, além de
aprovar o orçamento da saúde e acompanhar a sua execução, avaliando a cada
quatro anos o Plano Nacional de Saúde. Tudo isso para garantir que o direito à saúde
integral, gratuita e de qualidade, conforme estabelece a Constituição de 1988, seja
efetivado a toda a população no Brasil.

 50% do conselho é composto por usuários do SUS; 25% entidades não


governamentais; 25% entidades governamentais;

CONTROLE SOCIAL NA GESTÃO DO SUS


 Controle social é um conceito originário do campo das ciências sociais. Cunhado por
Emile Durkheim, diz respeito ao problema da ordem e da integração social, questões
colocadas pelo desenvolvimento das sociedades modernas, não mais baseadas na
solidariedade mecânica, próprio, portanto, das sociedades complexas.
 O conceito está associado ao condicionamento ou limitação das ações dos
indivíduos, do ponto de vista dos valores, das normas e dos comportamentos, pelos
grupos sociais e pelas sociedades as quais pertencem.
 O controle é social porque tem a ver com as sanções, com o processo de socialização,
com a interiorização de símbolos, etc.
 A ciência política, por sua vez, se apropria do termo para destacar sua relação com a
ação política, destacando o controle social baseado na comunidade, no mercado, o
Estado, enquanto no campo do marxismo, o controle social é considerado
simultaneamente uma forma de integração social e um processo orientado para a
reprodução social e manutenção da estrutura de classes.
 Tal compreensão foi compartilhada pelos pesquisadores da saúde coletiva: na obra
'Prevenir e curar: o controle social através dos serviços de saúde', Campos, Oliveira e
Singer, (1988) assumem tal perspectiva.
 De acordo com os autores, ao exercer atividades de controle sobre o
indivíduo (a exemplo de avaliar a aptidão para o trabalho), ao estabelecer a
saúde como estado normal e a doença como patológico, ao colaborar no
julgamento e repressão de condutas desviantes e ao controlar ameaças de
saúde das populações, os serviços de saúde produzem "condições materiais
e psicológicas indispensáveis ao desenrolar da vida política, social e
económica em determinados moldes".
 Controle social diz respeito à ordem social: trata-se, portanto, de questionar: como
ocorreu a inversão em seu sentido, passando a significar “participação da sociedade na
formulação, acompanhamento e verificação das políticas públicas”, como um signo
positivo.
 Nesse sentido, resgatar a trajetória da alteração semântica do controle social nos
processos da sociedade política brasileira nos anos 1980\90 significa referir-se ao
processo de redemocratização política, marcada pelo fim do regime militar em 1984
e pela aprovação da Constituição cidadã em 1988.
 Após um longo período no qual a população viveu sob um estado ditatorial, com a
centralização das decisões, o tecnicismo e o autoritarismo, durante a década de 1980
ocorreu uma abertura democrática que reconhece a necessidade de revisão do
modelo de saúde vigente na época, com propostas discutidas visando ampliar a
participação popular nas decisões e descentralizar a gestão pública em saúde, com
vistas a aproximar as decisões do Estado ao cotidiano dos cidadãos brasileiros.
 Temos a emergência de uma nova perspectiva sobre o controle social: a organização e
mobilização popular realizada na década de 1980, do século XX, em prol de um Estado
democrático e garantidor do acesso universal aos direitos a saúde, coloca em
evidência a possibilidade de inversão do controle social não mais no sentido do
controle do Estado sobre a sociedade, mas seu inverso. Surge, então, a perspectiva de
um controle da sociedade civil sobre o Estado, sendo incorporada pela nova
Constituição Federal de 1988 juntamente com a criação do SUS.
 Contudo, na constituição de 1988, segundo Stotz, o texto é limitado no que toca a
participação popular com relação a participação, uma vez que apenas menciona a
“participação da comunidade”, que, na história brasileira, faz parte de um ideário de
participação bastante limitado. Essa limitação foi enfrentada com a lei 8142\90, que
dispõe sobre a participação da comunidade no Sus e suas diretrizes principais. A lei
retoma os preceitos ideológicos contidos na conferência e estabelece as funções do
conselho de saúde.
 Trata-se de um processo que é na verdade o ápice das lutas que caracterizaram o
período da redemocratização política, num amplo leque de experiencias e reflexões de
profissionais da saúde e lideranças populares. Assim, a inflexão do termo controle
social é efetivado na 9º Conferência Nacional da Saúde, em 1992, que passou a definir
o controle social como “controle social sobre políticas e atividades desenvolvidas com
a seguridade social”. Trata-se de uma mudança que decorreu sobretudo do temor da
perda de autonomia dos movimentos sociais diante do governo neoliberal de Collor,
em plena ofensiva contra os movimentos populares e de esquerda. A noção de
controle social passou a ter o sentido de um controle da sociedade sobre o Estado,
como resultado da participação direta da população no processo de gestão pública.
 É uma forma particular de relação entre a sociedade civil organizada e o Estado, na
qual o controle social aparece simultaneamente como resultado do processo de
democratização do país e pressuposto fundamental para a consolidação da
democracia.
 Assim, a participação social como princípio do SUS, que objetiva a construção de maior
democracia em seu interior, levando em conta ainda o princípio ordenador da
descentralização, foi consolidado por meio dos Conselhos e das Conferências de Saúde.
Trata-se de um acontecimento singular na história do país, colocando a saúde como
pioneira na luta pela consolidação dos direitos sociais.
 A despeito dos avanços acima elencados, novos desafios se colocam ao exercício da
cidadania: crises econômicas sistêmicas, esvaziamento e descrédito com relação ao
Estado, aos partidos e à política tradicional, declínio do Estado Social. Do ponto de
vista da saúde, “a lógica neoliberal, ao propor o encolhimento do Estado e a
consequente internalização dos conflitos para dentro da própria sociedade civil, abriu
precedentes profundamente democráticos na estrutura dos serviços públicos de saúde”
(FUHRMANN, 2004), e, nesse sentido, a discussão sobre a cidadania deve focalizar a
visão predominante hoje sobre o papel do Estado, os serviços que deve oferecer e a
população que deve ser atendida, uma vez que o conceito de cidadania, outrora
orientado pela universalização de direitos reconhecidos e garantidos pelo Estado é
substituído por outro, que se baseia na crescente desresponsabilização do Estado
sobre a garantia destes mesmos direitos, atribuindo aos indivíduos a culpa e a
responsabilidade por suas condições de vida e posição social, cujas mudanças devem
advir somente de seus esforços pessoais.

LEI 8142/90
 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as
transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá
outras providências.

 Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro
de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder
Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:

I - a Conferência de Saúde; e

II - o Conselho de Saúde.

§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos


vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para
a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder
Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado


composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de
saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da
política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e
financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente
constituído em cada esfera do governo.

§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de


Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho
Nacional de Saúde.

§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será


paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos.

§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e


normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo
conselho.

 Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como:

I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da


administração direta e indireta;

II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e


aprovados pelo Congresso Nacional;
III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da Saúde;

IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios,


Estados e Distrito Federal.

Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar-se-ão a


investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e
às demais ações de saúde.

 Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de forma
regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os
critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.

§ 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da


Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos,
exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de
1990)

§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por
cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados.

§ 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços


de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2°
desta lei.

 Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os
Estados e o Distrito Federal deverão contar com:

I - Fundo de Saúde;

II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438,


de 7 de agosto de 1990;

III - plano de saúde;

IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei
n° 8.080, de 19 de setembro de 1990;

V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento;

VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o


prazo de dois anos para sua implantação.

Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo


Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os
recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela
União.

 Art. 5° É o Ministério da Saúde, mediante portaria do Ministro de Estado, autorizado a


estabelecer condições para aplicação desta lei.
 Art. 6° Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

 Art. 7° Revogam-se as disposições em contrário.

PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE


 É o instrumento básico que norteia a definição da Programação Anual das ações e
serviços de saúde prestados, assim como da gestão do SUS, a partir de uma análise
situacional.
 Reflete as necessidades de saúde da população e os componentes de promoção,
proteção, recuperação e reabilitação em saúde. Apresenta as intenções e os
resultados a serem buscados no período de quatro anos expressos em diretrizes,
objetivos e metas. Configura-se como base para a execução, o acompanhamento, a
avaliação e o exercício da gestão do sistema de saúde, em cada esfera de governo.
 Deve ser elaborado e aprovado no Conselho Municipal de Saúde no primeiro ano da
gestão, com execução a partir do segundo ano da gestão em curso até o primeiro
ano da gestão subsequente.
 O processo de elaboração do Plano de Saúde compreende um momento de
identificação das necessidades de saúde e de análise situacional, e um momento de
definição de diretrizes, objetivos e metas para o período de quatro anos, onde são
consideradas as condições de saúde da população, em que estão concentrados os
compromissos e responsabilidades exclusivas do setor saúde; os determinantes e
condicionantes de saúde, em que estão concentradas medidas compartilhadas ou sob
a coordenação de outros setores e a gestão em saúde.

Você também pode gostar