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RESOLUÇÃO RDC Nº 63, DE 25 DE NOVEMBRO DE 2011

REQUISITOS DE BOAS PRÁTAICAS DE FUNCIONAMENTOS PARA OS SERVIÇOS DE


SAÚDE

Adotada pela Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária;


Regulamento técnico que estabelece requisitos de boas práticas para funcionamento de serviços de saúde;
Qualificação, humanização das atenção e gestão, redução e controle de riscos a usuários e meio ambiente;
A todos os serviços de saúde no país, públicos, privados, filantrópicos, civis, militares, de ensino e pesquisa;
Garantia de qualidade – serviços dentro dos padrões e para os fins que se propõem;
Gerenciamento de tecnologias – normativa, legal, assegura rastreabilidade, eficácia, efetividade, segurança das
tecnologias de saúde usadas, em cada etapa de gerenciamento, planejamento e entrada nos estabelecimentos até
descarte, com fins de proteger os trabalhadores, preservar a saúde pública, meio ambiente e segurança do paciente;
Humanização da atenção e gestão da saúde: compromisso com os direitos do cidadão, respeito, garantia de acesso,
direito de acompanhamento de livre escolha, valorização do trabalho e trabalhadores;
Licença atualizada – emitida pelo órgão sanitário competente, que permite funcionamento sob regime de vigilância
sanitária;
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PRGSS) – documentos que descreve manejo de resíduos,
suas características e riscos, visando proteção à saúde pública e meio ambiente;
Política de qualidade – diretrizes globais, formalmente expressas e autorizadas pela direção do serviço, referente à
qualidade;
Relatório de transferência – caso de remoção para outro serviço, com dados mínimos de identificação, resumo clínico
e justificativa de tal procedimento, ou cópia de laudos de exames se feitos;
Segurança do paciente – ações contra riscos, eventos adversos e danos desnecessários durante a atenção prestada.

 GERENCIAMENTO DA QUALIDADE:
Envolvendo estrutura, processo e resultado na gestão dos serviços;
Garantia de Qualidade deve ser usada como ferramenta de gerenciamento, composta pelas Boas Práticas de
Funcionamento (BPF);
BFP são primeiramente orientadas a redução de riscos inerentes na prestação dos serviços de saúde;
Atender aos requisitos das legislações e regulamentos vigentes;
Quadro de pessoal qualificado, treinado e identificado;
Ambientes identificados;
Equipamentos, materiais e suporte logístico;
Procedimentos e instruções aprovados e vigentes;
Reclamações devem ser examinadas, registradas, com investigação das causas que comprometeram a qualidade, e
respectivas medidas necessárias para prevenir reincidências.

 SEGURANÇA DO PACIENTE:
Identificação do paciente, higienização necessária, prevenção e controle de eventos adversos, segurança cirúrgica,
orientações sob administração de medicamentos e hemocomponentes, prevenção de quedas, úlceras e estimular o
mesmo a participar na própria assistência prestada.

 CONDIÇÕES ORGANIZACIONAIS:
Regimento interno ou equivalente, atualizado, com definição e descrição de todas as suas atividades técnicas,
administrativas e assistenciais, responsabilidades e competências;
Licença atualizada conforme legislação sanitária local, afixada e visível ao público;
Tudo que for terceirizado tem que ter contrato de prestação, com info sobre habilitação para atender aos serviços de
saúde;
Inscrito e com dados atuais no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES;
Possuir um responsável técnico (RT) e seu substituto, que, se alterados, deve ser informado ao órgão sanitário;
Ter um profissional responsável conforme legislação e um legalmente habilitado para responder questões operacionais
enquanto serviço funciona (pode ser o RT ou outro);
Direção e RT têm responsabilidade de planejar, implantar e garantir a qualidade dos processos;
Mecanismos que garantam a continuidade da atenção prestada, se necessário remoção ou realizar exames em outros
serviços;
Todo paciente removido acompanhado por relatório completo, com identificação e assinatura do profissional
responsável, que integrará o prontuário do serviço para onde irá, ficando a cópia com o serviço inicial;
Garantir controle de acesso e identificação de trabalhadores, pacientes, acompanhantes e visitantes;
Manter disponível documentação e registro sobre Projeto Básico de Arquitetura (PBA) aprovado pela vigilância
sanitária, controle de saúde ocupacional, educação permanente, comissões, programas, contratos de serviços
terceirizados, controle de qualidade da água, manutenção preventiva e corretiva da edificação e instalações e dos
equipamentos e instrumentos, controle de vetores e pragas urbanas, PGRSS, nascimentos, óbitos, admissão, alta,
eventos adversos, queixas técnicas, monitoramento e relatórios específicos de controle de infecção, doenças de
Notificação Compulsória, indicadores, normas, procedimentos, rotinas.

 PRONTUÁRIO DO PACIENTE:
Registro é de responsabilidade do profissional que prestou atendimento;
Guarda é de responsabilidade do serviço de saúde, de acordo com as normas vigentes;
Confidencialidade e integridade, local seguro, boas condições de conservação e organização, com acesso sempre que
necessário;
Identificação e todos os procedimentos prestados ao paciente;
Legível, com assinatura e carimbo se por meio físico;
Permanentemente disponíveis aos próprios pacientes e seus representantes legais, assim como autoridade sanitária
quando necessário.

 GESTÃO DE PESSOAL:
Equipe multiprofissional de acordo com seu perfil de demanda;
Serviço mantém disponível registros de formação e qualificação dos profissionais compatíveis com as funções
desempenhadas, e possuir registro em conselhos de classe quando for o caso;
Capacitação antes do início das atividades e de forma permanente;
Capacitações registradas, com data, horário, carga horária, conteúdo, nome e formação/capacitação do instrutor e
trabalhadores envolvidos;
Capacitações podem ser feitas sob riscos potenciais à saúde, minimização de exposição aos agentes, normas e
procedimentos de higiene, uso de equipamentos de proteção coletiva, individual e vestimentas de trabalho, prevenção
a acidentes e incidentes e para lidar com tais, temas específicos por categoria.

 GESTÃO DE INFRAESTRUTURA:
Projeto Básico de Arquitetura atualizado, conforme suas atividades, e aprovado pela vigilância sanitária e demais
órgãos competentes;
Água, esgoto, energia elétrica, gases, climatização, proteção e combate à incêndio, comunicação e outras, seguem
códigos de obras e posturas locais e normas técnicas;
Boas condições de conservação, segurança, organização, conforto e limpeza, dos ambientes interno e externo;
Iluminação e ventilação compatíveis;
Garantir limpeza de reservatórios de água a cada 6 meses, com registro da capacidade e limpeza periódica dos
mesmos;
Garantir continuidade do fornecimento de água, mesmo se interrupção pela concessionária, em locais em que a água
for considerada insumo crítico;
Garantir continuidade de energia elétrica, mesmo se interrupção pela concessionária, por sistema de emergência em
que tal for insumo crítico;
Manutenção preventiva e corretiva das instalações prediais, de forma própria ou terceirizada.
 PROTEÇÃO À SAÚDE DO TRABALHADOR:
Orientação sobre imunização contra tétano, difteria, hepatite B e outros agentes biológicos com risco de exposição;
Avaliação periódica dos trabalhadores em relação à saúde ocupacional, mantendo registrado;
Garantir que trabalhadores com agravos agudos ou lesões nos membros superiores só iniciem seu trabalho após
avaliação médica;
Garantir disponibilidade e uso de vestimentas para trabalhador, se possível risco a agentes biológicos, físicos e
químicos, sejam próprias ou fornecidas pelo serviço de saúde;
Responsável por fornecer e processar vestimentas nos centros cirúrgicos e obstétricos, UTIs, isolamento e centrais de
material esterilizado;
Mecanismos de prevenção dos riscos de acidentes de trabalho, inclusa EPI, em número suficiente e compatível com as
atividades realizadas;
EPI não deve ser levada para fora do local de trabalhador;
Serviço tem que manter registro das comunicações de acidentes de trabalho;
Se serviço tem mais de 20 trabalhadores, é obrigatório instituir a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;
Manter disponível a todos os trabalhadores normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e
ambiental, instruções para uso de EPIs, procedimentos em caso de incêndio e acidentes, orientação para manuseio e
transporte de produtos contaminados.

 GESTÃO DE TECNOLOGIAS E PROCESSOS:


Normas, procedimentos e rotinas técnicas escritas e atualizadas, de todos processos de trabalho, em local de fácil
acesso a toda equipe;
Manter ambientes limpos, livres de resíduos e odores, atendendo critérios de criticidade das áreas;
Garantir disponibilidade de equipamentos, materiais, insumos e medicamentos conforme complexidade e demanda, e
com uso exclusivo para o que se destinam;
Garantir que colchões e demais mobiliários almofadados sejam revestidos de material lavável e impermeável, sem
apresentar furos, rasgos, sulcos e reentrâncias;
Garantir qualidade de desinfecção e esterilização de equipamentos e materiais;
Garantir suporte imediato à vida a todos os usuários;
Disponibilizar insumos, produtos e equipamentos necessários para higienização das mãos de quaisquer indivíduo
presente;
Informar órgãos competentes se suspeita de doença de notificação compulsória;
Calcular e manter registro de indicadores previstos nas legislações vigentes.

 CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS:


Impedir atração, abrigo, acesso e proliferação de vetores e pragas urbanas;
Controle químico, se necessário, deve ser realizado por empresa habilitada e que tem licença sanitária e ambiental,
com produtos desinfetantes regularizados pela Anvisa;
Proibido comer ou guardar alimentos nos postos de trabalho destinados à execução de procedimentos de saúde.
Se qualquer norma não atendida, atualizada ou negligenciada, infração sanitária, além de possíveis responsabilidades
civis, administrativa e penal correlacionada.

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