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RESOLUÇÃO 453, DE 10 DE MAIO DE 2021

CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE


Instituição, reformulação, reestruturação e funcionamento dos Conselhos de Saúde

Advinda da 233ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde, dentro das suas competências, e dos debates nas
3 esferas de Governo ocorridos nos Conselhos de Saúde, Plenárias Regionais e Conferências de Saúde;
Necessidade de aprimoramento do Controle da Social da Saúde no âmbito nacional, com propostas dos Conselhos
Estaduais e Municipais de composição, organização e funcionamento;
Destaque à Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 333/92;
Consagração da participação da sociedade civil organizada, nos Conselhos de Saúde, no Controle Social;

 CONSELHO DE SAÚDE:
Colegiado, deliberativo, permanente e em cada esfera de governo;
Integra estrutura organizacional do Ministério da Saúde, Secretaria dos Estados, DF e Municípios;
Lei nº 8.142/90 define sua composição, organização e competências;
Participação da comunidade nas políticas públicas e administração da saúde;
É um subsistema da Seguridade Social, atuando na formulação e proposição de estratégias e controle da execução
das políticas de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros;
Poder Executivo acolhe as demandas da população aprovadas nas Conferências de Saúde para instituir e reformular
os Conselhos de Saúde;
Privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da
Política de Saúde, pela participação da sociedade organizada;
Composição paritária de usuários sob demais segmentos representados;
Composto por representantes de entidades, instituições e movimentos representativos de usuários (50%),
trabalhadores da saúde (25%), governo, prestadores de serviços de saúde (25%) – e se não houver o suficiente de
todos esses no município, a plenária do mesmo, promovida pelo Conselho Municipal de maneira ampla e
democrática, fará a eleição da representação;
Presidente eleito entre os membros do Conselho, em reunião plenária;
Conselhos de Saúde definem a quantidade de conselheiros;
Participação de órgãos, entidades e movimentos sociais é baseada na representatividade, abrangência e
complementaridade do conjunto da sociedade;
Dentre as organizações, podem ser de pessoas com patologia, deficiências, entidades indígenas, movimentos sociais
e populares organizados, de mulheres, em saúde, aposentados e pensionistas, sindicais, de trabalhadores urbanos e
rurais, defesa do consumidor, moradores, ambientalistas, religiosas, comunidade científica, pesquisa,
desenvolvimento, hospitais universitários, patronais;
A própria instância eleita para o Conselho indica seus conselheiros de acordo com a sua própria organização e
processo interno para tal seleção;
A cada eleição, recomenda a renovação de, no mínimo, 30% das entidades representativas, no caso de usuários,
trabalhadores e prestadores de serviços;
Representação assegurada com distinção e autonomia, assim como ocupação de cargo que possa interferir sob tais –
cargo de direção ou confiança na gestão do SUS ou prestador de serviço não pode representar usuário ou
trabalhador;
Não é permitida a participação de Poder Legislativo, Judiciário ou Ministério Público e quaisquer de seus membros;
Se município não possuir seu conselho, é o Conselho Estadual de Saúde, junto ao poder executivo do mesmo, que
convoca e realiza a Conferência Municipal de Saúde, inclusive com objetivo de constituir o Conselho Municipal;
Se estado não possuir Conselho, é o Conselho Nacional de Saúde, junto ao poder executivo do estado, que o faz;
Função de membro do conselho NÃO É remunerada, e sim de relevância pública, com garantia de despensa do
trabalho sem prejuízo a pessoa através de declaração de participação nas atividades, emitida pelo Conselho de Saúde
para justificar.

 ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO:
3 esferas do governo asseguram autonomia para Conselho de Saúde e seu pleno funcionamento, assim como
dotação orçamentária, autonomia financeiros e organização da secretaria-executiva com infraestrutura e apoio
técnico;
CS delibera sob sua própria estrutura administrativa, quadro de pessoal, orçamento;
Conta com secretária-executiva para suporte técnico e administrativo, subordinada ao Plenário do CS;
Plenário do CS se reúne, no mínimo, mensalmente, e conforme necessário pelo Regimento Interno;
Pauta e material de reuniões é encaminhado com antecedência mínima de 10 dias;
Reunião do plenário abertas ao público, em espaço e horários que o permitam;
Atua a partir do Plenário, em Comissões Intersetoriais (conforme Lei 8.080/1990) e outras comissões (que podem
contar com integrante não conselheiro) e grupos de trabalhos para ações transitórias;
Mesa Diretoria eleita em Plenário, respeitando a paridade já mencionada;
Decisões com quórum mínimo de metade mais 1, dos integrantes (se simples, a partir dos presentes, se absolta, a partir
dos membros) , exceto se necessário quórum especial ou maioria qualificada de votos (2/3 dos membros);
Qualquer alteração em tal organização deve ser votada em plenária, com quórum qualificado, e se provado, alterada
no Regime Interno do CS e homologada por gestor da esfera correspondente;
A cada 3 meses, itens da pauta para prestação de contas, em relatório detalhado, sobre andamento do plano de saúde,
agenda da saúde pactuada, gestão, montante, aplicação de recursos, auditorias iniciadas e concluídas, produção e
ofertas e serviços na rede assistencial própria, contratada ou conveniada;
CS podem buscar auditorias externas e independentes sobre contas e atividades de Gestor do SUS, se justificado;
As decisões do CS se manifestam por resoluções, recomendações, moções e outros atos deliberativos;
Resolução obrigatoriamente homologada pelo chefe de poder da esfera, em 30 dias, com publicidade oficial, e se não
feita e sem justificativa, as entidades do CS podem recorrer à justiça e Ministério Público se não houver apreciação da
questão na reunião seguinte.

 COMPETÊNCIAS DO CS:
Fortalecer participação e Controle Social no SUS, mobilizar e articular a sociedade;
Elaborar Regimento Interno do Conselho e outras normas;
Discutir, elaborar e aprovar proposta de operacionalização das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde;
Formulação e controle da execução da política da saúde, incluso aspectos econômicos e financeiros:
Propor ações para aplicação da política de saúde nos setores público e privado;
Diretrizes para elaboração dos planos de saúde e seus conteúdos, conforme situações epidemiológicas e capacidade
organizacional dos serviços;
Aprovar ou não relatório de gestão uma vez ao ano;
Estratégias e procedimentos de acompanhamento da gestão do SUS, articulada a demais colegiados;
Revisão periódica de planos de saúde;
Deliberar sobre programas de saúde e projetos que vão para Poder Legislativo, com a proposta adoção de critérios de
qualidade e resolutividade, frente aos avanços científicos e tecnológicos;
Pronunciamento de gestor, a cada 4 meses, para prestação de contas, do relatório detalhado mencionado
anteriormente;
Avaliar organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde a partir de critérios explicados;
Avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios, convênios, conforme Planos de Saúde Nacional, Estadual, DF e
Municipal;
Acompanhar e controlar setor privado credenciado por contrato ou convênio na saúde;
Aprovar proposta de orçamento anual da saúde, dadas as metas e prioridades, planejamentos e orçamentos
ascendentes;
Critérios para programar e executar o financeiro e orçamentário dos Fundos de Saúde e acompanhar movimentações e
destino dos recursos;
Fiscalizar e controlar gastos, critérios de movimentação de recursos da Saúde, incluso Fundo de Saúde e outros
transferidos por município, estado, DF e União;
Analisar e aprovar relatório de gestão com prestação de contas, garantindo devido assessoramento;
Examinar denúncias e irregularidades;
Estabelecer periodicidade de convocação e organização das Conferências de Saúde, estruturar comissão organizadora,
convocar sociedade para participar;
Articulação e intercâmbio de CS, entidades, movimentos populares, instituições;
Estimular e promover conhecimento pertinente ao desenvolvimento do SUS e acompanhar seu processo de
desenvolvimento e incorporação científica e tecnológica de acordo com patrões éticos do desenvolvimento
sociocultural do Brasil;
Ações de info, educação e comunicação em saúde, divulgar atuação do CS nos meios de comunicação, inclusive suas
reuniões e eventos com data e local;
Educação Permanente para o Controle Social;
Relacionamento sistemático com os poderes, Ministério Público, Judiciário e Legislativo, meios de comunicação e
setores relevantes não representados dentre seus membros;
Aplicação das normas sobre ética em pesquisas aprovadas pelo CNS;
Deliberar e avaliar a Política de Gestão do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS;
Atualizar infos sobre CS no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde (SIACS) periodicamente.

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